Autor Tópico: Nós e as mídias sociais.  (Lida 8284 vezes)

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Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #50 Online: 04 de Fevereiro de 2018, 15:44:29 »

O cara faz as coisas de modo bem planejado para atingir o objetivo dele de ridicularizar os cientistas e as atividades científicas.


Sim, a encenação é nitidamente calculada. O que falar, e como falar... mas com que propósito?

Tenta colocar alguma questão inteligente nos comentários do canal pra ver se ele responde? De jeito nenhum, ele só responde os comentários dos acéfalos.

Offline JJ

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #51 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 09:05:23 »
Fanático não é, e dinheiro aqueles vídeos não dão. Ele também, ao contrário de muitos outros, não solicita contribuições de seus assinantes. E não se tem notícias que dê palestras remuneradas sobre estes temas, que publique livros, que venda DVDs, etc... Pelo contrário, o homem tem uma empresa de consultoria e está fazendo publicamente papel de retardado ou maluco. Ora, ele deve estar perdendo contratos com isso. Quem confia seu projeto à competência de um geofísico que acha que a Terra é plana?


Eu já fiz a observação, mas vou reiterá-la, ele (com a família) está morando nos Estados Unidos, o canal dele é em português (então certamente a  maioria esmagadora de seus inscritos não são americanos), de modo que é praticamente certo que ele não está perdendo contratos com isso.



Offline JJ

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #52 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 09:14:27 »

Eu apostaria mais nas seguintes hipóteses:


1) Ele tem raiva de alguns cientistas e/ou de  alguma(s) universidades do Brasil,  e  esta anti divulgação científica que ele faz é uma forma de vingança, é uma forma de desforra que  encontrou para ele descarregar essa raiva, para dar o troco,

E/ou

2) Ele  tem uma contrariedade mais geral  (menos pessoal) com relação a filosofia cientificista e o poder das academias, nesse caso o ataque dele é uma forma de enfraquecer essa filosofia cientificista e o poder das academias;



« Última modificação: 05 de Fevereiro de 2018, 09:25:17 por JJ »

Offline JJ

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #53 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 09:24:22 »

Outra hipótese, mas que considero menos provável, é que ele está  fazendo uma espécie de experimento social,  apenas  como um passatempo, como satisfação de sua curiosidade sobre a credulidade alheia e como forma de diversão (não com o intuito de publicar  em periódico científico). 

Offline Geotecton

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #54 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 11:40:00 »
[...]
Se ele sabe o que está fazendo ( e sabe! ), de alguma forma tem que valer a pena. Porque não se trata de um anônimo com ensino fundamental incompleto como o Gideão ( um dos cabeças do terraplanismo no Brasil ), mas um profissional muito qualificado que está se prejudicando. Vamos pensar um pouquinho: se você fosse um médico obstetra ou ginecologista, você iria para a televisão dizer que os bebês são trazidos por cegonhas?! Quantas consultas seriam desmarcadas neste mesmo dia?
[...]

Ele sabe muito bem o que está fazendo, incluindo o fato que a Terra não tem uma forma de 'disco achatado'.

Em meados do ano passado, após assistir um dos vídeos, fiz uma pergunta sobre a propagação e refração de ondas sísmicas (assunto em que ele é especialista), e que é uma evidência conspícua da Terra ser um esferóide. A minha pergunta foi ignorada e depois apagada.
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Offline Muad'Dib

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #55 Online: 05 de Fevereiro de 2018, 11:47:35 »
O canal desse Afonso é para lá do absurdo. Tem um outro que eu não sei o nome, um anarcocapitalista católico fundamentalista ( :olheira:), que me deixou perplexo também. Esse tipo faz o OdeC parecer um filosofo de verdade.

Eu não consigo perder muito tempo com essa nojeira. Eu tenho um limite que, uma vez ultrapassado, eu fecho o vídeo.



Uns anos atrás Alex Jones era somente uma figura bizarra que o povo aqui fazia graça por causa da baboseira conspiracionista. Hoje AJ influi na minha e na sua vida.  :'(

https://www.theguardian.com/technology/2018/feb/05/tech-addiction-former-facebook-google-employees-campaign

Citar
“Tech companies are conducting a massive, real-time experiment on our kids, and, at present, no one is really holding them accountable,” said Common Sense’s CEO, James Steyer, warning that tech companies’ attention-grabbing business models may hurt “the social, emotional and cognitive development of kids”.

Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #56 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 09:51:33 »
Dando seguimento às considerações do meu último post...

O Muad observou que eu apresentei apenas evidências circunstanciais para a tese de que algumas figuras podem estar sendo financeiramente estimuladas a usar a internet para influenciar outras pessoas, de acordo com interesses de certos grupos que supostamente considerariam conveniente fazer este tipo de investimento. É mesmo muito difícil apresentar uma prova documental ou um testemunho nesse caso, e uma conjectura desse tipo sem muita base fica assim com todo ar de "teoria da conspiração". Mas só pra começar há muitos casos interessantes que parecem reproduzir um mesmo padrão. Gostaria de examinar inicialmente a biografia recente de duas jovens que se tornaram conhecidas tanto pelo ciberativismo político como por terem se envolvido em polêmicas.

Estas são Patrícia Lelis e Sara Winter.



Sara Winter é de família humilde e vivia em dificuldades quando viajou para a Ucrânia para ser orientada a formar um braço do FEMEN no Brasil. Então um já conhecido grupo feminista radical de esquerda. Segundo ela própria, recebeu treinamento durante um período em Kiev e depois passou a organizar performances midiáticas estridentes no Brasil. Tornou-se vlogger propagando em redes sociais as pautas extremistas do grupo, repetindo os clichês deste tipo de discurso com inflamada convicção. Mas um ano depois, a líder mundial do FEMEN, Anna Hustol, destituiu Sara Winter fazendo várias graves acusações, inclusive que Sara embolsava parte do dinheiro que era enviado para as manifestações. ( Ficamos assim sabendo que o grupo recebia financiamento de fora. )

Como retaliação, Sara, que até então era só apologia tanto para a causa quanto para a organização, acusou o FEMEN de ser "uma empresa", e não um movimento social. As revelações não pararam: sua colega Bruna Themis acusou Sara de autoritarismo e de ser simpática ao nazismo, algo incondizente com uma feminista. De fato Sara admitiu que anos antes havia mantido contato com pessoas destes grupos pela internet. Além disso uma de suas tatuagens é idêntica a uma das principais condecorações nazistas. E ainda o pseudônimo adotado por ela ( Sara Winter ) calha de ser o nome de uma notória nazista britânica.

