Autor Tópico: CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico  (Lida 3367 vezes)

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Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #75 Online: 01 de Abril de 2015, 04:23:31 »
E é assim, a pessoa quer manter a crença, não importa as evidências contrárias.

O que a psicologia diz sobre conspiracionistas?

"Belief in conspiracy theories has become a topic of interest for sociologists, psychologists, and experts in folklore since at least the 1960s, when a number of conspiracy theories arose regarding the assassination of U.S. President John F. Kennedy. Sociologist Turkay Salim Nefes underlines the political nature of conspiracy theories and suggests that one of the most important characteristics of these accounts is their attempt to unveil the "real but hidden" power relations in social groups"

"Professor Stephan Lewandowsky, a cognitive scientist at the University of Western Australia, asserts that strong supporters of conspiracy theories usually experience a feeling of lack of control. A theory can help a believer regain a sense of order explaining some extraordinary events. Knowing some facts can even bring the feeling of power. Lewandowsky states that belief in conspiracies can be a protective mechanism against the horror of possible disasters.

A lack of trust can also be regained by belief in a conspiracy theory. This also explains why such theories are more popular with members of the lower social classes: the members of the upper class feel more integrated into prominent social, political and economical structures and are more likely to trust the general information they receive.

Another explanation is that people are inclined to believe in ideas that they initially supported. This is called "motivated skepticism" or a "self-sealing nature of reasoning""

Fonte

Me desculpe mas isso é bobagem. Como eu disse a conspiração é uma tese plausível quando explica um evento melhor que a ausência da conspiração.

Nesse caso as evidências estão a favor da conspiração, então quem está querendo manter suas crenças apesar das evidências em contrário é aquele que nega a conspiração.

Por exemplo, a compra da refinaria de Passadena pela Petrobrás ( que você já deve ter conhecimento que se tratou de uma operação fraudulenta ) se explica melhor por uma conspiração do que sem ela.

Nesse casos os fanáticos petistas é que se recusam a acreditar, apesar das evidências fortes em contrário.

Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #76 Online: 01 de Abril de 2015, 04:26:58 »
Tem um general americano que previu, montou um documento e avisou sobre o ataque de Pear Harbor em 1924.

http://en.wikipedia.org/wiki/Billy_Mitchell



Isso é sério? :biglol:

Sim, e ninguém acreditou nele. Ele até sofreu processo na corte marcial. Tudo isso mais de uma década antes do início da segunda guerra mundial. Eles ja planejavam a conspiração desde aquela época?

Quero crer que não. Eu acredito em patifarias, não em bola de cristal.

Mas você sabe que eu não estou dizendo que alguém denunciou a conspiração, e sim que alguém AVISOU DOS ATAQUES.

Há o testemunho pessoal, confiável, de um oficial britãnico, registrado e filmado.

Você não acha que é algo um tanto patológico ignorar uma evidência como essa, ainda que fosse uma evidência única e isolada. E neste caso não é.

Offline Barata Tenno

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #77 Online: 01 de Abril de 2015, 04:30:24 »
Não basta a crença ser melhor, ela tem que ter provas, evidências. Como disse antes, acontecimentos improváveis não são impossíveis, e acontecem até com frequência.

http://www.cracked.com/quick-fixes/4-incredibly-improbable-events-that-just-keep-happening/
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Barata Tenno

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #78 Online: 01 de Abril de 2015, 04:32:33 »
Tem um general americano que previu, montou um documento e avisou sobre o ataque de Pear Harbor em 1924.

http://en.wikipedia.org/wiki/Billy_Mitchell



Isso é sério? :biglol:

Sim, e ninguém acreditou nele. Ele até sofreu processo na corte marcial. Tudo isso mais de uma década antes do início da segunda guerra mundial. Eles ja planejavam a conspiração desde aquela época?

Quero crer que não. Eu acredito em patifarias, não em bola de cristal.

Mas você sabe que eu não estou dizendo que alguém denunciou a conspiração, e sim que alguém AVISOU DOS ATAQUES.

Há o testemunho pessoal, confiável, de um oficial britãnico, registrado e filmado.

Você não acha que é algo um tanto patológico ignorar uma evidência como essa, ainda que fosse uma evidência única e isolada. E neste caso não é.

O general também avisou do ataque, ele escreveu um estudo de várias páginas, registrado, que hoje esta num museu, em 1924 dizendo que os japoneses iriam atacar naquele local. Ninguém o levou a sério e ele tanto insistiu que foi parar na corte marcial por insubordinação.
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Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #79 Online: 01 de Abril de 2015, 04:42:01 »
Não basta a crença ser melhor, ela tem que ter provas, evidências. Como disse antes, acontecimentos improváveis não são impossíveis, e acontecem até com frequência.

http://www.cracked.com/quick-fixes/4-incredibly-improbable-events-that-just-keep-happening/

Mas uma crença é melhor que outra justamente com base nas evidências. Por que eu acredito que PC Farias não foi morto em uma crise de paixão pela sua amante?

Porque as evidências apontam que não.

As pessoas que acreditam que foi um crime passional ( se é que existe alguém que acredita ) também não tem provas disso, e possuem evidências muito mais fracas. De forma que, nesse caso, a atitude irracional é considerar que foi um crime passional quando há fortes evidências de conspiração para queima de arquivo.

É a navalha de Occam.

Não importa se a conjectura envolve ou não conspiração, esse é um preconceito ridículo, uma vez que conspirações são possíveis e corriqueiras ( petrolão, mensalão... ), o que importa é que o bom senso indica que conjecturas mais prováveis devem ser consideradas antes das improváveis.

Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #80 Online: 01 de Abril de 2015, 04:44:58 »
 :biglol:
Tem um general americano que previu, montou um documento e avisou sobre o ataque de Pear Harbor em 1924.

http://en.wikipedia.org/wiki/Billy_Mitchell



Isso é sério? :biglol:

Sim, e ninguém acreditou nele. Ele até sofreu processo na corte marcial. Tudo isso mais de uma década antes do início da segunda guerra mundial. Eles ja planejavam a conspiração desde aquela época?

Quero crer que não. Eu acredito em patifarias, não em bola de cristal.

Mas você sabe que eu não estou dizendo que alguém denunciou a conspiração, e sim que alguém AVISOU DOS ATAQUES.

Há o testemunho pessoal, confiável, de um oficial britãnico, registrado e filmado.

Você não acha que é algo um tanto patológico ignorar uma evidência como essa, ainda que fosse uma evidência única e isolada. E neste caso não é.

O general também avisou do ataque, ele escreveu um estudo de várias páginas, registrado, que hoje esta num museu, em 1924 dizendo que os japoneses iriam atacar naquele local. Ninguém o levou a sério e ele tanto insistiu que foi parar na corte marcial por insubordinação.

 :biglol: Ele avisou em 24. Era uma espécie de mãe Dinah, talvez.

Mas ele não era um oficial de inteligência interceptando informações criptografadas do inimigo.

Acho que você percebe a diferença, nesse caso.

Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #81 Online: 01 de Abril de 2015, 04:48:04 »
Não basta a crença ser melhor, ela tem que ter provas, evidências. Como disse antes, acontecimentos improváveis não são impossíveis, e acontecem até com frequência.

http://www.cracked.com/quick-fixes/4-incredibly-improbable-events-that-just-keep-happening/

Você usaria este argumento para concordar com um fanático petista de que a compra de Passadena foi apenas por deslize e incompetência, e que Dilma e Lula jamais souberam de nada?

Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #82 Online: 01 de Abril de 2015, 04:52:31 »
Bom, eu agora tenho que me retirar. Respondo qualquer mensagem pendente, se houver, um futuro breve. Inté. Saudações.

Offline Moro

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #83 Online: 01 de Abril de 2015, 13:41:26 »
Você entende que improbabilidade não é impossibilidade não é?

Nem sequer é improvável. Oswald se não me engano teve tempo suficiente para treinar, ele tinha um emprego no mesmo imóvel, era maluco.. tinha sido negado para voltar a URSS e negado por cuba. Não me recordo bem o caso, mas é bem consistente. O tiro não era tão complicado e ele não acertou na primeira tentativa.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #84 Online: 01 de Abril de 2015, 16:24:16 »
Você entende que improbabilidade não é impossibilidade não é?

Nem sequer é improvável. Oswald se não me engano teve tempo suficiente para treinar, ele tinha um emprego no mesmo imóvel, era maluco.. tinha sido negado para voltar a URSS e negado por cuba. Não me recordo bem o caso, mas é bem consistente. O tiro não era tão complicado e ele não acertou na primeira tentativa.


Eu não quero dar trabalho para os editores porque sei que, assim como nós, eles tem mais o que fazer.

Mas acho que não ficou bem dividido isso.

Com o propósito de embasar considerações sobre o islã, no meu ponto de vista, não ser uma religião intrinsicamente pior que outras semelhantes, fiz um "briefing" da história recente do Oriente Médio e Ásia Central, esperando demosntrar que a CIA, muito mais que o alcorão, contribuiu para as barbaridades que hoje se cometem em nome do fundamentalismo religioso.

Foi você, Bahadur, que me acusou de teórico da conspiração, o que acabou degenerando para uma conversa sobre pousos na lua e homens répteis.

Não acho que tenha sido uma acusação justa porque a maioria das minhas afirmações foi sobre eventos históricos.

Afirmo que a CIA financiou os extremistas islâmicos no Afeganistão, mas isso nem é controverso.  Fato público e notório, e Holywood até já fez um par de filmes enaltecendo esta política.

Vou além e sustento que a CIA insuflou o fundamentalismo religioso na região, e que centenas de madrassas no Paquistão foram construídas com dinheiro norte-americano. Mas isso é quase notório também, o que há é uma espantosa desinformação a respeito.

Você acha que dá para pôr no mesmo saco esse tipo de alegação com conjecturas sobre a morte de JFK?

A questão é: já tem um tópico aí sobre teorias da conspiração, eu acho que o debate subsequente poderia ter sido movido pra lá, mas sobre o Paquistão eu tô falando de coisas que posso documentar quase tanto quanto o escândalo Irã-Contras, por exemplo.

Ou será que operação Contras foi delirada por conspiracionistas? A CIA em uma operação velada financiando bandidos quase tão bárbaros como esses do O.M., para derrubar um regime indesejado, com verbas secretas, em um negócio escuso envolvendo conexão com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Tudo exposto no NYT, no Washington Post, na TIME, e nos autos de um processo que condenou um coronel do exército.

Quase o mesmo script da operação Paquistão-Afeganistão. E isso não acontece, é o tipo de coisa que a CIA jamais faria... é teoria da conspiração.

O que há é muita falta de informação e desinformação. Eu escrevi em algum lugar por aí que prisioneiros estavam sendo retirados de penitenciárias no Oriente Médio e sendo levados para lutar na Síria. O que é uma prova inequívoca do envolvimento ocidental na guerra, como se isso já não fosse claro o bastante.

Acharam absurda essa afirmação, mas eu mostrei depois um documento assinado pelo chefe do serviço de segurança saudita informando a libertação de mais de mil prisioneiros comprometidos a fazer treinamento para serem levados a Síria.

Mas mesmo antes do vazamento deste documento já era notório. Uma jornalista ocidental que foi refém do ELS esteve com indivíduos desse tipo, um documentário da Globo News já tinha mostrado que criminosos estavam sendo mandados pra lá, mas existem centenas de vídeos no YouTube e postagens no Facebook, e coisas do tipo, dos próprios rebeldes que revelam quem eles são, de onde vem, como vem, etc...

Ou seja, não é segredo. Apenas a nossa imprensa livre e independente não publica, não informa como deveria ( por quê? ), mas isso é diferente de ser secreto, velado, desconhecido.

A propósito de uma referência ao caso Edward Snowden neste tópico, eu disse que a única surpresa foi terem se surpreendido.

Porque nunca foi segredo. Tudo que o Snowden revelou eu sempre soube, conheço o sistema Echelon há tanto tempo que tenho impressão que já nasci sabendo disso.

Mas eu não ocupo nenhum cargo na NSA, sempre soube porque isso é público, apenas a mídia não discute essas coisas. ( Por quê? )

Sempre soube como funciona este sistema, o que ele faz, quem opera, como opera e como ele se chama.

E não vou dar evidências... vou provar o que estou dizendo.

Abaixo está o link da Wikipedia a respeito do Sistema Echelon denunciado por Edward Snowden em 2013.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Echelon

Nesta página, na parte de cima, tem a aba "Ver Histórico", com o registro de todas as edições feitas no artigo.

Qualquer um pode verificar que este verbete existe desde, pelo menos, 2005. Note que não é um verbete de um artigo qualquer da Wikipedia, se referindo a teoria de algum paranóico sobre os americanos estarem monitorando comunicações globais... É um verbete para ECHELON, o sistema que foi notícia em todo mundo quando "denunciado" por Edward Snowden em 2013.

O sistema Echelon era tão secreto, mas tão secreto, que 8 anos antes de Snowden já tinha até verbete na Wikipedia.

Teorias da conspiração...





Offline Geotecton

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #86 Online: 01 de Abril de 2015, 16:56:28 »
O EUA monitora conversas de rádio e telefone no mínimo desde o final dos anos 50. O que ele fez, desde então, foi aumentar - e muito - a capacidade de coleta, processamento e análise dos dados, incluindo a internet que é, afinal de contas, uma criação estadunidense.
Foto USGS

Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #87 Online: 01 de Abril de 2015, 17:06:55 »
O EUA monitora conversas de rádio e telefone no mínimo desde o final dos anos 50. O que ele fez, desde então, foi aumentar - e muito - a capacidade de coleta, processamento e análise dos dados, incluindo a internet que é, afinal de contas, uma criação estadunidense.

