Autor Tópico: O Feminismo deveria ser combatido?  (Lida 6183 vezes)

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Offline Josef Babinski

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O Feminismo deveria ser combatido?
« Online: 15 de Outubro de 2016, 00:41:59 »
Reconheço que o tema acerca do feminismo foi discutido em outras ocasiões neste forum.

Quem vive ou recentemente viveu o meio acadêmico nos últimos anos pôde presenciar a crescente adesão, especialmente por parte dos discentes, a movimentos pró-feministas dentro do ambiente universitário e também nas sociedades como um todo.

Entendo que o movimento feminista hoje difere substancialmente do que quando de suas raízes, hoje muito mais representando um movimento talvez "anti-machista" do que feminista propriamente dito. no meu particular, nunca apreciei o feminismo, incomodado com o movimento por alguma razão que até então não havia conseguido abstrair. carecia a devida reflexão.

Trago algumas considerações:

1) O FEMINISMO É REDUCIONISTA
Atribuir patologias sociais como agressão contra a mulher (nas mais variadas gravidades e naturezas) a uma circustancia moral atualmente rotulada como machismo é um grande reducionismo. é como se chamassemos o esfolador de gatos de "especista", não percebendo o grande escape ético/moral por trás de torturar um animal. A forma como se trata o problema da violência contra a mulher e envolver o conceito de machismo no seu entendimento, no mínimo, limita a forma como o problema deveria ser tratado. O marido que estapeia a mulher na face provavelmente deve se dar ao luxo de cometer outros desvios morais que não relacionados exclusivamente a mulher. Trata-se, antes de tudo, de um grande desvio ético, e não existe tamanha seletividade entre essas pessoas.

2) A PROPAGAÇÃO DA BANDEIRA FEMINISTA ESTIMULA A MISANDRIA
Um movimento amplamente difundido como tal remete, logicamente, a um grande problema social. No caso, o homem.

3) A VARIABILIDADE BIOLÓGICA EM SUAS PROPORÇÕES GAUSSIANAS EXPLICA EXTREMOS DE COMPORTAMENTO PATOLOGICO QUE NÃO REPRESENTAM O TODO
Acontecimentos de grande magnitude (estupros, casos de violencia extrema) porém em números relativos restritos, causam extremo alarde populacional. A questão é: possivelmente, estamos cometendo o erro de atribuir comportamentos extremos a uma possível doença cultural de forma geral. Nem todo comportamento socialmente inapropriado tem em sua origem uma mazela social.

Gostaria de ver o que os colegas pensam a respeito do exposto ou mesmo levantar outros questionamentos sobre os possiveis malefícios de um movimento que a principio poderiamos chamar de sexista.

« Última modificação: 15 de Outubro de 2016, 00:52:28 por Rod Infinity »
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Offline JJ

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #1 Online: 15 de Outubro de 2016, 07:26:57 »
O macaco Homo sapiens sapiens é  um animal que tem fortes pulsões agressivas, e  a sociedade do macaco Homo sapiens sapiens  é uma sociedade patológica/doente, a qual é guiada fortemente pela busca de poder.  E essa busca de poder leva a tentativas de dominação (de variadas formas) sobre os outros macacos  Homo sapiens sapiens (machos e  fêmeas).


O feminismo é um movimento que nasceu como reação  a antiga dominação que os macacos Homo sapiens sapiens machos  sempre quiseram impor sobre as fêmeas. É um movimento legítimo,  entretanto certamente que há exageros por parte de alguns grupos. 





« Última modificação: 15 de Outubro de 2016, 07:39:59 por JJ »

Offline Lakatos

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #2 Online: 15 de Outubro de 2016, 08:20:59 »
Não existe "o feminismo". Há uma variedade tão grande de vertentes, várias delas com agendas opostas, que qualquer discussão séria precisa começar com uma delimitação de que feminismo você está se referindo.

Offline Josef Babinski

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #3 Online: 15 de Outubro de 2016, 09:24:35 »
Não existe "o feminismo". Há uma variedade tão grande de vertentes, várias delas com agendas opostas, que qualquer discussão séria precisa começar com uma delimitação de que feminismo você está se referindo.

Estou plenamente de acordo que, na realidade, trata-se de um conjunto de movimentos com diferentes agendas (como você descreveu). Quis levantar, na verdade, uma discussão sobre a denominação geral desse grupo, pelo seu teor sexista. Veja, um movimento pela igualdade de gêneros, assim sendo chamado, remete mais à desconstrução de uma cultura machista do que quando denominamos "feminismo", que ao meu ver remete muito a um cenário conflituoso (talvez hostil) - homem x mulher, ao empoderamento da mulher. Talvez, justamente por essa razão, vemos com facilidade nas redes sociais (p.e. as páginas feministas do facebook) assertivas bastante hostis ("machinho opressor", "macho tem que ficar calado") por parte das feministas.

Lembrando que muitas dessas agendas tratam especificamente de lidar com a violência dirigida à mulher. E essa questão, volto a dizer, refere-se a um dilema ético/moral mais amplo do que a questão de gêneros. Esse é um outro ponto que pretendi discutir aqui.

