Autor Tópico: Preto Velho: Incorporação de espiritos  (Lida 8779 vezes)

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Offline VideoMaker

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #50 Online: 21 de Abril de 2006, 11:37:25 »
Espiritos são muito relevantes....... Sem elels o mercado de filmes de terror em hollywood ia a falencia...


 E da TAILANDIA , tambem !!!!!!!

Falando em tailandia, eu vou pra lá semana que vem............ até que enfim férias.......


 Serio ? cara vai dar uma olhada nas lutas de THAI BOXE  que acontecem no centro , um amigo disse que é show !
  Que inveja .... :dedos:
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #51 Online: 21 de Abril de 2006, 18:09:34 »
Danniel,

No sentido de que não existe alma imaterial faz sentido. Mas como provavelmente não é isso que defende, mas que na verdade existam consciências flutuantes, que realizam ao flutuar todas as funções como pensamento, emoção, percepção sensorial e locomoção, independentemente  do cérebro, órgãos sensoriais e locomoção física, pergunto:
Por que um macaco, ou mesmo pequenos vertebrados como ratos, tem um cérebro muito menor que o humano, e ainda assim, tem o mesmo controle motor que o nosso? Para usar o corpo ou ou cérebro como veículo, tudo que o espírito precisaria é de um "volante". Outros animais com cérebros já tem "volantes" cerebrais que os capacitam de toda nossa movimentação.
Se fosse a alma que realizasse as funções que os materialistas atribuem ao cérebro, não precisariamos de ter um cérebro tão grande. Pois um cérebro para simples controle motor bastaria, se é a alma que pensa, se emociona, vê, etc. Bastaria transmitir as instruções de como o corpo deve se mover se baseando nessas operações que supostamente ela já faria quando flutuando por aí.

Desculpe-me, intrometer entre a sua troca de mensagens. Gostaria de tecer alguns comentários sobre seus comentários e analogia do espírito de animais e humanos.

Você parece não entender ser do Espírito uma série de expressões subjetivas, a exemplo das emoções, dos sentimentos, da ética, da moral etc. Sob ângulo filosófico, pode reputar-se a consciência de si (autoconsciência) como a sensação do que se é ou do que se está sendo. Nesse ponto, certa análise filosófica sustenta possuir a consciência 5 elementos constitutivos: a individualidade, a subjetividade, a totalidade, a intencionalidade e a prospecção. Não há consciência flutuante nenhuma, no sentido de que não se fixe em um referencial ou de que dela se originem os conteúdos de manifestação dos próprios elementos constitutivos. Desse modo, quando se discriminam ou categorizam as experiências da consciência em sentimentos, emoções, condutas éticas e morais, não se lhe atribui a causa daquelas (experiências), mas tão somente a recepção de um evento passível de, em face da subjetividade da consciência, fazer o ser consciente interiorizá-las com o significado próprio de cada conteúdo específico. Logo, não são as emoções que se originam da consciência da alma, sendo uma sensação-interpretação de uma outra causa não situada originariamente no arcabouço da alma. O mundo consciente afigura-se, por definição, totalizado e não fragmentário.

Sinta-se a vontade para se "intrometer" quando quiser.

Mas traduzindo tudo que disse: A alma ou(?) espírito, quando desencarnada(o), funciona mais ou menos como uma pessoa sem corpo, isso é, pode andar por aí (na velocidade que quiser, até se transportar pelo universo em velocidades consideradas fisicamente impossíveis), ver, ouvir, pensar, se emocionar, e eventualmente até interagir de formas fantasmagóricas ou poltergeistianas. Sim ou não?

"Sim", parece ser o conceito mais comum que as pessoas tem de "alma", uma "mente flutuante", a persistência da mente e da consciência, mesmo depoisa da morte, e na ausência de um corpo físico-materialista-ortodoxo.


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A afirmativa de que "um macaco, ou mesmo pequenos vertebrados como ratos, (...), tem (sic) o mesmo controle motor que o nosso" não é integralmente verdadeira. As habilidades, por exemplo, da mão humana superam em muito as do macaco,
É verdadeira sim, os outros macacos não tem menor capacidade de coordenação motora que nós, determinada pelas partes do cérebro relacionadas diretamente ao controle motor. As diferenças entre as habilidades manuais de outros macacos e as nossas não se devem a "transmissão", por assim dizer, mas ao que controla o controle.

Ou seja, não é uma questão tanto de diferença de "veículo", é uma questão de "piloto". Mais ou menos da mesma forma que duas pessoas, um pintor ou um músico, e um não-pintor e um não-músico, não tem suas menores habilidades de pintura ou musicais devido a terem algo de extremamente diferente no cerebelo, ou córtex motor (podem ter, mas de modo geral, não, estou falando do geral, não problemas de má-formação). Tem a ver, ao menos do ponto de vista fisico-materialista-convencional, com diferenças de aprendizado, principalmente das outras áreas do cérebro, e como essas áreas são capazes de comandar as áreas diretamente relacionadas ao controle motor.


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Ademais, simples habilidade motora não significa ação inteligente, tampouco expressão de habilidades do mundo subjetivo.
Não afirmei isso, afirmo apenas que se é a algo imaterial e não o cérebro que exerce as funções materialisticamente supostas como cerebrais, com pensamento, percepção, etc, não seria esperado ver grandes diferenças cerebrais nas áreas não diretamente relacionadas ao controle motor, entre espécies que tem essencialmente as mesmas capacidades motoras.


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A complexidade neurológica tende a acompanhar necessariamente a complexidade das funções tributadas ao homem, porquanto cada região do cérebro corresponde a um centro de controle específico, sob comando de um princípio sistêmico. Desse modo, aí não se tem prova capaz de invalidar a existência da alma, em face do argumento de que a cada órgão em si está associada uma função.
A conclusão é justamente o contrário do que se esperaria das premissias. Está fazendo uma argumentação completamente materialista, dizendo que o cérebro, além da parte simplesmente motora, é o que torna um humano diferente de um gorila no seu comportamento e capacidades, em vez da alma.


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Por exemplo, analisando-se como funciona um aparelho de televisão, identificam-se duas dimensões de manifestação de mensagens: a dos componentes eletrônicos em si mesmos, capacitores, transistores, circuitos integrados, resistências ôhmicas e não-ôhmicas, indutores (bobinas) etc; e a das ondas eletromagnéticas responsáveis por conduzir as informações a serem transmitidas. A televisão decodifica os sons e as imagens codificadas na onda eletromagnética, mas não se afigura capaz de gerá-los ou de criá-los, pois corresponde a um receptor cuja estrutura eletrônica separa os dados para transformá-los em mensagens sensíveis e inteligíveis. Da mesma forma, as ondas carregam em si, potencialmente, os sinais sonoros e visuais, que estão aí e que não podem ser percebidos sem o auxílio do aparelho eletrônico. Existem, porém, as ondas distribuídas pelo espaço. Cada componente eletrônico tem a responsabilidade de interpretar o que lhe caiba no conjunto. Uma simples remoção de um deles implica mau funcionamento ou não funcionamento do aparelho, pois não se tem o componente responsável pela decodificação de um detalhe de mensagem.

