Para mim (e para os outros que não visualizam) não existe isso. Cena? Isso em si já soa surreal. Eu havia dito no tópico que, quando fecho os olhos e me concentro, não vejo nada mais que a escuridão de minhas pálpebras fechadas.

Não temos esse dom...
Mas cena sim a gente imagina mas sem ver na tela das pálpebras e sim na tela mental.
Elas não são habilidades "latentes do homo sapiens", pelo contrário, talvez nós é que tenhamos atrofiado algo que já era natural
possa ser... possa ser...
Foi isso que eu quis dizer exatamente.
O fato d'algumas pessoas terem essa capacidade conforme S/Pessoa relata, não quer dizer que seja uma propriedade a qual tenham todos h-s. Poderia ser uma característica genética só de alguns obtida, say, de cruzamento de ancestrais c/Neanderthals (repito: supongamos...) ou que alguns (a maioria aparentemente...) tenhamos perdido, como bem especulou.
Criso e Gorducho: e que tal visualizar SEM ter que fechar os olhos?
Ou seja, visualizar de olhos abertos?
Quando esse tópico começou, eu também estava no time dos que não viam necessidade de algo assim ser debatido.
Afinal, era a coisa mais natural pra mim a capacidade de imaginar pessoas, coisas e cenários na tela da mente.
Fiquei achando que o tópico não ia longe, e que até (desculpe, Criso) achei que o autor dele estivesse em algum tipo de trolagem ou extrema criancice em propor tais ideias.
Ora, isso não faz sentido.
Todo mundo consegue imaginar, todos conseguem visualizar o rosto da esposa, a motoca do filho, uma cena de briga em algum telejornal.
Mas, conforme o debate se seguiu, eu vi que as exigências sobre a qualidade da visualização eram mais fortes.
Não bastava apenas ter um leve vislumbre do rosto de Sílvio Santos.
Havia que "ver" se ele estava de gravata azul, ou se tinha uma pequena pinta abaixo do olho esquerdo, se o cabelo era repartido ao meio ou de lado, se usava o velho e malhado microfone abaixo do queixo, etc.
Nesse caso, eu tive que rever meus conceitos sobre "visualizar".
Minha esposa tem um profundo poder de concentração.
Eu já a vi olhando para o vazio por vários minutos, estática, mais de uma vez, ora dezenas ou centenas de vezes.
Sei que nessas horas ela está concentrada em alguma decisão importante, ou em sua agenda de compromissos ou outro assunto que envolva e exija concentração.
Já lhe perguntei sobre isso e ela me respondeu que estava mudando os horários dessa ou daquela atividade, escolhendo as roupas que iria separar para doação, revendo a bula de um ou outro remédio veterinário de alguns de nossos cães, etc.
Depois que começou esse tópico, perguntei a ela se nesses momentos, com os olhos abertos, ela conseguia "visualizar" os assuntos de seus momentos em que fica de olhos vidrados e perdidos no vazio.
Ora, claro que sim, me respondeu.
Foi então que eu mesmo comecei a tentar isso aí.
Visualizar de olhos fechados é moleza.
Basta que eu me concentre no alvo em questão e logo vou pegando os detalhes. Cheiro, textura e compleição são um pouco mais complicados, mas se consegue um cheiro "virtual", digamos assim.
A chave de tudo é a imaginação.
Quando ela se junta à concentração, a experiência fica muito mais intensa e rica de detalhes.
Mas ficou a pergunta: eu consegui "visualizar" alguma coisa de olhos abertos?
Ainda não como eu gostaria.
Parece que exige algo meio como um treinamento.
Mas já tenho alguns resultados.
Coisas simples, como um rosto, um copo de leite achocolatado, a imagem de um dos meus cães.
Minhas conclusões: a imaginação e a força de concentração são as principais alavancas para isso.
Não é nada em "alta-definição", "full-HD" ou realismo total.
São nuances, são vislumbres, são imagens intangíveis, fugidias.
Mas já consegui também imagens bem nítidas, quase como se estivesse olhando para elas.
Depende do grau de concentração.
É mais um exercício de concentração do que outra coisa qualquer.
Também faço analogia àquelas imagens em estereogramas, nas quais precisamos fixar a vista para ver alguma coisa:

Ou seja, não é de graça; exige algum esforço.