Mas isso será quase sempre a regra. Conseguir trabalhar no que se gosta para viver é um luxo das gerações mais recentes, possibilitado pela riqueza acumulada da sociedade que enriqueceu com as pessoas trabalhando no que fosse mais oportuno para sobreviver e acumular riquezas. Prover e lazer eram coisas mais separadas, e não havia tanto a busca de um "significado maior" na atividade profissional, "prover" já era esse significado maior.
A competição entre empresas pode ser "selvagem" entre elas, mas a tendência é que seja benéfica ao consumidor, mesmo que acabe resultando na falência de algumas. Então esse ponto não não conduz a "repensar o capitalismo" e coisas do tipo. Na verdade preocupação maior deve ser se as empresas não competem, mas colaboram entre si na forma de cartéis.
Neste lado da moeda(empresas disputando o consumidor entre si) observado muito na propaganda liberal, não se conduz a repensar o capitalismo(de estado), verdade, mas as consequências geradas pelo acirramento da competitividade e diminuição dos direitos trabalhistas, da concentração de renda e o que esperamos de uma consciência social mais harmônica, implica sim.
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Por que o apego às religiões ainda é grande? Será porque as pessoas procuram uma "fuga", uma explicação à sua enfadonha rotina?]
Com certeza, cartéis e
dumping.
Acho que esse "descarte", ou, o problema resultante dele, só poderia ser evitado se houvesse reservas financeiras para suportar os "salários" dessas pessoas mesmo quando o seu trabalho deixa de ter demanda. A solução me parece ser uma só: se economizar/investir para o inverno. Isso poderia ser feito pelo próprio indivíduo, ou, em teoria, coordenado pelo governo, para aqueles que acreditam que o que eles decidem é sempre o melhor. Essas coisas não são nem mutuamente excludentes, idealmente as pessoas poderiam ter liberdade de deixar por conta do governo ou de quem mais optassem.
Num mundo de inflação, isso beira o impossível para a esmagadora maioria, principalmente aqui, rs.
Para amenizar, o próprio indivíduo teria que evitar ter filhos se quisesse melhor compatibilizar o salário a sua qualidade de vida - imputando aqui a lógica de quanto maior o desejo de consumir, maior deverá ser o seu empenho p/ o trabalho. Mas isso já implicaria em crise futura para a necessária mão-de-obra que exige o capitalismo.
Beirando ao pedantismo, mas na verdade é mais fácil/acessível trabalhar com outras coisas além de subisistência. A produção industrial de alimentos barateia imensamente em comparação, e o trabalho de fazenda não é moleza em que qualquer um que se veja desempregado consegue se adaptar e prosperar. Até mesmo gente mais rica que investe nessa idéia romântica de virar fazendeiro quebra a cara. A maior parte dos trabalhadores "rurais" do MST, nunca foram trabalhadores rurais, mas lhes foi vendida essa idéia.
Administrar uma fazenda é pica, mas imagine um quintal com uma plantação pequena para usufruir do básico(feijão, arroz, batata, frutas, por ex.). E mesmo para evitar a superpopulação dos grandes centros, essas pessoas até poderiam ser aconselhadas a retornar a viver no interior. Mas, convenhamos, visto a realidade esse é um caminho sem volta.
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PS: No mundo todo o desperdício de alimentos é inacreditável].
O trabalhador da cidade precisa entender que é necessário ter mais de uma habilidade profissional já visando os períodos de recessão. Eu vejo esse pessoal que trabalha nas indústrias de grandes pólos, quando vemos a notícia de que vai haver milhares de cortes nos postos de trabalho, o que eles vão fazer? Daí entra o governo pra tentar mediar. O sujeito precisa ser educado a ter várias experiências e não apenas saber montar carro ou atender cliente em loja. Eu culpo também o Estado por manter a cultura do
Status Quo."Através", significando, "passando por cima/através" do estado, ou seja, "apesar" dele?
Sim, vide a crise de 2008, onde o Estado(norte-americano) foi forçado a salvar certas megacorporações, principalmente bancárias.
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O tópico de tema Fábrica vai trocar 90% dos trabalhadores por robôs tem a ver com esse.]