Alteração do aparelho eletrônico ou das ondas eletromagnéticas gera mau funcionamento e incompatibilidade. Se o sinal eletromagnético for defeituoso, energeticamente fraco ou perturbado por outro campo eletromagnético, não se captarão as imagens e os sons corretamente, muito embora a televisão possa estar em perfeito estado, sem nenhum componente avariado. O contrário, todavia, também pode ocorrer, estando a mensagem em ordem, mas o aparelho com defeito de captação e de decodificação. Desse modo, pode entender-se o funcionamento do cérebro em relação à mente, pois cada circunvolução, cada região é responsável por um tipo de mensagem, atuando como decodificadora, se a mensagem vem da mente, ou codificadora, quando as informações dos órgãos dos sentidos devem ser transmitidas à mente. Desse modo, no estudo da interação cérebro-mente, pode considerar-se o sistema cerebral como uma interface codificadora-decodificadora.

A TV não faz um processamento significativo, o que eu colocaria como análogo ao "pensamento"; ela apenas transmite o pensamento já realizado em outro lugar, ao "corpo", à tela. Dessa forma, é mais ou menos análoga apenas a parte do cérebro relacionada diretamente ao controle motor (e ao corpo).

Se assisto um filme de animação em computador na minha TV, a parte principal dele não está "acontecendo" nela, mesmo que fosse transmitido ao vivo para minha TV. Todos os processamentos relacionados estariam sendo realizados (ou teriam sido, no mundo real) pelos super-computadores que realizam em outro lugar o trabalho duro. Assim, tanto a minha tv quanto praticamente qualquer outra poderia exibir o mesmo filme. Também não importa o teor do filme, se é moral, imoral, se é inteligente ou idiota. Isso nada diz quanto a natureza do sinal.

E da mesma forma, tanto o gorila quanto o ser humano poderiam ter o mesmo comportamento, se ele fosse determinado em outro lugar além do cérebro, apenas transmitido o resultado final, a "imagem" e o "som", análogos a como o corpo deve se mover para realizar o que foi pensado em outro lugar. Não importa que o ser humano é consciente, moral, etc. Assim como não há necessidade de uma TV com sistema de recepção diferente para exibir filmes consideravelmente morais ou de alguma forma qualquer, superiores. Para uma fazer com que um robô de controle remoto se controle moralmente, esse robô só precisa de agir conforme a pessoa mandar; não precisa ele de uma antena qualquer diferente onde movimentos com intenções morais ou superioras sejam recebidos.

Mas o que acontece com os cérebros dos animais, é mais parecido com diferentes tipos de computadores - que realizam eles mesmos o processamento, em vez de apenas receberem o resultado final pronto. A "antena" ou "tv" cerebral - a parte do cérebro diretamente responsável pelo controle motor - pode ser essencialemente a mesma em muitos casos, mas mudanças mais significativas ocorrem em outras partes do cérebro, "coincidentemente" de acordo com as diferentes capacidades comportamentais de cada espécie.

Mais ou menos como diferentes computadores conseguem ou não executar diferentes programas com o mesmo desempenho, ainda que teoricamente, se pudesse usar o mesmo modelo de monitor (ou TV) em todos eles. Assim, dizer que essas partes mais desenvolvidas de nosso cérebro são "antenas" ou algo parecido para coisas específicas que estão acontecendo na alma é mais ou menos como dizer que filmes considerados "morais" precisassem de uma TV diferente para serem exibidos. E também está praticamente no mesmo nível de embasamento que dizer que os processadores não processam coisa nenhuma, mas na verdade há uma alma "imaterial" do computador que faz tudo, e o processador apenas capta esse sinal e transmite para o resto do pc; as diferenças de processamento dos processadores são diferenças na capacidade de recepção dessas cyber-almas.

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Ademais, se a expressão subjetiva se devesse à atividade unicamente bioquímica e neurológica, negar-se-ia ao homem o livre-arbítrio, pois, controlado por uma reação química, ele não estaria escolhendo nada, mas apenas exteriorizando os efeitos de uma reação eletroquímica. Onde estaria, então, a vontade? Se a minha vontade provém de uma reação eletroquímica, não sou eu quem deseja, escolhe, decide, mas reação anterior a tais expressões. Os homens seriam não mais do que autômatos.
O "livre arbítrio" é questionável mesmo antes disso, se por exemplo admite-se que existiria isso de karma, evolução da alma, ou um deus onisciente. E talvez possa ser defensável a despeito disso.

Mas mais importante, se ser humano teria ou não livre arbítrio é totalmente irrelevante para determinar a questão sobre a mentte ser algo "imaterial", ou resultado material do cérebro. A última questão é que teria que determinar a primeira, e não vice-versa. É como se dizer que leprechauns tem que existir, ou senão não existiriam potes de ouro atrás do arco-íris. Na verdade, o que se deve fazer é tentar constatar se o arco-íris é um fenômeno que possibilitasse ter um atrás absoluto; só então,  se sim, descobrir se atrás dele tem mesmo potes de ouro deixados pelos leprechauns.

Offline VideoMaker

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #52 Online: 22 de Abril de 2006, 13:47:15 »

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 Quanto esforco Daniel para nos tornar tão igual a um macaco ou uma bacteria !
 Pena que pensamos , agimos , mudamos vidas e divagamos sobre existir , pequeno detalhe que nos torna diferente dos animais iracionais !
 Sei que admitir que somos essencialmente diferentes, o ateismo iria para o brejo , mais somos assim DIFERENTES , e nada nos tornara coisas que deram certo por questões CASUAIS , ABSOLUTAMENTE NADA ...
« Última modificação: 22 de Abril de 2006, 13:53:55 por VideoMaker »
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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #53 Online: 22 de Abril de 2006, 14:25:37 »
E ?

Offline VideoMaker

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #54 Online: 22 de Abril de 2006, 14:30:52 »
E ?


 A eternidade é amiga da ignorancia e teimosia ...
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #55 Online: 22 de Abril de 2006, 14:31:32 »
E ?


 A eternidade é amiga da ignorancia e teimosia ...

Deus é eterno ?


[ ]´s

Offline VideoMaker

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #56 Online: 22 de Abril de 2006, 14:35:38 »
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

APODman

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #58 Online: 22 de Abril de 2006, 14:40:33 »
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

APODman

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #59 Online: 22 de Abril de 2006, 14:41:21 »
???



Offline Buckaroo Banzai

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #60 Online: 22 de Abril de 2006, 16:08:56 »

 Quanto esforco Daniel para nos tornar tão igual a um macaco ou uma bacteria !
 Pena que pensamos , agimos , mudamos vidas e divagamos sobre existir , pequeno detalhe que nos torna diferente dos animais iracionais !
 

Você de alguma forma lê uma coisa, e "entende" coisas que não estão em lugar algum do que escrevi.

Não disse que somos iguais a um macaco ou bactéria; não nego que temos capacidades cerebrais maiores que outros animais.



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Sei que admitir que somos essencialmente diferentes, o ateismo iria para o brejo , mais somos assim DIFERENTES ,
Ter maiores capacidades cerebrais não nos torna "essencialmente" diferentes. Apenas diferentes nesse ponto. Assim como a tromba do elefante ou o pescoço da girafa não os torna essencialmente diferentes.

Ainda assim, admitir que fôssemos essencialmente diferentes, nada tem a ver com ateísmo ou não.
Totalmente "non sequitur", não tem um encadeamento lógico aí: somos especiais - logo isso prova com toda certeza que existiria Jeová (ou algo tipo um cara, e só um, meio como sugerem que fosse Jeová)

Toda essa sua crença de espiritismo, por exemplo, poderia funcionar quase exatamente como é, só que sem ter sido um deus a primeira causa de tudo. Basta que não fosse assumido isso como uma "necessidade". Resumidamente seria, o universo existe, eternamente talvez, e nele há almas que são de constituição material desconhecida (ou "imateriais", se preferir, seja lá como algo assim possa existir), que tem como propriedade natural encarnarem em corpos de seres vivos, e dessas encarnações herdar algum tipo de informação, comportamental ou outra, que é transmitida à próxima encarnação.

