Autor Tópico: A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”  (Lida 3670 vezes)

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Offline Geotecton

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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #52 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:10:26 »
Joseph, você desejar que o mundo inteiro seja de um jeito já é tentar impedir a autodeterminação das pessoas/nações.
O mundo inteiro agir por tais princípios gerais é o desejável, mas não obrigatório. Ninguém tem que obrigar nada, cada um decide por si mesmo. Tudo que foi obrigado até hoje não funcionou, coerção só produz desestabilização sistêmica.

O simples fato de resultar em mais abundância para todos sem grandes impactos ambientais. Mas também tem outros motivos que impõem mais pressão, como o aquecimento global e a sexta extinção em massa devido a destruição de ecossistemas, guerra mundial por disputa de recursos estratégicos...
Isso ainda vai dar muito pano pra manga no futuro, eu poderia até apostar... e é a sua única esperança, heh.

Não entendi.
"Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente." - Krishnamurti

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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #53 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:16:27 »
Compartilhar é fácil, o difícil é produzir.

Tanto é que 99% dos socialistas só falam em tomar o que já existe e quase nada em produzir o que ainda não existe, onde não existe. Não se fala em criar comunidades socialistas separadas onde os interessados voluntariamente adeririam a seus princípios, viveriam melhor e incentivariam mais pessoas a se juntarem à causa. Nada disso, só se fala em tomar o que é dos outros e impôr violentamente essa ideologia comprovadamente fracassada a todos.

Se todos os bens e serviços caíssem prontos do céu, eu concordaria que o compartilhamento seria justo.

Não há proposta socialista aqui, nem se fala em impor nada ou tomar o que é dos outros. Nada disto funciona.

Sobre comunidades autossustentáveis (não socialistas) visando aderência voluntária, já existem:
http://blog.movimentozeitgeist.com.br/comunidades-autossustentaveis

Já existe uma comunidade autossustentável que funciona bem. Chama-se "mundo", e todos com seu trabalho suprem as necessidades dos demais...

Entendo que a atual e histórica concentração de recursos, a pressão do desemprego tecnológico, a longa crise mundial iniciada em 2008 e que não tem previsão para terminar, o aquecimento global, a sexta extinção em massa devido a destruição de ecossistemas, bilhões de pessoas na miséria, espionagem em massa da população global, corrida armamentista... contrariam tal afirmação.
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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #54 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:19:18 »
Se Peter Joseph ( não você, caro colega forista, o Peter Joseph mesmo ) fosse médico ele seria excelente em diagnósticos mas um desastre na hora de receitar terapias.

Discorra sobre o porquê de a solução sugerida ser ruim.
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Offline Johnny Cash

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #55 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:23:07 »
Compartilhar é fácil, o difícil é produzir.

Tanto é que 99% dos socialistas só falam em tomar o que já existe e quase nada em produzir o que ainda não existe, onde não existe. Não se fala em criar comunidades socialistas separadas onde os interessados voluntariamente adeririam a seus princípios, viveriam melhor e incentivariam mais pessoas a se juntarem à causa. Nada disso, só se fala em tomar o que é dos outros e impôr violentamente essa ideologia comprovadamente fracassada a todos.

Se todos os bens e serviços caíssem prontos do céu, eu concordaria que o compartilhamento seria justo.

Não há proposta socialista aqui, nem se fala em impor nada ou tomar o que é dos outros. Nada disto funciona.

Sobre comunidades autossustentáveis (não socialistas) visando aderência voluntária, já existem:
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Entendo que a atual e histórica concentração de recursos [...] bilhões de pessoas na miséria [...]



Ainda, embora, exista miséria e diversos problemas, a sociedade de modo geral tem melhorado consistentemente.

Offline Sergiomgbr

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #56 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:28:44 »
O discurso do Peter tá parecendo daqueles jornalecos da IURD pintando um cenário sombrio e mostrando depois uma  "grande solução"; "Tragédias, aflição, agonia, desatres, depressão, olho gordo, macumba? Livre-se de todos esses males na sessão do descarrego com os 318"!!!
« Última modificação: 06 de Novembro de 2015, 11:30:46 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Lorentz

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #57 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:40:07 »
a pressão do desemprego tecnológico

Isso não existe. Desista deste argumento. Quem te ensinou isso estava errado e não entende nada.

