Existe uma coisa chamada probabilidade, é matemática.
Sabemos como funciona a vida nesse planeta, temos algumas vagas ideias de como ela surgiu ou veio parar aqui;
Sabemos os elementos que a compõem e que os mesmos estão presentes em todo o universo.;
Sabemos também, graças à nossa tecnologia atual, que existem aproximadamente 2 TRILHÕES de GALÁXIAS no universo observável. Até então pensávamos que eram "somente" 200 bilhões, mas recentemente o Hubble revelou esse fantástico número, que deve crescer ainda mais depois que o James Webb for colocado em órbita.
Estima-se que só a Via Láctea tem 100 bilhões de planetas.
Calculando 100 bilhões vezes 2 trilhões. Isso dá algo como 200 SEXTILHÕES de planetas, aproximadamente, no universo observável, até agora. (Você consegue entender esse número? Sabe, realmente, o que ele significa? Consegue imaginar isso?)
Agora, cediço dessas informações, calculem a probabilidade de haver, em algum lugar do universo, outros planetas com condições semelhantes a da Terra, bem como a probabilidade de ter surgido ou "caído" vida semelhante a da Terra lá, e a probabilidade dessa vida ter evoluído para "vida inteligente".
Não é uma questão de crença, é matemática.
http://www.nasa.gov/feature/goddard/2016/hubble-reveals-observable-universe-contains-10-times-more-galaxies-than-previously-thought
http://exame.abril.com.br/ciencia/existem-200-bi-de-planetas-errantes-na-via-lactea/
Os criacionistas também fazem "cálculos" demonstrando que a probabilidade da vida ter surgido espontaneamente no universo é zero. Inventam até um teorema absurdo que supostamente demonstra que se a probabilidade é inferior a um determinado valor então o evento jamais ocorre.
Mas na verdade não há como fazer esse cálculo.
Você pode ter uma percepção intuitiva de que, dada a vastidão do universo, a probabilidade de outras formas de vida é considerável. Ou sua intuição pode sugerir o contrário, que as especificidades necessárias ao surgimento da vida são tantas e tão raras que é muito improvável encontrarmos outro planetinha com vida por aí. Mas isso é só intuição, para dar números à intuição é diferente.
Geralmente quando as pessoas falam em probabilidade elas se esquecem do principal: a definição de probabilidade.
Primeiro você precisa definir uma função de frequência de um evento associado a um experimento, que é a frequência em que um evento ocorre divido pelo número de vezes que o experimento foi realizado.
Por exemplo, se o evento for sair a face 3 de um dado, e você lançou o dado 20 vezes e a face 3 saiu 5 vezes, então a frequência para esse N = 20 é F(20)=5/20=1/4
A probabilidade do evento é definida como o limite dessa função quando N tende para infinito.
Tomando alguma liberdade, significa, mais ou menos, que a probabilidade do evento seria a proporção em que ele ocorreria se você repetisse o experimento infinitas vezes.
Nesse caso a probabilidade de dar 3 quando se lança um dado é LIM ( N

infinito ) F(n) = 1/6.
Mas como chegar a esse resultado se não podemos jogar o dado infinitas vezes?
Não dá para calcular pela definição, então usamos o axioma que determina que esse limite será numericamente igual à razão entre o número de resultados que indicam a ocorrência do evento e o número total de resultados possíveis do exeperimento.
Exemplo: se o experimento for lançar um dado e o evento for " sair um número par ", o número total de resultados possíveis são as 6 faces do dado e o número de resultados que indicam que saiu um valor par são as 3 faces pares do dado. Então a probabilidade é 3/6=1/2.
A ideia por trás desse axioma vem da percepção de vivermos em um mundo de causas e efeitos. Todo efeito tem que ter uma causa e toda causa terá como consequência um algum efeito. Tudo causa alguma coisa e tudo tem alguma causa.
Portanto se não há causa não há efeito. Certo? Se A implica em B e B implica em A, então Não A implica em Não B.
Se efeito implica em causa e causa em efeito, não havendo causa não há efeito.
Em termos simples: todas as faces do dado são iguais, então não há nenhuma razão ( causa ) favorecendo mais o resultado de uma face do que outra, logo, deve-se esperar que, lançando-se muitas vezes o dado, a proporção dos resultados obtidos seja mais ou menos a mesma para todas as faces.
Por que só daria 3 se não há uma causa pra isso?
Então, compreendendo esta definição, como aplica-la para calcular a probabilidade da vida surgir no universo?
Só seria possível através da estatística, tendo observado surgir um grande número de universos como o nosso e computado em quantos deles houve vida, ou, conhecendo todos os dados necessários favorecendo ou desfavorecendo o surgimento da vida.
Quando as pessoas fazem estes cálculos não podem, obviamente, usar o primeiro método, então tentam nos convencer que usaram o segundo. Mas para isso o que elas fazem é simplesmente "chutar" esses dados de acordo com suas próprias intuições.
Mas... qual a probabilidade desse chute estar certo? Aquele cálculo de probabilidade de nada vale se você não souber ESTA probabilidade.
É exatamente como estes cálculos que publicam nos jornais todo final de campeonato, informando ao leitor que a probabilidade do Fluminense ser campeão é muito pequena. Intuitivamente todos sabemos que é pequena, mas dar um valor a esta probabilidade não tem nenhuma base matemática.
Tanto não tem que se 200 pseudo-matemáticos publicam suas previsões nos jornais você tem 200 previsões diferentes.