Citação de: Bruna Themis, nº2 do FEMEN Brazil em entrevista a Opera Mundi
A questão do envolvimento político do grupo também pesou para a minha saída. O Femen se apresenta como apartidário, mas eu não sabia que o Andrey (Russo, assessor da Sara Winter, líder do grupo, e do Femen Brazil) era candidato a vereador. Eu perguntei à Sara quem era o Andrey, qual era a relação que eles tinham, mas não tive resposta. Os dois estão enganando muita gente e tenho provas. Não quero prejudicar ninguém, mas não quero que mais pessoas caiam na mesma história.

(Andrey Cuia ou Andrey Russo é candidato a vereador em Santo André pelo PMN, o Partido da Mobilização Nacional, que apoia a candidata Soninha Francine para a prefeitura de São Paulo. Em seu perfil do Twitter, ele se apresentava como “assessor voluntário do Femen Brazil”, mas já não coloca o “cargo” na descrição do perfil)

[...]

Passei uma semana na casa dela em São Carlos e as conversas que tivemos me fizeram ter ainda mais certeza de que queria deixar o movimento. Muitas coisas me desagradaram, como a maneira que ela enxerga o projeto e o futuro dele. Também questionei as inúmeras revistas com a figura de Hitler que ela tem em casa. A Sara disse que admira Hitler como pessoa, que ele foi um bom marido, que amava os animais, mas que não admira o Hitler público. Achei meio estranho.

[...]

Eu nunca me envolvi com a questão de dinheiro, mas não há nenhuma prestação de contas. O dinheiro vai pra conta da Sara e pelo que a gente ficou sabendo agora, para a conta de PayPal do Andrey. Não sei como ela gasta o dinheiro. Eu disse pra Sara que o dinheiro das camisetas poderia ser usado para cobrir nossos gastos, mas as doações poderiam ser revertidas a organizações e ONGs que trabalham, por exemplo, com mulheres que são vítimas de violência domestica. A Sara não se posicionou.

Então quais seriam as reais convicções de Sara, ou Sara teria realmente convicções? Difícil dizer, porém Anna Hustol também ameaçou contar o que realmente levou Sara a entrar para o Femen, uma guinada curiosa para uma jovem que já se declarou admiradora de Plínio Salgado, um fascista brasileiro. Mas tudo que eu sei é que Sara, que antes do ativismo político já se virou até como prostituta, não exerceu nenhuma atividade profissional durante todo o tempo em que presidiu o FEMEN Brazil.



Há coisas até engraçadas sobre ela: em 2013, ainda no FEMEM, a jovem organizou um protesto contra o Big Brother Brazil, qualificando o programa como "alienante". Em 2014, já expulsa, mandou um DVD pra Globo se candidatando a este mesmo programa.

A falsa loira parece mudar de opinião com mais facilidade que muda de calcinha porque depois de fracassar na tentativa de fundar sua própria organização feminista ( BastardXs ), surpreendeu novamente aparecendo em vídeos no YT vociferando contra todas as pautas feministas, as próprias feministas, as esquerdas, revelando ao mundo como ela teria sido usada por estas pessoas horríveis e todo o mal que pretendem fazer à humanidade. Quando foi dormir era militante pró-aborto e acordou no dia seguinte conservadora cristã e católica devota.

Sara dizer que foi "manipulada" pelas feministas soa meio estranho porque ela sempre esteve no topo da organização e de acordo com Bruna Themis era quem decidia tudo sozinha pouco ligando para opinião das companheiras. É mais ou menos como se Hitler declarasse que foi só uma pobre vítima que sofreu lavagem cerebral ministrada por nazistas... Mas se o depoimento de Bruna Themis tem algum crédito apesar da líder autoritária sofrer uma monstruosa opressão por parte de suas lideradas ainda havia algumas maneiras de lucrar sendo presidente do FEMEN Brazil: dinheiro remetido diretamente para sua conta, venda de camisetas e objetos com a marca FEMEN Brazil e vocês também devem saber o que é uma conta PayPal.

Bem, talvez esteja sendo sórdido em não confiar cegamente na honestidade das pessoas, ou me deixando iludir por tolas fantasias de conspiração, mas em alguns momentos chego a pensar que esta moça gosta muito é de dinheiro...

Todo ser humano tem direito de mudar, fazer auto crítica e rever conceitos. Sara hoje é uma mulher transformada e anda "coladassa" com gente boa como Magno Malta, Marco Feliciano e Jair Bolsonaro. Com este último anunciou parceria política para lutar contra a "inversão de valores da sociedade promovida pela esquerda". Essa nova Sara não administra mais uma ONG, o que significa que não recebe financiamento em sua conta, não lucra com venda de camisas e nem tem mais pretexto para manter uma conta PayPal...

Em comum com a velha Sara só restou uma coisa: AINDA É CAPAZ DE REALIZAR O PRODÍGIO DE VIVER SEM TRABALHAR!

Alega que se mantém com palestras. Mas... quem remunera estas palestras?

Agora também escreve livros, e é auspicioso saber que neste país que não lê pelo menos alguém está conseguindo viver de literatura.

( Talvez ajude o livro dela "Vadia, não! Sete vezes que fui traída pelo feminismo" ter exatamente 30 páginas. )

Sobre a Sara Winter brasileira.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sara_Winter

Sobre a Sarah Winter britânica.

Citar
Sarah Winter née Domville-Taylor (1870–1944) was a noted British Nazi Supporter and member of the British Union of Fascists, as well as a Society hostess throughout the 1920s and 1930s.

She joined the Anglo-German Fellowship in 1935 and the British Union of Fascists in the same year. Her knowledge and support for the Nazi party grew in this time and continued to her legendary display of the Nazi flag at all her residences on the eve after the Anschluss. Unlike many of her contemporary Nazi supporters she was not interned under Defence Regulation 18B, for reasons unknown, however many historians believe her friendship to leading political figures including Winston Churchill himself maintained her security. She instead retreated to Shropshire where she continued her support for Nazi Germany and was frequently accused of espionage.

Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #57 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 09:57:36 »
Bem, este não é meu argumento e muito menos minha conclusão. É só a parte inicial do começo da introdução.

Falta muito para concluir meu raciocínio.

Offline Lorentz

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #58 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 10:11:33 »
Isso tudo (terraplanismo) deve fazer parte de um grande projeto de trollismo mundial, liderado pelo Cid do Não Salvo. Ele disse uma vez que estava trabalhando em algo grande. Isso tem muita cara de ser coisa dele.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Muad'Dib

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #59 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 11:56:07 »
Essa Sarah Winter tem uma história para lá de peculiar mesmo.

Lendo isso eu lembrei do Milo (homossexual do Breitbart). Um homossexual que participa do Alt-right é algo que é impossível de fazer sentido. E é sem sentido dos dois lados, do homossexual conservador em um grupo fascistóide e do grupo fascistóide aceitando um homossexual.

A única explicação é que o Breitbart tinha interesse em manter um gay que defendesse seus ideais para, preventivamente, poder refutar argumentações de intolerância. Tipo, "como a mídia mainstrean pode afirmar que somos intolerantes, sendo que temos um gay assumido no nosso quadro de colunistas?"  E o Milo vendeu a imagem para o Breitbart.

O Milo, no fim das contas, era muito mais que um idiota útil para o Breitbart. De idiota ele não tinha nada. Ele queria ganhar dinheiro na Internet e teve a presença de espírito para encontrar o mercado ideal para vender a sua imagem.

Só para deixar claro, nunca duvidei que houvesse financiamento de grupos bizarros nesses indivíduos, é que eu fico com o pé atrás mesmo para explicar sem provas convincentes a conspiração (porque o que esses grupos fazem é uma conspiração).

Eu acho que criar a narrativa com evidências circunstanciais, pode até ficar bem claro para nós aqui, mas se tentar convencer as pessoas que estão sendo enganadas por esses tipos com essa narrativa vai dar a oportunidade para esse tipo de gente desqualificar a narrativa como coisa de teóricos da conspiração malucos que acreditam nos Illuminats.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #60 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 13:29:02 »
"Conspiração" talvez não seja o melhor termo. Acho que descreve mais pessoas dentro de uma instituição arquitetando uma sabotagem de dentro, e não uma completa fraude para tapear um nicho.

"Farsa", "golpe", "picaretagem", pode ser mais apropriado. Meio como "fake news" no sentido não-trumpilíngua.

Talvez essas coisas possam também ser ditas "conspirações" sempre que haja cúmplices, mas acho que esses termos dão maior especificidade e fogem da carga de paranóia que há em torno do termo "conspiração", que acaba sendo sugestivo de algo enorme e mirabolante, em vez de farsas mais triviais.

Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #61 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 17:00:45 »

Lendo isso eu lembrei do Milo (homossexual do Breitbart). Um homossexual que participa do Alt-right é algo que é impossível de fazer sentido.

Estava pretendendo e pretendo abordar este ponto também.

Isso já é tão comum que virou praxe: cooptar um negro para criticar os movimentos negros, usar mulheres para atacar o femininismo, usar um islâmico para vomitar todos aqueles preconceitos que um cristão não poderia dizer sem parecer preconceituoso, botar um homossexual para criticar o movimento LGBT, e assim por diante...

Até o "outro lado" também faz isso: há muitos judeus que são críticos genuínos da política de Israel como Chomsky e Finkelstein, mas há também os "Israel Shahak", este um judeu israelense que há mais do que indícios de que era financiado por árabes para escrever coisas que não passavam da mais pura propaganda anti-semita.

Sara Winter também é um exemplo de pessoa nitidamente sem caráter e oportunista, que, assim que perdeu o filão feminista ( lembre-se que expulsa do FEMEN ela ainda tentou insistir no mesmo golpe criando o BastardXs mas fracassou ) foi rapidamente seduzida a se deixar usar como arma de propaganda pelos conservadores. Vou lembrar novamente: a moça paga suas contas sem que se saiba que exerça qualquer atividade profissional.

Mas há também o "negativo" da Sara Winter, a Patrícia Lelis. De quem vou ainda detalhar perfil e trajetória.

Defenestrada pela direita por conta de uma tentativa de extorsão mal sucedida, Lelis agora é arma de propaganda esquerdista e escreve coisas como "Lula seu ladrão, mais do que nunca tenho certeza que você roubou meu coração." Risos...

Ora, uma coisa é o Pr. Marco Feliciano sentando o pau nos gays, um cara já rotulado como preconceituoso. Outra coisa é botar um gay para fazer críticas até mais audaciosas ( e muitas vezes até menos honestas ) que ninguém vai poder rotular como homofobia.

Na sociedade do hiper consumo tudo faz parte de um mercado, até pessoas, opiniões e reputações. Tudo está à venda e tem seu preço regulado pelo mercado. Em algum momento Sara Winter, ex-prostituta, pareceu claramente um produto em promoção, e não foi perdida a oportunidade de adquiri-la a preço módico.

EDIT: Ainda deveria mencionar o caso de Enézio de Almeida, que no seu perfil se descreve como um ex-ateu marxista materialista, querendo com isso parecer fazer sua propaganda criacionista enrustida desinteressada e imparcial.

Um detalhe do Enézio é que não há registro que tenha um dia sido comunista. Pelo contrário, quando apareceu há anos nunca mencionou isso mas sim que era formado em Teologia ( ou algo muito parecido ), informação que depois extirpou do seu currículo e inventou para si mesmo uma biografia tipo "sou ateu, mas... "

EDIT 2: Ah, e claro, não podemos nos esquecer do exemplo-mor, o cerne de toda essa investigação, que é o próprio Dr. Afonso. Nada menos que um  geofísico PhD ( convenientemente um geofísico ) usando de todo o seu apelo de autoridade para ensinar que a Terra é plana.
« Última modificação: 06 de Fevereiro de 2018, 17:14:27 por Pedro Reis »

Offline Euler1707

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #62 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 19:45:06 »
O Pedro Reis ainda não deu nenhuma prova concreta ou evidência além de um "disse me disse" do que afirma. Vocês não parecem agir de maneira cética ao proto-teoria da conspiração dele, e não necessariamente que ele esteja errado ao todo, mas a maior parte da informações que ele deu pode ser classificada como cherry picking por qualquer pessoa minimamente cética, resultado de uma tendência dele (e não só dele, pelo visto...) de criar uma teoria da conspiração para tudo aquilo que não entende ou parece não ter uma explicação simples.

