Entendi.
Não. Pelo visto, não entendeu.
Então se as revistas estrangeiras não mencionam nada sobre motivação ideológica, então ela não existe?
Não necessariamente.
É isto?
Não, não é isto.
E?
Deixa pra lá. Já ficou claro que pra você isso não é relevante.
Claro que foi um "investimento" estratégico.
Só resta saber para quem.
E você já procurou saber?
Eles sabem muito bem porque também fizeram assim por mais de quatro décadas.
Ótimo. Então qual das seguintes situações melhor descreveria o presente:
- O fator não existe, logo não é abordado.
- O fator existe, porém não é reconhecido, logo não é abordado.
- O fator existe, é reconhecido, porém não é considerado relevante o bastante para ser abordado.
- O fator existe, é reconhecido, é considerado relevante, porém por alguma razão não é abordado.
Quem bom que concordamos com algo.
Isso acontece.
Eu não sei se aquela obra será ou não um "elefante branco" nos próximos 5, 10 e 20 anos. O que todos sabem (ao menos aqueles que estão no Brasil) é que:
a) Foi aportado um dinheiro em Cuba que pertence à população brasileira, em um tipo de obra que necessitamos muito aqui, tanto para modernizar como para ampliar os portos brasileiros.
Esse é um ponto em que, entra governo e sai governo, pouco ainda se faz. Não sei em que pé isso está agora mas, em 2014,
esse plano estava em discussão.
A precariedade da infraestrutura de transportes brasileira, em particular dos portos, já rendeu ao Brasil muitas perdas de investimento.
Eu inclusive me recordo que a empresa AMD deixou de instalar uma fabrica no Brasil por conta disso.
Desse modo, eu entendo sua critica (sobre obras das quais o pais carece serem financiadas pelo próprio pais em território estrangeiro), mas só até o ponto em que chegamos na questão dos
investimentos diretos no exterior. O ponto em que se olha para fora também, coisa que o Brasil não pode se dar ao luxo de
não fazer.
Isso não quer dizer que eu concorde 100% com as decisões do governo no tocante ao Porto de Mariel. Aquilo ali pra mim foi e continua sendo uma aposta, tanto do governo Cubano quanto do Brasileiro, e cujas chances de dar com os burros n'água depende da extinção ou não do embargo americano.
b) O contrato é sigiloso. Ninguém da população teve acesso ao seu conteúdo. Face a todos os desvios e roubalheira ocorridos na Petrobrás, com a participação da mesma construtora, não é difícil supor (com exceção dos "religiosos políticos petistas, é claro) que exista o mesmo tipo de esquema no porto cubano, envolvendo, é claro, o governo cubano.
Vamos acompanhar os próximos capítulos dessa novela e ver no que vai dar.
c) Empresários buscam sempre as melhores oportunidades de ganhos. Para a maioria deles, o fator 'ideologia' é secundário, senão inexistente.
Ok.
Então a ida de empresários brasileiros, mesmo que da FIESP, é irrelevante para se aferir se houve motivação ideológica na ação do governo federal petista.
Concordo.
E, é claro, não legitima todas as falcatruas ocorridas no processo.
Concordo.
Se tudo der certo, ainda teremos um desdobramento da 'Lava Jato' no BNDES, que é a verdadeira 'caixa de pandora' petista.
Acompanhemos. E que aqueles que fizeram picaretagem sejam devidamente punidos.