Autor Tópico: Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua  (Lida 5701 vezes)

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Offline _Juca_

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #25 Online: 13 de Janeiro de 2016, 11:10:25 »
Concorda ou discorda com o que?

Não, não entendi o que escreveu. Apenas parece sugerir que um estudo mais aprofundado das culturas africanas ou americanas indígenas é necessário para se entender a Bahia. Vou aguardar sua resposta ao Geotecton quanto a isso.

Então, não entendeu e ainda assim ironizou... O Geo falou que a cultura africana não se compara em influência com a europeia, bastava conhecer Salvador e a Bahia para saber que essa relativização não corresponde desse modo, porque lá é nítido e notório como os africanos influenciaram de forma significativa a cultura no Brasil.


Offline Geotecton

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #27 Online: 13 de Janeiro de 2016, 11:22:50 »
Concorda ou discorda com o que?

Não, não entendi o que escreveu. Apenas parece sugerir que um estudo mais aprofundado das culturas africanas ou americanas indígenas é necessário para se entender a Bahia. Vou aguardar sua resposta ao Geotecton quanto a isso.

Então, não entendeu e ainda assim ironizou... O Geo falou que a cultura africana não se compara em influência com a europeia, bastava conhecer Salvador e a Bahia para saber que essa relativização não corresponde desse modo, porque lá é nítido e notório como os africanos influenciaram de forma significativa a cultura no Brasil.

E, ao que parece, você também não entendeu (ou não leu) o que eu escrevi.

Eu não afirmei que a influência cultural africana não foi importante. Basta ler, neste trecho de uma postagem direcionada ao Derfel, a parte negritada:

E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

Sim, sem dúvida.

Eu escrevi algo afirmando o contrário?


A cultura brasileira é uma vertente da europeia (como qualquer outra da civilização ocidental), mas não se pode desprezar as muitas contribuições daqueles povos e nem deixar de estudar algo que faz parte da identidade nacional.
O 'eixo central' de formação do estado brasileiro é europeu como democracia, voto, república, constituição, atribuição de poderes, federalismo e demais aspectos. Não há o que discutir e nem o que contextualizar.

A nação brasileira, por sua vez, tem importantes contribuições de diferentes povos de diferentes continentes, incluindo o africano e o asiático. Aspectos do idioma, da música e da culinária são exemplos conspícuos.

O que eu afirmei - e re-afirmo - é que na formação do estado brasileiro a contribuição de africanos e asiáticos foi senão nula, muito pequena. Eis o trecho que afirmo isto:

O 'eixo central' de formação do estado brasileiro é europeu como democracia, voto, república, constituição, atribuição de poderes, federalismo e demais aspectos. Não há o que discutir e nem o que contextualizar.

Agora você pode demonstrar que a minha afirmação está errada, por favor?

Foto USGS

Offline _Juca_

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #28 Online: 13 de Janeiro de 2016, 12:08:28 »
Concorda ou discorda com o que?

Não, não entendi o que escreveu. Apenas parece sugerir que um estudo mais aprofundado das culturas africanas ou americanas indígenas é necessário para se entender a Bahia. Vou aguardar sua resposta ao Geotecton quanto a isso.

Então, não entendeu e ainda assim ironizou... O Geo falou que a cultura africana não se compara em influência com a europeia, bastava conhecer Salvador e a Bahia para saber que essa relativização não corresponde desse modo, porque lá é nítido e notório como os africanos influenciaram de forma significativa a cultura no Brasil.

E, ao que parece, você também não entendeu (ou não leu) o que eu escrevi.

Eu não afirmei que a influência cultural africana não foi importante. Basta ler, neste trecho de uma postagem direcionada ao Derfel, a parte negritada:

E, gostando ou não, povos indígenas e africanos fazem parte da formação do Brasil, tanto demograficamente quanto culturalmente.

Sim, sem dúvida.

Eu escrevi algo afirmando o contrário?