Num mundo de 7 bilhões de pessoas e o desenvolvimento tecnológico crescendo exponencialmente, não te surpreende que o desemprego mantém taxas estáveis e até cai quando o país se moderniza?
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Offline Fabrício

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #58 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:49:18 »
O discurso do Peter tá parecendo daqueles jornalecos da IURD pintando um cenário sombrio e mostrando depois uma  "grande solução"; "Tragédias, aflição, agonia, desatres, depressão, olho gordo, macumba? Livre-se de todos esses males na sessão do descarrego com os 318"!!!

 :biglol:
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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #59 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:49:49 »
Compartilhar é fácil, o difícil é produzir.

Tanto é que 99% dos socialistas só falam em tomar o que já existe e quase nada em produzir o que ainda não existe, onde não existe. Não se fala em criar comunidades socialistas separadas onde os interessados voluntariamente adeririam a seus princípios, viveriam melhor e incentivariam mais pessoas a se juntarem à causa. Nada disso, só se fala em tomar o que é dos outros e impôr violentamente essa ideologia comprovadamente fracassada a todos.

Se todos os bens e serviços caíssem prontos do céu, eu concordaria que o compartilhamento seria justo.

Não há proposta socialista aqui, nem se fala em impor nada ou tomar o que é dos outros. Nada disto funciona.

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Entendo que a atual e histórica concentração de recursos [...] bilhões de pessoas na miséria [...]



Ainda, embora, exista miséria e diversos problemas, a sociedade de modo geral tem melhorado consistentemente.

Não está em questão negar os avanços dentro do sistema de livre mercado. Obviamente houveram. Mas o que é melhor, resolver a pobreza de uma vez (visto não se tratar de plantas, mas de seres humanos e que já temos os meios para tal) ou viver de melhoras pequenas, com retrocessos esporádicos, sempre havendo um percentual considerável de miséria, muitas vezes considerado como normal e ou inevitável?
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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #60 Online: 06 de Novembro de 2015, 11:51:52 »
O discurso do Peter tá parecendo daqueles jornalecos da IURD pintando um cenário sombrio e mostrando depois uma  "grande solução"; "Tragédias, aflição, agonia, desatres, depressão, olho gordo, macumba? Livre-se de todos esses males na sessão do descarrego com os 318"!!!

 :biglol:

Não é o meu discurso. É fato que a coisa tá degringolando. E coisas do tipo já aconteceram antes na civilização humana, sinal que podem acontecer de novo. E se temos condições de perceber que está ocorrendo novamente e podemos evitar, por que não? Isto seria prova de inteligência, certo?
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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #61 Online: 06 de Novembro de 2015, 12:04:42 »
a pressão do desemprego tecnológico

Isso não existe. Desista deste argumento. Quem te ensinou isso estava errado e não entende nada.

Num mundo de 7 bilhões de pessoas e o desenvolvimento tecnológico crescendo exponencialmente, não te surpreende que o desemprego mantém taxas estáveis e até cai quando o país se moderniza?

O relatório recente do Bank of América, que não é Marxista e acho que tem mais acesso a dados e a análises do que eu e você, não concorda com isto.
E que eu saiba os empregos no mundo estão em baixa atualmente, com a economia mundial bem capenga. Mas digamos que eu esteja equivocado nisto. E os outros pontos que eu levantei, simplesmente ignora-se?
« Última modificação: 06 de Novembro de 2015, 12:07:36 por Peter Joseph »
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Offline Johnny Cash

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #62 Online: 06 de Novembro de 2015, 12:05:56 »
Compartilhar é fácil, o difícil é produzir.

Tanto é que 99% dos socialistas só falam em tomar o que já existe e quase nada em produzir o que ainda não existe, onde não existe. Não se fala em criar comunidades socialistas separadas onde os interessados voluntariamente adeririam a seus princípios, viveriam melhor e incentivariam mais pessoas a se juntarem à causa. Nada disso, só se fala em tomar o que é dos outros e impôr violentamente essa ideologia comprovadamente fracassada a todos.

Se todos os bens e serviços caíssem prontos do céu, eu concordaria que o compartilhamento seria justo.

Não há proposta socialista aqui, nem se fala em impor nada ou tomar o que é dos outros. Nada disto funciona.

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Ainda, embora, exista miséria e diversos problemas, a sociedade de modo geral tem melhorado consistentemente.