Offline Geotecton

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #63 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 19:51:15 »
E qual seria, no seu entender, a explicação mais plausível para o comportamento do geofísico?
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #64 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 22:29:44 »
"Teoria da conspiração" parece meio exagerado para esse tipo de coisa. Seria mais um golpismo "individual" mesmo, não requereria toda uma conspiração de pessoas cientes do segredo, com quem se rachasse a grana.

Eu não sei se é tremendamente mais parcimoniosa a hipótese das pessoas todas de fato acreditarem em algo idiota, apesar de em alguns casos serem supostamente qualificadas demais para isso, versus apenas não terem escrúpulo em lucrar fingindo ser. E nem são tanto duas alternativas mutuamente excludentes, sem falar em casos específicos.

Para cada vinte crentes honestos em alguma sandice, não me surpreenderia haver um ou dois apenas faturando em cima da ignorância alheia. Como as "fake news" originais. Como talvez o Alex Jones. Será que todo astrólogo acredita nos mapas astrais que faz? Todo leitor de cartas? Não existem charlatães?

O que mais conta contra seria a necessidade de exposição pessoal, diferentemente de "fake news". Mas acho que geralmente se aceita que muitas pessoas são de fato charlatãs mesmo sem precisar ocultar a identidade. Esse ideológico e pseudocientífico seria só um novo nicho para esse tipo de coisa.

Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #65 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 22:53:29 »
O Pedro Reis ainda não deu nenhuma prova concreta ou evidência além de um "disse me disse" do que afirma. Vocês não parecem agir de maneira cética ao proto-teoria da conspiração dele, e não necessariamente que ele esteja errado ao todo, mas a maior parte da informações que ele deu pode ser classificada como cherry picking por qualquer pessoa minimamente cética, resultado de uma tendência dele (e não só dele, pelo visto...) de criar uma teoria da conspiração para tudo aquilo que não entende ou parece não ter uma explicação simples.

Euler, eu até agora não dei nenhuma "prova concreta" e nem vou dar. Pelo menos nada mais "concreto" dos que as evidências que o levaram a ter convicção ( que também tenho! ) de que Lula é o verdadeiro dono de um triplex no Guarujá.

O que é uma boa oportunidade para você examinar seu próprio duplipensar.

No entanto, até agora, não me baseei em nenhum tipo de "disse me disse", que significa fofoca. Estou construindo raciocínios em cima de informações que são tão verificáveis ( e eu as estou documentando tanto quanto possível ) quanto as evidências, todas circunstanciais, que te levam a crer na "proto-teoria da conspiração" de que um apartamento de luxo é um dividendo que Lula obteve por participar de uma super/mega/ultra conspiração com tentáculos em vários ministérios, muitos partidos políticos, na câmara e no senado, em vários órgãos do governo e diversas empresas estatais e privadas.

Ou por acaso você exigiu para sua teoria da conspiração uma prova concreta, como por exemplo a escritura em cartório registrada em nome de Luis Inácio Lula da Silva?

Ao que parece, sua convicção ( e de qualquer brasileiro não petista ) é forjada por:

- provas circunstanciais.

- testemunhos.

- argumentos tipo: "essa explicação é mais simples e mais provável que todas as que intentam negar o fato"

- vários indícios convergentes para um mesmo ponto e ausência de qualquer indício forte que seja uma contradição   a estes outros indícios.

- entender que existe um certo padrão no caráter humano, muitas vezes visto antes, com muitas
  oportunidades de ser observado na classe política, que é compatível com as suposições que sustentam
  a sua teoria de que uma grande conspiração esteve no comando deste país pelo menos nos 4 últimos
  mandatos.

Por coincidência, todos estes pontos são exatamente do mesmo tipo que também estou levantando. Se sou pouco cético e esta seria uma "tendência minha", então não é diferente das suas próprias tendências já manifestadas aqui.

Mas talvez você ache razão suficiente para crer que tudo que Sara Winter diz e faz (apesar de incríveis inconsistências), é fruto apenas do comportamento imaturo de uma jovem sincera e bem intencionada, porém um tanto volúvel. Nesse caso muitos terão o direito de pensar que o excessivamente crédulo é você.

Não tenho pretensão de ser autor de tese, menos ainda de teoria, mas algo que uma teoria científica correta não pode fazer é partir de algum pressuposto e então, a partir disso, pinçar seletivamente elementos da realidade que pareçam corroborar este pressuposto. Ao contrário, a teoria deve sempre levar em consideração todos os elementos da realidade conhecidos, e buscar se adequar a todos eles.

Mas ocorre que, justamente por eu não ter obtido minhas suspeitas de um ou outro ponto seletivamente escolhido, e em seguida os ter relacionado com algum tipo de associação forçada e tendenciosa, meus pontos de vista sobre certas questões estão sendo desenvolvidos ao longo de muitos "posts" com início talvez desde meados de 2017. Porque se baseiam em uma extensa série de fatos que se tornaram de meu conhecimento, e também de considerações sobre estes fatos, que, pelo volume, são impossíveis de resumir em uma únicapostagem.

Sendo assim, fica muito fragmentado, e duvido muito que qualquer um esteja a par de todas as colocações que fiz, de todos os fatos que apontei, e muito menos compreendendo o encadeamento da minha argumentação.

E o chato que num tô ainda nem na metade...

Um resumo:

Relatei ( aqui evidência puramente anedótica ) que ainda no ano de 2003 encontrei por acaso um site incrivelmente grande mas tecnicamente muito bem desenvolvido, porém de autoria anônima, que compilava LITERALMENTE centenas de argumentos a favor da nossa Terra ser plana. E nessa época nem se falava sobre isso...

