1) Como o estado, um monopolista compulsório da segurança, resolve o problema do cálculo econômico nesse setor?
Não acho que é sempre monopolista, afinal, existem empresas de segurança.
Também acho que esse problema é essencialmente "falso", ou, falso dirigido meramente ao estado, não ao socialismo. Só faria sentido numa situação de socialismo, sem preços. Acho que Mises mesmo disse que não existe "economia mista"; se há mercado, as coisas são então "precificadas" naturalmente (tirando controles de preços) e então desaparece o problema do cálculo econômico.
A segurança pública (ou qualquer serviço público) não deve estar então, nesse aspecto, em situação fundamentalmente diferente daquela de empresas em geral, privadas, que atendem o público como clientes individuais em vez de coletivamente, e quem em suas organizações, tem hierarquias "de cima para baixo", em vez de serem uma rede espontânea de freelancers "anárquicos".
Curiosa essa questão, já que parece ser comum libertários aceitarem no mínimo um "estado policial/vigilante noturno", e essa questão é logicamente extendida até mesmo a forças armadas e defesa do estado.
2) A maioria numérica torna algo justo? Por que uma regra que tenha a metade mais um dos votos é necessariamente mais justa que as demais?
Não torna. Democracia é apenas uma precária (ainda mais precária nesses moldes comuns) de legitimização de algo ante a população.
6) Dado que a economia é wertfrei (livre de juízos de valor), então como os economistas do mainstream podem concluir a necessidade do estado a partir da hipótese dos bens públicos? Um dever pode seguir de um ser?
Isso é bem ridículo, meu deus. Confunde a ausência de juízo de valor do aspecto análítico com a realidade prática/humana. Cita ao fim a lei de Hume como se esta fosse uma espécie de "confirmação científica" do niilismo.
...é meio como para a física, não há "juízo de valor" numa cabeça ser esmagada ou não, e ainda assim a engenharia assume a "hipótese" disso ser algo indesejável e desenvolve capacetes, e concluem a necessidade da "indústria" para produção dos mesmos.
Essa me deixou pasmo mesmo. Fico pensando se é verdade, se tem gente que pensa assim mesmo.
O engraçado é que dá para questionar qualquer lei "legal"/criminal pelo mesmo motivo exato (a física não faz juízo de valor sobre nossas vidas), então se tem "anarquia" como "terra sem leis" mesmo, coisa que uma boa porcentagem dos auto-rotulados anarquistas vão dizer ser um espantalho.
"Dado que a economia é wertfrei (livre de juízos de valor), então como os economistas do anarquismo podem concluir a necessidade DE LEIS e tribunais privados a partir da hipótese dos bens públicos? Um dever pode seguir de um ser?"7) Por que as propriedades do estado são legítimas se não foram apropriadas originalmente, mas sim por decreto verbal e guerras? É justo se apropriar de terras por decretos e não por trabalho?
Ué. "Justiça"? Onde está isso no estudo da economia? Não é mais worthfree-enzen?
8) Sem governo, estaríamos num caos moral? Se sim, então como explicar o caos moral de hoje em dia e o fato indubitável que os seres humanos mais abjetos, mesquinhos e moralmente desinibidos são justamente aqueles que fazem as leis do governo?
Isso varia de lugar em lugar, e até de indivíduo em indivíduo onde as coisas forem geralmente melhores ou geralmente piores. Não há garantia, mas modo geral a funcionalidade do governo aumenta as chances de ordem/moral, e não haver se correlaciona com situações que os anarquistas dizem que é espantalho chamar de anarquia. Não é muito fundamentalmente diferente do que imaginariam ser os aparatos legais e de imposição legal privados que não fossem efetivamente as gangues de foras-da-lei impondo suas próprias leis.
9) Se imposto não é roubo, você pagaria tudo em dia e na exata quantia que se cobra hoje, caso fosse tudo voluntário?
Não sei, difícil estimar as conseqüências disso, já que são pagamentos de coisas que, por mais precárias que estejam, funcionam em algum grau e delas eu me beneficio como externalidade positiva. Sem dúvida eu/qualquer um preferia uma legislação de impostos mais simples e justa, bem como maior sensação de estar recebendo pelo que paga em vez de ver o dinheiro ser efetivamente roubado, e não usado conforme deveria, por lei.
Em veia similar, não sei se pagaria o mesmo que pago pelo lucro dos produtos, se fosse voluntário, podendo-se pagar só o custo e um bônus/gorjeta, muito embora haja menos roubo visível.
10) Se um monopólio forçado é tão benéfico para todos, então por que tem que ser forçado? E se é forçado, como saber se de fato é benéfico?
O IDH deve se correlacioanr negativamente a estados em falência ou incompetentes/negligentes/ausêncies, tanto em escala mundial quanto local. Pelo que o estado faz, acho que é muito provavelmente uma relação causal.