Reportagem já meio velhinha, mas ainda assim interessante por mostrar outro aspecto da missão.
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O Brasil no espaçoTestes de produtos nacionais e de novas tecnologias estão no pacote da missão que levará Marcos Pontes à órbita e trará US$ 200 milhões ao PaísPor Carlos Sambrana
O armário ainda está lá. Intacto, preservado como relíquia de museu, é o símbolo de uma das batalhas centrais travadas entre a União Soviética e os Estados Unidos nos duros tempos da Guerra Fria: a corrida espacial. No nicho, instalado no Centro de Treinamento da Roskosmos, a Agência Espacial Russa, nos arredores de Moscou, Yuri Gagarin, o primeiro homem a alcançar o espaço, em 12 de abril de 1961, guardava os seus pertences. Os objetos pessoais do cosmonauta que descobriu a cor da Terra continuam ali, cultuados como um altar.
A poucos metros de distância, um outro armário passa despercebido pelos russos, mas representa um marco na história do Brasil. É o local onde o tenente-coronel paulista Marcos Pontes, de 43 anos, o primeiro astronauta brasileiro, guarda as esperanças do País, principalmente da indústria aeroespacial. “Levarei a bandeira nacional ao espaço”, disse Pontes à DINHEIRO. “Temos que aproveitar os frutos dessa viagem para a projeção de nossas empresas no cenário internacional”. O que está em jogo é um mercado que, só em lançamentos de satélites, representará US$ 10 bilhões nos próximos oito anos.
A viagem ao espaço está marcada para o dia 22 de março de 2006 e foi batizada pela Agência Espacial Brasileira de “Missão Centenário”, numa referência aos 100 anos do vôo de Santos Dumont a bordo do 14-Bis, em 1906. Pontes ficará 10 dias em órbita. Para levá-lo ao espaço na nave Soyuz, os russos cobraram US$ 10 milhões e assinaram um acordo de cooperação com o governo brasileiro. A empreitada fará de Pontes uma espécie de garoto-propaganda da indústria aeroespacial. “Ganharemos visibilidade no mercado internacional”, diz Sérgio Gaudenzi, presidente da Agência Espacial Brasileira, a AEB. Além disso, a viagem servirá como laboratório para universidades e empresas. Pontes levará 15 kg de experimentos até a Estação Espacial Internacional, consórcio científico multinacional. Estudará, em um ambiente de microgravidade, óleos lubrificantes, nanotecnologia, biologia e outras áreas, em um impulso magnífico para a economia do País. A lista de experimentos será divulgada, na próxima terça-feira, 20. Há uma grande expectativa sobre quais serão os projetos escolhidos, mas acredita-se que empresas como Petrobras e Embraer estejam entre as credenciadas. A evolução tecnológica mostra que a corrida ao espaço trouxe vários benefícios à humanidade e, diga-se de passagem, bilhões de dólares para os países que investiram no setor. Materiais como velcro, teflon, forno de microondas, sistemas de telemetria, telecomunicações e medicamentos surgiram das pesquisas espaciais e hoje são usados na Terra. “Cada dólar investido em um programa espacial retorna multiplicado por quinze”, diz o coronel Wander Almodovar Golsetto, diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço.
O resto da reportagem no link:
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/432/estilo/brasil_espaco.htm