Só diferindo que não foi algo "tipo um cara" que existia desde sempre, e ficou "a metade" da eternidade fazendo nada, até que de repente resolveu que era hora de fazer o universo; mas simplesmente o universo que existiu desde sempre. E talvez qualquer outra coisa nele que não se consiga inventar uma origem satisfatória, como fantasmas ou duendes.

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e nada nos tornara coisas que deram certo por questões CASUAIS , ABSOLUTAMENTE NADA ...
Só recapitulando que não falei ABSOLUTAMENTE NADA sobre sermos produto de questôes casuais e sem um motivo inventado por algo "tipo um cara", que existe, sem ter explicação. Não questionei isso em momento algum nesse tópico inteiro, ou ao menos não nas últimas mensagens. Questionei meramente a relação entre capacidades mentais dos diversos seres, e a relação com seu nível de desenvolvimento cerebral, que sugere fortemente que os processos mentais ocorrem nos cérebros, em vez de serem apenas transmitidos para os corpos por mentes flutuantes, que fazem o processamento em outro lugar.

E não adianta discutir "acaso" com você, porque para você é simplesmente algo que não existe.

Nem um sorteio da sena se daria por acaso, nada. É algo que você simplesmente assume como inexistente porque assume em primeiro lugar que tudo tem um motivo, mesmo que não possamos compreender. Assim o "motivo" das coisas é irrefutável.

Mas não assumindo como dogma a inexistência de acaso, que tudo ocorre por alguma razão boazinha e fofinha, você não tem como provar isso. O que você parece pensar que seria uma prova, é que se isso existisse seria bom.

Seu raciocínio é simplesmente "seria bom que fosse assim, logo deve ser assim", e isso não me convence.

Não sei se consegue entender, não é questão de "preferir" acreditar em acaso, em nada, ou que as coisas não são inerentemente justas e bonitinhas; é que simplesmente achar que algo seria bom, não é evidência em favor desse algo. E igualmente, algo poder ser considerado ruim, não ser exatamente como gostariamos que fosse, não significa que não seja real.

APODman

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #61 Online: 22 de Abril de 2006, 16:59:41 »
Citação de: Danniel
Não sei se consegue entender...

Se conheço o Video...não !  ;)


[ ]´s

Douglas

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #62 Online: 23 de Abril de 2006, 11:42:12 »

No sentido de que não existe alma imaterial faz sentido. Mas como provavelmente não é isso que defende, mas que na verdade existam consciências flutuantes, que realizam ao flutuar todas as funções como pensamento, emoção, percepção sensorial e locomoção, independentemente  do cérebro, órgãos sensoriais e locomoção física, pergunto:
Por que um macaco, ou mesmo pequenos vertebrados como ratos, tem um cérebro muito menor que o humano, e ainda assim, tem o mesmo controle motor que o nosso? Para usar o corpo ou ou cérebro como veículo, tudo que o espírito precisaria é de um "volante". Outros animais com cérebros já tem "volantes" cerebrais que os capacitam de toda nossa movimentação.
Se fosse a alma que realizasse as funções que os materialistas atribuem ao cérebro, não precisariamos de ter um cérebro tão grande. Pois um cérebro para simples controle motor bastaria, se é a alma que pensa, se emociona, vê, etc. Bastaria transmitir as instruções de como o corpo deve se mover se baseando nessas operações que supostamente ela já faria quando flutuando por aí.

Desculpe-me, intrometer entre a sua troca de mensagens. Gostaria de tecer alguns comentários sobre seus comentários e analogia do espírito de animais e humanos.

Você parece não entender ser do Espírito uma série de expressões subjetivas, a exemplo das emoções, dos sentimentos, da ética, da moral etc. Sob ângulo filosófico, pode reputar-se a consciência de si (autoconsciência) como a sensação do que se é ou do que se está sendo. Nesse ponto, certa análise filosófica sustenta possuir a consciência 5 elementos constitutivos: a individualidade, a subjetividade, a totalidade, a intencionalidade e a prospecção. Não há consciência flutuante nenhuma, no sentido de que não se fixe em um referencial ou de que dela se originem os conteúdos de manifestação dos próprios elementos constitutivos. Desse modo, quando se discriminam ou categorizam as experiências da consciência em sentimentos, emoções, condutas éticas e morais, não se lhe atribui a causa daquelas (experiências), mas tão somente a recepção de um evento passível de, em face da subjetividade da consciência, fazer o ser consciente interiorizá-las com o significado próprio de cada conteúdo específico. Logo, não são as emoções que se originam da consciência da alma, sendo uma sensação-interpretação de uma outra causa não situada originariamente no arcabouço da alma. O mundo consciente afigura-se, por definição, totalizado e não fragmentário.

Sinta-se a vontade para se "intrometer" quando quiser.

Mas traduzindo tudo que disse: A alma ou(?) espírito, quando desencarnada(o), funciona mais ou menos como uma pessoa sem corpo, isso é, pode andar por aí (na velocidade que quiser, até se transportar pelo universo em velocidades consideradas fisicamente impossíveis), ver, ouvir, pensar, se emocionar, e eventualmente até interagir de formas fantasmagóricas ou poltergeistianas. Sim ou não?

"Sim", parece ser o conceito mais comum que as pessoas tem de "alma", uma "mente flutuante", a persistência da mente e da consciência, mesmo depoisa da morte, e na ausência de um corpo físico-materialista-ortodoxo

Você não entendeu nada o que escrevi e tentou inventar para não ficar sem resposta. Vamos então a uma última tentaviva de entendimento.

Não dessa maneira simplória e pouco informativa. O Espírito, ao desencarnar, não funciona como uma pessoa sem corpo, porquanto ele próprio detém um organismo especializado a que a Doutrina Espírita confere o nome de perispírito, com a diferença de que nele existe uma espécie de 'neguentropia' que o não torna perecível como o organismo denso. No concernente à questão de o Espírito viajar a velocidades fisicamente impossíveis, a idéia pertence aqui, por autoria sua, quiçá baseado no 2º princípio da Teoria Especial da Relatividade: "a velocidade da luz é sempre a mesma em quaisquer sistemas referenciais, não importando qualquer movimento da fonte ou do observador (velocidade absoluta)". Ora, há teorias que procuram demonstrar não ser absoluta a velocidade da luz, admitindo a existência de velocidades superluminares ou supraluminares. Trata-se, é claro, de teoria, como aquela proposta por João Magueijo, no livro MAIS RÁPIDO QUE A VELOCIDADE DA LUZ, e como a de Jean Charon, na sua TEORIA DA RELATIVIDADE COMPLEXA, entre outras idéias. Dessa maneira, a impossibilidade entrevista por você se baseia apenas em um princípio da Teoria da Relavidade Especial, não sendo agora mais do que uma teoria, contestada por muitos, mas válida.
 
