Vejo o ateísmo como um atestado de ignorância, a capacidade de acreditar piamente em algo. Ateus acreditam piamente e colocam a mão no fogo por um ideal que nunca provarão. Fiés também podem ser considerados ignorantes por este ponto de vista, mas no caso dos fiéis, existe um fator externo muito poderoso e influente: a sociedade. Ela impulsiona o ser humano a partir do momento que ele nasce a seguir uma série de normas e princípios, dentre eles, a religião. O fato de um ateu acreditar piamente em algo que nem ele não tem certeza é uma burrice muito maior que a do fiel.
Sei que o Led não está mais aqui, mas gostaria de pôr minhas considerações.
Ausência de crença não é crença de ausência. Esse é um erro comum em muitos religiosos, talvez ávidos de justificarem suas próprias convicções pessoais taxando tudo e todos que não pensam como eles como, quem diria, pensarem como eles de fato. Deve ser algum subterfúrgio para obter auto-validação no que creêm ou uma forma de lidarem com a própria ingenuidade que devem ter se apercebido ao serem confrontados com as opiniões dessas pessoas.
Isso não interessa muito. O que interessa é que ausência de crença não é crença de ausência.
Mas se tal for insistido, creio que podemos cair num loop infinito e dizer que, na verdade, é apenas quem pensa assim que crê que descrença é uma crença. Aí ele revida que isso é uma crença na descrença da crença da crescrença. Ai dizemos que isso é uma crença na descrença da crença da descrença da crença da descrença. Ad infinitum.
Ou seja, um argumento inviável.
O melhor mesmo é aceitar que tem gente que não acredita em deuses.
Agoooooora... isso é por ignorância?
Aí já é outra história. Ateísmo não é questão de saber, é questão de não acreditar. Não se é ateu por saber que deuses não existem. Nesse caso, pode-se dizer que se é ateu na ignorância.
Igualmente, ser teísta é acreditar em algo também sem saber se esse algo existe. É também algo feito na ignorância.
Nesse ponto, seriam baseadas na ignoância, mas não seriam iguais por isso. Ter pontos em comum não implica em serem a mesma coisa ou em uma ser uma versão oposta da outra, uma imagem no espelho. Ateísmo é uma constatação de ausência, enquanto teísmo é uma proposta que a ausência é uma presença, ou tem uma presença.
Mas se o usuário desse tipo de argumento quiser ser levado a sério, não pode fugir de questões como algumas postas aqui, com referências à coisas absurdas. Sei que parecem inferiores aos deuses, mas são questões sérias. Se tenta nivelar teísmo e ateísmo como sendo atestados de ignor6ancia, ora, então descrença em duendes azuis no reino mágico do gigante de Vega da 5ª dimesão bipolarizada, agora em sabor morango, é também e necessariamente, um atestado de ignorância.
Ou nos declaramos todos como perfeita e absolutamente ignorantes, ou temos de criar um meio de lidar com essas e outras questões. E me parece que ficar pensando se ao esperar o sinal fechar antes de atravessar a rua estaremos sendo ignorantes, me parece que tal "lógica" seria imprática e perigosa à saúde.