Ainda na época, sem que eu tivesse qualquer conjectura "conspiratória" sobre o fato, mas movido apenas por diversão e curiosidade, fiz uma limitada investigação sobre o tema mas não pude encontrar absolutamente nada na internet referente à Terra plana. Essa pesquisa, também por acaso, me levou a visitar dezenas de sites de ideias bizarras ( entre milhões que existem ) o que me chamou atenção para o contraste entre este tipo página e o da Terra plana. Todos eles eram trabalho amador, tosco, relativamente pequeno e sempre indicava o autor da ideia, obviamente o maior interessado em levar o crédito ou em explorar incautos. O da Terra plana era profissional, enorme e sem vestígio de autoria. O que foi, então, para mim apenas uma particularidade curiosa para a qual não teci nenhuma explicação.

Mas era impossível não ficar intrigado com o incrível trabalho que deve ter sido montar o site, até porque os autores evidentemente tinham conhecimentos de Física, Astronomia e Matemática e se valiam de detalhes às vezes sutis para confundir o leitor. Por exemplo: há uma coisa chamada dia sideral ( que eu mesmo desconhecia ) que difere em alguns segundos do dia solar que todos conhecemos de 24 horas. Como quase todo mundo entende que uma revolução da Terra demora exatas 24 horas, isso pode ser usado para fazer o leitor pensar que, caso a Terra orbitasse realmente um sol, teria que haver uma discrepância entre o horário do relógio e a posição do sol, que se acentuaria ao longo do ano. Uma pegadinha engenhosa que vai parecer um raciocínio perfeitamente lógico para qualquer um que desconheça esse pequeno detalhe sobre os períodos referentes à rotação da Terra.

E havia CENTENAS de sofismas como este, alguns bem toscos, gargalháveis, outros mais capciosos, mas se alguém tentar inventar apenas 10 falácias como estas terá uma ideia do quanto alguma pessoa, ou várias, se dedicaram pra fazer isso. Até aqui temos apenas um fato isolado, um tanto peculiar, mas com alguns aspectos difíceis de entender que aguçam a curiosidade. Nada mais.

Como o site evidentemente não está mais acessível, consegui recuperar um link de outro site no cache do Google, que apontava para este site acompanhado dos comentários que provam que este era mesmo o conteúdo do site. E indiquei este link.

Outro "disse me disse" que usei foi uma alusão ao Documento da Cunha, que não tem nada de disse me disse. É um memorando confecionado apenas para circulação interna no Discovery Institute que acabou vazado, mas cuja origem e autenticidade já foi reconhecida até pelo próprio instituto, que inclusive publicou artigos com o objetivo de justificar o teor do documento e minimizar seu impacto negativo.

Revela, segundo o próprio documento, um compromisso com um ambicioso projeto de larga escala consistindo em 3 fases:

Fase I: Pesquisa científica, publicação & propaganda,
Fase II: Propaganda & formação de opinião, e
Fase III: Confrontação e renovação cultural.

E discuti os propósitos deste projeto, não segundo minha interpretação, mas de acordo com as próprias diretrizes claramente especificadas no documento.

Indiquei também uma interessante informação que consta no processo da Ação Penal 470, mais conhecida como processo do mensalão, que prova que um determinado deputado utilizou serviços de uma empresa especializada em marketing virtual. E "marketing virtual", conforme ficou apurado no processo, é nada mais nada menos, que a ação velada de treinar várias pessoas pagas para expressar opiniões supostamente espontâneas em redes sociais, contra ou a favor de determinada pessoa ou assunto, de acordo com os interesses do contratante deste serviço.

E as polêmicas a respeito de Sara Winter ( e também Patrícia Lelis ), são exemplos para qualquer pessoa minimamente cética de um padrão do caráter humano que tem como consequência que existam pessoas capazes de encenações públicas muito cínicas, assim como de interesses que se aproveitam destas pessoas e dos quais estas pessoas também se aproveitam.

Agora, para entender como e porque todos estes e outros fatos são relevantes e se relacionam no contexto do meu argumento, é preciso ler todos os posts que escrevi. Incluindo aqueles sobre o Wolfgang Smith e alguns outros.

No entanto eu nem conclui meu argumento ainda e existe um fato especialmente interessante, um acontecimento que é muito significativo que ainda pretendo trazer à tona e discutir.

Offline Euler1707

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #66 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 23:12:01 »
E qual seria, no seu entender, a explicação mais plausível para o comportamento do geofísico?
Sinceramente, eu não sei. Não me daria nem ao trabalho de assistir os vídeos dele e tentar entender a visão dele, mas se for uma resposta que você quer, apostaria, me baseando na quantidade de besteira que ele fala, que ele é só mais um troll, ou, no máximo, mais um Molion.

Pois bem, eu só estou ressaltando aqui que o que o Pedro está fazendo é pegar uma quantidade  de sub-celebridades "formadoras" de opinião da internet (é sempre bom dizer que eles não são bem formadores de opinião, pois as pessoas que assistem os vídeos deles já vêm com um certo viés religioso ou político; o que eles acabam fazendo é dar uma opinião de acordo com o viés do seu público, pois eles próprios têm esse viés, assim, eles meio que se tornam os porta-vozes de seus seguidores), e construir uma teoria da conspiração de que eles estão sendo cooptados por certas entidades, quando as coisas podem ser um pouco mais simples que isso, que é eles se agrupando com outras pessoas que têm visões semelhantes e se destacando no meio delas como intelectuais, como deve ser o caso do Milo Yiannopoulos e do Noam Chomsky, os dois sendo ótimos argumentadores.

Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #67 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 23:16:49 »


Eu não sei se é tremendamente mais parcimoniosa a hipótese das pessoas todas de fato acreditarem em algo idiota, apesar de em alguns casos serem supostamente qualificadas demais para isso, versus apenas não terem escrúpulo em lucrar fingindo ser. E nem são tanto duas alternativas mutuamente excludentes, sem falar em casos específicos.

Para cada vinte crentes honestos em alguma sandice, não me surpreenderia haver um ou dois apenas faturando em cima da ignorância alheia. Como as "fake news" originais. Como talvez o Alex Jones. Será que todo astrólogo acredita nos mapas astrais que faz? Todo leitor de cartas? Não existem charlatães?


Evidentemente essa não seria uma hipótese parcimoniosa. Seria uma hipótese ridícula.

