Veja bem, Felipe. As sociedades não tendem a estabelecer princípios morais arbitrários. A moralidade surge quando os membros de uma sociedade estabelecem qual a melhor maneira de todos [os membros da sociedade em questão] agirem naquele momento.
Então como é naquele momento não é absoluta, pois se fosse absoluta, seria a mesma a qualquer tempo e lugar
Em vista disto, o que nos impede, como entidades racionais, a questionar: Como seria melhor todos agirem sempre?
Nada impede a questão, mas tudo impede a resposta, pois coisas que são abominaveis para uns são imprecediveis para outros.
Um povo fanaticamente ecologico pode probir derrubar arvores e matar animais. Um outro povo primitivo, precisa de casas e comida? Algum dos dois estaria mais certo que o outro?
Oras! Nós, como entidades racionais, somos capazes de transcender infinitos conjuntos de cardinalidade n (n cores, n pessoas, n moedas etc.) para pensar nas propriedades de n (se é par ou impar, primo ou não-primo etc.). Também somos capazes de transcender infinitos fenômenos naturais e pensar em Leis da Natureza que regem estes fenômenos. O que nos impede de transcender circunstâncias e situações particulares e fazer a pergunta: "Como seria melhor todos agirem sempre?" ?
Novamente a questão nada impede, mas a resposta é impedida. Mesmo vendo as maximas que se baseiam-as ideias, ainda sim, as maximas não são absolutas. Algumas podem parecer-o, mas vejamos o exemplo de cima:
Não matar animais nem plantas:
"Não matar"
Agora o que é mais importante: A própria vida ou a vida de outrem, da mesma especie ou não? O que é mais importante, a sobrevivencia da própria especie ou a sobrevivencia de outra especie?
Ou mesmo, certas civilizações, que tem como maxima, a sobrevivencia do mais forte, ou mesmo do fortalecimento da sociedade, como por exemplo, esparta, onde os bebes que eram considerados fracos, ou ineptos eram mortos, e um soldado quando ia para a guerra, deveria o voltar vencedor, ou morto. Quem fugisse era considerado um paria, e excluindo da cidadania, e muitas vezes se matava de vergonha.
Para você pode parecer barbaro e errado, mas para eles fazia muito sentido e era o correto.
O que é uma "maxima universal" não é universal.
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Kant deu uma resposta muito interessante a esta questão, a qual ele chamou de Imperativo Categórico:
"Age só segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal"
Ou seja, moral não consiste em apenas um conjunto de orações na voz imperativa, por exemplo:
"Não matar"
"Não roubar"
"Não sair pelado na rua"
"Dar esmolas para quem pedir"
etc.
De cada ação deve-se extrair a máxima que a prescreve e julgar se esta consiste ou não numa lei universalmente válida. Ilustrarei como isto é feito com um exemplo banal e outro mais sério:
Acabei respondendo acima, mas devo comentar duas coisas que ele comentou
"Não sair pelado na rua"
Somente por que nossa sociedade foi educada erroneamente (na minha opinião), para sentir vergonha de nossa sexualidade e de nossos corpos.
"Dar esmolas para quem pedir"
Completamente discordo. Caridade não ajuda as pessoas, pois elas não se esforçam para conseguir aquilo. As pessoas devem conseguir algo por seu próprio esforço, se não, alem de ficar com o costume de pedir ao invez de trabalhar, não se tem o valor que se tem com algo que se consegue por seu proprio esforço.
Compartilhamento de música pela internet: Digamos que um usuário do soulseek baixe músicas indiscriminadamente em relação aos usuário, mas para não perder velocidade de download, não compartilhe músicas para upload. Se ele parasse para refletir a máxima que prescreve sua ação, concluiria que esta seria:
"Extrai deste recurso o que você quiser, mas por benefício pessoal, não colabore em coisa alguma com este".
Eu pessoalmente concordo com essa, então vou aproveitar pra diminuir o post e apesar de alguem poder pensar assim, eu não sei qual o raciocinio nescessario para chegar neste resultado
Estupro: Qual a máxima que prescreve a ação de um estuprador? Não vejo outra senão esta:
"Busca o prazer para ti mesmo que a custo do sofrimento alheio"
Eu pessoalmente concordo com essa, então vou aproveitar pra diminuir o post e apesar de alguem poder pensar assim, eu não sei qual o raciocinio nescessario para chegar neste resultado