Mas, você tem razão. Não existe o feminismo como um conjunto homogêneo de ideologias.
« Última modificação: 15 de Outubro de 2016, 09:32:04 por Rod Infinity »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #4 Online: 15 de Outubro de 2016, 09:35:28 »
É muito lamentável que as coisas tenham se degenerado a ponto de idiotices comumente se abrigarem sob rótulos "bons por definição".

Ficamos sempre na condição desconfortável de ter que tecer críticas que sempre terão o risco de soar um pouco como "não sou racista, mas". E, mesmo quando se consegue evitar isso, os defensores das idiotices ainda tem a vantagem do monopólio da moral/bondade.

Olhando por esse lado, acho que talvez como "estratégia de marketing", fosse melhor não "combater o feminismo", mas, como feministas, combater idiotices que se tentam se passar por feminismo.*


Uma das feministas "do contra" meio que anda por essa linha:

Citar
https://en.wikipedia.org/wiki/Who_Stole_Feminism%3F

Who Stole Feminism? How Women Have Betrayed Women is a 1994 book about American feminism by Christina Hoff Sommers, a writer who was at that time a philosophy professor at Clark University. Sommers argues that there is a split within between equity feminism and what she terms "gender feminism".[1] Sommers contends that equity feminists seek equal legal rights for women and men, while gender feminists seek to counteract historical inequalities based on gender. Sommers argues that gender feminists have made false claims about issues such as anorexia and domestic battery and exerted a harmful influence on American college campuses. Who Stole Feminism? received wide attention for its attack on American feminism, and it was given highly polarized reviews divided between conservative and liberal commentators.[2] Some reviewers praised the book, while others found it flawed.



Mas, da mesma forma que idiotices "num sentido" praticamente tomaram conta do feminismo e outros ismos, há sempre o risco de idiotices menores, mas significativas, também virem nas costas de uma crítica mais racional.




* por outro lado, pessoalmente, como não sou "ativista" nem nada, acho de qualquer forma estranho se ter "feminista" como rótulo hoje em dia, em detrimento de coisas como "anti-escravagista", "infantista", ou "geriatrista". São áreas que acho que devem comumente ter tantos problemas ou provavelmente mais do que aqueles que afetam exclusivamente a mulheres, especialmente adultas, especialmente no primeiro mundo (especialmente brancas, também). Então não sei se faz sentido ter um rótulo que privilegia os indivíduos já mais privilegiados para denotar uma postura que se preocupa com justiça. Mesmo concordando com "mulheres e crianças primeiro" como critério.

"Humanitário" é algo que naturalmente incorporará a oposição a qualquer injustiça, então teoricamente seria um rótulo mais apropriado. No entanto, sem ser eu algum voluntário da ONU ajudando a pessoas em calamidades, não me acho digno de me rotular de qualquer coisa. Também não acharia mesmo se eu fosse um blogueiro ou talvez até jornalista expondo essas coisas. Isso me parece mais uma necessidade de auto-adulação, algo que as pessoas fazem para se sentirem bem consigo mesmas, só por terem valores que se opõem a injustiça e desumanidade, como praticamente todo mundo.

Offline Josef Babinski

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #5 Online: 15 de Outubro de 2016, 09:57:17 »
* por outro lado, pessoalmente, como não sou "ativista" nem nada, acho de qualquer forma estranho se ter "feminista" como rótulo hoje em dia, em detrimento de coisas como "anti-escravagista", "infantista", ou "geriatrista". São áreas que acho que devem comumente ter tantos problemas ou provavelmente mais do que aqueles que afetam exclusivamente a mulheres, especialmente adultas, especialmente no primeiro mundo (especialmente brancas, também). Então não sei se faz sentido ter um rótulo que privilegia os indivíduos já mais privilegiados para denotar uma postura que se preocupa com justiça. Mesmo concordando com "mulheres e crianças primeiro" como critério.

"Humanitário" é algo que naturalmente incorporará a oposição a qualquer injustiça, então teoricamente seria um rótulo mais apropriado. No entanto, sem ser eu algum voluntário da ONU ajudando a pessoas em calamidades, não me acho digno de me rotular de qualquer coisa. Também não acharia mesmo se eu fosse um blogueiro ou talvez até jornalista expondo essas coisas. Isso me parece mais uma necessidade de auto-adulação, algo que as pessoas fazem para se sentirem bem consigo mesmas, só por terem valores que se opõem a injustiça e desumanidade, como praticamente todo mundo.

Perfeito. Esse é o principal ponto que quis discutir aqui. É de se imaginar a satisfação pessoal de auto-adulação quando uma feminista manda um homem calar a boca numa rede social (afinal, há aqui uma luta contra o opressor).

Também acredito que o termo humanitário englobaria melhor não só as ideologias feministas mas também dos outros ismos.

Por combater, acredito que o melhor termo seria "desencorajar", talvez num contexto de formação pessoal educacional. Escolas, universidades, mesmo.

