Qual a linha de argumentação dele, Skeptikós?
Vamos por partes, segundo Erhman, não há dúvida entre os estudiosos do cristianismo primitivo e do novo testamento de que Jesus tenha existido, está dúvida surgiu apenas nos últimos séculos e é compartilhada apenas por um grupo irrisório de estudiosos, a maioria deles, sem especialização em temas relacionados com o cristianismo primitivo ou ao período em que Jesus supostamente viveu. Segundo ele, apenas dois dos misiticistaa atuais, aqueles que alegam que Jesus é apenas um mito criado pelos cristãos primitivos, possuem especialização com temas relacionados a época em que Jesus supostamente viveu.
No entanto ele expõe os motivos para a quase unanimidade a respeito da existência de Jesus na academia, apontando por quais motivos as críticas dos misticistas não se sustentam.
Os miticistas alegam que não há provas materiais da existência de Jesus (ele não deixou nada escrito, nenhum pertence, restos mortais e nem seu túmulo foi encontrado). Ehrman alega que o mesmo pode ser dito de Pôncio Pilatos, Josefo (o único historiador judeu próximo a época em que Jesus viveu que deixou escritos que chegaram até os dias atuais) e outras figuras importantes da região que tem sua existência reconhecida.
os miticistas, alegam que não há nenhum registro feito por qualquer historiador ou intelectual não cristão e contemporâneo de Jesus a respeito de sua existência. Ehrman contra-argumenta alegando que não há também relatos feito nem se quer por gregos nem por romanos a respeito de Pôncio Pilatos, a pessoa mais importante da época, se não há registros feitos por historiadores romanos a respeito de um prefeito de uma região remota do império, por que falariam de um judeu camponês desta mesma região, auto-titulado o messias, mas que era rejeitado pelos fiéis da própria religião e contava apenas com um punhado de seguidores?
Os miticistas alegam que o único relato judeu feito por historiador ou intelectual que viveu próximo da época em que Jesus morreu (Josefo) foi fruto de uma interpolação de escribas cristãos, que adicionaram a passagem em que Jesus é citado na obra de Josefo. Erhman argumenta que é reconhecido pelos estudiosos que houve uma interpolação, mas que não precisamos recorrer a Josefo para admitir a existência de Jesus.
No fim das contas ele recorre aos próprios textos bíblicos e a outras fontes independentes posteriores a morte de Jesus para defender sua existência, ele aponta os motivos para usar fontes primárias ou que não sejam isentas na historiografia, e mostra como há na bíblia ao menos 7 fontes independentes entre si que mencionam a existência de Jesus. Ele alega que os judeus que escreveram sobre Jesus décadas depois criticando a crença de que ele era o messias esperado pelos Judeus jamais negaram a possibilidade de sua existência como pessoa real de carne e osso, o que para Ehrman, é prova de que eles reconheciam a sua existência, já que se sua existência fosse questionada pelos judeus antigos, essa seria uma ótima estratégia para atacar os fiéis de uma seita judaica que acreditavam que o Messias já tinha vindo.
Estou na metade do livro, é isso foi o que eu (resumidamente) li até agora.