Acho que existe uma boa chance de um brasileiro ser o primeiro papa não europeu: Dom Odílio Scherer.
Se for apostar dinheiro em um não-europeu fique com os argentinos Jorge Bergoglio ou Leonardo Sandri. O brasileiro tem tem como principal desvantagem justamente o seu sobrenome alemão -- se os cardeais derem importância à nacionalidade do postulante (e eu não acho que darão), Scherer pode ser visto como um segundo alemão em sequência. Bergoglio e Sandri, por outro lado, têm lindos nomes italianos, e os italianos, que formam um quarto do eleitorado, estão há 35 anos longe do trono de Pedro. Antes de Odílio Scherer, acho que eles ainda prefeririam o canadense Marc Ouellet ou o americano Timothy Dolan.
Quem são os candidatos mais cotados dessa vez? Em quem vocês apostam? Será conservador ou liberal?
E existe cardeal liberal? Só tem conservador e mais-conservador. Eu prefiro um mais-conservador, para fazer papel de ridículo e envergonhar os católicos liberais.
Vão eleger um conservador, mas não tanto quanto o Bento XVI, eu acho. Só espero que nenhum italiano seja eleito.
Tá brincando? A melhor coisa seria um italiano, justamente por ser a escolha mais óbvia, chata e broxante! Ou você quer as pessoas fiquem mais interessadas ainda no papa? Que ele seja mais popular? Porque se ele for um papa inédito, vai se beneficiar do "efeito Obama" e ganhar uns 20% a mais de influência.
A pior coisa possível e imaginável é o próximo papa ser brasileiro. Imagina o efeito sobre o eleitorado e os parlamentares brasileiros? Isso não ia servir nem para conter a ascenção dos evangélicos na demografia brasileira, pois nosso problema não são os evangélicos em si, são os conservadores religiosos, e conservadores religiosos católicos são tão ruins quanto evangélicos.