Eu acho que essa "transição" não ocorreria espontaneamente, mesmo num futuro longinquo, dado a dificuldade de assumir posturas mais sensatas/moderadas que é inerente à nossa espécie, visto a facilidade e a satisfação pessoal promovida por um olhar mais extremista (ou pelo menos menos moderado).
« Última modificação: 15 de Outubro de 2016, 09:59:52 por Rod Infinity »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #6 Online: 15 de Outubro de 2016, 13:48:27 »
Eu acho que existe a possibilidade de uma espécie de "bolha de ridículo" eventualmente estourar e a sociedade voltar a algum patamar mais razoável.

Auto-rotulados "feministas" estão cada vez mais chegando no nível de lei de Poe com coisas como tentar incorporar direitos dos animais no "feminismo"* (!!!), e ter ocorrido até de uma feminista fazer discurso na ONU sobre a falta de opções de moda/roupas para mulheres gordas (mercado maior que para os homens, como de moda em geral). Em algum momento as pessoas hão de acordar para ver como é absurdo ter no mesmo palanque esse feminismo de patricinha e temas como mutilação genital, trabalho escravo, tráfico humano, tomando espaço destes e outros temas infinitamente mais importantes.


* existe de fato um paródia feminista nessas linhas, mas há também aproximações reais. Para não perder a relevância e tentar ser menos de patricinha, as coisas vão rumando para "ecossociofeminismo vegano orgânico" e coisas assim. Se não me engano, "mulherismo" é uma tentativa de um "feminismo negro", por mais que não tenha lá muita relação direta com os morfemas.

Offline Gauss

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #7 Online: 15 de Outubro de 2016, 17:53:13 »
* existe de fato um paródia feminista nessas linhas, mas há também aproximações reais. Para não perder a relevância e tentar ser menos de patricinha, as coisas vão rumando para "ecossociofeminismo vegano orgânico" e coisas assim. Se não me engano, "mulherismo" é uma tentativa de um "feminismo negro", por mais que não tenha lá muita relação direta com os morfemas.

Essas aí devem fazer parte da famosa "esquerda holística progressiva desconstrutora".
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.


Offline Skeptikós

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #9 Online: 17 de Outubro de 2016, 21:15:19 »
Como disseram acima, o feminismo é um movimento politico plural, com varias vertentes e intelectuais como representantes. Até eu, um eterno crítico do movimento admito isso, e não só isso, como também o fato de eu mesmo simpatizar com algumas dessas vertentes e intelectuais, como a vertente conhecida como feminismo individualista e a autora representante maior desta vertente, Christina Hoff Sommers (que foi citada pelo Buck). No entanto, a minha percepção é de que o feminismo corporativista de gênero (mencionado pela Christina Hoff Sommers no texto citado pelo Buck) parece estar em maior evidência do que as vertentes feministas das quais eu nutro alguma simpatia. Esta vertente é conhecida por negar ou desprezar a existência de problemas de gênero que afetam majoritariamente os homens; por postular o gênero masculino em si como a raiz dos problemas femininos, entre outras coisas mais das quais discordo veementemente. Este tipo de feminismo, quando em evidência, deve sim ser confrontado e questionado, mas quando em situação marginal, é melhor ser ignorado, já que questiona-lo publicamente pode resultar em propaganda gratuita capaz de alavancar a sua popularidade.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #10 Online: 18 de Outubro de 2016, 13:54:58 »
Os "ismos" mais vocais que se colocam como protetores de "oprimidos" hoje em dia parecem não só se focar nos mais privilegiados dentre aqueles pertencentes aos grupos historicamente associados a oprimidos, como ter isso mais como uma fonte de renda do que como um alvo para ativismo propriamente dito, mudanças práticas -- exceto quando a estratégia de carreira é política, e as mudanças propostas ou implementadas atendam a uma clientela eleitoral. Exploração e cultivo do sentimento de vitimização, e mesmo da vitimização real.






Offline Freya

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #11 Online: 26 de Outubro de 2016, 13:53:48 »
O feminismo, assim como vários outros movimentos sociais, foi tomado pelas ideias pós modernistas que pregam o relativismo extremo e negam verdades objetivas, como se a verdade fosse subjetiva e pessoal, dependente e variável de acordo com a lente de quem vê, o que é uma tremenda irracionalidade e gera uma vertente autopofágica que ameaça a credibilidade do movimento.

Esse artigo é de uma feminista da velha guarda, seu ponto de vista me parece muito ponderado e sensato.

Citar
Por que não me identifico mais como feminista

por Helen Pluckrose*, em seu blog, 18 de fevereiro de 2016.

Não me lembro de não ter sido feminista. Eu engatinhei em marchas dos anos 1970 com minha mãe. Ela se tornou uma feminista de segunda onda nos anos 1960, depois que negaram a ela uma hipoteca sem um fiador homem, e depois que seu patrão disse que ela não podia estudar para provas de contabilidade porque “não há contabilidade para mulheres”. Flertando brevemente com o feminismo radical, ela o considerou extremo e irrazoável, e foi repreendida por suas relações heterossexuais e por seu amor à moda feminina (veja o poema dela, ‘Woman the Barricades‘). Ela encontrou seu espaço no feminismo liberal e a partir daí escreveu, marchou e protestou ativamente por mudanças legais que lhe dessem as mesmas oportunidades dos homens. Em meados dos anos 1980, ela sentia que as principais disputas legais tinham sido vencidas, e em grande medida se aposentou do ativismo, embora ela continuasse a se identificar como feminista e estudar a história das mulheres.