Não está em questão negar os avanços dentro do sistema de livre mercado. Obviamente houveram. Mas o que é melhor, resolver a pobreza de uma vez (visto não se tratar de plantas, mas de seres humanos e que já temos os meios para tal) ou viver de melhoras pequenas, com retrocessos esporádicos, sempre havendo um percentual considerável de miséria, muitas vezes considerado como normal e ou inevitável?

Bom, nesse caso se considera enquanto opções: 1- Manter o trend de melhorias consistentes sociais praticamente em todos os campos* ou 2- A impossibilidade da erradicação instantânea da miséria e os problemas que vem junto com ela.

Veja, é inegável a melhoria social, a diminuição de todas as mazelas consideravelmente e, se fosse possível quantificar tudo isso e colocar num gráfico veremos que a curva se inclina cada vez mais à medida que se aproxima da modernidade. Dessa forma, considerando a idade dos homens sobre a terra, me parece até que os últimos 30 anos são uma espécie de solução instantânea ocorrendo, mesmo que não completa.

De um ponto de vista que intenciona resolver problemas, sugerir "acabar com a miséria de uma vez ao invés de tolerar retrocessos" não parece ser contribuição a solução.




*pode-se ainda argumentar sobre a questão ambiental, até defendendo que daí surgiria a ruína final, mas ainda há o lado que nos permite dizer que até nisso estamos progredindo, de alguma maneira.

Offline Jack Carver

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #63 Online: 06 de Novembro de 2015, 13:56:16 »
Parece o Brasil. Aqui você também tem uma renda mínima se conseguir se cadastrar no Bolsa Família e não tem nenhuma pressão para sair da situação, pois o benefício é tratado como vitalício. Além disso, tem os amigos do rei que ganham muito e trabalham pouco ou nada.

Agora, o Brasil está dando certo assim?
Não sei como será lá, Lorentz. Mas imagino vagamente que o abono será como se o BF aqui disponibilizasse ~2 sal. mínimos por cidadão e não uns meros trocados como é o BF*, a partir daí você decidiria o que fazer com a vida. Sem falar que o custo de vida lá é baixo, o transporte público e os demais serviços públicos são top. É aquela história: quem pode pode. Mas até quando?

Quem é que vai pagar a conta?
Por isso indaguei se vai dar certo.

*
Citação de:  link anterior.
Em algumas regiões do país, o desemprego está na casa dos 20%. Mas, para o especialista, a renda universal não necessariamente significaria toda a população ociosa. “Sempre existiram e sempre existirão pessoas que escolhem viver com muito pouco dinheiro e são felizes assim”, explica o francês. “Mas as pesquisas já feitas na França, nos Estados Unidos ou no Canadá mostraram que o número daqueles que param completamente de trabalhar é muito marginal. É preciso acabar com a fantasia em torno desse assunto: em regra geral, as pessoas querem se integrar na sociedade e, para isso, elas exercem uma atividade.”

Ainda em desenvolvimento, o programa agora estuda qual é o valor ideal para o benefício – nem muito alto, nem insuficiente para o sustento no mês. O governo da Finlândia trabalha com valores entre 400 euros (aproximadamente R$ 1.770) e 700 euros (cerca de R$ 3.100).

A população local se mostrou à favor da medida, com 80% dos votos favoráveis em pesquisas recentes. Em toda a Europa, movimentos defensores da renda universal ganham força em um momento no qual o continente lida com crise econômica e social, principalmente em função da situação dos refugiados de zonas de conflito.

“O objetivo é dar escolhas para as pessoas, sobre como elas vão trabalhar. Se elas querem trabalhar em tempo integral, em meio período, ou mudar para um trabalho que faça, de fato, sentido para elas”, afirma Nicole Teke, coordenadora internacional do Movimento Francês por uma Renda de Base (MFRB). ”O mais difícil é mudar a mentalidade das pessoas sobre esse assunto, fazer com que elas percebam que o trabalho pode ter um outro valor. É mais uma questão de mentalidade do que de economia.”

Não entendi.
Que você pode ter razão no pessimismo. Esperar pra ver.

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É interessante que nem Locke apelou para o estado para entender a origem do direito à propriedade privada.

Se certo ou errado é o que está na lei, se é tudo uma questão de positivismo jurídico, não houve problemas como o Nazismo, o Apartheid, a escravidão, foi tudo dentro da lei.
Sua frase me fez lembrar de 2 textos, de mesmo autor, que li faz algum tempo e que o forista Joseph até vai aprovar. Mesmo assim, pra quem quiser gastar um pouco a vista, vale a leitura da visão crítica.


