A primeira vez que me deparei com um texto questionando a existência do Jesus histórico foi numa revista, Superinteressante ou similar, ainda não tinha Internet. Achei curioso e fui reler o NT sob essa nova perspectiva. Eu desconhecia a história da Bíblia, sobre o concílio de Niceia e tudo mais. Imaginava que os evangelhos tinham sido escritos durante sua vida, como um relato, atribuindo aos autores os excessos, milagres e tal, mas não comprei a versão da coletânea de mitos. Tempos depois, quando ganhei do meu pai uma coleção dos principais pensadores ocidentais, dos pré-socráticos até a atualidade, foi que desenvolvi o ceticismo. As similaridades entre Sócrates e Jesus me pareceram tão evidentes, na época, que já não era absurda a versão do mito. Foi com a Internet o ceticismo se acentuou. Pesquisei a história da Bíblia e da Roma da época, li resumos da versão dos que defendiam e questionavam a existência, sobre a suposta adulteração dos textos independentes, assisti documentários. Enfim, foi um processo que começou lá pelos anos oitenta, noventa até uns dez anos atrás que me levou à conclusão de que as duas versões são plausíveis, de forma que acho impossível ter convicção numa delas. Com base nisso, minha opinião, no momento, é que não há como saber se existiu um Jesus histórico.