Mas já abordei este ponto anteriormente, porém, como mencionei ao Euler, venho abordando fatos de alguma forma relacionados com este tema, e particularmente com as minhas elucubrações sobre este fenômeno, em vários posts ao longo dos últimos meses. De modo que a minha interpretação foi disposta de modo muito fragmentado, o que provavelmente torna tudo uma perda de tempo.

Mas já abordei esta questão:

Citação de: Pedro Reis

Mas não vou entrar agora nessa questão de como fazem estas ideias malucas serem atraentes para muitas pessoas, porque meu objetivo imediato é mostrar que existe uma iniciativa organizada por trás disso. Não estou querendo dizer com isso que todos que divulgam material criacionista ou terraplanista estão sendo pagos. Claro que não, a imensa maioria o faz por diversas motivações diferentes, mesmo aqueles que estão mentindo deliberadamente. Entre estes que mentem conscientemente, a maioria obtém de fato vantagens materiais com isso, mas são profissionais ( ou semi-profissionais ) que descobriram alguma forma de ganhar dinheiro com estes filões.

Exemplos destes casos vão desde zé manés atrás de trocadinhos em views de Youtube, até farsantes em tempo integral como Kevin Hovind ou o pseudo-físico Adauto Lourenço, que raramente tiveram alguma outra atividade profissional além de dar palestras remuneradas, vender livros e DVDs.

No entanto há alguns poucos indivíduos que não podem estar ganhando dinheiro diretamente com isso, e nem são fanáticos ou imbecis iludidos que creem em algo do que estão dizendo, e mesmo assim parecem obsessivamente dedicados. Para estes, não a única explicação, mas a mais parcimoniosa e menos forçada é a de que sim, eles estão sendo pagos!

Alguns exemplos são, além desse patético Dr. Afonso, também o Enézio de Almeida.
[...]

Porém, se houver indícios suficientemente conclusivos para supor que pelo menos um indivíduo é pago por alguém para difundir mentiras, então temos que reconhecer que, embora não seja possível que a maioria das pessoas sejam integrantes coordenados participando de uma grande conspiração, ainda assim tem que haver algum tipo de interesse na origem na difusão dessas mentiras.

Um exemplo claro e indiscutível é o fenômeno do Criacionismo Científico. Obviamente não significa que todas as pessoas que respondem a uma pesquisa dizendo acreditar em Adão e Eva são parte de uma conspiração. No entanto também é óbvio que, nos dias de hoje, em um país como os EUA, se não houvesse um esforço organizado e patrocinado pelos interesses ligados ao fundamentalismo cristão, que chegam até a patrocinar Museus da Criação com custos bilionários( 100 milhões foram investidos só numa "réplica" da Arca de Noé ), movem ações na Justiça, financiam think tanks como ICR e Discovery e muitas outras iniciativas, teria sido impossível que nos dias de hoje uma parcela absurda de americanos ainda achasse plausível que a mulher foi extraída da costela de um homem.

Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #68 Online: 06 de Fevereiro de 2018, 23:26:32 »

Sinceramente, eu não sei. Não me daria nem ao trabalho de assistir os vídeos dele e tentar entender a visão dele, mas se for uma resposta que você quer, apostaria, me baseando na quantidade de besteira que ele fala, que ele é só mais um troll, ou, no máximo, mais um Molion.

Pois bem, eu só estou ressaltando aqui que o que o Pedro está fazendo é pegar uma quantidade  de sub-celebridades "formadoras" de opinião da internet [...] e construir uma teoria da conspiração de que eles estão sendo cooptados por certas entidades, quando as coisas podem ser um pouco mais simples que isso, que é eles se agrupando com outras pessoas que têm visões semelhantes e se destacando no meio delas como intelectuais, como deve ser o caso do Milo Yiannopoulos e do Noam Chomsky, os dois sendo ótimos argumentadores.

Nem eu estou fazendo exatamente isso, e muito menos esta seria uma explicação simples. Como eu suspeitava, você nem está a par do que foi realmente especulado ou de todos os fatos.

A sua "explicação simples" implica que um geofísico com doutorado, que foi inclusive professor na USP,  alguém que pelo desempenho como estudante e pelo currículo profissional parece ter um certo grau de competência e inteligência já atestada, teria "visão semelhante" a de semi-analfabetos incapazes de compreender os conceitos mais elementares da Física, como a inércia, por exemplo. E ainda por cima, sua ambição seria a de "se destacar" perante esse público débil mental.

Isto é tudo menos uma explicação simples. É um raciocínio "simplório", o que é bem diferente.

Offline Pedro Reis

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #69 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 00:08:20 »
Pois bem, eu só estou ressaltando aqui que o que o Pedro está fazendo é pegar uma quantidade  de sub-celebridades "formadoras" de opinião da internet e construir uma teoria da conspiração de que eles estão sendo cooptados por certas entidades

Em vista disso, leia você mesmo o seguinte trecho no Documento da Cunha.

Citar
"Juntamente com um foco nos influentes formadores de opinião, nós também buscamos construir uma base popular de apoio entre nosso {constituency} natural, a saber, os cristãos. Faremos isto principalmente através de seminários de apologética. Planejamos que estes encoragem e equipem os crentes com novas evidências científicas que apóiam a fé, assim como "popularizem" nossas idéias na cultura mais ampla."

Bom, essa é, pelo menos, EXATAMENTE a aspiração do Discovery Institute, segundo as próprias palavras do Discovery Institute. Cooptar influentes formadores de opinião, no sentido aqui de efetividade considerando um público alvo específico.

Não é uma especulação minha, algo que eu tenha delirado depois de umas doses de uísque. O Discovery Institute é reconhecidamente o principal think tank do fundamentalismo cristão norte-americano. E acho que fica claro para qualquer pessoa capaz de examinar este texto que existe, ao menos, a intenção de sim, cooptar formadores de opinião. Mais até do que uma mera intenção, um plano, um planejamento. Porque é exatamente isso que o documento da cunha se dispõe a delinear.

E independentemente de uma hipótese assim parecer simples ou não para você, NÃO É UMA HIPÓTESE. Pelo menos a intenção, o projeto, está comprovado como fato.

Offline Euler1707

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #70 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 00:24:12 »
Citar
Euler, eu até agora não dei nenhuma "prova concreta" e nem vou dar. Pelo menos nada mais "concreto" dos que as evidências que o levaram a ter convicção ( que também tenho! ) de que Lula é o verdadeiro dono de um triplex no Guarujá.