Citação de:  Blog OUTRAS PALAVRAS
O mito do capitalismo “natural”

Por Rafael Azzi, filósofo.

O modelo capitalista de sociedade premia e estimula o comportamento individualista, utilitário e egoísta. Diversos pensadores, como o economista Alan Greespan, acreditam que tal comportamento apenas reflete a verdadeira essência da natureza humana e, portanto, não há muito a fazer a respeito. Entretanto, essa visão do ser humano foi moldada ao longo da história e, na verdade, os estudos de hoje discordam da noção de que somos  essencialmente individualistas e agressivos.

Alguns filósofos, como Thomas Hobbes, John Locke e Adam Smith, contribuíram para a consolidação da ideia de que o ser humano é, por natureza, racional, autônomo, utilitário e voltado principalmente para a satisfação egoísta de seus próprios interesses. As principais instituições políticas e econômicas que hoje moldam a sociedade foram fundadas a partir desses preceitos sobre a natureza humana.

O modelo social adotado pelos princípios capitalistas põe em cena uma perspectiva de Estado-Nação que tem como objetivo estimular as forças do livre mercado e proteger a propriedade privada. O homem é então considerado um indivíduo autônomo e racional que, ao optar por viver em sociedade, acredita que esta é a melhor forma de proteger seus próprios interesses, evitando assim um estado de selvageria natural representado pela expressão hobbesiana “guerra de todos contra todos”.

Da mesma forma que os indivíduos proclamam sua autossuficiência, os Estados são vistos na política internacional como autônomos na busca do próprio interesse. Sob tal perspectiva, as nações encontram-se em eterna batalha em busca de poder e de bens materiais. A narrativa histórica é construída a partir de uma constante dicotomia estabelecida entre Estados e indivíduos isolados, público e privado, termos ocasionalmente unidos apenas por razões de utilidade ou de lucro.

O mito do homem que sobrevive como indivíduo é difundido na literatura universal em heróis como Robinson Crusoé: o homem que consegue, sozinho, através do uso da razão, utilizar a natureza a seu favor e sobrevive sem o auxílio de outras pessoas. Porém, o que não está dito é que Crusoé é um homem adulto, que cresceu em uma sociedade complexa, na qual dependia diretamente de outras pessoas. Além disso, ele apenas aprendeu os conhecimentos necessários para a sua sobrevivência na ilha deserta através do contato com experiências de outras pessoas e outras gerações.

Essa visão filosófica, que se transformou em política, foi naturalizada por um conjunto de teorias científicas. O darwinismo social é uma interpretação estreita da teoria de Darwin aplicada à sociedade humana. Tal teoria enfatiza a ideia de que a evolução se relaciona à competição e à sobrevivência do mais forte, pondo-a em prática na sociedade humana. Dessa forma, características como individualismo, agressividade e competição seriam os agentes naturais da evolução. Argumenta-se que a competição pela sobrevivência fundamenta a evolução humana, a fim de justificar a sociedade capitalista como o modelo natural a ser adotado.

Atualmente, tal noção é considerada bastante reducionista. Já se observou, por exemplo, que não apenas a competição mas também a cooperação entre os indivíduos são fatores de extrema importância na sobrevivência de espécies sociais. Recentes estudos de sociobiologia vêm comprovando a hipótese de que o ser humano é, na verdade, um dos animais mais sociais que existe. Não é difícil comprovar esse fato: vivemos em grupos cada vez maiores, em sociedades cada vez mais complexas com indivíduos interdependentes. Temos a necessidade constante de nos sentir conectados a outras pessoas e de pertencer a um grupo, em um sentimento que remonta às ideias ancestrais de coletividade e de comunidade.

Uma descoberta biológica recente vem corroborar essa ideia. Os neurônios-espelhos fazem parte de um importante sistema cerebral que atua diretamente em nossa conexão com outros indivíduos. Esse conjunto de neurônios é mobilizado quando vemos outra pessoa fazendo algo. Pesquisadores constataram que, quando uma pessoa observa outra realizando uma ação, no cérebro do observador são estimuladas as mesmas áreas que normalmente regem a ação observada. Portanto, ao que tudo indica, nossa percepção visual inicia uma espécie de simulação ou duplicação interna dos atos de outros.

