Grande ou a maior parte do que Temer conquistou até agora foi baseado na retirada da estupidez da política monetária do BC dilmista, na euforia subjetiva do mercado financeiro e em sua respectiva expectativa de ajuste fiscal, o que gerou um choque cambial positivo que afetou positivamente a taxa de inflação e a taxa Selic. Por outro lado, até agora, o governo Temer fez pouco para combater a principal causa do que nos levou até ao desastre. A conta dessa inércia ou falta de poder chegará mais cedo ou mais tarde. Temeraldo Azevedo provavelmente acha que o que está descrito a seguir não terá impacto econômico em breve...
Política Fiscal
NOTA PARA A IMPRENSA - 29.11.2017
(...)
No ano, o setor público consolidado registrou deficit primário de R$77,4 bilhões, ante deficit de R$45,9 bilhões no mesmo período de 2016. No acumulado em doze meses até outubro, registrou-se deficit primário de R$187,2 bilhões (2,88% do PIB), 0,53 p.p. do PIB superior ao deficit registrado em setembro.
Fonte: https://www.bcb.gov.br/htms/notecon3-p.asp
Com a reforma a dívida pública deverá chegar a 93,5% do PIB em 2025 , sem a reforma entre 2020 ou 2021 já ultrapassará 100% do PIB:
09/10/2017 às 17h02
IFI revisa para cima projeção para PIB de 2017 e 2018SÃO PAULO - A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 e 2018, de 0,46% para 0,7% e de 1,96% para 2,3%, respectivamente.
"O ajuste para cima é justificado pela incorporação do resultado positivo do segundo trimestre e também pelo desempenho dos indicadores econômicos de alta frequência, com destaque ao volume de vendas no varejo ampliado e à produção industrial, que apontam, em conjunto, para elevação moderada da atividade produtiva no terceiro trimestre (estimada em 0,2% na margem)",
diz a instituição, em seu Relatório de Acompanhamento Fiscal de outubro.
Segundo a IFI, o dado negativo da produção industrial de agosto (uma queda de 0,8% na comparação mensal ajustada), isoladamente, não altera essa visão. Novo protagonista no processo de retomada da economia, o consumo das famílias é projetado em alta de 0,8% este ano, com o consumo do governo (-1,7%) e investimentos (-2,8%) ainda em queda. No ano que vem, os
três componentes da demanda interna são estimados no azul, com destaque para a Formação Bruta de Capital Fixo, projetado em alta de 4,5% em 2018.
Quadro fiscal
Segundo o economista Felipe Salto, diretor-executivo da IFI, as perspectivas de maior crescimento econômico neste e no próximo ano levarão a melhores resultados fiscais recorrentes. "Persiste, no entanto, o desafio de reequilibrar as contas públicas a médio e a longo prazo", alerta.
Diante da revisão do quadro macroeconômico, o cenário fiscal atualizado da IFI é de um déficit primário de R$ 154 bilhões para o resultado consolidado e de R$ 155,2 bilhões para o governo central, ante R$ 155 bilhões e R$ 156,2 bilhões na atualização anterior, de agosto.
"A combinação de um pouco mais de crescimento com maior volume esperado de receitas não recorrentes (de R$ 74,6 ante R$ 70,3 bilhões) contribui para o avanço da receita líquida em R$ 5 bilhões", diz o IFI. Essa melhora de receitas não chegou em igual proporção ao resultado primário, no entanto, devido à redução no volume de recursos bloqueados ou contingenciados, de R$ 38,9 bilhões para R$ 35 bilhões.
As projeções do cenário básico da IFI indicam déficits de 2,3% do PIB no final de 2017, e de 2,2% do PIB em 2018. "Ou seja, o cenário atual caracteriza-se pela estabilização do resultado primário em patamar elevado de déficit (ou, no máximo, queda em velocidade muito lenta), ainda sem indícios mais contundentes de recuperação", observa a organização.
Dívida
A IFI revisou suas projeções para a trajetória da dívida pública, à luz das mudanças dos parâmetros macro. No cenário básico da instituição -- que prevê a continuidade do processo de reformas estruturais, mas em prazo mais dilatado -- o ponto máximo da série ocorreria em 2025 (93,5% do PIB), iniciando-se então o período de redução da relação entre dívida bruta do governo geral e PIB.
No cenário pessimista, sem reformas, a dívida bruta poderia superar a marca de 100% do PIB entre 2020 e 2021. "Trata-se de um cenário inquietante, porém distante de ser absolutamente improvável. Para ser evitado, exigirá a preservação e o aprofundamento da agenda de ajuste fiscal", reforça a instituição.
Veja na página:
http://www.valor.com.br/brasil/5150386/ifi-revisa-para-cima-projecao-para-pib-de-2017-e-2018Obs. Como a reportagem é de outubro eu não sei se a expectativa de reforma referida no texto é a atual reforma reduzida ou se era a reforma original pretendida, pois se a referência for a reforma original, então o déficit futuro previsto será maior e a relação dívida pública em 2025 será maior do que 93,5% do PIB em 2025, isto com a aprovação da reforma reduzida.