Autor Tópico: O fim do emprego  (Lida 5176 vezes)

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Offline -Huxley-

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Re:O fim do emprego
« Resposta #25 Online: 07 de Dezembro de 2016, 23:08:32 »
 :lazy:

Offline Pagão

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Re:O fim do emprego
« Resposta #26 Online: 23 de Dezembro de 2016, 08:19:05 »
Coloquei a questão da robótica num site da internet brasileiro de divulgação do socialismo marxista-leninista e fiquei mais descansado quando me explicaram que a mais-valia só podia ser extraída do trabalhador humano e o resto era irrelevante... E os burgueses o que querem é essa mais-valia...Certo? :olheira:
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline -Huxley-

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Re:O fim do emprego
« Resposta #27 Online: 29 de Junho de 2017, 23:14:18 »
"Trabalhar para sobreviver não será mais necessário":

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/06/1895832-trabalhar-para-sobreviver-nao-sera-mais-necessario-diz-cofundador-da-singularity-university.shtml

Peter Diamandis é um empresário cofundador da Singularity University, uma escola de negócios do Vale do Silício especializada em empreendedorismo social. Ele é um dos intelectuais que mais discutiu possibilidades de respostas às perguntas deste tópico. Ele é o homem da vertente otimista sobre o assunto, como mostra o seu livro "Abundância".

Offline Pagão

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Re:O fim do emprego
« Resposta #28 Online: 30 de Junho de 2017, 07:37:45 »
"Trabalhar para sobreviver não será mais necessário":

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/06/1895832-trabalhar-para-sobreviver-nao-sera-mais-necessario-diz-cofundador-da-singularity-university.shtml


OK!... O Pão fica resolvido..., mas falta o Circo... Queremos também espetáculos desportivos gratuitos!  |(
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O fim do emprego
« Resposta #29 Online: 30 de Junho de 2017, 08:27:55 »
Algum desses autores futuro-cornucopistas faz especulações sobre a geopolítica disso, em vez de pensar mais abstratamente? Como os povos dos países mais pobres vão lidar com essa abundância concentrada nos mais ricos?

Quanto quer que isso possa se aproximar da realidade, o ideal é que fosse de tal forma que as benesses tecnológico-econômicas fossem primeiramente "vazando" em algum grau aos países mais pobres, reduzindo o descontentamento.

O paradoxo de Jevons (tendência ao consumo aumentar de acordo com a abundância da oferta, em vez de se economizar) também deve ser no mínimo um "desacelerador" para qualquer tendência realista nessa direção.

Queria ver um debate daqueles mais lentos e bem construídos entre um time desses e um de "maltusianistas".

No team Marx, Peter Joseph, Peter Diamandis, Ray Kurzweil, Ellon Musk, Eliezer Yudkowsky, versus, no team Malthus, talvez Thomas Homer-Dixon, Al Bartlett (morreu), Paul Ehrlich, Joseph Stiglitz, Herman Daly... sei lá



No mínimo seria um dos episódios mais nerds de "celebrity deathmatch".




Acho que Sam Harris talvez pudesse estar também no team Marx, como reserva.

E se fosse um celebrity deathmatch, podia ter ainda o Isaac Asimov no team Malthus.

Offline Gauss

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Re:O fim do emprego
« Resposta #30 Online: 30 de Junho de 2017, 12:40:03 »
Colocaria Aldous Huxley no Team Malthus também.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline -Huxley-

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Re:O fim do emprego
« Resposta #31 Online: 30 de Junho de 2017, 13:55:59 »
Algum desses autores futuro-cornucopistas faz especulações sobre a geopolítica disso, em vez de pensar mais abstratamente? Como os povos dos países mais pobres vão lidar com essa abundância concentrada nos mais ricos?

Isso já foi respondido na entrevista do Diamandis. Ninguém especula sobre o que já se observa. A revolução tecnológica dos smartphones iniciada pelo iPhone em 2007 foi disseminada de forma relativamente rápida pelo mundo subdesenvolvido. E mais do que a revolução iniciada por outras revoluções tecnológicas menos recentes (telefone, PC, etc.).

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O fim do emprego
« Resposta #32 Online: 30 de Junho de 2017, 16:46:05 »
É ainda muito distante alguns ou muitos dos mais pobres conseguirem (trabalhando, geralmente) o suficiente para comprar smartphone e outras necessidades básicas, e políticas de renda mínima em escala global.

É até meio bizarro mencionar isso como tendo algum nexo quando esses smartphones têm muitas vezes em algum ponto das cadeias de produção, crianças escravas (ainda que por isso estejam ganhando "já" algo como um dólar por dia).

O que talvez se dê em parte pelos compradores mais ricos não estarem dispostos a pagar mais o suficiente para sustentar melhores condições de trabalho na produção (evidenciando a distância, mesmo destes, do cenário de abundância absoluta), ainda que talvez uns argumentem que há algo meio análogo a uma "mais valia" aí no meio, e com esse mesmo dinheiro pago, já se pudesse dar melhores condições de vida a todos na cadeia de produção.