Dada essa influência, é claro que eu era uma feminista, uma feminista liberal. Enquanto crescia, eu falava com raiva contra a legalidade do estupro dentro do casamento (criminalizado em 1990 [no Reino Unido]), e ganhei numa batalha pessoal para levar trabalho de marcenaria à escola em vez de culinária (eu era péssima nisso, mas não notoriamente pior do que sou na cozinha). Eu criticava atitudes sexistas no trabalho, que ainda aconteciam sem pudores nos anos 90, informando ao meu chefe que ele era um “bom menino” quando ele me chamava de “boa menina” e me recusando a falar qualquer coisa além de “piu” para qualquer homem que se referisse a mim como um “passarinho” [gíria inglesa para mulher jovem]. O feminismo liberal era agressivo na época, mas era de uma agressividade bem diferente da malevolência vingativa que vemos agora. Era otimista, quase brincalhão. Nós tínhamos confiança de que nós estávamos ganhando. Era divertido ver como podíamos desconcertar os perpetradores de estereótipos sexistas e desafiar o sexismo casual, muitas vezes de forma cômica. Nós não pensávamos que homens (ou mulheres) mais velhos com presunções sexistas eram pessoas horríveis, nem queríamos puni-los. Nós apenas queríamos que percebessem que os tempos tinham mudado e que eles precisavam acompanhá-los. As mulheres estão em todo lugar agora. Acostumem-se.

Às vezes, precisávamos trabalhar com feministas radicais. Vítimas de estupro ainda eram dispensadas e desacreditadas. As pessoas, de forma ainda respeitável [para elas], ainda culpavam as vítimas por suas vestimentas. Isso precisava ser rotineiramente condenado. As RadFems [feministas radicais], que insistam que o patriarcado estava evidente em tudo, que a ideia do gênero precisava ser destruída e que os homens omo um todo eram perigosos e violentos, eram vistas por feministas liberais como o maior problema interno que o movimento tinha que resolver. Na maior parte das vezes, sua contribuição extrema nos debates feministas era encarada com um virar de olhos e um “talvez nós não precisamos ir tão longe”. Nós não estávamos preparadas para o problema que estava crescendo no nosso próprio setor liberal.

A partir dos anos 1980, algumas críticas internas ao feminismo liberal começaram a ser feitas. O feminismo liberal como um todo era acusado de não reconhecer os problemas adicionais enfrentados por mulheres negras, asiáticas e lésbicas, e de ser em grande parte centrado em problemas de classe média. Essas eram críticas válidas que precisavam ser universalmente ouvidas e priorizadas dentro do feminismo liberal. Todas as mulheres devem ter equidade. Muitas feministas liberais começaram a dedicar mais tempo aos direitos LGBT ou a ressaltar a vulnerabilidade particular de mulheres que viviam em comunidades com adesão à religião opressora e patriarcal, particularmente o islã, [comunidades] que submetiam mulheres e meninas à violência de ‘honra’ e à mutilação genital. Mas, nessa década, a transição acadêmica nas humanidades e ciências sociais em direção ao pós-modernismo começou, e gradualmente percolou para o feminismo na prática. Formava-se a interseccionalidade.

As pessoas se confundem com frequência sobre o que é o pós-modernismo e o que ele tem a ver com o feminismo. De forma muito simplificada, foi uma mudança acadêmica lançada por Jean-François Lyotard e Jean Baudrillard, que negava que qualquer conhecimento confiável pudesse ser obtido e alegava que o significado e a realidade tinham se demolido em si mesmos. O pós-modernismo rejeitou explicações grandiosas (meta-narrativas) que incluíssem a religião, mas também a ciência, e as substituiu por explicações subjetivas e relativas (mini-narrativas) das experiências de um indivíduo ou grupo subcultural. Essas ideias ganharam muita aceitação nas humanidades e nas ciências sociais, e assim se tornaram um movimento artístico e uma ‘teoria’ social. Elas rejeitaram os valores do liberalismo universal, os métodos da ciência e o uso da razão e do pensamento crítico como modo de determinar a verdade e formar a ética. Os indivíduos agora podiam ter não apenas suas próprias verdades morais mas também suas próprias verdades epistemológicas. A expressão ‘é verdade para mim’ captura o ethos do pós-modernismo. Alegar saber que qualquer coisa é objetivamente verdadeira (não importa a qualidade das evidências) é asseverar uma meta-narrativa e ‘desrespeitar’ as opiniões contrárias dos outros, o que é opressivo (mesmo que essas opiniões sejam claramente bobagens). A palavra ‘cientificismo’ foi criada para a opinião de que a evidência e o teste são a melhor forma de estabelecer verdades. [N. do. T.: na verdade a palavra foi apropriada como um xingamento, mas ela antecede o pós-modernismo e denota um erro explicado em textos como este publicado no Xibolete.]