O que é uma boa oportunidade para você examinar seu próprio duplipensar.
A diferença, Pedro, é que você está pegando uma quantidade imensa de informação e botando no mesmo saco, como se todas elas fossem evidências tão cabais quanto fotos do Lula no triplex com o Léo Pinheiro, condenado por um esquema de corrupção que fraudava licitações em favor da OAS. Você está pondo no mesmo saco o documento do instituto discovery, aquele site de 2003 da terra-plana, os vídeos do canal de youtube "Ciência de Verdade" e o comportamento dúbio de pessoas como a Sara Winter e a Patrícia Lélis.

Citar
No entanto, até agora, não me baseei em nenhum tipo de "disse me disse", que significa fofoca.
Não mesmo?

Citar
Estou construindo raciocínios em cima de informações que são tão verificáveis ( e eu as estou documentando tanto quanto possível ) quanto as evidências, todas circunstanciais, que te levam a crer na "proto-teoria da conspiração" de que um apartamento de luxo é um dividendo que Lula obteve por participar de uma super/mega/ultra conspiração com tentáculos em vários ministérios, muitos partidos políticos, na câmara e no senado, em vários órgãos do governo e diversas empresas estatais e privadas.
Existe alguma evidência que não seja circunstancial, independente de inferências de quem as analisa?

Chega desses sofismas, você está querendo comparar o trabalho de uns dois anos do MP com as suas pesquisas na internet, como se houvesse aí alguma equivalência entre crer num e crer no outro. Não há equivalência, a começar pelo simples fato de eu saber que houve um esquema de corrupção na Petrobrás, diferentemente da sua afirmação de que certas pessoas estão sendo financiadas por entidades religiosas para espalhar desinformação na internet (o que pode muito bem acontecer, ou não).

Citar
Ou por acaso você exigiu para sua teoria da conspiração uma prova concreta, como por exemplo a escritura em cartório registrada em nome de Luis Inácio Lula da Silva?
Tá falando do imóvel que ele diz que não é dele, mas que ele ia receber da OAS quando estivesse pronto?

Citar
Ao que parece, sua convicção ( e de qualquer brasileiro não petista ) é forjada por:

- provas circunstanciais.

- testemunhos.

- argumentos tipo: "essa explicação é mais simples e mais provável que todas as que intentam negar o fato"

- vários indícios convergentes para um mesmo ponto e ausência de qualquer indício forte que seja uma contradição   a estes outros indícios.

- entender que existe um certo padrão no caráter humano, muitas vezes visto antes, com muitas
  oportunidades de ser observado na classe política, que é compatível com as suposições que sustentam
  a sua teoria de que uma grande conspiração esteve no comando deste país pelo menos nos 4 últimos
  mandatos.

Por coincidência, todos estes pontos são exatamente do mesmo tipo que também estou levantando. Se sou pouco cético e esta seria uma "tendência minha", então não é diferente das suas próprias tendências já manifestadas aqui.
Você está certo

Citar
Mas talvez você ache razão suficiente para crer que tudo que Sara Winter diz e faz (apesar de incríveis inconsistências), é fruto apenas do comportamento imaturo de uma jovem sincera e bem intencionada, porém um tanto volúvel. Nesse caso muitos terão o direito de pensar que o excessivamente crédulo é você.
Não fiz nenhuma afirmação sobre ela, quem está fazendo isso é você, baseando-se ainda em noticias que não podem ser classificadas além de fofocas.

Citar
Não tenho pretensão de ser autor de tese, menos ainda de teoria, mas algo que uma teoria científica correta não pode fazer é partir de algum pressuposto e então, a partir disso, pinçar seletivamente elementos da realidade que pareçam corroborar este pressuposto. Ao contrário, a teoria deve sempre levar em consideração todos os elementos da realidade conhecidos, e buscar se adequar a todos eles.

Mas ocorre que, justamente por eu não ter obtido minhas suspeitas de um ou outro ponto seletivamente escolhido, e em seguida os ter relacionado com algum tipo de associação forçada e tendenciosa, meus pontos de vista sobre certas questões estão sendo desenvolvidos ao longo de muitos "posts" com início talvez desde meados de 2017. Porque se baseiam em uma extensa série de fatos que se tornaram de meu conhecimento, e também de considerações sobre estes fatos, que, pelo volume, são impossíveis de resumir em uma únicapostagem.

Sendo assim, fica muito fragmentado, e duvido muito que qualquer um esteja a par de todas as colocações que fiz, de todos os fatos que apontei, e muito menos compreendendo o encadeamento da minha argumentação.

E o chato que num tô ainda nem na metade...
Como eu disse antes, o que você está fazendo aqui é pegar uma quantidade imensa de casos e colocá-los no mesmo saco, e eu ainda não entendi a sua tese. Seria a de que todas essas pessoas estariam sendo financiadas por uma certa entidade, ou que existem pessoas que são pagas para espalhar desinformação na internet.

Se for o segundo, isso já é de conhecimento de todos, há anos, mas se for o primeiro caso, então vai ser necessário mais do que o documento do instituto discovery pra me convencer que esse geofísico e os malucos da terra-plana estão agindo de maneira que estão, de modo a avançar uma agenda religiosa.

Citar
Agora, para entender como e porque todos estes e outros fatos são relevantes e se relacionam no contexto do meu argumento, é preciso ler todos os posts que escrevi. Incluindo aqueles sobre o Wolfgang Smith e alguns outros.

No entanto eu nem conclui meu argumento ainda e existe um fato especialmente interessante, um acontecimento que é muito significativo que ainda pretendo trazer à tona e discutir.

Você deveria criar um tópico à parte pra tudo isso que você está escrevendo.

Offline Euler1707

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #71 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 00:40:16 »
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A sua "explicação simples" implica que um geofísico com doutorado, que foi inclusive professor na USP,  alguém que pelo desempenho como estudante e pelo currículo profissional parece ter um certo grau de competência e inteligência já atestada, teria "visão semelhante" a de semi-analfabetos incapazes de compreender os conceitos mais elementares da Física, como a inércia, por exemplo. E ainda por cima, sua ambição seria a de "se destacar" perante esse público débil mental.
Sinceramente, eu não sei. Não me daria nem ao trabalho de assistir os vídeos dele e tentar entender a visão dele, mas se for uma resposta que você quer, apostaria, me baseando na quantidade de besteira que ele fala, que ele é só mais um troll, ou, no máximo, mais um Molion.