Pois é. A Alemanha Oriental tinha um sistema do tipo, operando em âmbito doméstico, desde pelo menos os anos 70. Era de certa forma, em concepção, semelhante ao Echelon, monitorando toda e qualquer conversa telefônica, e filtrando por palavras chaves, endereço origem e destino, e coisas assim.

Isso nunca foi segredo. No entanto quando apareceu o Snowden foi uma comoção mundial.

O que há é muita desinformação.

Offline Moro

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #88 Online: 01 de Abril de 2015, 17:28:59 »
Pedro, existe um grande, grande salto entre você dizer que os americanos financiaram o extremismo e dizer que o extremismo existe por causa deles.

Algo como dizer que a FEB atacou e venceu a guerra na italia.

O extremismo que nós vemos hoje foi conduzido por forças muito mais disseminadas e enraizadas do que uma ação da CIA. Acredite-me, ninguém tem esse poder. Isso é um movimento, não um ato coordenado.
« Última modificação: 02 de Abril de 2015, 14:31:14 por Bahadur »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline JJ

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #89 Online: 28 de Junho de 2015, 16:04:06 »
Citação de:  prvda.ru

24 verdades sobre o ISIS e a Al- Qaeda que não querem que você saiba
11.06.2015
 
24 verdades sobre o ISIS e a Al- Qaeda que não querem que você saiba. 22339.jpeg
O Estado Islâmico, ISIS ou Daesh, foi criado pela CIA, o MOSSAD e o MI6 para acabar com a Síria. O professor Michel Chossudovsky, economista canadense e diretor do Centro de Investigação sobre a Globalização, de Montreal, enumerou 24 verdades que os governos ocidentais não querem que a população conheça sobre o ISIS ( Estado Islâmico) e a Al-Qaeda… Como é possível que sigam o jogo dos Estados Unidos encaminhado a criar um estado mundial policial? Passando pela destruição de povos, culturas ancestrais e restos de antigas civilizações. A barbárie em sua máxima dimensão.
Michel Chossudovsky/Resumen Latinoamericano/Global Research

COISAS QUE NÃO QUEREM QUE SAIBAMOS SOBRE A AL-QAEDA

1 – Os Estados Unidos apoiaram a Al Qaeda e suas organizações afiliadas durante quase meio século, desde o apogeu da guerra afegano-soviética.
2 – A CIA criou campos de treinamento para a Al-Qaeda no Paquistão. No período de dez anos, desde 1982 até 1992, cerca de 35.000 jihadistas procedentes de 43 países islâmicos foram recrutados pela CIA para lutar na jihad afegã contra a União Soviética.
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3 – Desde a época da Administração Reagan, Washington apoiou a rede terrorista islâmica. Ronald Reagan qualificou esses terroristas como “lutadores pela liberdade”.
Os EUA forneceram armas às brigadas islâmicas. Tudo era por “uma boa causa”: a luta contra a União Soviética e a mudança do regime, o que levou ao desaparecimento de um governo secular no Afeganistão.
Apenas precisamos lembrar os filmes de propaganda da época, como o célebre Rambo III…
4 – Os livros de textos jihadistas publicados pela Universidade de Nebraska. Os Estados Unidos gastaram milhões de dólares para fornecer livros de textos repletos de imagens violentas e ensinamentos islâmicos às escolas afegãs.
5 – Osama bin Laden, fundador da Al Qaeda e homem mais odiado dos Estados Unidos, foi recrutado pela CIA em 1979, no próprio começo da guerra jihadista do Afeganistão contra a União Soviética. Na época, Bin Laden tinha 22 anos e foi treinado em um campo de treinamento de guerrilhas patrocinado pela CIA.
Segundo o Professor Chossudovsky, a Al Qaeda se encontrava por trás dos ataques do 11 de setembro. De fato, o ataque terrorista de 2001 proporcionou uma justificativa para uma guerra contra Afeganistão, sob o argumento de que o Afeganistão era um estado patrocinador do terrorismo da Al Qaeda.
6 – O Estado Islâmico ou ISIS era originalmente uma entidade afiliada à Al Qaeda, criada pela inteligência dos Estados Unidos, com o apoio do M16 Britânico, o Mossad Israelense, os serviços da Arábia Saudita (GIP ou Ri’āsat Al-Istikhbarat Al-‘Amah (رئاسة الاستخبارات العامة).
7 – As brigadas do ISIS sempre estiveram envolvidas no apoio à insurgência que os EUA e a OTAN têm dirigido contra o governo sírio de Bashar al Assad.
8 – A OTAN e o Estado Maior da Turquia foram os responsáveis pela contratação de mercenários do ISIS e Al Nusrah desde o início da insurgência síria, em março de 2011.
Segundo fontes da inteligência israelense, publicadas na web DEBKA, esta iniciativa consistiu em: “Uma campanha para recrutar milhares de voluntários muçulmanos em países do Oriente Médio e do mundo mulçumano para lutar junto dos rebeldes sírios. O exército turco aloja estes voluntários, os treina e assegura sua entrada na Síria”.
9 – Existem membros das forças especiais ocidentais e agentes de inteligência ocidentais dentro das fileiras do ISIS. Membros das Forças Especiais Britânicas e do M16 participaram do treinamento dos rebeldes jihadistas na Síria.
10 – Especialistas militares ocidentais contratados pelo Pentágono treinaram os terroristas no uso das armas químicas.
“Os Estados Unidos e alguns aliados europeus estão utilizando contratados da defesa para treinar os rebeldes sírios sobre como assegurar os arsenais de armas químicas na Síria, segundo informou um alto funcionário dos Estados Unidos e vários diplomatas de alto nível à CNN”.
11 – As decapitações brutais realizadas pelos terroristas do ISIS constituem os programas de treinamento patrocinados pela CIA nos campos da Arábia Saudita e Qatar e cujo objetivo é causar pavor e comoção.
12 – Muitos dos criminosos recrutados pelo ISIS são presidiários condenados libertos dos cárceres da Arábia Saudita, país aliado do Ocidente. Entre eles encontram-se cidadãos sauditas condenados à morte, que foram recrutados para se unirem às brigadas terroristas.
13 – Israel apoiou as brigadas do ISIS e Al Nusrah dos Altos do Golán, em sua luta contra o governo de Al-Assad e as forças xiitas da Hezbollah.
Combatentes jihadistas se reúnem regularmente com oficiais das Forças de Defesa Israelenses (FDI), assim como com o primeiro ministro Netanyahu.
O alto comando das FDI reconhece tacitamente que: “elementos da jihad global dentro da Síria, membros do ISIS e Al Nusrah, são apoiados por Israel”.
14 – Os soldados do ISIS dentro da Síria trabalham sob as ordens da aliança militar ocidental. Seu mandato tácito é causar estragos e destruição na Síria e Iraque.
Uma prova disso é a foto em que o senador estadunidense John McCain se reúne com líderes terroristas jihadistas na Síria.
15 – As milícias do ISIS, que atualmente são o alvo de uma campanha de bombardeios dos Estados Unidos e da OTAN sob o manto da “luta contra o terrorismo”, continuam sendo apoiadas secretamente pelo Ocidente.
Forças xiitas que lutam contra o ISIS no Iraque, assim como membros do próprio exército iraquiano denunciaram repetidamente as ajudas militares fornecidas pelos Estados Unidos aos terroristas do ISIS, enquanto combatiam contra eles.
16 – Os bombardeios estadunidenses e aliados não estão apontando o ISIS, mas possuem o objetivo de bombardear a infraestrutura econômica do Iraque e Síria, incluindo suas fábricas e refinarias de petróleo.
17 – O projeto do ISIS de criar um califado faz parte de uma agenda política exterior dos Estados Unidos, que pretende dividir o Iraque e a Síria em territórios separados: um califado islâmico sunita, uma República Árabe xiita e a República do Curdistão.
18 – “A Guerra Global contra o Terrorismo” se apresenta frente à opinião pública como um “choque de civilizações”, uma guerra entre os valores e as religiões quando, na realidade, trata-se de uma guerra de conquista, guiada por objetivos estratégicos e econômicos.
19 – As brigadas terroristas da Al Qaeda, patrocinadas secretamente pelas agências de inteligência ocidentais, foram implantadas no Mali, Níger, Nigéria, República da África Central, Somália e Iêmen para levar o caos a esses países e justificar uma intervenção militar ocidental.
20 – Boko Haram na Nigéria, Al Shabab na Somália, o Grupo de Combate Islâmico da Líbia, (apoiado pela OTAN em 2011), Al Qaeda no Magreb Islâmico e Jemaah Islamiya na Indonésia, entre outros, são grupos afiliados à Al Qaeda, que são secretamente apoiados pela inteligência ocidental.
21 – Os Estados Unidos também estão apoiando organizações terroristas afiliadas à Al Qaeda na região autônoma Uigur, na China. Seu objetivo é desencadear a instabilidade política no oeste da China.
22 – A ameaça terrorista local, como a que vemos nos EUA ou Europa, é uma fabricação promovida pelos governos ocidentais e apoiada pelos meios de comunicação com a finalidade de criar uma atmosfera de medo e intimidação, que leve a uma anulação das liberdades civis e favoreça a instalação de um estado policial.
Por sua vez, as prisões, julgamentos e condenações de “terroristas islâmicos” servem para sustentar a legitimidade do Estado de Segurança Interna dos Estados Unidos e a crescente militarização de suas forças de segurança.
O objetivo final é inculcar na mente de milhões de estadunidenses que o inimigo é real e que a Administração dos Estados Unidos protegerá a vida de seus cidadãos.
O mesmo podemos dizer de países como França, Reino Unido ou Austrália.
23 – A campanha “antiterrorista” contra o Estado Islâmico contribuiu com a demonização dos muçulmanos que, aos olhos da opinião pública ocidental, se associam cada vez mais aos jihadistas, assentando assim as bases para um choque de religiões e civilizações.
24 – Qualquer um que se atreva a questionar a validade da “Guerra Global contra o Terrorismo” é qualificado como terrorista e se vê submetido às leis antiterroristas.
Estabelece-se com isso, um primeiro instrumento para perseguir qualquer tipo de dissidente ideológico, associando-o ao terrorismo.
Esta ferramenta poderá ser estendida posteriormente a qualquer outro tipo de dissidência ideológica.
Como vemos, a administração Obama finalmente impõe um consenso diabólico, com o apoio de seus aliados e do papel cúmplice do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A imprensa ocidental abraça esse consenso de forma obediente e entusiasta; descreve o Estado Islâmico como uma entidade independente, surgida do nada, um inimigo exterior que ameaça os valores “pacíficos e democráticos” do mundo ocidental.
Criou-se um inimigo que pode aparecer e atuar em qualquer momento, como um fantasma com o qual se assusta a população quando mais convenha e empurrá-la a aceitar qualquer tipo de política repressiva das liberdades e qualquer tipo de ação militarista a serviço dos grandes poderes ocidentais.
E pelo visto, este drama, apenas começou…
Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/05/26/24-cosas-sobre-isis-y-al-qaeda-que-no-quieren-que-sepas/
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Os caras parecem ser especialistas em criar corvos.    :|