E o número de pessoas com celular deve ainda ser menor do que o de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia. Curiosamente acesso a celular pode ser comum até em áreas ainda sem saneamento básico ou mesmo fontes de água limpa. O desenvolvimento não se dá de forma muito "linear".

 
Embora a tendência geral seja de melhora em longo prazo, acho que uma hipotética transição para isso eria muito longa e bem complicada, possivelmente antes veriámos alguns tropeços preocupantes, se estes não atuarem recorrentemente, indefiindamente, como um impedimento a se alcançar esse cenário.

Acho (tenho a impressão) que conflitos por recursos estão em ascenção. Nessa linha de pensamento parece ser comum tomar como exemplo os estados de bem-estar-social de IDH mais elevado, que, acho, ainda não provêem renda mínima para todos habitantes. E eles também parecem ser relativamente fechados à imigração, exceto de refugiados. Essas bordas fechadas possibilitam uma concentração de riquezas que talvez facilite essas divagações sobre futuros de abundância absoluta universal.

Acho que além desse futuro fantasiado depender de uma evolução universal das instituições em todos os países, possivelmente também deve requerer (ou, ter como "ótimo", para maior velocidade e menos tropeços) um certo sincretismo econômico que não deve ser muito popular. Como protecionismo zero e alta liberdade econômica em geral, mas também impostos "brutalmente" progressivos, que gradualmente extinguissem os "1%", 5%, 10%, até um nível em que apesar de desiguais, as pessoas ainda se enxergassem dentro do mesmo universo, não em realidades absolutamente distintas.

O que acho que deve diferir radicalmente do que têm como receita alguns dos cornucopianistas. Não sei se é o pensamento do Peter Joseph de verdade, mas o forista que o homenageia com seu nick acha positivo desemprego e concentração de renda com o encarecimento artificial da mão de obra, achando que isso irá aumentar a demanda por robôs...

Offline -Huxley-

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Re:O fim do emprego
« Resposta #33 Online: 30 de Junho de 2017, 17:16:52 »
A concentração de abundância já existe no mundo atual. O que, no futuro, haverá, necessariamente, de tão pior em termos de concentração de abundância?
« Última modificação: 30 de Junho de 2017, 17:20:45 por -Huxley- »

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Re:O fim do emprego
« Resposta #34 Online: 30 de Junho de 2017, 17:23:41 »
Já existe smartphone de 4 dólares. Ele se chama Freedom251.

Offline Lorentz

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Re:O fim do emprego
« Resposta #35 Online: 30 de Junho de 2017, 17:42:55 »
Já existe smartphone de 4 dólares. Ele se chama Freedom251.

Prove.
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Re:O fim do emprego
« Resposta #36 Online: 30 de Junho de 2017, 17:47:53 »
Já existe smartphone de 4 dólares. Ele se chama Freedom251.

Prove.

Quase me enganou. Faltou o smile.

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Re:O fim do emprego
« Resposta #37 Online: 30 de Junho de 2017, 17:51:16 »
O certo seria...

"Prove.  :biglol:"

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Re:O fim do emprego
« Resposta #38 Online: 30 de Junho de 2017, 17:56:20 »
Isso foi noticiado em toda mídia de tecnologia no ano passado. Esse celular já foi entregue a milhares de indianos.

Offline Lorentz

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Re:O fim do emprego
« Resposta #39 Online: 30 de Junho de 2017, 18:06:37 »
Isso foi noticiado em toda mídia de tecnologia no ano passado. Esse celular já foi entregue a milhares de indianos.

É que dei uma pesquisada rápida e encontrei um texto mostrando algumas incoerências, como o fato de não ser produzido na Índia, e também de não ser lucrativo. O aparelho parece depender de subsídio, o que quebra a "magia" do capitalismo e livre-mercado.
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Re:O fim do emprego
« Resposta #40 Online: 30 de Junho de 2017, 18:23:24 »
Eu só disse que, em 2016, milhares de indianos compraram smartphone a 4 dólares de uma empresa privada. Não estou interessado se isso quebra a "magia" do capitalismo e livre-mercado.
« Última modificação: 30 de Junho de 2017, 18:25:43 por -Huxley- »

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Re:O fim do emprego
« Resposta #41 Online: 30 de Junho de 2017, 18:27:47 »
Eu só disse que, em 2016, milhares de indianos compraram smartphone a 4 dólares de uma empresa privada. Não estou interessado se isso quebra a "magia" do capitalismo e livre-mercado.

 :(
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Re:O fim do emprego
« Resposta #42 Online: 30 de Junho de 2017, 18:33:08 »
Bem, não gosto de discutir factóides num tópico com assuntos mais importantes para conversar. Prefiro discutir evidências de abundância do que evidências de "magia".

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Re:O fim do emprego
« Resposta #43 Online: 30 de Junho de 2017, 18:35:26 »
Bem, não gosto de discutir factóides num tópico com assuntos mais importantes para conversar. Prefiro discutir evidências de abundância do que evidências de "magia".