Ademais, o conceito "comum que as pessoas tem (sic)" não equivale ao conceito adotado pelo Espiritismo. A mente flutuante seria uma mente não referenciada, randômica, o que - convenha-se - não compõe a idéia de Espírito adotada pela Doutrina. O Espírito vive e sobrevive em uma multidimensão própria, assim como os encarnados vivem em uma realidade tridimensional. Não se trata de "mente flutuante", adstrita ao espaço tridimensional e nele inserta. Por outro lado, que é um corpo "físico-materialista-ortodoxo"? O corpo orgânico auto-sentido e autopercebido? Perceba-se: não se trata aqui de provar ou desprovar, porque se está discutindo a erronia das bases de seu argumento.


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A afirmativa de que "um macaco, ou mesmo pequenos vertebrados como ratos, (...), tem (sic) o mesmo controle motor que o nosso" não é integralmente verdadeira. As habilidades, por exemplo, da mão humana superam em muito as do macaco,

É verdadeira sim, os outros macacos não tem menor capacidade de coordenação motora que nós, determinada pelas partes do cérebro relacionadas diretamente ao controle motor. As diferenças entre as habilidades manuais de outros macacos e as nossas não se devem a "transmissão", por assim dizer, mas ao que controla o controle.

Não, meu caro, não é não. Eu assinalei não ser a tua afirmativa "integralmente verdadeira", não a chamando falsa. No instante em que se reconhece um problema de controle, aí não se tem mais a mesma habilidade, porquanto não se pode, em se utilizando o exemplo do macaco, admitir o órgão controlado sem o controlador, a não ser pela ablação do órgão e respectivo controle por eletroestimulação. Em tratados de anatomia e de fisiologia animal, podem encontrar-se diferenças suscetíveis de explicar e de justificar sim "diferenças motoras". Ainda assim, a suposítica ausência de complexidade mental-operacional dos símios, a refletir-se na motilidade manual, aduz a hipótese de que o órgão controlador/controlado tem complexidade proporcional à mente indutora. Em nenhum instante, referi-me a "problemas de transmissão".

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Ou seja, não é uma questão tanto de diferença de "veículo", é uma questão de "piloto". Mais ou menos da mesma forma que duas pessoas, um pintor ou um músico, e um não-pintor e um não-músico, não tem suas menores habilidades de pintura ou musicais devido a terem algo de extremamente diferente no cerebelo, ou córtex motor (podem ter, mas de modo geral, não, estou falando do geral, não problemas de má-formação). Tem a ver, ao menos do ponto de vista fisico-materialista-convencional, com diferenças de aprendizado, principalmente das outras áreas do cérebro, e como essas áreas são capazes de comandar as áreas diretamente relacionadas ao controle motor.

Em que as diferenças de aprendizagem elidem a existência da mente controladora? Em sendo correto o teu raciocínio de que existem diferenças de aprendizagem, podem admitir-se, na mesma espécie, como idênticos fisio-anatomicamente dois cérebros normais. Ora, como se admite verdadeira a segunda premissa (identidade neurológica), como se dariam tais diferenças de aprendizagem, aleatoriamente? Assim sendo, se a habilidade se atribui a tais diferenças, é possível, a priori, submeter dois gêmeos idênticos, com o mesmo cariótipo, ao mesmo referencial de aprendizagem, a fim de se tornarem dois "gênios pictográficos". Ora experiências parecem demonstrar não haver similute subjetiva no caso, isto é, não estão eles fadados a tornar-se dois grandes artistas. Ora, se neles existe capacidade específica de aprendizagem, mesmo possuindo cérebros idênticos, algo existe passível de os diferenciar. Perceba-se: não estou dizendo ser o Espírito esse algo, mas apenas assinalando haver algo. Daí, caem por terra as tuas diferenças de aprendizagem, considerando-se a idêntica organologia de cérebros idênticos. Ainda assim, a especiação de regiões próprias do cérebro não solucionam o problema da mente, porque ainda não se encontraram as bases físicas de registro de informação, mas apenas zonas mnêmicas engramáticas em que se guardariam os dados da experiência existencial. Uma coisa é a base, outra é a informação. O DNA é a base biofísico-química da informação, capaz de autoduplicar-se e de produzir RNA (ribossômico, mensageiro e transportador), em presença de enzimas como a DNA-polimerase, a RNA-polimerase, as DNA-girases, DNA-helicases etc. A síntese de proteínas, para estruturar o corpo, ocorre através do RNA. A biologia, porém, tentando explicar o mecanismo de transmissão de informações pela teoria do operon, ainda ignora como o organismo materializa essa informação estruturante no espaço tridimensional. Maior problema ainda existe quando se examinam propriedades subjetivas da mente humana. Por exemplo, posso evocar agora a fórmula matemática para cálculo do volume de um cone (V= 1/3 . B . h), mas aí eu tenho uma informação evocada pela vontade. Como a evoquei? Como se armazena no cérebro? Como se relacionam a base física e a informação no plano das operações cognitivas?

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Ademais, simples habilidade motora não significa ação inteligente, tampouco expressão de habilidades do mundo subjetivo.
Não afirmei isso, afirmo apenas que se é a algo imaterial e não o cérebro que exerce as funções materialisticamente supostas como cerebrais, com pensamento, percepção, etc, não seria esperado ver grandes diferenças cerebrais nas áreas não diretamente relacionadas ao controle motor, entre espécies que tem essencialmente as mesmas capacidades motoras.

Também não escrevi que tu afirmaste nada. Por que não haveria diferenças neurológicas, se a complexidade mental-operacional da mente ali presente poderia exigir órgão capaz de interpretá-la? Quem afirmou ser o cérebro desprovido de função na interação cérebro-mente? A complexidade das funções cognitivas demanda a complexidade dos órgãos cognoscentes. Assim fosse, a mente não necessitaria de corpo para se manifestar. No atinente ao "imaterial", a carga semântica com que o utilizas depende de como o inseres no contexto. Que é mesmo imaterial? Imaterial não é bem a expressão a ser utilizada, porquanto o Espírito, no Espiritismo, é alguma coisa.

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A complexidade neurológica tende a acompanhar necessariamente a complexidade das funções tributadas ao homem, porquanto cada região do cérebro corresponde a um centro de controle específico, sob comando de um princípio sistêmico. Desse modo, aí não se tem prova capaz de invalidar a existência da alma, em face do argumento de que a cada órgão em si está associada uma função.
A conclusão é justamente o contrário do que se esperaria das premissias. Está fazendo uma argumentação completamente materialista, dizendo que o cérebro, além da parte simplesmente motora, é o que torna um humano diferente de um gorila no seu comportamento e capacidades, em vez da alma.

Não senhor, nada de materialista. Contrário por quê? A complexidade do órgão prende-se à complexidade da função por ele exercida. Não afirmei ser a operação mental gerada pelo cérebro, mas com o cérebro. No caso do gorila, há comportamentos e capacidades operacionalmente compossíveis com o grau de complexidade mental da espécie, de tal maneira que o cérebro equivale a um órgão por cuja necessária complexidade a mente operacionaliza as funções mentais, como as cognitivas, perceptivas, emocionais e sentimentais. Não me parece adequado raciocinar aí por exclusão, de tal maneira que um cérebro de alta complexidade eliminaria a noção de independência mental. Uma e outra coisa se complementam, porque receiprocamente necessárias a uma relação organofuncional. O problema é que você raciocina em termos de paralelismo psicofísico à moda de Leibniz, mas mente e cérebro interagem includentemente, como disse, à guisa de uma interface codificadora-decodificadora. Desse modo, não argumentei de modo materialista, mas interacionista.