A cultura brasileira é uma vertente da europeia (como qualquer outra da civilização ocidental), mas não se pode desprezar as muitas contribuições daqueles povos e nem deixar de estudar algo que faz parte da identidade nacional.
O 'eixo central' de formação do estado brasileiro é europeu como democracia, voto, república, constituição, atribuição de poderes, federalismo e demais aspectos. Não há o que discutir e nem o que contextualizar.

A nação brasileira, por sua vez, tem importantes contribuições de diferentes povos de diferentes continentes, incluindo o africano e o asiático. Aspectos do idioma, da música e da culinária são exemplos conspícuos.

O que eu afirmei - e re-afirmo - é que na formação do estado brasileiro a contribuição de africanos e asiáticos foi senão nula, muito pequena. Eis o trecho que afirmo isto:

O 'eixo central' de formação do estado brasileiro é europeu como democracia, voto, república, constituição, atribuição de poderes, federalismo e demais aspectos. Não há o que discutir e nem o que contextualizar.

Agora você pode demonstrar que a minha afirmação está errada, por favor?


:vergonha:
Ah sim, a confusão foi minha, perdão ao dois. Mas pra mim a contrução do estado moderno brasileiro tem mais influência vinda diretamente dos EUA do propriamente da Europa.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #29 Online: 13 de Janeiro de 2016, 12:31:14 »
Curiosidade, os quilombos têm algum tipo de "soberania" análoga às áreas indígenas?

A "soberania" dos territórios indígenas significa que eles poderiam fazer como os índios americanos, e abrir cassinos? :hein:

Offline Diegojaf

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #30 Online: 13 de Janeiro de 2016, 12:33:02 »
Curiosidade, os quilombos têm algum tipo de "soberania" análoga às áreas indígenas?

A "soberania" dos territórios indígenas significa que eles poderiam fazer como os índios americanos, e abrir cassinos? :hein:

Não e não. Quanto ao segundo, é mais uma questão de autonomia em determinadas questões, mas nada absoluto.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #31 Online: 13 de Janeiro de 2016, 14:15:40 »
Fonte que vê comunista até debaixo da cama. Veja em outras fontes, entre no site do MEC, baixe o programa e leia todo e não apenas o sumário e depois tire suas próprias conclusões. Aproveite e veja como é feita a proposta e vai ver que não é do PT. Durante o ano todo as escolas do país têm se reunido com os seus professores que estão apresentado as propostas e ementas. A proposta atual que se encontra no site é de outubro e está aberta para consulta pública no próprio site. Foi noticiado isso em vários lugares, inclusive no Globo. E, por fim, só responde por 60% do currículo,  o restante é definido por estados e municípios.

http://basenacionalcomum.mec.gov.br
http://m.oglobo.globo.com/sociedade/educacao/mec-vai-propor-reforma-curricular-do-ensino-medio-5813672
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/mec-lanca-curriculo-unico-para-a-educacao-basica/
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/09/escolas-devem-ter-60-do-conteudo-curricular-padronizado-diz-mec.html

A proposta é claramente "progressista" e está em alinhamento com a questão da revolução cultural. O conteúdo é BIZARRO!

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #32 Online: 13 de Janeiro de 2016, 14:18:04 »
Logo no início do vídeo fala que é uma estratégia de doutrinação do PT. E não está se diminuindo a importância da Europa, veja o programa. Não somente foca Portugal como também os movimentos da Europa que contribuíram para a formação nacional. Existe todo um eixo que é o mundo europeu e asiático. Além disso, é estudada as civilizações ocidentais que deram origem a cultura ocidental.

A doutrinação não e "do PT", ela é de toda a esquerda Brasileira! Que domina, faz tempo, a educação.

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #33 Online: 13 de Janeiro de 2016, 14:19:48 »










 :)Repita comigo...Doutrinação na educação, isso NO ECXISTE!!!

Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #34 Online: 13 de Janeiro de 2016, 14:53:01 »
No programa disponível se tem os objetivos que querem ser alcançados.

Já o livro Nova História Crítica está colocado no post que coloquei.

Por fim, a consulta pública está aberta até março. Você pode fazer as sugestões até lá. Ajé mesmo uma campanha para mudança do projeto ou algo assim.

