Acredito que o peso do veículo influencia no baixo consumo, pois ao pegar embalo, exige menos aceleração. Carros leves perdem embalo facilmente, o que exige mais do pé direito...
No engarrafamento da cidade, é preciso pegar embalo o tempo todo, portanto os carros mais leves gastam menos. Na estrada, pode ser que os mais pesados levem alguma vantagem.
Economia depende de vários fatores mas a gente sabe que peso nunca é vantagem. Para dois caminhões idênticos, um carregado e outro vazio, o mais pesado sempre consome mais.
Se 2 veículos são iguais, um com 50% a mais de peso vai precisar de 50% a mais de energia pra chegar na mesma velocidade. Também vai precisar de 50% a mais de energia para ser freado, por isso o Metraton observa que carros leves perdem o embalo mais rapidamente. A dúvida é se isto poderia compensar o fato do carro mais pesado ter precisado de mais energia para chegar na mesma velocidade.
Quer dizer, o mais pesado precisa de mais energia para atingir uma mesma velocidade V1, porém, na banguela, irá percorrer uma distância maior até ter sua velocidade reduzida para V2.
Mas será que uma coisa compensa a outra?
Se pensarmos em termos de energia é fácil constatar que não.
Imagine 2 veículos iguais, porém o carro P (pesado) está mais pesado que o carro L (leve). P precisou de mais energia (combustível) pra chegar na mesma velocidade V1, mas após ambos estarem em V1 os motoristas botam os carros em ponto morto e os deixam assim percorrem uma distância D.
Os automóveis perdem velocidade pela resistência do ar. E se a resistência só depende da aerodinâmica e os carros são iguais, a força será a mesma durante toda a distância D e o trabalho dessa força fará com que percam uma mesma quantidade de energia cinética E. Porém essa energia representa uma perda maior de velocidade para o carro mais leve; o que não faz nenhuma diferença já que para retomarem a mesma velocidade V1 anterior vão precisar da mesma energia E que perderam. Ou seja, da mesma quantidade de combustível para essa retomada de velocidade.
Então nesse modelo hipotético o carro P ainda gastaria mais devido a aceleração inicial para atingir a velocidade V1. Nas perdas e retomadas de velocidade subsequentes, se devidas apenas a resistência do ar, o peso já não faria diferença.
Contudo, quando freadas são necessárias, ambos reduzem para a mesma velocidade V2 após percorrem a mesma distância D. E aí a desvantagem do mais pesado é total.
Mas tem um probleminha nesse modelo...
Na verdade a força de resistência do ar deve ser proporcional à velocidade (ou ao quadrado da velocidade, aí tem que ver), então o carro que perde velocidade mais rapidamente (o mais leve), também ao perder está reduzindo mais rapidamente a força que o faz perder velocidade.
Logo pra esse modelo ficar mais ajustado teria que incluir uma equaçãozinha diferencial sobre isso, mas, de qualquer forma, na pior das hipóteses o resultado seria uma vantagem ainda maior do carro mais leve em relação ao consumo.