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Por exemplo, analisando-se como funciona um aparelho de televisão, identificam-se duas dimensões de manifestação de mensagens: a dos componentes eletrônicos em si mesmos, capacitores, transistores, circuitos integrados, resistências ôhmicas e não-ôhmicas, indutores (bobinas) etc; e a das ondas eletromagnéticas responsáveis por conduzir as informações a serem transmitidas. A televisão decodifica os sons e as imagens codificadas na onda eletromagnética, mas não se afigura capaz de gerá-los ou de criá-los, pois corresponde a um receptor cuja estrutura eletrônica separa os dados para transformá-los em mensagens sensíveis e inteligíveis. Da mesma forma, as ondas carregam em si, potencialmente, os sinais sonoros e visuais, que estão aí e que não podem ser percebidos sem o auxílio do aparelho eletrônico. Existem, porém, as ondas distribuídas pelo espaço. Cada componente eletrônico tem a responsabilidade de interpretar o que lhe caiba no conjunto. Uma simples remoção de um deles implica mau funcionamento ou não funcionamento do aparelho, pois não se tem o componente responsável pela decodificação de um detalhe de mensagem.

Alteração do aparelho eletrônico ou das ondas eletromagnéticas gera mau funcionamento e incompatibilidade. Se o sinal eletromagnético for defeituoso, energeticamente fraco ou perturbado por outro campo eletromagnético, não se captarão as imagens e os sons corretamente, muito embora a televisão possa estar em perfeito estado, sem nenhum componente avariado. O contrário, todavia, também pode ocorrer, estando a mensagem em ordem, mas o aparelho com defeito de captação e de decodificação. Desse modo, pode entender-se o funcionamento do cérebro em relação à mente, pois cada circunvolução, cada região é responsável por um tipo de mensagem, atuando como decodificadora, se a mensagem vem da mente, ou codificadora, quando as informações dos órgãos dos sentidos devem ser transmitidas à mente. Desse modo, no estudo da interação cérebro-mente, pode considerar-se o sistema cerebral como uma interface codificadora-decodificadora.

A TV não faz um processamento significativo, o que eu colocaria como análogo ao "pensamento"; ela apenas transmite o pensamento já realizado em outro lugar, ao "corpo", à tela. Dessa forma, é mais ou menos análoga apenas a parte do cérebro relacionada diretamente ao controle motor (e ao corpo).

Aqui você não anda bem, pois, na analogia do aparelho televisivo, julga inexistir "processamento significativo". Ora, alguém, por um acaso, enxerga, em pleno ar, as imagens e os sons nele disseminados por ondas codificadas? As informações contidas em ondas eletromagnéticas, por meio de pulsos de freqüência (velocidade, altura, comprimento de onda), não são as imagens e os sons manifestos, mas somente codificados. Não é mais ou menos análoga não, nem mesmo no controle motor. O fato de a onda estar codificado por uma fonte demanda a existência de um decodificador. Tal fonte codificadora é a própria mente centrifugamente, enquanto o cérebro é a interface que decodifica a mensagem mental e codifica a mensagem centripetamente, de fora para dentro, a partir do órgãos sensoriais.

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Se assisto um filme de animação em computador na minha TV, a parte principal dele não está "acontecendo" nela, mesmo que fosse transmitido ao vivo para minha TV. Todos os processamentos relacionados estariam sendo realizados (ou teriam sido, no mundo real) pelos super-computadores que realizam em outro lugar o trabalho duro. Assim, tanto a minha tv quanto praticamente qualquer outra poderia exibir o mesmo filme. Também não importa o teor do filme, se é moral, imoral, se é inteligente ou idiota. Isso nada diz quanto a natureza do sinal.

E da mesma forma, tanto o gorila quanto o ser humano poderiam ter o mesmo comportamento, se ele fosse determinado em outro lugar além do cérebro, apenas transmitido o resultado final, a "imagem" e o "som", análogos a como o corpo deve se mover para realizar o que foi pensado em outro lugar. Não importa que o ser humano é consciente, moral, etc. Assim como não há necessidade de uma TV com sistema de recepção diferente para exibir filmes consideravelmente morais ou de alguma forma qualquer, superiores. Para uma fazer com que um robô de controle remoto se controle moralmente, esse robô só precisa de agir conforme a pessoa mandar; não precisa ele de uma antena qualquer diferente onde movimentos com intenções morais ou superioras sejam recebidos.

Mas o que acontece com os cérebros dos animais, é mais parecido com diferentes tipos de computadores - que realizam eles mesmos o processamento, em vez de apenas receberem o resultado final pronto. A "antena" ou "tv" cerebral - a parte do cérebro diretamente responsável pelo controle motor - pode ser essencialemente a mesma em muitos casos, mas mudanças mais significativas ocorrem em outras partes do cérebro, "coincidentemente" de acordo com as diferentes capacidades comportamentais de cada espécie.

Mais ou menos como diferentes computadores conseguem ou não executar diferentes programas com o mesmo desempenho, ainda que teoricamente, se pudesse usar o mesmo modelo de monitor (ou TV) em todos eles. Assim, dizer que essas partes mais desenvolvidas de nosso cérebro são "antenas" ou algo parecido para coisas específicas que estão acontecendo na alma é mais ou menos como dizer que filmes considerados "morais" precisassem de uma TV diferente para serem exibidos. E também está praticamente no mesmo nível de embasamento que dizer que os processadores não processam coisa nenhuma, mas na verdade há uma alma "imaterial" do computador que faz tudo, e o processador apenas capta esse sinal e transmite para o resto do pc; as diferenças de processamento dos processadores são diferenças na capacidade de recepção dessas cyber-almas.

Você não entendeu a analogia e inseriu a de um computador, também válida, mas não idêntica qual exemplo de uma interface, a qual atribuo ao cérebro. Ademais, a TV não recebe nada pronto, pois, do contrário, não se necessitaria de um sistema eletrônico. O que está pronto é o que está codificado, para ser decodificado em imagens e sons pela televisão. Outra coisa: trata-se de uma analogia apenas, suscetível de fornecer uma visão de como seria a interação cérebro-mente.

Continua...

Douglas

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #63 Online: 23 de Abril de 2006, 11:48:32 »
Continuação...

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Ademais, se a expressão subjetiva se devesse à atividade unicamente bioquímica e neurológica, negar-se-ia ao homem o livre-arbítrio, pois, controlado por uma reação química, ele não estaria escolhendo nada, mas apenas exteriorizando os efeitos de uma reação eletroquímica. Onde estaria, então, a vontade? Se a minha vontade provém de uma reação eletroquímica, não sou eu quem deseja, escolhe, decide, mas reação anterior a tais expressões. Os homens seriam não mais do que autômatos.

O "livre arbítrio" é questionável mesmo antes disso, se por exemplo admite-se que existiria isso de karma, evolução da alma, ou um deus onisciente. E talvez possa ser defensável a despeito disso.

Mas mais importante, se ser humano teria ou não livre arbítrio é totalmente irrelevante para determinar a questão sobre a mentte ser algo "imaterial", ou resultado material do cérebro. A última questão é que teria que determinar a primeira, e não vice-versa. É como se dizer que leprechauns tem que existir, ou senão não existiriam potes de ouro atrás do arco-íris. Na verdade, o que se deve fazer é tentar constatar se o arco-íris é um fenômeno que possibilitasse ter um atrás absoluto; só então,  se sim, descobrir se atrás dele tem mesmo potes de ouro deixados pelos leprechauns.