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #35 Online: 13 de Janeiro de 2016, 14:59:02 »
Com certeza!! Já temos idiotas demais saindo dos colégios, acreditando em Papai Noel. Isso é um dever cívico nosso!

 

Offline Barata Tenno

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #36 Online: 13 de Janeiro de 2016, 16:33:09 »
Acho tão legal isso de chamar de idiota quem tem ideologias opostas. Tão educado, sensato, gentil.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Lorentz

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #37 Online: 13 de Janeiro de 2016, 16:44:08 »
Acho tão legal isso de chamar de idiota quem tem ideologias opostas. Tão educado, sensato, gentil.

Não saber o próprio idioma, matemática e história mundial é uma ideologia oposta?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #38 Online: 13 de Janeiro de 2016, 17:22:48 »
Acho tão legal isso de chamar de idiota quem tem ideologias opostas. Tão educado, sensato, gentil.

Cara, quem atualmente sai da escola, acreditando no socialismo marxista já ultrapassou a idiotice! E é esse tipo de doutrinação que é feita nas escolas!

A filosofia de Marx e a sua economia já foram refutadas pela história e por filósofos ja´faz muito tempo! Isso Já virou religião.

« Última modificação: 13 de Janeiro de 2016, 17:24:56 por Feliperj »

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #39 Online: 13 de Janeiro de 2016, 17:23:53 »
Acho tão legal isso de chamar de idiota quem tem ideologias opostas. Tão educado, sensato, gentil.

Não saber o próprio idioma, matemática e história mundial é uma ideologia oposta?

E ainda tem esse outro "pequeno" detalhe.

Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #40 Online: 13 de Janeiro de 2016, 17:39:32 »
Eu sugiro ler a proposta e colocar aqui o que você não concorda para se iniciar a discussão. Se se parte do pressuposto de que está errado e não está se ensinando nada apenas doutrinando sem ler as propostas então não tem como se estabelecer um debate.

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #41 Online: 13 de Janeiro de 2016, 17:56:23 »
Derfel,

Que nosso sistema não ensina nada,  os resultados que temos tido nas provas internacionais já são evidências. Não precisamos nem discutir a proposta, para chegarmos a essa conclusão.

O objetivo do meu post foi Denunciar esse avanço doutrinário, principalmente na disciplina de História, como o Villa expôs bem.

A coisa foi tão feia, que o ministro negou que ele tivesse assinado isso, como o Lula quando falou que assinou sem ler o nefasto PNDH3, criado pela nossa querida presidANTA!

Mas Ok. Mesmo considerando o Villa uma fonte muito confiável, vou ler para debatermos.

Abs
Felipe

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #42 Online: 13 de Janeiro de 2016, 18:15:59 »
Em comentários que vi sobre isso em site noticiário um cara deu um jeito de enfiar ateísmo no meio, meio que sugerindo que fosse parte também de toda a agenda petista-marxista. Só a tonalidade era mais de carolinha do que de olavete.

Offline Derfel

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #43 Online: 13 de Janeiro de 2016, 20:04:21 »
Derfel,

Que nosso sistema não ensina nada,  os resultados que temos tido nas provas internacionais já são evidências. Não precisamos nem discutir a proposta, para chegarmos a essa conclusão.

O objetivo do meu post foi Denunciar esse avanço doutrinário, principalmente na disciplina de História, como o Villa expôs bem.

A coisa foi tão feia, que o ministro negou que ele tivesse assinado isso, como o Lula quando falou que assinou sem ler o nefasto PNDH3, criado pela nossa querida presidANTA!

Mas Ok. Mesmo considerando o Villa uma fonte muito confiável, vou ler para debatermos.

Abs
Felipe

Mas veja, você está denunciando algo que não leu e não conhece se baseando em senso comum e na opinião de uma pessoa.

Offline Feliperj

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #44 Online: 13 de Janeiro de 2016, 20:19:59 »
Concordo, estou! Pois estou confiando na fonte (e na capacidade já demonstrada desse governo, com as diversas denuncias de doutrinação em colégio, questões do ENEM, PNDH3, etc em fazer esse tipo de coisa). Além disso, minha irmã leu e confirmou o absurdo relatado pelo Villa, com relação à disciplina de História.