Os neurônios-espelhos são a base do aprendizado e da aquisição da linguagem humana. Mais do que isso, eles tornam fluida a fronteira entre nós e os outros; são a origem da empatia, que é a capacidade de nos colocar no lugar de outra pessoa. Pode-se dizer que, ao observar alguém sorrindo, imediatamente nos sentimos impelidos a sorrir também. Quando percebemos alguém que está em uma situação que causa dor, a reação natural é partilhar o sentimento de dor alheia.

A capacidade empática e a necessidade de fazer parte de um grupo formam as bases, por assim dizer, das religiões organizadas e do sentimento de nacionalismo. O problema é que, ao mesmo tempo em que fomentam a empatia coletiva, estas instituições limitam o sentimento empático pelos indivíduos que não fazem parte do mesmo grupo. Assim, o indivíduo que faz parte de outra ordem — seja ela uma nação, uma religião, uma etnia ou uma classe social — é considerado diferente, distante e, eventualmente, intolerável. Tais rótulos limitam a capacidade empática e impedem de ver o outro como um semelhante na partilha de sentimentos, desejos e angústias intrínsecos à natureza humana.

Um exemplo de que a empatia é natural ao ser humano é a forma como ela ocorre de maneira livre e instintiva nas crianças. Quando uma criança observa outra pessoa em situação desfavorável, como a mendicância e a falta de moradia, a primeira reação é o questionamento. Invariavelmente, as respostas que fazem uso de rótulos auxiliam a explicar a situação: “é apenas um mendigo” ou “é só um menino de rua”. Com frases assim, está-se afirmando que o outro não é alguém como nós; trata-se apenas de alguém diferente, em uma realidade distante da nossa. Portanto, ao estimular constantemente o egoísmo e o interesse individualista, a sociedade baseada no modelo atual desestimula a capacidade empática existente em cada um.

Dessa forma, pode-se afirmar que o desafio do nosso tempo é desnaturalizar o egoísmo social que foi imposto e recuperar nossa empatia natural, não apenas em relação aos grupos de pertencimento, mas sobretudo ampliada em relação a toda nossa espécie.

Citar
Onde o liberais e o Estado policial se encontram

Para John Locke, pai do liberalismo, Estado não deve promover solidariedade, mas garantir segurança e propriedade. Predomínio desta concepção ameaça, hoje, a própria democracia

Na história da humanidade, muitos filósofos se interrogaram sobre a relação entre a natureza humana e a constituição da sociedade. Aristóteles, por exemplo, acreditava que o homem é um animal político. Para ele, a organização dos indivíduos em núcleos sociais mostra-se um processo tão natural quanto o é para as formigas na natureza. Assim, por extensão, o homem apenas se realiza plenamente por meio da atividade política e da participação ativa nas decisões do Estado.

De acordo com o filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau, a natureza humana é das mais adaptáveis. O homem possui uma espécie de natureza indeterminada, moldável e maleável. Entretanto, o filósofo reconhece que existe um sentimento básico na natureza humana, compartilhado por outros primatas superiores: a compaixão. Para ele, o homem não é um animal racional, e sim um animal sensível, empático. A recente descoberta científica dos neurônios-espelho parece ter, de alguma forma, corroborado essa ideia.

O problema para Rousseau é que, devido à maleabilidade de sua essência, rapidamente o ser humano se adapta às condições da sociedade. O teórico francês argumenta que o egoísmo e o individualismo são construções modernas estimuladas pela constituição da sociedade burguesa; que, por sua vez, baseia-se na propriedade privada e nas ações justificadas pela percepção do lucro individual. Assim, esta não seria a verdadeira natureza humana, mas uma distorção provocada pela exacerbação de determinados valores sociais.

A partir da perspectiva rousseauniana, a principal função do Estado seria a de, através de políticas públicas com ênfase em educação, por exemplo, favorecer a emancipação política do cidadão para que ele possa resgatar sua empatia natural. Nesse sentido, pode-se afirmar que as noções de cidadão e de cidadania, como se conhece na atualidade, são decorrentes dessa leitura. Conceitualmente, cidadão configura alguém que atua na esfera pública ou política, com empatia para com o próximo e para com a coletividade.

De alguma forma, as ideias de Rousseau auxiliaram a construção da nossa sociedade moderna. Entretanto, o pensamento de John Locke sobre a natureza humana e o papel do Estado é o que mais encontra repercussão no mundo contemporâneo. Sua influência sobre a Constituição dos EUA é tão expressiva que, por vezes, é considerado como um “pai fundador” honorário. Suas teorias formam as bases do pensamento liberal e auxiliaram na construção da ideologia do capitalismo.