Em seu ponto alto, o pós-modernismo como um movimento artístico produziu literatura não-cronológica, sem enredo, e apresentou mictórios como arte. [N. do T.: mas o mictório mais famosamente apresentado como arte foi o de Marcel Duchamp, e também antecede o pós-modernismo, mas o influenciou como movimento artístico.] Na teoria social, os pós-modernos ‘desconstruíram’ tudo o que era considerado verdade e apresentaram tudo como sem sentido. Entretanto, ao fazer isso, não havia mais para onde ir e nada mais a dizer. No reino da justiça social, nada pode ser atingido ao menos que aceitemos que certas pessoas num certo lugar experimentam certas desvantagens. Para isso, um sistema da realidade precisa existir, e então novas teorias de gênero e raça e sexualidade começaram a emergir, consistindo em mini-narrativas. Essas categorias foram tomadas como socialmente construídas, e construídas hierarquicamente em detrimento de mulheres, pessoas não-brancas e LGBT’s. A identidade era importantíssima.

As metas feministas liberais gradualmente mudaram da posição:

“Todos merecem direitos humanos e igualdade, e o feminismo se foca em alcançá-los para as mulheres.”

para:

“Indivíduos e grupos de todos os sexos, raças, religiões e sexualidades têm suas próprias verdades, normas e valores. Todas as verdades, normas culturais e valores morais são iguais. Aquelas de homens brancos ocidentais e heterossexuais têm dominado injustamente as outras no passado, então agora eles e todas as suas ideias devem ser postos de lado para os grupos marginalizados.”

O feminismo liberal havia transitado da universalidade de direitos humanos iguais para a política de identidade. As ideias não mais eram valorizadas por seus méritos, mas pela identidade do falante, e isso era multifacetado, incorporando sexo, identidade de gênero, raça, religião, sexualidade e capacidade física. O valor de uma identidade em termos de justiça social depende de seu grau de marginalização, e esses graus se sobrepõem e disputam por primazia. E aí que o feminismo liberal degringolou tão mal. Quando a culpa pós-colonial lutou com o feminismo, o feminismo perdeu. Quando lutou com os direitos LGBT, eles perderam também.

Tão ciente de que o imperialismo ocidental tinha pisado em outras culturas historicamente, o feminismo liberal ocidental agora abraçava seus aspectos mais patriarcais.  Uma feminista liberal ocidental pode, no mesmo dia, participar de uma marcha das vadias para protestar contra o julgamento de mulheres ocidentais por causa de sua vestimenta e depois acusar qualquer um criticando o véu islâmico de islamofobia. Ela pode exigir que um padeiro cristão seja condenado por se recusar a fazer um bolo de casamento para um casal do mesmo sexo, e condenar o planejamento da passagem de uma parada de orgulho gay através de uma área muito muçulmana como racista. Muitas feministas interseccionais não se limitam a criticar outras feministas brancas e ocidentais, mas despejam insultos vitriólicos e racistas sobre feministas e ativistas LGBT muçulmanas e ex-muçulmanas liberais. A misoginia e a homofobia do cristianismo podem ser criticadas por todos (o que é justo), mas a misoginia e a homofobia do islamismo por ninguém, nem mesmo por muçulmanos. O direito de criticar a sua própria cultura é aparentemente restrito a brancos ocidentais. (A melhor análise disso é ‘The Racism of Some Anti-racists‘, de Tom Owolade.)

Feministas universalistas e liberais ficaram horrorizadas com esse desenvolvimento. Nossas adversárias antigas, as feministas radicais, pareciam até racionais em comparação. Elas poderiam nos dizer que somos culturalmente condicionadas à misoginia internalizada, e certamente tinham uma visão de mundo pessimista e paranoica, mas pelo menos era coerente. As feministas interseccionais não eram nem mesmo coerentes. Além de seu relativismo cultural, as regras mudavam dia a dia enquanto novos pecados contra a justiça social eram inventados. Nós nos opúnhamos às feministas radicais por sua extrema antipatia contra homens, mas ao menos elas compartilhavam um laço de sororidade umas com as outras. As feministas interseccionais não apenas têm grande preconceito contra homens, mas também se voltam umas contra as outras pela mais branda das infrações imaginadas de suas regras.  Não tendo o menor respeito pela razão ou pelas evidências, elas vilanizam e assediam quem imaginam que cometeu transgressão.