Mas como falei, vou ler.

Abs

Offline MarceliNNNN

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #45 Online: 14 de Janeiro de 2016, 21:26:44 »
Na disciplina de História, o MEC está simplesmente ignorando a Idade Antiga, Medieval e Moderna. Nas outras eu não sei. Os estudantes sairão mais burros ainda.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #46 Online: 15 de Janeiro de 2016, 07:51:55 »
A história eurocentrista burguesa tem como estratégia supremacista simplesmente atropelar a cultura de outros povos, rotulando sua a história como uma "mitologia" de povos ignorantes, primitivos, selvagens.

Offline Johnny Cash

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #47 Online: 15 de Janeiro de 2016, 08:01:55 »
Isso não é lá muita mentira.

Bom... complicado...

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #48 Online: 15 de Janeiro de 2016, 08:10:26 »
Ironicamente, as próprias teorias eurocentristas-cientificistas como de "muitos mundos" e "princípio da incerteza", permitem a coexistência real de diversas narrativas divergentes sobre os "fatos" históricos ou científicos.





É impressionante como profissionais da educação adoram Paulo Freire e sua teoria de uma educação que leve em conta o universo socio-cultural do aluno. O fato é que estes chamam qualquer ignorância ou deficiência cognitiva de diferenças sócio-culturais que devem ser respeitadas.
Por exemplo, um pedagogo entrevista um professorzinho de matemática de uma escola na zona rural, pede para ele definir "área". Este responde que é a medição da terra. Eles então escrevem artigos defendendo que em zonas rurais, o ensino de geometria deve ser voltada para a agrimensura. Mas custava simplesmente dizer ao cara: "área é o quanto uma figura ocupa uma superfície"?

Eu estava a ler um artigo de uma edição especial da Scientific American: Etnomatemática. Em meio a ótimos artigos como o sistema numérico maia e a resolução de problemas geométricos no Japão medieval, havia um escrito por um brasileiro: Eduardo Sebastiani Ferreira (pesquisador colaborador do Núcleo Interdisciplinar de Matemática da Unicamp), no qual ele descrevia sua experiência em aldeias indígenas. Ele descreve que uma vez ficou impressionado com um índio que pescava com arco e flecha, levando em conta a refração da água: o peixe parecia estar em um lugar e o índio disparava em outro. Ao perguntar ao índio sobre como ele sabia onde atirar, este respondeu "os olhos da gente estão errados". Por algum motivo o Eduardo achou o caso digno de nota, e levou a discussão para um grupo de estudos no Instituto de Artes. O que segue depois é uma das coisas mais ridículas que já vi um relativista dizer.

Citação de: Eduardo Sebastiani Ferreira
...a análise que fizemos para mim foi conclusiva. Somos de uma cultura judaico-cristã, na qual existe a crença de que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus - ser perfeito -, portanto não admitimos que podemos ter algo errado com o corpo. Para responder ao fenômeno da refração inventamos uma lei física, e com este pressuposto criamos toda nossa ciência.


Chamar a análise de "conclusiva" foi a cereja do bolo. Para esta gente tudo é relativo, menos suas elocubrações falaciosas.
O mínimo que poderia se esperar de alguém que seja pesquisador colaborador do Núcleo Interdisciplinar de Matemática é que conheça um pouco sobre a História da disciplina, incluindo alguns fatos tais como que Euclides e Arquimedes já estudavam o fenômeno da refração séculos antes de cristo. Talvez seja muito esperar que alguém em um grupo do Instituto de Artes saiba algum fato da história da filosofia, tal como que cristãos como Descartes admitiam as falhas nos sentidos e as estudavam.
Certamente é muito esperar que alguém cujo o cérebro atrofiou de tanto ler Paulo Freire lembre que o conhecimento do fenômeno da refração nos permite construir desde microscópios e telescópios até os óculos que o Paulo Freire usava.

