Concordo bastante com quase tudo, embora não tanto com a negação de "cultura do estupro", com o que no entanto também não iria necessariamente concordar com qualquer defesa.
Não existe "cultura do estupro no Brasil" apenas mais ou menos da mesma forma que não existe "cultura do roubo no Brasil", embora haja ladrões, e até mesmo venham de suas variadas "culturas do roubo". E, mais generalizadamente, haverá traços culturais que amenizam roubos/furtos/similares seja por "jeitinho brasileiro" em idéias como "achado não é roubado" (tecnicamente, é furtado, mas enfim), "imposto é roubo logo sonegar é apenas não ser roubado", racionalizar a compra de coisas roubadas, etc. De forma similar, haverá "culturas do estupro", talvez subculturas dos estupradores em si, e mesmo elementos culturais de vários níveis de leniência com o estupro (ou negação de sua caracterização), também mais generalizados do que apenas no conjunto "estupradores". Idéias de desmerecer as alegações com coisas como "muitas mulheres gostam", "estupro é a mulher ir fazer sexo e depois se arrepender", "mas ela é promíscua/puta", etc.
Ah, e homem também pode ser estuprado e etc e tal, até por mulher, ainda que por homem deva ser uns 7500% mais comum.