Além de falhar em apoiar as mulheres mais vulneráveis na sociedade, o feminismo interseccional cultivou uma cultura de vitimidade, impactando negativamente todas as mulheres na sociedade mas particularmente as mulheres jovens. As mulheres são oprimidas, nos dizem, por homens explicando qualquer coisa, abrindo as pernas no metrô ou cometendo pecados vagos como ‘esperar quantidades desiguais de trabalho emocional’. Se eles nos abordam ou nos passam cantadas, deveríamos ficar em pânico. Se homens extremamente desagradáveis tentam ou conseguem nos passar a mão, passamos por uma horrível agressão sexual da qual podemos nunca mais nos recuperar. Não apenas nós somos oprimidas por aparentemente todos os homens, mas por qualquer pessoa expressando ideias antifeministas ou ideias feministas de que não gostamos. Mais que isso, perdemos a segurança por causa dessas ideias, particularmente aquelas mulheres que são trans e podem ter que ouvir que uma feminista radical que exclui trans disse alguma coisa num lugar que não precisam visitar. É difícil imaginar até como as mulheres conseguem sobreviver saindo de casa.

Mesmo em casa, nunca podemos ter certeza da ‘segurança’. Homens podem dizer coisas ruins para nós na internet, e não há como conseguirmos lidar com isso. Na realidade, eu acho o problema oposto mais preocupante. Recentemente, ao discordar de um homem feminista interseccional, ele começou a mudar de ideia! Muito encorajada, eu continuei a discussão. Depois de algum tempo, eu chequei o perfil dele e notei que ele estava tendo uma conversa paralela com outro homem em que ele estava expressando exatamente as mesmas opiniões que ele tinha mudado na nossa conversa. Quando o enfrentei por isso, ele me disse que não sentia que deveria desrespeitar minha vivência como mulher contradizendo-a com suas próprias opiniões como homem. Entretanto, ele ainda discordava de mim e era capaz de dizer isso a outro homem. Eu não consegui fazer com que ele visse que isso só levava a me excluir da conversa e a eu perder o meu tempo. Daria na mesma me mandar para a sala de estar para deixar os homens conversarem.

Talvez os homens poderiam criticar nossos trabalhos acadêmicos ou blogs? Richard Dawkins foi acusado de misoginia por zombar de um artigo de sociologia pós-moderna que por acaso tinha sido escrito por uma mulher. (Ele tinha zombado de outro escrito por um homem dias antes.) Várias pessoas perguntaram a ele por que ele odiava mulheres inteligentes ou por que ele tinha que criticar textos de mulheres. Certamente, deveria estar claro para todo mundo que não fazê-lo exclui as mulheres do debate acadêmico? Se queremos ser levadas a sério como acadêmicas (ou como blogueiras), precisamos deixar que as pessoas critiquem o nosso trabalho.

Como muitas feministas universalistas e liberais da minha geração e de antes, eu decidi aguentar firme e tentar enfrentar, por dentro, os problemas do relativismo cultural, do negacionismo da ciência, da furiosa falta de educação e do desempoderamento de mulheres por feministas. O resultado disso foi que eu fui bloqueada por feministas, ouvi que não sou feminista, fui chamada de ‘anti-feminista’, de ‘mascu’, de ‘misógina’ e até de ‘defensora de estuprador’ (eu sugeri que os homens que inventaram um esmalte para detectar drogas em bebidas tinham boas intenções). Disseram para eu ir me foder com uma serra elétrica enferrujada, e que eu era uma mulher confusa de meia idade que não entende a sociedade. Depois de um encontro com uma feminista em que eu disse que não recebi ameaças de morte ou de estupro de homens, uma conta nova com um nome masculino foi repentinamente feita e começou a me mandar algumas.

Ao mesmo tempo, não-feministas estavam me dizendo que eu não era o que eles entendiam por ‘feminista’, ou mesmo afirmando que eu não era uma feminista. Eu lhes assegurei que eu era porque eu estava preocupada com a mutilação genital feminina, violência de ‘honra’ e casamento forçado afetando mulheres britânicas hoje em dia, o que raramente é julgado legalmente. Eu me oponho ao desempoderamento de jovens mulheres que ouvem de feministas nas universidades e escolas que elas não conseguem aguentar ideias diferentes e que crítica é abuso. Não seriam esses problemas do momento afetando as mulheres? Minha amiga, Kath, uma radfem em recuperação, me ajudou a esclarecer meus pensamentos sobre isso:




Isso é verdade. Eu concordo com Ayaan Hirsi Ali que o feminismo ocidental precisa parar de se focar em ‘besteirol trivial’. Eu não tenho muita simpatia por mulheres que se sentem traumatizadas e excluídas pelas camisetas de cientistas ou por vídeo-games. Quando se trata das pequenas coisas, o campo de jogo se torna muito mais equilibrado. Todos nós temos expectativas relacionadas a gênero que preferiríamos não atender. Eu sugiro não fazê-lo. Não faz muito sentido reclamar de expectativas de gênero e ao mesmo tempo perpetuá-las. A ideia de que as mulheres não podem desafiar tais expectativas por causa do medo da desaprovação parece contrária a todo o etos do ativismo feminista e daquelas que vieram antes de nós.

Eu acho que é hora de eu aceitar que ‘feminismo’ não significa mais ‘o objetivo de direitos iguais para mulheres’, mas é entendido como referente ao atual movimento feminista, que engloba muito mais, e muito pouco das coisas às quais quero me associar. Eu postei isso no Twitter recentemente:



Os problemas sérios enfrentados por mulheres britânicas com os quais eu quero me envolver são englobados pelo ativismo de direitos humanos, e só dá para se opor ao desempoderamento de jovens mulheres, infelizmente, se opondo ao próprio feminismo.