« Última modificação: 28 de Junho de 2015, 16:06:28 por JJ »

Offline Gigaview

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #90 Online: 28 de Junho de 2015, 19:30:38 »
25. Osama está vivo e manda lembranças.
26. Obama é filho de Osama.
27. O PT é uma célula do ISIS.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #91 Online: 29 de Junho de 2015, 00:57:07 »
Bom, agora não estou com tempo de ler tudo, mas algumas coisas são bastante comprovadas embora não estejam listadas entre  estes 24 itens.

Eu já escrevi antes sobre isto, mostrei fontes, videos e documentação. Tá tudo por ai, em vários tópicos.

Por exemplo:

- Mostrei um documento vazado pelo wikileaks assinado pelo chefe de serviço secreto da Arábia Saudita comunicando a libertação de mais de 1000 prisioneiros com a condição de irem lutar na Síria. ( Aliás isto já havia sido mostrado anteriormente em um documentário da Globo News )

- Postei um vídeo de 2013 onde um rebelde sírio abate um helicóptero de fabricação russa usando um míssil norte-americano stinger. Isso foi a propósito de uma declaração, feita este ano, por um oficial norte-americano em que dizia ser possível que o ISIS tivesse obtido stingers de bases iraquianas que foram tomadas. O vídeo prova que obviamente é uma mentira, já que em 2013 o Iraque ainda não havia sido invadido pelo ISIS ( aliás, em 2013 o ISIS sequer existia ). e a Síria não possui este armamento. Isto soa mais como uma desculpa preventiva caso viesse a ter relato de abates de aeronaves aliadas no Iraque pelo ISIS, com o uso de stingers, o que seria bastante incômodo de explicar.

 Na verdade qualquer ser raciocinante se perguntaria: " Por que diabos os americanos iriam equipar as forças iraquianas com amamento anti-aéreo, se os rebeldes que eles combatiam não tinham força aérea?"

É muito pouco provável que bases iraquianas tivessem este tipo de armamento.

- Que a partir dos anos 80 a CIA passou a financiar a implantação de centenas de madrassas no Paquistão, escolas religiosas que forjavam combatentes para o Afeganistão, isto nem sequer é segredo.

- Linkei referências para o processo da ex-agente do FBI Sibel Edmonds, uma bomba muito maior que o Snoden, apesar da mídia quase não noticiar sobre isso.

https://en.wikipedia.org/wiki/Sibel_Edmonds

- Há centenas de vídeos postados pelos próprios rebeldes que lutam na Síria ( grande parte, senão a maior parte vindos de fora ) em redes sociais, onde estes afirmam que fizeram o treinamento financiados pelo Qatar e pelos EEUU. Inclusive o fato de alguns grupos estarem sendo financiados pelos americanos foi o motivo da cisão com outros grupos mais fundamentalistas que consideram o ocidente inimigo. Eu ja vi inclusive um vídeo onde o ISIS exibe diversos videos para combatentes capturados do Exército Livre da Síria para mostrar o envolvimento americano com o ELS.

