Essa declaração só faria sentido se todos os cidadãos fossem igualmente capazes e tivessem as mesmas iniciativas. Quem corre mais riscos e tem mais iniciativa merece ser recompensado. Ou, pelo menos, merece não ser punido pelo "crime" de querer empregar outros...
Não se trata de uma questão de iniciativa e/ou capacidade. O fato é que toda riqueza é gerada a partir do trabalho gerado por toda uma coletividade empregada na atividade produtiva. Ora, a partir do momento em que um determinado bem foi produzido, é preciso considerar que isto foi realizado dentro dos moldes estabelecidos previamente.
Observe que estou falando da massa trabalhadora, e sabemos que só é empregado quem esta apto a realizar tal tarefa, logo, é um contra-senso afirmar só se pode falar de um produto coletivo se aqueles que estão empregados nessa atividade possuem capacidade e iniciativa, pois estas são condições
sine-qua-non para que o trabalhador esteja envolvido nesta atividade.Acredito que a sua confusão está em pensar que quando se fala em atividade comum, essa atividade abarque a totalidade da população. Mas não. Estou falando da parcela devidamente empregada.
A questão dos riscos é outro ponto interessante. Quais são os critérios para avaliar quem corre mais riscos? E por favor, desde quando um empresário abre uma indústria, ou um agro-negócio para empregar? Ele está apenas em busca do lucro, nada mais.
Esse discurso é difundido por aqueles que detêm os meios de produção para deturpar a realidade, no intuito de serem considerados como os heróis que querem empregar para tirar o povo da miséria, quando na verdade, se pretende esconder que a mão-de-obra, o João da Silva, é uma mercadoria como outra qualquer como os adubos empregados no plantio. E as pessoas incorporam esse discurso e por sua vez também a difunde, como se fosse uma coisa "natural"....