Para Locke, existem três direitos considerados naturais: a vida, a liberdade e a propriedade. Em um estado de natureza, cada indivíduo busca preservar tais direitos e, quando se sente prejudicado, atua como juiz, júri e executor dessas leis naturais. Rapidamente, essa situação desencadeia uma guerra coletiva, de todos contra todos. Na perspectiva lockeana, o Estado surge então para evitar o caos e a desorganização.

Assim, o indivíduo concorda em abrir mão de uma parcela de sua liberdade para que o Estado possa fornecer segurança e impedir uma situação conflituosa. Nesse sentido, o Estado não é considerado como algo natural ou um instrumento para desenvolvimento da empatia humana. Ao contrário, ele é considerado de forma negativa, que limita a liberdade humana, um mal necessário. Umas das consequências dessa visão é a desvalorização da atividade política. A relação entre o Estado e o indivíduo é pensada somente como uma relação de troca, uma interação comercial. O cidadão cede parte de sua liberdade; e, em troca, o Estado defende seus direitos, sua propriedade privada e seus negócios.

Em sua reflexão sobre a propriedade privada, Locke afirma que ela tem sua origem no trabalho sobre o bem comum. Através do trabalho, o homem torna-se dono por direito “natural” daquilo que antes era comum, de todos. Esse tipo de argumentação forneceu, por exemplo, a justificava para a tomada das terras dos povos nativos pelos colonizadores americanos. As comunidades de povos nativos possuíam outro tipo de relação com a terra considerada de uso comum, desconhecendo o conceito de propriedade privada. Na interpretação dos colonos, tal fato permitia a invasão e a tomada das terras indígenas. Talvez esse ponto de vista também explique por que aqui, no Brasil, líderes extrativistas e índios com uma concepção coletiva e conservacionista do uso da terra são mortos a todo o momento por grileiros e fazendeiros.

Além disso, nesse sentido, a apropriação e a exploração da natureza tornam-se ações não apenas possíveis, mas constituintes do objetivo “natural” do homem. A relação de posse e a exploração da natureza nascem dessa concepção. Diversas empresas, como a Monsanto – que, por exemplo, solicitou e conseguiu a patente do cultivo convencional de brócolis – seguem esse paradigma, buscando o lucro pela privatização do que é de uso comum.

Analisar os escritos de Locke sobre indivíduos pobres também pode auxiliar a entender a sua contribuição no estabelecimento de um tipo de visão política contemporânea. Para o filósofo inglês, os desfavorecidos necessitam ser controlados e disciplinados. Como solução para a questão da miséria, Locke defende o estabelecimento de um conjunto especial de leis que vão da coerção à punição para os mais pobres. Este tipo de pensamento parece salientar que os mais pobres nunca serão totalmente incorporados à sociedade, a não ser como força de trabalho a ser devidamente explorada.

A ideia de “Estado mínimo” se mostra, da mesma forma, um desdobramento das noções apresentadas por Locke. De acordo com os teóricos do Estado mínimo, a única função do Estado é defender os direitos individuais e a propriedade privada. O problema com tal ponto de vista é que a função do Estado, de dar segurança à propriedade privada, pode rapidamente se tornar hipertrofiada. O Estado, então, passa a atuar como um braço armado dos negócios. Essa é a tese defendida por um major-general do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos chamado Smedley Butler, um dos marines mais condecorados da história americana. Em seu texto War is a Racket (de 1935), o major afirma que todas as guerras dos EUA, no período em que ele atuou, foram motivadas simplesmente pela defesa dos interesses comerciais de empresas, indústrias e banqueiros.

Considerar o Estado simplesmente como promotor da segurança pode também fomentar políticas militaristas, repressivas e agressivas dentro da própria sociedade. Temas complexos que poderiam ser tratados como assuntos de saúde pública ou de educação passam exclusivamente para a pauta da segurança pública. Tal quadro permite que o Estado liberal se transforme em um Estado policial. Essa perspectiva desfaz a possível contradição que reside no fato de um dos países economicamente mais liberais do mundo apresentar uma das maiores taxas de presos por habitante, além de produzir o maior esquema de espionagem de civis já visto.