Eu costumava ficar feliz quando as pessoas me diziam que eu as tinha feito pensar mais positivamente sobre o feminismo, mas agora eu temo que isso pode apenas ter impedido a pessoa em questão de criticar um movimento que precisa muito ser criticado. O feminismo se perdeu e não deveria ter respeitabilidade pública até que resolva esse problema. Parece que mais e mais pessoas estão percebendo isso. Um estudo recente mostrou que apenas 7% dos britânicos se identificam como feministas, embora mais de dois terços apoiem a igualdade de gênero. Minha tristeza ao abandonar a identidade que foi o legado de minha mãe para mim é misturada à raiva quando eu considero que ela também, uma mulher que foi fundamental para abrir a carreira bancária para as mulheres, agora seria altamente problematizada.



* Helen Pluckrose, 40 anos, mora em Londres e é estudante de pós-graduação em literatura religiosa medieval e moderna. É ateia e humanista.

http://xibolete.uk/ex-feminista/


Offline DDV

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #12 Online: 26 de Outubro de 2016, 15:00:43 »
Há uma vertente no feminismo que luta contra a ditadura do absorvente:

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Lorentz

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #13 Online: 26 de Outubro de 2016, 15:12:32 »
Há uma vertente no feminismo que luta contra a ditadura do absorvente:



Tem tudo pra ser fake.
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Offline Gauss

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #14 Online: 26 de Outubro de 2016, 15:28:01 »
Há uma vertente no feminismo que luta contra a ditadura do absorvente:


Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #15 Online: 26 de Outubro de 2016, 15:36:54 »
https://sangremenstrual.wordpress.com/2009/05/17/manifiesto-por-la-visibilidad-de-la-regla/



:|

Podiam dentre as imagens incluir uma "proibido propaganda de absorvente com líquido azul".




Diga-se de passagem, ouvi dizer que essas coisas de "renovação" e etc são bobagem, que, na verdade, menstruar não é exatamente "desejável", sendo preferível contraceptivos que cessam isso, por reduzir assim as chances de endometriose. Mas talvez isso seja ciência burgo-patriarcal.







Os MRAs vão logo responder com campanhas a favor da má-higiene em geral, já que banhinho com sabonetinho para ficar tudo limpinho é coisa de mulherzinha.

Offline João da Ega

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #16 Online: 11 de Novembro de 2016, 14:30:43 »
O feminismo, assim como vários outros movimentos sociais, foi tomado pelas ideias pós modernistas que pregam o relativismo extremo e negam verdades objetivas, como se a verdade fosse subjetiva e pessoal, dependente e variável de acordo com a lente de quem vê, o que é uma tremenda irracionalidade e gera uma vertente autopofágica que ameaça a credibilidade do movimento.

Esse artigo é de uma feminista da velha guarda, seu ponto de vista me parece muito ponderado e sensato.

Citar
Por que não me identifico mais como feminista

por Helen Pluckrose*, em seu blog, 18 de fevereiro de 2016.

Não me lembro de não ter sido feminista. (...)
Bem interessante mesmo a posição dela.
Lendo assim por cima, tendo a concordar com essa posição de (ex-)feminismo que ela advoga.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #17 Online: 11 de Novembro de 2016, 15:15:47 »
O feminismo, assim como vários outros movimentos sociais, foi tomado pelas ideias pós modernistas que pregam o relativismo extremo e negam verdades objetivas, como se a verdade fosse subjetiva e pessoal, dependente e variável de acordo com a lente de quem vê, o que é uma tremenda irracionalidade e gera uma vertente autopofágica que ameaça a credibilidade do movimento.

Esse artigo é de uma feminista da velha guarda, seu ponto de vista me parece muito ponderado e sensato.

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Por que não me identifico mais como feminista

por Helen Pluckrose*, em seu blog, 18 de fevereiro de 2016.

Não me lembro de não ter sido feminista. (...)
Bem interessante mesmo a posição dela.
Lendo assim por cima, tendo a concordar com essa posição de (ex-)feminismo que ela advoga.

Talvez pudessem chamar isso de "paleofeminismo", ou até tentar "feminismo verdadeiro", para tentar evitar o problema inerente em se dizer "não feminista", que é algo que soa um pouco como não ser a favor da abolição da escravatura.







Bastante sucinta explicação para colocar contra aquelas colocações meio chavão, um pouco "desatualizadas" (ou talvez propositalmente evasivas em alguns casos), como simplesmente citar que "o feminismo é a idéia radical de que mulheres também são seres humanos".

Offline Freya

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #18 Online: 13 de Novembro de 2016, 14:33:59 »
O feminismo, assim como vários outros movimentos sociais, foi tomado pelas ideias pós modernistas que pregam o relativismo extremo e negam verdades objetivas, como se a verdade fosse subjetiva e pessoal, dependente e variável de acordo com a lente de quem vê, o que é uma tremenda irracionalidade e gera uma vertente autopofágica que ameaça a credibilidade do movimento.

