E quais benesses? Quais salários? Vocês falam como se o funcionalismo fosse algo homogêneo, o que não é. Existe diferença entre os entes, entre os poderes, entre órgãos e entidades. O que você não considera justo, especificamente?
É claro que não é uma situação homogênea porque há milhares de entes federativos, cada um com dezenas de autarquias e repartições, muitas delas com regras específicas de remuneração.
O que eu não considero justo?
Vou citar apenas um exemplo: A minha esposa trabalha no turno da manhã na prefeitura local e na parte da tarde em um dos componentes do 'sistema S', ambas como odontóloga. Até 2009 (ou 2010, não me lembro com precisão) os salários eram semelhantes nos respectivos empregos. Então houve uma greve do setor de saúde da prefeitura, que foi comandada pelo respectivo sindicato 'barnabé', na qual a principal exigência foi a dos salários passarem a ser reajustados por um índice simplesmente exorbitante.
O prefeito daquela época (subproduto e aliado do atual governador) cedeu integralmente às chantagens, digo, pedidos, dos 'barnabés'. Hoje o salário de minha esposa na prefeitura é mais do que o dobro do outro emprego, mesmo sem ela ter agregado nenhum valor ao serviço e sem ter melhorado o rendimento e a eficiência (continua atendendo o mesmo número de pacientes por hora).
Eu preciso discorrer sobre as implicações econômico-financeiras disto, incluindo o impacto nas contas públicas do município e sobre a injustiça com a população que paga a 'festa'?
P.S. 1
Eu conheço pelo menos mais uma centena de casos análogos ao da minha esposa.
P.S. 2
Substituí os nomes dos empregadores para evitar qualquer retaliação do sindicato dos 'barnabés' ou da prefeitura contra a minha esposa.