ideário de esquerda predomina na maioria das universidades, inclusive em muitas particulares...
não sei se as universidades públicas podem ser extintas um dia no brasil. o que sei é que hoje, nesse cenário, não dá. veja aqui os cursos de direito recomendados pelo conselho federal da OAB. notará que fora do sul-sudeste, na maior parte dos estados só há federais recomendadas.
Isso é argumento a favor, e não contra a privatização.
É coerente que o controle estatal tenha monopólio sobre a educação? Isso que abre precedente para toda a panfletagem esquerdista.
O fato é que no Brasil existem muitas vagas nas universidades públicas. Muitas vagas para professores e alunos.
Alunos preferem estudar lá porque é grátis (para eles) e tem 'bons professores'. Os professores as escolhem pelas garantias trabalhistas absurdas que um funcionário público recebe nesse país.
Exceto raras excessões, as particulares ficam com os alunos mais fracos e os que já trabalham e estão fazendo a segunda faculdade e não tem tempo para dedicar a uma faculdade pública.
Isso faz com que os alunos e professores que atrairiam o investimento da iniciativa privada estejam nessas instituições estatais, o que é extremamente ruim. A iniciativa privada acaba por se afastar do investimento em tecnologia, não porque os alunos e professores não correspondem as suas expectativas, mas porque não querem ter seu investimento administrado pela mão pública, que na verdade está mais interessada em desviá-lo nos vários níveis por onde ele passa.
Acaba que só estatais como a Petrobrás investem, obviamente, apenas nas áreas que interessam a prospecção e refino de petróleo. Isso torna essas áreas bastante desenvolvidas, porém todo o resto fica sucateado devido a má administração dos orçamentos destinados e a falta de investimento privado.
Paraodoxalmente, os alunos e agremiações, que não conseguem um olhar crítico por serem, de fato, intelectualmente debilitados e ideologicamente doutrinados, vêem nessa falta de recursos para os seus respectivos cursos uma retenção direitista de gastos públicos, uma espécie de boicote à eles (sim, porque se acham muito importantes), e mais um motivo para não gostarem da iniciativa privada. Apesar do raciocínio deles estar completamente errado, é bastante fácil de compreender porque pensam assim. O fato é que atribuem as causas para as conseqüências da grande máquina esquerdista de má administração materializadas na faculdade estatal perdulária e ineficiente.
Deve-se compreender a situação do ponto de vista dos interesses envolvidos. Enquanto uma universidade particular (não no cenário brasileiro, onde elas se concentram em absorver o segundo time de estudantes e os professores que ainda não entraram nos concursos ou na politicagem predominante nas estatais, mas que estão à espera da sua hora também) se concentra em atingir níveis de excelência em formação e pesquisa, para ganhar o reconhecimento de alunos pagantes de mensalidade, empresas parceiras, ex-alunos contribuintes e entusiastas, e até do reconhecimento estatal e proposta de parcerias, incentivos fiscais e bolsas, e para isso se preocupa em reduzir os custos e aumentar a eficiência e lucratividade, uma instituição pública é administrada por pessoas que não compartilham desses ideais, mas sim pretendem ocupar suas posições de poder para exercer suas politicagens e nomear pessoas para desviar mais dinheiro ou dar emprego para parentes. Às vezes é até interessante deixar sua universidade em estado lastimável, já que ele não será demitido por isso e isso lhe dará prerrogativa para mais requisitos orçamentários no futuro.
E esses são os interesses apenas dos administradores. Os interesses dos alunos e professores nas duas instituições diferem, afinal, alunos que pagam mensalidade, seja com o suor do próprio trabalho ou com auxílio paternal, se preocuparão com os resultados muito além dos que não pagam nada e acham que merecem esse favor por ter passado num concurso público. E professores que não podem ser demitidos terão interesses bem diferentes daqueles cujo resultado é avaliado constantemente.
E por aí vai. São muitas as distorções de um sistema estatal prioritário de ensino. Um sistema retroalimentativo, como vimos, já que suas distorções motivam maiores distorções, e minam completamente todas as classes, 'pensantes' ou não, da sociedade.