Não, não é irrelevante a questão do livre-arbítrio, pois a capacidade efetiva de escolher está presente como uma característica essencial da espécie humana. Quem afirmou ser o livre-arbítrio que determinada a natureza imaterial (?) da mente? Afirmou-se apenas que uma concepção mecânica (eletroquímica) do funcionamento cerebral, na qual o homem se equipara a um autômato, parece eliminar a possibilidade real da capacidade de escolher e, portanto, do livre-arbítrio. A ilustração dos "potes de ouro" pode até ser interessante, mas não tem a ver com o problema do livre-arbítrio. Simplesmente se está raciocinando no sentido do que notamos para o que não notamos, a partir das funções operacionais-mentais do ser humano postas como características da espécie, a não ser que se negue ao ser humano a sua livre iniciativa representada por uma exteriorização da vontade.
 
Abraços,

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #64 Online: 24 de Abril de 2006, 17:02:50 »
Você de alguma forma lê uma coisa, e "entende" coisas que não estão em lugar algum do que escrevi.

Não disse que somos iguais a um macaco ou bactéria; não nego que temos capacidades cerebrais maiores que outros animais.

Não somos só capacidade cerebal ! logo somos exatamente iguais a qualquer outra coisa que tenha vida neste planeta , esse é seu esforco , e de qualquer um que limite o homem a  um amontoado bilogico que deu certo !
O espirito esta ausente no macaco assim como no homem ?
Esta ai a igualdade dos seres ! é disso que estou falando ...




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Sei que admitir que somos essencialmente diferentes, o ateismo iria para o brejo , mais somos assim DIFERENTES ,
Ter maiores capacidades cerebrais não nos torna "essencialmente" diferentes. Apenas diferentes nesse ponto. Assim como a tromba do elefante ou o pescoço da girafa não os torna essencialmente diferentes.

Ainda assim, admitir que fôssemos essencialmente diferentes, nada tem a ver com ateísmo ou não.
Totalmente "non sequitur", não tem um encadeamento lógico aí: somos especiais - logo isso prova com toda certeza que existiria Jeová (ou algo tipo um cara, e só um, meio como sugerem que fosse Jeová)

Toda essa sua crença de espiritismo, por exemplo, poderia funcionar quase exatamente como é, só que sem ter sido um deus a primeira causa de tudo. Basta que não fosse assumido isso como uma "necessidade". Resumidamente seria, o universo existe, eternamente talvez, e nele há almas que são de constituição material desconhecida (ou "imateriais", se preferir, seja lá como algo assim possa existir), que tem como propriedade natural encarnarem em corpos de seres vivos, e dessas encarnações herdar algum tipo de informação, comportamental ou outra, que é transmitida à próxima encarnação.

Só diferindo que não foi algo "tipo um cara" que existia desde sempre, e ficou "a metade" da eternidade fazendo nada, até que de repente resolveu que era hora de fazer o universo; mas simplesmente o universo que existiu desde sempre. E talvez qualquer outra coisa nele que não se consiga inventar uma origem satisfatória, como fantasmas ou duendes.

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e nada nos tornara coisas que deram certo por questões CASUAIS , ABSOLUTAMENTE NADA ...
Só recapitulando que não falei ABSOLUTAMENTE NADA sobre sermos produto de questôes casuais e sem um motivo inventado por algo "tipo um cara", que existe, sem ter explicação. Não questionei isso em momento algum nesse tópico inteiro, ou ao menos não nas últimas mensagens. Questionei meramente a relação entre capacidades mentais dos diversos seres, e a relação com seu nível de desenvolvimento cerebral, que sugere fortemente que os processos mentais ocorrem nos cérebros, em vez de serem apenas transmitidos para os corpos por mentes flutuantes, que fazem o processamento em outro lugar.

E não adianta discutir "acaso" com você, porque para você é simplesmente algo que não existe.

Nem um sorteio da sena se daria por acaso, nada. É algo que você simplesmente assume como inexistente porque assume em primeiro lugar que tudo tem um motivo, mesmo que não possamos compreender. Assim o "motivo" das coisas é irrefutável.

NO sorteio da sena existe acão , mecanismos em movimento , CONHECIDOS, não cabe como exemplo !
Agora se vc poder me demonstar como do NADA  , surja algo inteligente , estamos ai !


Mas não assumindo como dogma a inexistência de acaso, que tudo ocorre por alguma razão boazinha e fofinha, você não tem como provar isso. O que você parece pensar que seria uma prova, é que se isso existisse seria bom.

Seu raciocínio é simplesmente "seria bom que fosse assim, logo deve ser assim", e isso não me convence.

Não sei se consegue entender, não é questão de "preferir" acreditar em acaso, em nada, ou que as coisas não são inerentemente justas e bonitinhas; é que simplesmente achar que algo seria bom, não é evidência em favor desse algo. E igualmente, algo poder ser considerado ruim, não ser exatamente como gostariamos que fosse, não significa que não seja real.

NÃO É QUESTÃO DE PREFERIR ! , e sim de enxergar , se vc não enxerga , o que podemos fazer ?
 Esperar ... e só .

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Offline VideoMaker

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #65 Online: 24 de Abril de 2006, 17:06:55 »
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Ademais, se a expressão subjetiva se devesse à atividade unicamente bioquímica e neurológica, negar-se-ia ao homem o livre-arbítrio, pois, controlado por uma reação química, ele não estaria escolhendo nada, mas apenas exteriorizando os efeitos de uma reação eletroquímica. Onde estaria, então, a vontade? Se a minha vontade provém de uma reação eletroquímica, não sou eu quem deseja, escolhe, decide, mas reação anterior a tais expressões. Os homens seriam não mais do que autômatos.

O "livre arbítrio" é questionável mesmo antes disso, se por exemplo admite-se que existiria isso de karma, evolução da alma, ou um deus onisciente. E talvez possa ser defensável a despeito disso.

Mas mais importante, se ser humano teria ou não livre arbítrio é totalmente irrelevante para determinar a questão sobre a mentte ser algo "imaterial", ou resultado material do cérebro. A última questão é que teria que determinar a primeira, e não vice-versa. É como se dizer que leprechauns tem que existir, ou senão não existiriam potes de ouro atrás do arco-íris. Na verdade, o que se deve fazer é tentar constatar se o arco-íris é um fenômeno que possibilitasse ter um atrás absoluto; só então,  se sim, descobrir se atrás dele tem mesmo potes de ouro deixados pelos leprechauns.

Não, não é irrelevante a questão do livre-arbítrio, pois a capacidade efetiva de escolher está presente como uma característica essencial da espécie humana. Quem afirmou ser o livre-arbítrio que determinada a natureza imaterial (?) da mente? Afirmou-se apenas que uma concepção mecânica (eletroquímica) do funcionamento cerebral, na qual o homem se equipara a um autômato, parece eliminar a possibilidade real da capacidade de escolher e, portanto, do livre-arbítrio. A ilustração dos "potes de ouro" pode até ser interessante, mas não tem a ver com o problema do livre-arbítrio. Simplesmente se está raciocinando no sentido do que notamos para o que não notamos, a partir das funções operacionais-mentais do ser humano postas como características da espécie, a não ser que se negue ao ser humano a sua livre iniciativa representada por uma exteriorização da vontade.
 
Abraços,


 Adimitir pelos ateus qualquer possibilidade de sermos mais que materia , seria a negacão absoluta do ateismo materialista !
 Apesar de ate dentro da especie humana sermos tão diferentes !
 Apesar da mesma estrutura fisiologica !

 um abraco.
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Offline Marcelo Terra

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #66 Online: 24 de Abril de 2006, 17:48:39 »
Fale coisa com coisa, cara!

