O DSM 5, publicado há alguns anos, acabou com isso de esquizofrenia paranoide, hebefrênica, etc.
Antigamente era psicose precoce (algo assim), depois chegaram à conclusão de que era uma fragmentação da mente (daí esquizofrenia), dividiram em subtipos, acabaram com os subtipos. Há quem queira mudar o nome, porque acham que não há fragmentação alguma.
Parece que ainda vão demorar a chegar a um consenso duradouro sobre doenças e transtornos mentais.
Tem um ditado alemão de que eu gosto, que diz:
"Theorie ist, wenn man alles weiß, aber nichts funktioniert. Praxis ist, wenn alles funktioniert, aber keiner weiß warum."
Teoria é quando se sabe tudo, mas nada funciona. Prática é quando tudo funciona, mas ninguém sabe por que.
Enquanto psiquiatras teorizam e não chegam a um consenso, os remédios funcionam.
Fiquem com a farmacologia. Funciona. Mas não deixem de procurar os teóricos, até porque, na pior das hipóteses, só se pode comprar um fármaco com receita deles.
Então, meu diagnóstico veio cheio de códigos do CID-10 e finalmente eu pude entender muitas coisas do meu próprio comportamento e personalidade. Recententemente, li uma reportagem sobre um estudo que defendia que disgnósticos são menos importantes que seus tratamentos, e pior é que fazia algum sentido. A recomendação padrão é um tratamento que combine remédios e terapia cognitivo comportamental. A farmacologia não faz milagre, embora esteja sempre evoluindo, sempre tem aquela parcela de doentes que não se dá bem com nenhuma medicação.
Interessante. Eu não sou da área médica, mas fui militar, há muitos anos, e servi durante algum tempo no HCE.
Lá existia (não sei se ainda existe) um pavilhão (o PNP - Pavilhão Neuro-Psiquiátrico, que o pessoal chamava de "perdeu a noção do pensamento" - sic) onde conheci vários esquizofrênicos. Nenhum deles mostrava um discurso lógico como o seu.
Você parece mais saudável do que eu e eu, que saiba, não tenho qualquer doença ou transtorno mental.
Devo ter algum treco desses aí: sempre acho que nunca sou bom o suficiente, consequentemente, canonização nem pensar...
Chico Xavier era esquizofrênico, melhor: esquizotípico, um borderline, e se pronunciava com coerência e inteligência, além de, é claro, se articular muito bem com a espiritualidade. Deve ser o que o nosso amigo denomina "esquizofrenia leve".
Sou levado a concluir que nem todo esquizofrênico é alucinado, incoerente, alguns sim, outros às vezes, e alguns manifestem apenas certas "estranhezas"...
Eu não sabia que a hebefrenia, catatonia e paranoia haviam sido canceladas, será que os acometidos foram avisados?
Uma coisa é certa: esquizofrenia, daquelas pesadas, não faz bem nem para quem sofre nem para quem está perto...