E é engraçado que venham citar Peter Thiel. Eu tenho um livro dele chamado "De zero a um" em que ele argumenta justamente o contrário do que foi argumentado buckarooneamente. Ele mostra que a pressuposição de que monopólio ("do zero a um") significa posição pior para o consumidor no mercado é falsa.
...porque se você cita alguém em algum ponto, você tem que concordar com tudo que ele acredita?
O cerne da coisa é que o monopólio pode ser obtido só com distribuição, sem diferenciação, que é exatamente o que ocorre com o google limitando a distribuição dos competidores. Diferentemente de suas sugestões de que seria tudo uma verdade maravilhosa do mercado trazendo livremente o que é melhor para todos.
Santo Deus! "vantagem no controle da distribuição, que não é o tipo de coisa que racionalmente é visto como uma vantagem ao consumidor. ". Amazon é o que, então? https://www.zerohedge.com/news/2017-09-01/amazon-has-twice-many-fulfillment-centers-rest-entire-us-retail-industry
Bezos = foco na distribuição, não em produtos "tech" de risco.
A frase seguinte era:
"Seria se o google de alguma forma tivesse conseguido ofertar mais a um maior número de pessoas, que outras empresas não conseguissem alcançar por algum motivo, mas é o contrário, o google reduz a oferta de competidores." Não percebe a diferença entre
conseguir ofertar para um número maior de pessoas, versus
limitar a oferta alheia a um número de pessoas?
Em que categoria se enquadra a Amazon?
(Diga-se de passagem, a Amazon é muito melhor exemplo de vítima de legislação idiota, acho que não da UE, mas da França especificamente, contra as entregas gratuitas. Eles responderam apenas acatando as multas como parte do custo)
Porque os monopólios não são estáveis num mercado desobstruído? Ver os parágrafos 2 e 4 desse post:
../forum/topic=27601.375.html#msg969156
Acho que a questão da atração de potenciais entrantes está bem explicada. Analisemos melhor o outro item...
Para uma empresa aumentar de tamanho até ameaçar a ocupar todo espaço do mercado, esse aumento de tamanho geralmente se torna uma desvantagem. Não há ganhos com aumento de tamanho a partir de certo ponto, como mostra a "teoria do hubris" de Richard Roll. E pressões se tornam não linearmente mais custosas conforme o tamanho aumenta: quando há custos extras inesperados, as sobrecargas - tomadas como uma porcentagem dos custos totais - são altas em momentos de estresse. E existem dados que mostram os débeis registros históricos de fusões. Cartweight e Schoenberg (2006) publicaram algo desse registro num periódico chamado "British Journal of Management". Portanto, a proposição de que "a unidade combinada é mais eficiente" da "teoria das economias de escala", não se sustenta empiricamente, e aparentemente isso é aceito no livro do Varian que citei.
Faltou eu falar sobre os carteis, mas farei isso em breve...
Um amplo domínio do mercado, especialmente se obtido apenas através de vantagens em distribuição (e especialmente se esta se dá por supressão de oferta de concorrentes) deverá ser algo negativo para o consumidor e o mercado em geral mesmo antes de atingir qualquer nível teórico/abstrato de monopólio que uns considerassem teoricamente impossível.
E, por fim, a alegação de que o Google restringe opções. Restringe o quê, se qualquer pessoa pode baixar os aplicativos gratuitos rivais pelo Android!?? Sinto muito, mas "não ver o aplicativo rival na forma pré-instalada" NÃO É eliminação de oferta concorrente. A verdade é que os consumidores geralmente não consideram importante essa baboseira detalhista da opcionalidade de ver os aplicativos rivais disponíveis já na versão pré-instalada. Se considerassem, restringiriam o consumo a ponto de tornar a curva de demanda elástica do pacote hadware/software que envolve o Google. Existe uma diferença entre preferência declarada e preferência revelada. Preferência declarada sem ação é... papo furado. Preferência revelada é o que você faz. O que as pessoas dizem (em pesquisas de opinião ou em outros lugares) não é tão relevante, pois os indivíduos revelam suas preferências com dinheiro vivo ou, mais geralmente, ações caras.
[...] On the other hand, because of Google's size and reach, it can appear to be something closer to a threat than a promise. Use Android, the company says, but you'll have to play by our rules if you want it to work with the most popular services in the world. Not to mention that the GMS lock-in ensures that users often stick with the defaults of Chrome and Gmail.
And, again, the EU Competition Commissioner believes that money changed hands to ensure that Google Search was the only search offered on certain products. That, combined with the contractual terms that mean manufacturers can't build rival platforms based on AOSP, makes it look pretty shady. [...]
https://www.engadget.com/2018/07/18/google-android-antitrust-explainer/
"pays manufacturers and mobile operators to pre-install google search exclusively", "restricts development of new open source versions of android"
Buckaroo, eu já editei minha mensagem antes de você quota-la. Eu disse "Se confirmado..."
Sei não, esse "precisar cobrar" (raciocínio do tipo "o Google não precisaria fazer essa cobrança") tem cheiro de "falácia do preço justo".
O google não cobrava nada até agora, em vez disso, aparentemente pagava para instalarem exclusivamente o seu sistema.
Talvez a queda de renda estimada a partir da perda dessa fatia de fato os obrigue a cobrar, talvez isso seja imposição da EU, eu não sei. Minha suspeita é de ser mais uma estratégia de "marketing" anti-EU. Não tem nada a ver com "preço justo" ou qualquer coisa do tipo.
Se você tinha um esquema ilícito de distribuição que tirava os concorrentes do mercado, provavelmente o fazia por isso render o suficiente para bancar o esquema, ao passo que, se ele é desmontado pela lei, pode começar começar a perder sua fatia do mercado, de onde é normal considerar ter que elevar os preços, mesmo que antes isso não fosse "necessário", e não seja aos concorrentes.