O envolvimento do Ocidente para derrubar o regime de Assad é praticamente público e absolutamente notório. É preciso ser cego para não ver.  O interesse reside essencialmente em inviabilizar o projeto do gasoduto iraniano, que tem o patrocínio da Rússia, que pretende exportar gás de xisto do inimigo Irã para o mercado europeu em prejuízo do projeto de gasoduto patrocinado pelos EUA, Turquia e Qatar, que exportaria gás do próprio Qatar, mas que se torna inviável economicamente com a concorrência do gasoduto da parceria russo-síria-iraniana.

Bom, eu ainda não vi nenhuma prova de que os americanos tenham criado o ISIS, mas o ISIS, certamente, foi pelo menos um efeito colateral indesejado da irresponsabilidade de despejarem centenas de milhões de dólares em armamentos para qualquer grupo que se dispusesse a lutar na Síria contra o Assad. Incluindo a própria Al-Qaeda e a radical brigada Al-Nusra.

Assim como a Al-Qaeda foi no mínimo um efeito colateral do investimento da CIA no extremismo islâmico para gerar combatentes para o Afeganistão ( quando na época eram até glorificados em filmes de Holywood lutando ao lado do Silvester Stallone ), o ISIS surgiu de maneira muito semelhante a partir do investimento na insurgência Síria.
« Última modificação: 29 de Junho de 2015, 00:59:09 por Pedro Reis »

Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #92 Online: 29 de Junho de 2015, 01:25:56 »
Citar
Gladio B[edit]
Operation Gladio B is an FBI codename adopted in 1997 for ongoing relations between US intelligence, the Pentagon, and Al Qaeda. The name refers to the original Operation Gladio, in which US intelligence had relations with anti-communist groups in Europe.

According to Edmonds, Gladio B identified, among other things, regular meetings between senior US intelligence and current leader of Al Qaeda Ayman al-Zawahiri at the U.S. embassy in Baku, Azerbaijan between 1997 and 2001, with al-Zawahiri and other mujahideen being transported by NATO aircraft to Central Asia and the Balkans to participate in Pentagon-backed destabilisation operations. She added that in 1997, NATO asked Egyptian President Hosni Mubarak to release from prison Islamist militants affiliated to Ayman al-Zawahiri. They were flown by U.S. intelligence orders to Turkey for training and use in operations by the Pentagon

Offline Jack Carver

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #93 Online: 29 de Junho de 2015, 01:38:34 »
Da série 'Se Mccain tivesse ficado em casa...'

Será Al Baghdadi? Como afinal ele conseguiu ser solto?





.. ok, essa ñ vale. :)



MOSSAD, CIA e MI6. E é tudo o que você precisa saber.
« Última modificação: 29 de Junho de 2015, 01:47:12 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Pedro Reis

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #94 Online: 29 de Junho de 2015, 01:41:09 »
O artigo citado pelo JJ é do jornal russo Pravda.

Não é uma fonte imparcial e provavelmente está carregando nas tintas nessa história. O difícil é o Pravda conseguir ser tão parcial quanto a Fox.

Offline Pilantrólogo

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #95 Online: 09 de Julho de 2015, 07:53:25 »
No tocante ao tópico, I'll just leave this here...
http://thoughtmaybe.com/bitter-lake/

Interessante documentário produzido pela BBC e dirigido por Adam Curtis sobre o Afeganistão, a CIA, os efeitos colaterais da parceiria entre o governo americano e a Arabia Saudita e os perigos da simplificação de eventos históricos.

Enjoy.
« Última modificação: 09 de Julho de 2015, 08:05:36 por Pilantrólogo »
"(...) the future is already here. It's just not very evenly distributed." - William Ford Gibson

Offline Geotecton

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #96 Online: 09 de Julho de 2015, 08:37:56 »
O artigo citado pelo JJ é do jornal russo Pravda.

Não é uma fonte imparcial e provavelmente está carregando nas tintas nessa história. O difícil é o Pravda conseguir ser tão parcial quanto a Fox.

O Pravda foi (e é!) um órgão oficial do governo russo (e da ex-URSS) e é, portanto, como qualquer representante público de comunicação, um mentiroso contumaz.
Foto USGS

Offline DDCO

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #97 Online: 25 de Julho de 2015, 22:25:45 »
Não sei se realmente a CIA criou Al Qaida e Estado Islâmico, uma vez que o que é tramado dentro da CIA dificilmente sai de lá de dentro, mas uma coisa é certa: os USA manobra geopolicamente esses grupos terroristas, neonazistas e outros pra fazer valer seus interesses geopolíticos, PROVAVELMENTE eles influenciam e incentivam a criação deles.

Offline JJ

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #98 Online: 29 de Março de 2017, 07:52:19 »


Não é apenas com islâmicos radicais que a CIA tem bons negócios:


Arma mortal


A CIA deu proteção aos grandes traficantes de drogas do mundo.



A imprensa norte-americana, prostituída por acesso ao poder, promove a guerra contra as drogas — que gasta bilhões de dólares sem resultados.

A solução para o problema do tráfico é dar poder às comunidades afetadas pelo comércio e consumo das drogas.

Estas são algumas conclusões de Michael Levine depois de 25 anos de experiência como agente secreto da Agência de Combate às Drogas (DEA) dos Estados Unidos. Norte-americano do Bronx, ele escreveu três livros nos quais conta, em detalhes, todas as operações que poderiam destruir grandes cartéis, mas que foram sabotadas pela CIA, a Central de Inteligência.

Quando não aguentava mais a frustração, Michael Levine escreveu uma longa carta sobre a participação da CIA no chamado “golpe da coca”, na Bolívia, em 1980, que colocou o general Luis García Meza no poder. Michael enviou a carta a dois jornalistas da revista Newsweek. Um deles, Larry Rohter — que mais tarde se tornaria correspondente do New York Times no Brasil e ficou famoso por publicar reportagem difamando o ex-presidente Lula, sugerindo ser um bêbado.

A carta, registrada, foi entregue. Ele guarda até hoje o recibo. Michael passou duas semanas ao lado do telefone, esperando que os jornalistas o procurassem em busca de mais informações. Nada. Na terceira semana, finalmente, o telefone tocou. Era o Departamento de Segurança Interna da DEA, avisando que ele estava sendo investigado.

Daí em diante, Michael se calou, completou os anos de trabalho que faltavam cumprindo tarefas burocráticas e preparando os livros que desnudam a hipocrisia da retórica moralista do governo norte-americano em torno do combate às drogas.

Nos anos em que trabalhou como agente da DEA, Michael Levine gravou conversas, registrou eventos e garante que não escreveu nada de memória. “Não precisei inventar nenhum diálogo”. Nesta entrevista ao Viomundo, ele relembra alguns dos casos que acompanhou de perto. Elogia Mao Tse-Tung e se diz entusiasmado com o nascimento de uma nova imprensa, na internet.