Offline Sr. Jesus

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #67 Online: 25 de Abril de 2006, 20:24:10 »
Enquanto não se provar a existência de espíritos, todo argumento a favor da sua existência será conjectura, suposição, no máximo uma forte suspeita.

O máximo que o crente em espíritos pode fazer é dizer "tudo indica que haja espíritos, mas como não posso provar, pode haver outras possibilidades que expliquem melhor os fenômenos e fatos que atribuo à existência deles".

É uma questão de coerência e humildade.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #68 Online: 25 de Abril de 2006, 22:09:02 »
Não somos só capacidade cerebal ! logo somos exatamente iguais a qualquer outra coisa que tenha vida neste planeta , esse é seu esforco , e de qualquer um que limite o homem a  um amontoado bilogico que deu certo !
O espirito esta ausente no macaco assim como no homem ?
Esta ai a igualdade dos seres ! é disso que estou falando ...

Bem, até agora não há provas de algo como um "espírito" "imaterial"; muito menos de que ele está no homem e não em outras espécies. Isso é puro antropocentrismo tradicional dessas idéias, não suportado por qualquer evidência - ainda que se possa conjecturar, mas igualmente se pode inventar que outros animais tem almas com o mesmo grau de prova.


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Nem um sorteio da sena se daria por acaso, nada. É algo que você simplesmente assume como inexistente porque assume em primeiro lugar que tudo tem um motivo, mesmo que não possamos compreender. Assim o "motivo" das coisas é irrefutável.

NO sorteio da sena existe acão , mecanismos em movimento , CONHECIDOS, não cabe como exemplo !
Agora se vc poder me demonstar como do NADA  , surja algo inteligente , estamos ai !

NÃO disse que do NADA surge algo inteligente, não sei de onde tirou isso

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #69 Online: 25 de Abril de 2006, 22:24:52 »
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Ademais, se a expressão subjetiva se devesse à atividade unicamente bioquímica e neurológica, negar-se-ia ao homem o livre-arbítrio, pois, controlado por uma reação química, ele não estaria escolhendo nada, mas apenas exteriorizando os efeitos de uma reação eletroquímica. Onde estaria, então, a vontade? Se a minha vontade provém de uma reação eletroquímica, não sou eu quem deseja, escolhe, decide, mas reação anterior a tais expressões. Os homens seriam não mais do que autômatos.

O "livre arbítrio" é questionável mesmo antes disso, se por exemplo admite-se que existiria isso de karma, evolução da alma, ou um deus onisciente. E talvez possa ser defensável a despeito disso.

Mas mais importante, se ser humano teria ou não livre arbítrio é totalmente irrelevante para determinar a questão sobre a mentte ser algo "imaterial", ou resultado material do cérebro. A última questão é que teria que determinar a primeira, e não vice-versa. É como se dizer que leprechauns tem que existir, ou senão não existiriam potes de ouro atrás do arco-íris. Na verdade, o que se deve fazer é tentar constatar se o arco-íris é um fenômeno que possibilitasse ter um atrás absoluto; só então,  se sim, descobrir se atrás dele tem mesmo potes de ouro deixados pelos leprechauns.

Não, não é irrelevante a questão do livre-arbítrio, pois a capacidade efetiva de escolher está presente como uma característica essencial da espécie humana.

Em todo caso, em nada requisita algo como uma consciência "imaterial" flutuando por aí, e encarnando em diferentes corpos de tempos em tempos, controlando-os por uma interação "imaterial"-material totalmente desconhecida (já vi também ser proposto que há uma intermediação "semi-material", mas isso não ajuda nada)


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Quem afirmou ser o livre-arbítrio que determinada a natureza imaterial (?) da mente? Afirmou-se apenas que uma concepção mecânica (eletroquímica) do funcionamento cerebral, na qual o homem se equipara a um autômato, parece eliminar a possibilidade real da capacidade de escolher e, portanto, do livre-arbítrio.

Eu entendi algo no sentido de: "como seriamos autômatos se não existisse a alma imaterial, logo temos que ter uma alma imaterial para não sermos"

Sermos autômatos biológicos não mina a capacidade de escolha, de modo geral. Só não permitiria uma capacidade de escolha "ideal", platônica, que não está sujeita as leis da física e etc. Por exemplo, ingerir muita bebida alcoólica e não ter alterado em nada o nosso poder de escolha. Como não é isso que ocorre na realidade, ou somos autômatos complexos, ou inventa-se um ad hoc para a alma ser limitada pelas condições físicas do cérebro, e consequentemente limitando também em algo o livre arbítrio da mesma maneira.


Offline Sr. Jesus

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #70 Online: 26 de Abril de 2006, 08:44:33 »

Sermos autômatos biológicos não mina a capacidade de escolha, de modo geral. Só não permitiria uma capacidade de escolha "ideal", platônica, que não está sujeita as leis da física e etc.

Sim. E é necessário estudarmos melhor o cérebro e o corpo humano para entendermos a produção dos processos mentais. Até agora o que sabemos com certeza é que esses processos são resultado de reações químicas e descargas elétricas. O resto pode até ser considerado por alguns como muito provável, mas não pode ser visto e defendido (como se fez aqui) como FATO.

Citação de: Daniel


Por exemplo, ingerir muita bebida alcoólica e não ter alterado em nada o nosso poder de escolha. Como não é isso que ocorre na realidade, ou somos autômatos complexos, ou inventa-se um ad hoc para a alma ser limitada pelas condições físicas do cérebro, e consequentemente limitando também em algo o livre arbítrio da mesma maneira.

Corretíssimo. Pegando carona: o que sabemos é que a alma (no sentido psicológico), a pessoa consciente se desenvolve e desaparece juntamente com o cérebro (infância e velhice). As pessoas mudam de acordo com mudanças em seus cérebros. Isso é o que sabemos. Agora, se os espíritas propõe outra coisa, devem seguir os mesmos caminhos da ciencia e demonstrar com pesquisas controladas e revistas pela comunidade científica.
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Offline VideoMaker

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #71 Online: 26 de Abril de 2006, 21:06:23 »
Fale coisa com coisa, cara!

 Tambem não gosto de vc meu camarada ... evitemos problemas !
É pretensão habitual do cético ver melhor que os demais.

Offline Marcelo Terra

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #72 Online: 26 de Abril de 2006, 22:54:12 »
Fale coisa com coisa, cara!

 Tambem não gosto de vc meu camarada ... evitemos problemas !

Problemas? Fale coisa com coisa.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Preto Velho: Incorporação de espiritos
« Resposta #73 Online: 27 de Abril de 2006, 03:59:53 »
Você não entendeu nada o que escrevi e tentou inventar para não ficar sem resposta. Vamos então a uma última tentaviva de entendimento.
Bem, eu acho que você simplesmente escreveu um monte de encheção de lingüiça que se tiver algum significado, poderia ser bem mais conciso do que isso, por isso tentei abreviar.


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No concernente à questão de o Espírito viajar a velocidades fisicamente impossíveis, a idéia pertence aqui, por autoria sua
Disse velocidades consideradas impossíveis, e não é de autoria minha, pode achar por aí que tem quem defenda que espíritos se desloquem "na velocidade do pensamento", ie, aparecem em algum lugar só de querem estar lá, ou é isso que me lembro.