Celular subsidiado pelo governo seria evidência de abundância? iPhone é caríssimo e nos EUA pode ser obtido de graça através de planos de operadoras.
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Re:O fim do emprego
« Resposta #44 Online: 30 de Junho de 2017, 18:44:23 »
Bem, não gosto de discutir factóides num tópico com assuntos mais importantes para conversar. Prefiro discutir evidências de abundância do que evidências de "magia".

Celular subsidiado pelo governo seria evidência de abundância? iPhone é caríssimo e nos EUA pode ser obtido de graça através de planos de operadoras.

Não existe prova de que ele foi subsidiado pelo governo.

E, pelo seu critério de "grátis", existiria também "carro grátis": https://www.tiespecialistas.com.br/2010/09/como-um-carro-pode-ser-gratis-ter-sem-comprar/

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Re:O fim do emprego
« Resposta #45 Online: 30 de Junho de 2017, 19:05:42 »
O caso do Freedom 251 é controverso, eu sei, até porque ele foi vendido com prejuízo inicial para servir como "isca" para a compra de outros produtos da empresa. E, já imagino que vão questionar a qualidade desse celular, então deixe esse assunto para lá. Não vou mais mencioná-lo neste tópico.

Mas, pensem por um instante. Um país como o Vietnã é apenas 115º no IDH, mas tem 80 celulares para cada 100 habitantes (Fonte: Wikipédia).

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Re:O fim do emprego
« Resposta #46 Online: 30 de Junho de 2017, 19:31:41 »
"Ainda existem X pessoas vivendo com apenas Y dólares por dia". Uma frase como essa me fez lembrar uma citação do economista Gregory Mankiw. Ele lembra que o americano de renda mediana da atualidade tem um padrão de vida melhor, sob muitos aspectos, do que o americano mais rico da história, John Rockfeller. A questão é que as estatísticas de renda não mensuram precisamente o bem estar produzido pelas grandes invenções humanas. O preço de um bem é uma estimativa de sua utilidade marginal, mas esse utilidade marginal depende do tamanho da escassez de oferta desse bem, que por sua vez depende do seu custo marginal de produção. O mundo vem se aproximando do tempo em que seremos a sociedade do custo marginal zero ou negligível. É o progresso técnico que faz isso e a estatística de renda mensura o barato abundante como se fosse pouco valioso.
« Última modificação: 30 de Junho de 2017, 19:43:35 por -Huxley- »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O fim do emprego
« Resposta #47 Online: 30 de Junho de 2017, 19:51:36 »
Definitivamente "dinheiro por dia" é uma medida muito rudimentar de qualidade de vida, muito embora ainda assim possamos estar totalmente certos de que os que menos ganham não o fazem por vivermos aproximação do "fim do emprego", desfrutando de condições dignas de graça, mas por isso ainda ser apenas fantasia.




A concentração de abundância já existe no mundo atual. O que, no futuro, haverá, necessariamente, de tão pior em termos de concentração de abundância?

Necessariamente os recursos se tornam progressivamente mais escassos, pela física. Conflito geralmente se dá em torno da disputa por recursos. Em última instância, não existe crescimento indefinidamente sustentável.


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Re:O fim do emprego
« Resposta #48 Online: 30 de Junho de 2017, 20:17:44 »
Definitivamente "dinheiro por dia" é uma medida muito rudimentar de qualidade de vida, muito embora ainda assim possamos estar totalmente certos de que os que menos ganham não o fazem por vivermos aproximação do "fim do emprego", desfrutando de condições dignas de graça, mas por isso ainda ser apenas fantasia.

Proximidade do fim do emprego significaria preços baixos de bens essenciais, mas a precificação de salário médio não seguiria essa "baixeza". Quanto mais os preços de bens essenciais ficam baixos, maior é a pressão altista no salário real, já que o mesmo é salário nominal dividido por um índice geral de preços de bens de consumo. Sob regra de maximização de lucro em concorrência perfeita, o salário pago pelo capitalista é igual a produto marginal do trabalho, o que significa que, em países onde a tecnologia é avançada, os trabalhadores ganham relativamente bem mais do que naqueles onde o avanço técnico ainda é muito escasso. 
« Última modificação: 30 de Junho de 2017, 20:27:40 por -Huxley- »

Offline -Huxley-

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Re:O fim do emprego
« Resposta #49 Online: 30 de Junho de 2017, 20:25:10 »

Necessariamente os recursos se tornam progressivamente mais escassos, pela física. Conflito geralmente se dá em torno da disputa por recursos. Em última instância, não existe crescimento indefinidamente sustentável.


Desempenho econômico excelente é, essencialmente, alquimia. Não adianta pensar que os carros se extinguirão porque as fontes de petróleo se extinguirão. Existe tecnologia para criar carros movidos à eletricidade. E depois disso, tem outras fontes possíveis, quem sabe até energia solar captada diretamente do Sol. A história econômica da humanidade é essencialmente criar mais cada vez mais precisando de cada vez menos.
« Última modificação: 30 de Junho de 2017, 20:29:19 por -Huxley- »

 

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