Viomundo – Depois de 25 anos de trabalho na DEA, por que decidiu escrever livros sobre a organização e sobre o trabalho da CIA?

Levine — Quando alguém está jantando às suas custas, você tem que ao menos tomar o café da manhã dele. Ou seja, quando alguém te fere, te prejudica você tem de ferí-lo a qualquer custo. Eu tinha que revidar contra a CIA e contra os burocratas dos EUA para os quais a guerra contra as drogas era apenas uma ferramenta, um instrumento. Eu estava basicamente furioso.

Viomundo — Eles atrapalharam sua vida pessoal um bocado, sem falar o que estavam causando ao país…

Levine — Eles mentem para o mundo. Agentes e policiais com os quais trabalhei deram a vida acreditando no que esses burocratas e políticos nos disseram — e era uma mentira. A guerra contra as drogas nunca foi travada honestamente. Sempre foi um instrumento para outras coisas. Por isso o Evo Morales usou uma cópia do “The Big White Lie”, levantou o livro há coisa de um ano e disse: “É por isso que estou expulsando a DEA do meu país”.



Evo Morales com a tradução do livro de Michael Levine

Viomundo — O que aconteceu com você depois que publicou o livro? Sofreu retaliações?

Levine — Fui ameaçado. Eu escrevi dois livros, “Deep Cover” e “The Big White Lie”, sobre casos de infiltração, quando você vai para outros países, assume outra identidade e corre riscos reais. Pode acreditar, eu tinha medo o tempo todo. Mas gravei tudo. Todos os diálogos que você vai encontrar nos dois livros vêm de gravações. Não tive que inventar. Eu estava equipado o tempo todo. O “Deep Cover” foi publicado primeiro e se tornou um best-seller na lista do New York Times. Eu fui a um importante programa de TV em NY, o Donahue Show, e quando estava no bastidor, na chamada Sala Verde, esperando para ir ao ar, recebi um telefonema do quartel general da DEA.

Não sabia nem como eles tinham descoberto que eu ia aparecer no programa porque tudo foi mantido em segredo até o último minuto. Mas eles sabem… E um dos chefões me disse: “Enquanto estou conversando com você Mike, dez advogados estão debruçados sobre o seu livro, analisando página por página, para ver se podemos indiciar você por algum crime”. Eu disse: se você está tentando me assustar, já conseguiu. Muito mais do que imagina. Mas agora não vou voltar atrás. Foi então que ele disse as palavras “lembre-se do sanduíche de pasta de amendoim com geleia”.

Ele estava falando do Sante Bario, um agente que trabalhou comigo. Ele estava no México quando eu era o encarregado da Argentina, sediado em Buenos Aires. De uma hora para outra, Sante Bario foi preso pelo departamento de assuntos internos da DEA for tráfico de drogas com base no depoimento de um informante. Ele ficou preso em uma pequena cadeia do México, na fronteira dos EUA. Ele estava preso há duas ou três semanas dizendo que tinha sido vítima de uma armadilha, que a acusação era uma mentira, quando deram a ele um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. Ele comeu e caiu no chão com convulsões. Entrou em coma. O primeiro exame de sangue indicou a presença de estricnina. Ele morreu um mês depois.

A autópsia concluiu que ele morreu porque engasgou com o sanduíche. Isso é fato. Você encontra essa reportagem na revista Time com o título “O estranho caso de Sante Bario”. Sante Bario se tornou uma ameaça para todos os agentes do DEA. Se você sair da linha pode terminar com um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. E ali estava eu, logo após publicar o livro “Deep Cover”, com um dos chefões do DEA me lembrando do sanduíche. Então a longa resposta à sua pergunta é: sim, eles me ameaçaram…



Viomundo — Ao mesmo tempo em que foi ameaçado, você teve apoio de pessoas com as quais trabalhou na DEA?

Levine — Algum apoio… Gradualmente, com o tempo, vários vieram me dizer que eu tinha razão, que estava certo. Recebi e-mails deles, esse tipo de coisa. Pouco depois de escrever “Deep Cover”, meu filho era policial em NY e foi morto em uma troca de tiros na rua.

A direção da DEA em NY disse a todos os agentes que não fossem ao enterro do meu filho. Para você ver como estavam furiosos comigo. Mas alguns desobedeceram a ordem e foram ao enterro. Mas sempre tive apoio. Mais tarde, botei isso no You Tube. O chefão da DEA olhou bem para a câmera do programa 60 Minutos, o mesmo programa no qual eu apareci, e disse: “Não existe outra forma de dizer isso. A CIA funciona como um bando de traficantes”.

Não tem prova melhor do que essa. Mas foram necessários vários anos para ele vir a público dizer o que eu já havia dito nos meus dois livros. Acho que você pode dizer que os cabeças da DEA eventualmente concordaram com tudo que eu disse em meus dois livros.



Garcia Meza, “produto” da CIA na Bolívia


Viomundo — Você disse que a guerra contra as drogas era na verdade uma ferramenta para outros objetivos nas mãos dos políticos. Que objetivos?

Levine — Eu volto no tempo até a Guerra do Vietnã. Sou velho assim…

Fui para o Sudeste Asiático com outra identidade e consegui atingir, ou seduzir, o maior traficante de heroína da região. Isso foi no começo dos anos 70 e eles me convidaram para o Golden Triangle, área onde eles tinham uma fábrica. Provavelmente a maior fábrica de produção de heroína do mundo.

Antes da visita, o serviço de inteligência veio me dizer que eu não ia. Anos depois eu fiquei sabendo o motivo. Essas pessoas no sudeste asiático eram nossos aliados no Vietnã e a única maneira de dar apoio a eles era vendendo heroína para o resto do mundo. A CIA tinha que protegê-los para que pudessem ser nossos aliados no Vietnã. É uma escolha política. O contribuinte americano não queria mais pagar por aquela guerra.

Muitos anos depois, quando eu estava em Buenos Aires, me infiltrei na organização do Roberto Suarez [na Bolívia] e cheguei a um ponto em que poderia, literalmente, acabar com a organização. A máfia de Santa Cruz. Eles eram responsáveis pela maior parte da cocaína do mundo. Novamente, como escrevi no livro “Big White Lie” e vou continuar a escrever sobre isso.

A CIA veio e ajudou Klaus Barbie [o nazista que recrutou mercenários na Bolívia para ajudar a colocar no poder o general Luis Garcia Mesa, quando a esquerda venceu as eleições com Siles Zuazo] e os direitistas a derrubarem o governo da Bolívia que ajudou a DEA nessa operação. Então, basicamente, a CIA traiu o povo da Bolívia e não a DEA, como o Evo Morales disse. A CIA decidiu ajudar os traficantes de cocaína porque não eram de esquerda, não eram comunistas. Eles não queriam o risco de ver a Bolívia se tornar esquerdista.