 
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Ademais, o conceito "comum que as pessoas tem (sic)" não equivale ao conceito adotado pelo Espiritismo. A mente flutuante seria uma mente não referenciada, randômica, o que - convenha-se - não compõe a idéia de Espírito adotada pela Doutrina. O Espírito vive e sobrevive em uma multidimensão própria, assim como os encarnados vivem em uma realidade tridimensional. Não se trata de "mente flutuante", adstrita ao espaço tridimensional e nele inserta.
O que os espíritas que vejo por aí costumam dizer é que: as pessoas morrem, desencarnam, e a consciência continua como se estivesse viva, apesar de não estar mais em um cérebro. Pelo que entendo, isso significa que é uma mente flutuante, considerando que também defendem que as pessoas contatam os espíritos por aí, que ela viaja na velocidade do pensamento, etc.

Acho que uma "mente randômica" não é de forma alguma uma implicação de uma mente flutuante, parece só tentativa de pseudo-intelectualizar essa discussão, como o resto dos comentários após "doutrina".






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Em que as diferenças de aprendizagem elidem a existência da mente controladora? Em sendo correto o teu raciocínio de que existem diferenças de aprendizagem, podem admitir-se, na mesma espécie, como idênticos fisio-anatomicamente dois cérebros normais. Ora, como se admite verdadeira a segunda premissa (identidade neurológica), como se dariam tais diferenças de aprendizagem, aleatoriamente? Assim sendo, se a habilidade se atribui a tais diferenças, é possível, a priori, submeter dois gêmeos idênticos, com o mesmo cariótipo, ao mesmo referencial de aprendizagem, a fim de se tornarem dois "gênios pictográficos". Ora experiências parecem demonstrar não haver similute subjetiva no caso, isto é, não estão eles fadados a tornar-se dois grandes artistas. Ora, se neles existe capacidade específica de aprendizagem, mesmo possuindo cérebros idênticos, algo existe passível de os diferenciar. Perceba-se: não estou dizendo ser o Espírito esse algo, mas apenas assinalando haver algo. Daí, caem por terra as tuas diferenças de aprendizagem, considerando-se a idêntica organologia de cérebros idênticos
Não, não caem, porque, primeiramente, gêmeos idênticos não são como dois computadores idênticos, o desenvolvimento individual não é perfeitamente igual, é apenas o mais próximo do que se poderia chegar de se ter "o mesmo" cérebro feito duas vezes. Fora isso, várias experiências parecem demonstrar vários traços de personalidade e habilidades compartilhados em genes, mas claro, não se trata simplesmente de genética. Mesmo duas pessoas, não aparentadas, podem ser artistas, independentemente dos genes, se receberem o treinamento adequado. 

(todos humanos tem o mesmo cariótipo, gêmeos tem o mesmo genótipo)


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Ainda assim, a especiação de regiões próprias do cérebro não solucionam o problema da mente, porque ainda não se encontraram as bases físicas de registro de informação, mas apenas zonas mnêmicas engramáticas em que se guardariam os dados da experiência existencial. Uma coisa é a base, outra é a informação. O DNA é a base biofísico-química da informação, capaz de autoduplicar-se e de produzir RNA (ribossômico, mensageiro e transportador), em presença de enzimas como a DNA-polimerase, a RNA-polimerase, as DNA-girases, DNA-helicases etc. A síntese de proteínas, para estruturar o corpo, ocorre através do RNA. A biologia, porém, tentando explicar o mecanismo de transmissão de informações pela teoria do operon, ainda ignora como o organismo materializa essa informação estruturante no espaço tridimensional. Maior problema ainda existe quando se examinam propriedades subjetivas da mente humana. Por exemplo, posso evocar agora a fórmula matemática para cálculo do volume de um cone (V= 1/3 . B . h), mas aí eu tenho uma informação evocada pela vontade. Como a evoquei? Como se armazena no cérebro? Como se relacionam a base física e a informação no plano das operações cognitivas?
A idéia é basicamente que o cérebro funcione de forma parecida com um processador. Tanto quanto sei, espíritas não propoem almas para os processadores. E varia um tanto quanto a proporem almas ou coisas parecidas para outros animais, dos quais difeririamos de acordo com quais áreas do cérebro temos mais desenvolvidas. Analogiamente a diferentes tipos de processador também, uns mais limitados que outros.




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Aqui você não anda bem, pois, na analogia do aparelho televisivo, julga inexistir "processamento significativo". Ora, alguém, por um acaso, enxerga, em pleno ar, as imagens e os sons nele disseminados por ondas codificadas?
Putz, você ao menos leu com que eu comparei para tentar entender?

Mas não, ninguém vê o sinal. Vou tentar explicar novamente o meu ponto, da maneira mais concisa que conseguir:

É possível se fazer um robô que se movimente por controle remoto. Os sinais sobre como deve se mover, estão flutuando por aí, mas ninguém os vê, como o sinal de tv.

Agora, você pode fazer dois computadores diferentes, que controlem, alternadamente, esse robô à distância. Um seria um computador-gênio e o outro computador-burro. O primeiro seria análogo a uma mente humana, e o outro a mente de um gorila.

O "cérebro basal" do corpo do robô - do corpo do robô, não o computador que o controla a distância - é como as partes dos cérebros responsáveis apenas pela coordenação motora, ou como o monitor do PC que transforma o sinal em imagem (assim como a tv, mas via cabo, em vez de rádio). Permanece o mesmo, independentemente da qualidade dos movimentos/programas/programação que são transmitidos.

A maior parte do processamento, não ocorre no corpo do robô, mas nos computadores que os controlam. O comp burro poderia ser bem pequeno, porque é simples, e o inteligente poderia ser grande porque precisa de mais espaço para todos componentes. Mas o cérebro localizado no robô, teria o mesmo tamanho nos dois casos. Não importa o quão burro fosse um computador e o quão fantástico fosse o outro.

Então se nossa consciência estivesse na alma, que existiria hipoteticamente, segundo se costuma dizer, independentemente do corpo e mesmo assim realizando todas as funções que realiza quando está nele (até com melhor eficiência), preveria-se que todo cérebro que um ser humano precisa não é muito diferente daquele de um outro macaco ou algum outro animal que realize os mesmos tipos de movimentos.

Voltando a analogia da TV, assim como você pode mudar de canal e assistir emissoras diferentes, com diferentes qualidades de programação, no mesmo televisor. Porque para o televisor só importa a conversão do sinal em imagem. E do cérebro, teoriacamente, poderia só importar a conversão do pensamento em movimento (já que o pensamento que é hipoteticamente realizado independentemente dele, tal com uma estação de TV independe da existência de um aparelho de TV em particular, e como a qualidade de sua programação independe de particularidades do aparelho - se é um aparelho que basta para passar domingão do Faustão, vai passar programas de bom conteúdo igualmente).

Sei que não é isso que o espiritismo defende. Fazem analogias com hardware-software, que falham porque assumem que desencarnada, como fantasma, ela continua funcionando como funcionava quando estava "instalada" no hardware. Então volta a isso que estou tentando dizer, a maior parte do hardware, assumindo que a alma que realize o processamento, seria desnecessária, e o hardware seria igual, assim como um televisor é o mesmo para todos os canais.

Mas diferentemente das TVs, que permanece a mesma ao receber o sinal de qualquer emissoras, de qualquer qualidade de conteúdo, os cérebros dos animais mudam de acordo com seu conteúdo. Como se as emissoras estivessem embutidas na TV. Como computadores e monitores, em vez de emissoras e televisores.
 



 

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