Sob esta mesma ótica, é possível analisar, por exemplo, o modo como foi conduzido o recente processo de pacificação das comunidades da cidade do Rio de Janeiro. A ocupação policial das favelas e a instalação das “Unidades de Polícia Pacificadora” (UPPs) são um projeto que se integra aos grandes empreendimentos urbanos voltados para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas e a valorização do mercado imobiliário carioca. A presença do Estado nestas localidades parece se circunscrever a uma estratégia de rígido controle do território, não visando a ações ou políticas efetivas de promoção de direitos básicos como saúde, educação ou saneamento, mas a garantir a proteção do capital. Enquanto dentro das comunidades são frequentes as denúncias de abusos e violência por parte da Polícia Militar – a única parcela do Estado que efetivamente ali está presente – nos bairros próximos aumenta a especulação imobiliária.

Assim, a concepção sobre o homem se mostra um reflexo da perspectiva sobre a função do Estado. De acordo com as ideias desenvolvidas por Locke, os indivíduos convivem como inimigos em potencial, que se unem apenas pelo interesse egoísta. Dessa forma, um Estado construído sobre essas bases logo caminha para o caminho da repressão, da militarização e do policiamento ostensivo. É possível que este seja o momento de repensar a interação entre os indivíduos e o Estado, de maneira que o estímulo ao diálogo conduza à esfera da cooperação entre as pessoas, pondo em prática, finalmente, a natureza empática do ser humano, até então adormecida.

Trecho de um comentário a respeito:
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O fato de Locke ter acertos não o exime dos erros ou dos limites de aplicação de suas ideias.
É necessário hoje parar de pensar Rousseu X Locke, Capitalismo X Socialismo, Direita X Esquerda, etc, e, como o autor sugere, repensar a interação entre os indivíduos e o Estado e quem sabe criar novas ferramentas de transformação da sociedade.

« Última modificação: 06 de Novembro de 2015, 14:02:41 por Jack Carver »
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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #64 Online: 06 de Novembro de 2015, 14:14:28 »
Realmente me espanta, com tantos estudos e dados acessíveis hoje em dia, que alguém com certo nível de cultura ainda possa achar que exista uma natureza humana pré determinada, inflexível e indiferente ao meio. Apoiar isto é desconhecer totalmente os estudos que abordam o tema.
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Offline Jack Carver

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #66 Online: 06 de Novembro de 2015, 14:28:50 »
O Estado é uma ferramenta para se manter artificialmente em funcionamento economias insustentáveis/anti naturais. Sistemas monetários, incluindo o capitalismo, dependem totalmente do Estado para existir, sem ele o sistema econômico simplesmente desmorona numa guerra de todos contra todos, por ser insustentável (baseado em valores sem fundamento na realidade natural). Por isto o Estado usa de "remendos" que chamamos de leis e de coerção (polícia, forças armadas) para manter a coisa toda funcionando de forma capenga e na marra. Uma economia de verdade, que mimetiza a natureza em seu funcionamento, não precisa de Estado.

Por isto é bobagem esta história de se eliminar o Estado para que o capitalismo de fato exista. Se isto for feito, o capitalismo simplesmente implode. Diante disto, esta velha ideia dualista e obsoleta de se ver a realidade: direta x esquerda, socialismo x capitalismo, Estado x mercado... deve ser superada se quisermos de fato progredir o paradigma civilizacional.
« Última modificação: 06 de Novembro de 2015, 14:31:55 por Peter Joseph »
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Offline Geotecton

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #67 Online: 06 de Novembro de 2015, 15:02:50 »
O Estado é uma ferramenta para se manter artificialmente em funcionamento economias insustentáveis/anti naturais. Sistemas monetários, incluindo o capitalismo, dependem totalmente do Estado para existir, sem ele o sistema econômico simplesmente desmorona numa guerra de todos contra todos, por ser insustentável (baseado em valores sem fundamento na realidade natural).

A "realidade natural" é uma convivência entre espécies e espécimens da mesma espécie que disputam recursos e espaços vitais, que ora se acomodam e ora competem de forma acirrada.

A civilização é justamente um avanço no sentido de eliminar ou conter ou disciplinar tais ímpetos.


Uma economia de verdade, que mimetiza a natureza em seu funcionamento, não precisa de Estado.
[...]

Não há como uma economia mimetizar a natureza sem a sociedade fazê-lo. Sendo a natureza 'um campo com batalhas contínuas com pequenos intervalos de serenidade', como fica a sua sociedade utópica?