Então, pegaram os traficantes e deram a eles o controle – foi o infame golpe da coca, a primeira vez na história que traficantes de droga tomaram conta de um país. E nessa época eles tinham um programa chamado Operação Condor. Fiz muitos trabalhos no Brasil também nessa época e a Operação Condor era um acordo entre os países do Cone Sul. Minha investigação bateu bem nessa operação. Eles estavam matando as pessoas que eu estava investigando por causa da alegação de que tinham tendências esquerdistas. Era um jogo muito, muito sujo.


Aí você chega a uma operação que eu descrevi no “Deep Cover”. Eu fazia parte de uma equipe infiltrada na operação chamada Trisecta, em três países. Eu fechei um negócio com uma organização chamada La Corporacion, da Bolívia, que no fim dos anos 80 controlava toda a cocaína. Arrumei o envio de 15 toneladas de cocaína através do México. Fiz um negócio, gravado em vídeo, com o exército mexicano, para proteger a droga e deixá-la entrar nos EUA.



Esse acordo está em vídeo, no You Tube, você pode ver. Foi feito com a aprovação do presidente do México que ía ser empossado, Carlos Salinas de Gortari. Gravado em vídeo! Imagine isso. Estamos falando do envio de 15 toneladas de cocaína! Em uma casa luxuosa, de frente para o Pacífico. Temos mapas espalhados sobre a mesa. Estou conversando com o Coronel Jaime Carranza, neto do homem que escreveu a Constituição mexicana, e ele aponta para o mapa, mostra o local onde vamos pousar o avião com a primeira tonelada de cocaína e diz: é aqui que estamos treinando os Contras para a CIA. Esse vídeo foi enviado, naquela mesma noite, para o secretário da Justiça dos Estados Unidos, em Washington e ele, imediatamente, revelou nossa identidade porque telefonou para o ministro da Justiça do México para contar toda a nossa operação. Botei tudo isso no livro.

Viomundo — O milagre é você ainda estar vivo para contar essa história…

Levine — Muitas vezes eu acordo e apenas toco na minha mulher, que amo muito, e digo: Deus, que milagre ainda estar aqui! Quase tenho vontade de chorar. Simplesmente contrariei todas as probabilidades muitas vezes. Mas estou aqui, falando com você.

Viomundo — Você também escreveu sobre a conexão entre a CIA e a epidemia de crack nos EUA.

Levine — Mais uma vez… está tudo no You Tube. Eu era um agente infiltrado e estava trabalhando com a Sonia Atala. Eu era bem jovem, e me puseram com a mulher que o Pablo Escobar chamou de Rainha da Coroa de Neve. A rainha da cocaína.

Mas me puseram com ela porque ela se tornou informante da DEA. E eu tinha que me passar por amante dela. Estávamos viajando juntos e ela começou a me contar sobre algo que havia Bolívia. Uma cocaína que se podia fumar e que era violentamente viciante. Isso foi em 1983. Meu primeiro pensamento foi: isso vai direto pros EUA. E com certeza, um ano depois era o crack nos EUA.

Mas a história que não foi contada é que quem protegeu essa organização, esse envio da droga, e impediu que essa organização fosse desmantelada foi a CIA. Novamente. Esse era o papel deles. Não estavam nem aí se era crack, heroína, cocaína, o que fosse. É o imposto Junky [um dos nomes que se dá a viciados em drogas nos Estados Unidos]. O Congresso não vai pagar pela operação, então a CIA os ajuda a vender drogas para os EUA e para o mundo. Dá apoio à operação. É uma escolha muito simples. Eu fiquei furioso. Perdi um dos meus filhos. Ele foi assassinado por um viciado em crack em uma troca de tiros quando ele tentou impedir um assalto. E aqui temos uma agencia do governo americano, financiada pelos impostos que eu estou pagando, e todo mundo está pagando, e eles estão dando apoio a traficantes de drogas responsáveis pela morte de milhares, se não de milhões de pessoas.

Viomundo – Como explica o que está acontecendo agora no México com essa guerra contra as drogas que já matou mais de 50 mil pessoas? Guerra que está se espalhando para toda a América Central?

Levine — Enquanto os norte-americanos continuarem comprando drogas, enquanto houver um mercado gigantesco para as drogas, o dinheiro continua chegando ao México e é esse dinheiro que provoca essa guerra. A equação é muito simples. Eu escrevi um livro chamado “Fight back” que o Presidente Clinton recomendou que fosse lido por quem trabalha com comunidades com problemas de drogas. Recomendou e deixou em cima da mesa. Não fez nada.

Ele fala como comunidades e bairros podem se livrar das drogas sem esperar pelo governo federal, pela polícia, sem usar balas e armas. É questão de atacar o mercado. Esqueça isso de ir atrás dos traficantes. Isso não funciona. Acho que foi o prefeito de Medellín, na Colômbia, disse, há uns 20 anos, se você matar cada líder de cartel, existem outros cem na fila esperando para pegar o lugar de cada um deles.

Ainda estamos gastando milhões para ir atrás da estrela individual do momento. E hoje em dia eles têm esses nomes: Dr. Morte, Evil. A imprensa tem essa competição para ver quem consegue revelar o pior barão das drogas. É um jogo de tolos. Não é assim que se ganha o jogo. Você pega uma comunidade que quer se livrar das drogas. Eles vão atrás dos usuários da comunidade. Não precisa nem de prendê-los. Basta seguí-los com câmeras. Colocar alguém na esquina com um alto-falante. Isso funciona. São técnicas que funcionam. E o resultado é que os traficantes perdem o mercado.

Viomundo — Então você acredita que é possível acabar com o problema da droga?

Levine — Sim! Leia o “Fight back”. Funcionou para a China, funcionou para o Japão em uma determinada época. A China usou um método semelhante. Quando Mao Tse-Tung tomou o país, havia 70 milhões de viciados em heroína e ópio. Em três anos não havia mais nenhum. As pessoas dizem que ele executou todo mundo. Isso não é verdade. Houve 27 execuções nesse período. Se você comparar isso com os 60 mil mortos no México…

O que realmente funciona é transferir responsabilidade para a comunidade. A comunidade é que é responsável por seus viciados e cria reabilitação e tratamento obrigatórios. É muito humano! Salva a vida dos usuários e salva a comunidade. No livro “Fight Back” eu detalho o que poderiam fazer se quisessem.



Escritórios da DEA no mundo

Viomundo – Você está trabalhando, escrevendo mais um livro?

Levine — Eu e minha mulher estamos trabalhando em um próximo livro. Já temos o primeiro rascunho pronto. Mas quero escrever um livro sobre o Roberto Suarez. Ele talvez tenha sido o maior e menos conhecido traficante de drogas da história. Era da Bolívia.

Viomundo — Você também mencionou o papel da mídia. Contou o que aconteceu quando mandou a carta para Rother e Strasser da Newsweek. Esse Rother é o Larry Rother que depois se tornou correspondente do New York Times no Brasil e chamou o presidente Lula de bêbado?

