Se você detém o monopólio sobre um bem que é absurdamente barato de produzir, e ao mesmo tempo tem efetivamente a capacidade de determinar a demanda (altamente inelástica) sobre esse bem, quais são os seus incentivos para não produzir uma oferta cada vez maior dele?
São três respostas, segundo Hal Varian, no seu livro de Microeconomia mais famoso do mundo.
Em primeiro lugar, a empresa poderia se tornar tão grande que não conseguiria operar de maneira efetiva. Isso é uma outra maneira de dizer que ela não tem rendimentos constantes de escala em todos os níveis de produção. Como ela poderia entrar numa região de rendimentos decrescentes de escala, devido a problemas de coordenação, o lucro diminuiria a cada passo em ofertar uma quantidade maior do bem.
Em segundo lugar, sendo monopolista, faria sentido que a empresa utilizasse seu tamanho para influenciar o preço (ela não precisaria tomar os preços de mercado como dados!). Por isso, sob regra de maximização de lucro monopolista, o preço será em geral mais alto e a produção menor se uma empresa se comportar de modo monopolístico em vez de competitivo.
Em terceiro lugar, se uma empresa tentasse expandir-se indefinidamente, haveria uma reação para ela ser imitada. Se ela auferir lucros positivos com uma tecnologia de rendimentos constantes de escala, qualquer outra empresa com a acesso a essa tecnologia poderia fazer o mesmo. Se ela expandisse sua produção, todas as outras desejarão o mesmo. Com maior oferta, o preço seria empurrado para baixo, e isso diminuiria o lucro de todas as empresas do setor.