Esse artigo é de uma feminista da velha guarda, seu ponto de vista me parece muito ponderado e sensato.

Citar
Por que não me identifico mais como feminista

por Helen Pluckrose*, em seu blog, 18 de fevereiro de 2016.

Não me lembro de não ter sido feminista. (...)
Bem interessante mesmo a posição dela.
Lendo assim por cima, tendo a concordar com essa posição de (ex-)feminismo que ela advoga.

Penso que as feministas irracionais não são a maioria, mas essa parcela é a mais barulhenta e, portanto, a que mais chama atenção e queima o filme do movimento; é a parcela que acaba despertando a simpatia do povo por seres abjetos como Bolsonaros.
Tendo a concordar com ela que hoje em dia, devido às proporções que o movimento ganhou, as dissidências que gerou, faz mais sentido se dizer uma defensora dos direitos humanos do que uma feminista, visto que é mais abrangente e expressa bem o objetivo do feminismo, igualdade entre seres humanos, igualdade de direitos concernentes à dignidade da pessoa humana.
« Última modificação: 13 de Novembro de 2016, 14:39:36 por Freya »

Offline AlienígenA

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #19 Online: 13 de Novembro de 2016, 17:10:26 »
O feminismo, assim como vários outros movimentos sociais, foi tomado pelas ideias pós modernistas que pregam o relativismo extremo e negam verdades objetivas, como se a verdade fosse subjetiva e pessoal, dependente e variável de acordo com a lente de quem vê, o que é uma tremenda irracionalidade e gera uma vertente autopofágica que ameaça a credibilidade do movimento.

Esse artigo é de uma feminista da velha guarda, seu ponto de vista me parece muito ponderado e sensato.

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Por que não me identifico mais como feminista

por Helen Pluckrose*, em seu blog, 18 de fevereiro de 2016.

Não me lembro de não ter sido feminista. (...)
Bem interessante mesmo a posição dela.
Lendo assim por cima, tendo a concordar com essa posição de (ex-)feminismo que ela advoga.

Penso que as feministas irracionais não são a maioria, mas essa parcela é a mais barulhenta e, portanto, a que mais chama atenção e queima o filme do movimento; é a parcela que acaba despertando a simpatia do povo por seres abjetos como Bolsonaros.
Tendo a concordar com ela que hoje em dia, devido às proporções que o movimento ganhou, as dissidências que gerou, faz mais sentido se dizer uma defensora dos direitos humanos do que uma feminista, visto que é mais abrangente e expressa bem o objetivo do feminismo, igualdade entre seres humanos, igualdade de direitos concernentes à dignidade da pessoa humana.

É trocar seis por meia dúzia,  já que do mesmo mal padecem os direitusdusmanus! Movimento, aliás, frequentemente citado por Boçalnaro2018! Tem jeito, não. O negócio é separar meia hora do seu tempo toda vez que for questionada sobre o assunto só para se explicar, contando com réplica, tréplica, choro e ranger de dentes, ou mudar de assunto.


Offline Nowa

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #21 Online: 14 de Novembro de 2016, 04:14:24 »
O feminismo deveria ser combatido desde a primeira geração. Essa terceira geração é incrivelmente estúpida, mas o estrago já está feito há muito tempo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #22 Online: 14 de Novembro de 2016, 06:37:00 »
Se as mulheres não pudessem trabalhar fora, haveria muito mais vagas de emprego!

Se não pudessem votar, Obama jamais teria sido eleito!

Offline André Luiz

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #23 Online: 14 de Novembro de 2016, 12:26:47 »
O feminismo deveria ser combatido desde a primeira geração. Essa terceira geração é incrivelmente estúpida, mas o estrago já está feito há muito tempo.

Sim, combatido desde a primeira geração,  é muita audácia dessas mulheres escolher fazer qualquer coisa que nao seja explir criança e cuidar da casa.

Daí elas começaram a estudar trabalhar e escolher quando ter filhos, onde já se viu

Offline Freya

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Re:O Feminismo deveria ser combatido?
« Resposta #24 Online: 14 de Novembro de 2016, 12:45:46 »
É trocar seis por meia dúzia,  já que do mesmo mal padecem os direitusdusmanus! Movimento, aliás, frequentemente citado por Boçalnaro2018! Tem jeito, não. O negócio é separar meia hora do seu tempo toda vez que for questionada sobre o assunto só para se explicar, contando com réplica, tréplica, choro e ranger de dentes, ou mudar de assunto.

Mas o Bolsonaro só critica os direitos humanos porque eles vão de encontro com aquilo que ele defende, ou seja, torturadores, ditaduras, violência contra civis inocentes, etc., e não porque os direitos humanos supostamente tenham ativistas que só defendem bandidos (não vejo isso presente nos movimentos, sinceramente). Diferentemente de algumas dissidências do movimento feminista que são criticáveis com toda razão, pois nítida e claramente se concentram em destilar misandria abertamente ao invés de buscar igualdade isonômica de direitos civis.

 

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