Levine — Esse mesmo. A única coisa que posso dizer com certeza é que ele recebeu a carta porque mandei certificada. Recebi o comprovante de volta. A carta foi entregue na revista. Ele pode dizer que não leu. Mas recebeu. Foi a história da Bolívia. Mandei a carta de Buenos Aires, onde era attaché. Mandei em papel timbrado da embaixada. Me arrisquei um bocado ao fazer isso. O resto é história…

Viomundo — Em sua opinião, o que acontece com a imprensa norte-americana, eles só checam as informações com representantes do governo? São obedientes?

Levine — Sabe, já participei de vários programas sobre isso. Eles são, basicamente, putas. Se vendem por acesso. Se prostituem por acesso. Querem acesso ao porta-voz da CIA e para conseguir isso não podem escrever nada mais crítico sobre a CIA.

Caso contrário, o acesso é negado. Quer acesso à DEA? Quer saber o que estão fazendo? Quer escrever sua materinha incrementada sobre tráfico de drogas? Melhor não escrever nada muito crítico. Eu escrevi um artigo sobre a mídia. Ganhou todo tipo de prêmio. Meu artigo se chama “Mainstream media, the drug war shills”. Ele faz parte do livro “Into the Buzzsaw”, de Kristina Borjesson. O livro foi muito elogiado pelas pessoas que estudam a mídia. Acho que mostra muito bem como a mídia continua vendendo uma guerra contra as drogas que mata milhões de pessoas, é totalmente sem propósito e não resolve nada.

Viomundo — Como o Plano Colômbia que investiu milhões de dólares no país e no fim, a produção de cocaína dobrou…

Levine — O Plano Colômbia, a Operação Snow Cap… Meu Deus! O Plano Colômbia foi um desdobramento da Operação Snow Cap.



Ação contra as drogas tem objetivos políticos, diz autor

Viomundo — O que foi a Snow Cap?

Levine — Eram as operações paramilitares na Bolívia e no Peru. Militares e agentes do DEA indo atrás dos traficantes na Bolívia e no Peru. O Plano Colômbia foi apenas um desdobramento. Eu conheci basicamente as pessoas mais graduadas do tráfico de cocaína do mundo nos anos 80. Eles achavam que eu era um mafioso meio siciliano, meio portorriquenho, e estavam me vendendo 50 toneladas de cocaína. Eu disse a eles que tinha muito medo de ir para a Bolívia por causa da Operação Snow Cap.

Com todas as tropas, com os militares ali, como vou fazer um negócio desses na Bolívia com todos os militares norte-americanos lá? Meu interlocutor riu! Riu e disse: eles não fazem nada. Andam pra cima e pra baixo. Sabemos o que vão fazer antes deles fazerem. Te garanto que você estará perfeitamente seguro Luis. Esse era meu nome. Ele me chamava de Luis. Repeti essa conversa para os responsáveis pela operação Snow Cap no QG da DEA e eles disseram o seguinte: “Nós sabemos que não funciona, mas já vendemos ao longo do Potomac” [rio Potomac, nas margens do qual fica o poder em Washington], o que significa dizer que a ideia já foi vendida para o Congresso, então é o futuro da DEA que está na corda bamba. Esquece a guerra contra as drogas. O Plano Colômbia é a mesma coisa. É política.



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Viomundo — Eles vendem os planos, pegam o dinheiro e precisam fazer de conta que estão fazendo algo…

Levine — Exato. É sempre a mesma coisa. Tem que mostrar estatísticas para provar que os bilhões que você está gastando estão sendo bem gastos.

Viomundo — Você acredita que todos os presidentes que passaram pela Casa Branca nas últimas décadas sabem de tudo isso?

Levine — Eles sabem exatamente. Sabem que o que eu estou te dizendo é fato. Eles também sabem que se virarem e disserem isso ao público durante uma campanha presidencial serão derrubados da Casa Branca. Por que? A grande mídia — os cachorrinhos da grande burocracia formada pela CIA, DEA, etc. – vai perseguir este político.

Viomundo — Como explica então que seus livros tenham sido tão bem recebidos e que você tenha sido convidado para tantos programas de televisão?

Levine — Porque na mídia existem grandes indivíduos que se destacam. Mas a percentagem de jornalistas de verdade é cada vez menor, desde Woodward e Bernstein [os jornalistas do Washington Post que revelaram o escândalo Watergate]. Não se pode comparar a mídia de hoje com a daquela época. Mas você pode dizer que o motivo pelo qual ainda estou fazendo isso tudo é porque continuo procurando pelos Woodwards e Bernsteins.

Viomundo — Você  consegue conversar melhor com os jornalistas que migraram para a internet?

Levine — A internet está crescendo rapidamente e faz com que eu me sinta realmente muito bem porque está se tornando um grande desafio para essa “mídia de tribunal” que se proclama jornalismo. Basicamente, são estenógrafos. É maravilhoso, para mim, ver esse crescimento da internet.

Viomundo — Você acha que o seu trabalho, seus livros e artigos, tiveram algum impacto, produziram alguma mudança?

Levine — Acho que talvez faça alguma diferença. Provavelmente depois que eu tiver morrido. Eu não sei. A gente nunca sabe. E por isso é que continua fazendo. Alguém como eu… eu cresci tendo que lutar por tudo que conquistei. Sou inclinado a isso, a brigar, não importa a consequência. E morrer brigando. É o que pretendo fazer.

Viomundo — Então nos conte um pouco dessa infância…

Levine — Cresci no South Bronx (em Nova York), em um bairro péssimo. Meu irmão se viciou em heroína aos 15 anos. Nosso pai nos abandonou quando nós éramos muito, muito pequenos. Praticamente, cresci nas ruas do Bronx. Me alistei no exército para acertar a minha vida. E realmente funcionou. Me tornei lutador de boxe, peso pesado, fiz artes marciais, o que foi outra influência importante, que ajudou a manter o equilíbrio na minha vida.

Aos 19 anos, no exército, eu me meti em uma briga com outro militar por causa de um chapéu de 3 dólares. Ele explodiu, sacou a arma, encostou na minha barriga e puxou o gatilho. A arma falhou. Talvez tenha sido a melhor coisa que já me aconteceu porque aprendi a sabedoria de um antigo ditado árabe que diz que qualquer momento é o momento certo para morrer.

Levei isso comigo para sempre. Agora, não perco mais tempo. Vivo cada momento até o limite, curto e saboreio. Logo depois disso decidi usufruir de tudo que a vida poderia me oferecer antes que eu morresse o que poderia acontecer a qualquer momento. E não havia melhor maneira para um menino pobre do Bronx viver toda essa adrenalina e excitação do que como um agente secreto infiltrado. Foi o que me propus a fazer e fiz. De resto…

Leia também:


http://www.viomundo.com.br/denuncias/com-medo-de-morrer-michael-levine-dispara-cia-deu-protecao-aos-grandes-traficantes-de-drogas-do-mundo.html



« Última modificação: 29 de Março de 2017, 08:00:53 por JJ »

Offline Shadow

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Re:CIA e seu papel no fundamentalismo islâmico
« Resposta #99 Online: 29 de Março de 2017, 08:34:12 »
 :vergonha:
"Who knows what evil lurks in the hearts of men? The Shadow knows..."

 

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