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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #68 Online: 06 de Novembro de 2015, 15:09:52 »
Tomemos por exemplo o livre mercado. Ele é anti natural pois se baseia em valores sem fundamento na realidade. Por exemplo, ele é totalmente construído sobre o principio de que somos egoístas e competitivos por natureza, sendo uma parte imutável da natureza humana. Isto aplicado na prática ajuda a produzir esta insustentabilidade social e ecológica que vemos. Mas ocorre que não é este o caso (natureza humana inflexivel e pré determinada). Tal ideia é baseada no senso comum subjetivo de homens que viveram há alguns séculos atrás. O conhecimento moderno nos mostra que não é assim que funciona. A natureza e o ser humano, que é parte dela, variam conforme os estímulos externos/ambientais. É só um exemplo de muitos.
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Offline Johnny Cash

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #69 Online: 06 de Novembro de 2015, 15:18:52 »
Tomemos por exemplo o livre mercado. Ele é anti natural pois se baseia em valores sem fundamento na realidade. Por exemplo, ele é totalmente construído sobre o principio de que somos egoístas e competitivos por natureza, sendo uma parte imutável da natureza humana. Isto aplicado na prática ajuda a produzir esta insustentabilidade social e ecológica que vemos. [...]

Cara, você não está lendo as respostas que recebe, né?

A modernidade é a melhor época da história, socialmente falando. O trend de melhoria é constante.


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Offline Brienne of Tarth

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #70 Online: 06 de Novembro de 2015, 15:20:46 »
Claro, claro, muito melhor era no tempo das guildas...

Estava pensando nisso ontem: eu quero um porco, e pra isso estou disposta a trocar 7 galinhas por ele, mas o dono do porco não quer minhas galinhas, pois já tem muitas, e eu não tenho mais nada para trocar. "Comofas"?
GNOSE

Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #71 Online: 06 de Novembro de 2015, 15:23:43 »
Tomemos por exemplo o livre mercado. Ele é anti natural pois se baseia em valores sem fundamento na realidade. Por exemplo, ele é totalmente construído sobre o principio de que somos egoístas e competitivos por natureza, sendo uma parte imutável da natureza humana. Isto aplicado na prática ajuda a produzir esta insustentabilidade social e ecológica que vemos. [...]

Cara, você não está lendo as respostas que recebe, né?

A modernidade é a melhor época da história, socialmente falando. O trend de melhoria é constante.

E eu concordei com você nisto. Mas ocorre que "melhor que antes" não é o mesmo que "bom" ou "o melhor que podemos". E o fato de vivermos melhor (nem todos) que no Feudalismo, não significa que o sistema não vai ferrar com o nosso habitat e por consequência com a civilização.

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Offline Peter Joseph

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #72 Online: 06 de Novembro de 2015, 15:24:52 »
Claro, claro, muito melhor era no tempo das guildas...


O pessoal aqui adora um espantalho, já percebi.
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Offline Jurubeba

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #73 Online: 06 de Novembro de 2015, 15:38:16 »
Hummm... acho que alguém aqui assistiu Zeitgeist e se encantou sobremaneira com o terceiro filme.

Saudações

Offline Johnny Cash

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Re:A idéia, contraditória e ineficiente, de “Propriedade”
« Resposta #74 Online: 06 de Novembro de 2015, 18:15:43 »
O Declínio do Wellfare State
Será que vai dar certo nesse país?

Na Finlândia, só trabalhará quem quiser a partir do ano que vem

Parece o Brasil. Aqui você também tem uma renda mínima se conseguir se cadastrar no Bolsa Família e não tem nenhuma pressão para sair da situação, pois o benefício é tratado como vitalício. Além disso, tem os amigos do rei que ganham muito e trabalham pouco ou nada.

Agora, o Brasil está dando certo assim?

Para que seja vitalício, depende de recadastramento periódico. E sério que "não há pressão" para largar de viver com até R$70 per capita mais até R$ 200,00*  para todo mundo?


* e talvez mais uns trocadinhos ou balinhas do "Brasil Carinhoso", na medida exata para te deixar um real acima da linha da miséria.

A comparação do esquema da Finlândia com o Brasil serve, mas foi feita com o objeto errado, bolsa família. Ela seria acertada se tivesse enquanto objeto comparativo o funcionalismo público brasileiro.

 

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