Pois bem, eu só estou ressaltando aqui que o que o Pedro está fazendo é pegar uma quantidade  de sub-celebridades "formadoras" de opinião da internet (é sempre bom dizer que eles não são bem formadores de opinião, pois as pessoas que assistem os vídeos deles já vêm com um certo viés religioso ou político; o que eles acabam fazendo é dar uma opinião de acordo com o viés do seu público, pois eles próprios têm esse viés, assim, eles meio que se tornam os porta-vozes de seus seguidores), e construir uma teoria da conspiração de que eles estão sendo cooptados por certas entidades, quando as coisas podem ser um pouco mais simples que isso, que é eles se agrupando com outras pessoas que têm visões semelhantes e se destacando no meio delas como intelectuais, como deve ser o caso do Milo Yiannopoulos e do Noam Chomsky, os dois sendo ótimos argumentadores.

Eu negritei essas duas partes para você entender que me leu errado, quandom no segundo parágrafo, eu estava me referindo à Sara Winter e ao Milo Yiannopoulos, me baseando ainda num comentário seu:
Citar
Isso já é tão comum que virou praxe: cooptar um negro para criticar os movimentos negros, usar mulheres para atacar o femininismo, usar um islâmico para vomitar todos aqueles preconceitos que um cristão não poderia dizer sem parecer preconceituoso, botar um homossexual para criticar o movimento LGBT, e assim por diante...


Offline Muad'Dib

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #72 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 07:20:42 »
Muito antes do Pedro vir com suas ideias aqui, já tinha me ocorrido que muitos desses idiotas da internet, na verdade eram idiotas profissionais recebendo dinheiro de grupos com interesses em difundir desinformação.

Mas essa minha suspeita girava em torno da baboseira do negacionismo do aquecimento global. O Dr. Felício, da forma como eu o vejo, é muito parecido da forma como o Pedro encara o Dr. Afonso. Eu não tenho evidências concretas de conluio entre o Felício e os ruralistas. Não tenho fotos, recibos, gravações, insiders... Mas convenhamos, alguém aqui precisa de algo nesse sentido para correlacionar um professor da USP dizendo as besteiras primarias que ele diz com financiamento de grupos com interesse em difundir descrença nas mudanças climáticas?

"Conspiração" talvez não seja o melhor termo. Acho que descreve mais pessoas dentro de uma instituição arquitetando uma sabotagem de dentro, e não uma completa fraude para tapear um nicho.

"Farsa", "golpe", "picaretagem", pode ser mais apropriado. Meio como "fake news" no sentido não-trumpilíngua.

Talvez essas coisas possam também ser ditas "conspirações" sempre que haja cúmplices, mas acho que esses termos dão maior especificidade e fogem da carga de paranóia que há em torno do termo "conspiração", que acaba sendo sugestivo de algo enorme e mirabolante, em vez de farsas mais triviais.

Eu hesitei para escrever o termo conspiração nesse post exatamente pelo motivo que você escreveu. Mas sempre que eu penso nos ruralistas (aqui) e nos executivos das empresas de petróleo (EUA), que sabidamente (nos EUA) agiam de forma descarada para difundir confusão em torno do conhecimento adquirido pelos pesquisadores da área do clima com o intúito de fazer com que a população ficasse indisposta a aceitar mudanças na forma como está organizada a nossa sociedade, eu não consigo deixar de pensar em uma conspiração. Eles conspiraram. Se juntaram e bolaram uma estratégia de atuação para fazer com que o resto da população agisse de forma interessante a seus objetivos próprios.

O Felício aqui teve uma contribuição enorme no fato do povo brasileiro não aceitar muito o AG. E isso ajuda os interesses dos ruralistas, que não querem saber de ter seus lucros podados por frescuras ambientais.

O Nando Moura é outro que já me fez ter essa sensação de estar vendo um SHILL. Eu não tenho muito saco para ver os vídeos dele, mas já tive que ver alguns e já ví vídeos de outros youtubers falando dele. O cara é professor de música, casado, youtuber profissional e tem um padrão de vida, aparentemente, muito bom. Além do que se imaginaria que youtube e música proporcionariam. Não digo que nesse caso é uma conspiração enorme onde pegaram um ser humano, fizeram uma lavagem cerebral nele e o colocaram no youtube para difundir seus ideais. Mas digo que era um idiota atrás de atenção, que descobriu que fazer caretas e bater no ateísmo do pirula rendia views e então se profissionalizou nisso. Não tenho evidências do fato, mas se um dia eu descobrir que tem algum grupo que dá "uma ajuda de custo" para que o NM "combata o bom combate", eu não vou ficar surpreso.

O Milo é bem óbvio e acho que ninguém aqui duvida que o papel dele é mesmo de ser a bicha testa de ferro do movimento alt-right.

A Patricia Lelis também. Era provavelmente cabo eleitoral do PSC e chupadora oficial dos crentes da alta cúpula do partido, depois que brigou lá virou xodó dos petistas.

A Sara Winter é um caso bizarro que eu nunca me interessei muito.

Esse professor Afonso é estarrecedor.

Eu continuo com a minha postura "em cima do muro". Sei que tem algo de podre atrás de muita gente, tirando o Felicio eu não tenho muita certeza de mais ninguém, mas eu fico com o pé atrás de criar uma história para explicar o que está havendo sem evidências concretas.

Offline Muad'Dib

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Re:Nós e as mídias sociais.
« Resposta #73 Online: 07 de Fevereiro de 2018, 07:30:36 »
E isso é como os espertos da nossa sociedade --que sempre existiram e sempre existirão-- estão usando os mídias sociais e os idiotas nelas para atingirem seus objetivos. Ainda tem o lado das mídias sociais que, via algoritmo, privilegiam o comportamento dos cyber-idiotas de modo a criarem um ambiente perfeito para que os "espertos da nossa sociedade" escolham os cyber-idiotas com perfil ideal para que sejam patrocinados e façam a propaganda que for mais adequada para determinada ideia.

Propaganda funciona, propaganda velada deve ser melhor ainda.


 

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