Offline Gabarito

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Re:Reformulação Curricular do MEC - E a Bovinização Continua
« Resposta #49 Online: 15 de Janeiro de 2016, 10:46:26 »
Citar
A farsa da consulta pública
Estadão - Editorial

15 Janeiro 2016 | 03h 01

A consulta pública da proposta de uma Base Nacional Comum Curricular (BNC), que é prevista pelo Plano Nacional de Educação, converteu-se em mais uma entre as inúmeras confusões políticas e administrativas do governo da presidente Dilma Rousseff.

O projeto foi elaborado no ano passado por especialistas cujos nomes estranhamente não foram divulgados à época pelo Ministério da Educação (MEC). E, apesar de os dirigentes do órgão terem afirmado que já receberam quase 10 milhões de sugestões, por meio de mensagens eletrônicas, até agora não divulgaram os critérios pelos quais elas são examinadas e consideradas. Ou seja, não esclareceram se essas sugestões estão sendo aceitas ou recusadas. Como não há um confronto público de opiniões e ideias, torna-se assim impossível saber se as sugestões endossam ou rejeitam as linhas mestras da minuta da BNC. Especialistas em educação classificam como “buraco negro” o recebimento e o arquivamento das opiniões de quem imaginou que a consulta aberta pelo MEC tivesse um mínimo de seriedade.

Os esclarecimentos sobre os critérios de como quase 10 milhões de sugestões têm sido processadas são fundamentais para o futuro do sistema educacional. Entre outros motivos, por causa das graves falhas na minuta da BNC divulgada pelo MEC. O texto não oferece informações óbvias sobre para que deve servir a escola, quem deve definir os conteúdos e os critérios para a elaboração de um currículo. Mas prima pelo apego a modismos pedagógicos e pelo abuso de jargões lulopetistas.

As falhas estruturais e o enviesamento ideológico da minuta da BNC não se concentram só na área de história, onde os responsáveis pelo texto desprezaram os fundamentos da civilização europeia para privilegiar a história africana e ameríndia, como modo de valorizar o tema da escravidão de negros e indígenas. Também há falhas graves em outras áreas. Em língua portuguesa, por exemplo, não há definição clara sobre a complexidade dos textos que os alunos de cada etapa deverão conseguir ler e entender. A proposta também não estipula objetivos precisos a serem atingidos nem prevê dificuldades que os alunos têm de superar, levando em conta variáveis como número de páginas de livros e tipo de construção. E, mais grave, prevê gramática no currículo só a partir do 3.º ano do ensino fundamental.

“O que se espera do texto narrativo do aluno brasileiro do 9.º ano é muito parecido ao que o currículo dos Estados Unidos exige de estudantes do 5.º ano”, diz a pesquisadora Paula Louzano, da Faculdade de Educação da USP. “O que se vê são aprendizados desconectados. Por causa da cortina de fumaça ideológica, não há conceitos objetivos, tais como no currículo francês, que determina o modelo de parágrafo que o aluno deve ler em um minuto para a verificação de fluência. Falar nisso aqui é pedir para ser chamado de fascista”, afirma Ilona Becskeházy, mestre em educação pela USP.

Na área de matemática, a minuta da BNC estabelece que o conceito de fração será ensinado apenas no 4.º ano do ensino fundamental, o que é considerado tardio pelos especialistas. Eles recomendam o contato com o tema já na pré-escola. “O estudo da ideia da parte pelo todo (a fração) é fundamental. Entrar neste conteúdo tardiamente cria uma dificuldade imensa para o aluno”, adverte Louzano. A proposta também prevê que os alunos do 1.° ano do ensino fundamental devam aprender a contar pelo menos até 30. Em muitos outros países, contudo, eles concluem esse ano escolar sabendo contar até 100 ou mais.

Diante do baixíssimo nível de qualidade do sistema brasileiro de ensino, e que tem sido registrado por diferentes mecanismos nacionais e internacionais de avaliação, a elaboração de uma BNC deveria ser uma oportunidade ímpar para se promover um debate amplo e consistente sobre as mudanças que precisam ser feitas no campo da educação. Em vez disso, o governo Dilma optou por uma consulta pública sem confronto de ideias e posições, o que fará da uniformidade ideológica a principal marca da BNC que está sendo forjada pelo MEC.

 

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