Autor Tópico: Ataques contra bases policiais em SP  (Lida 7737 vezes)

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Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #100 Online: 18 de Maio de 2006, 14:24:13 »
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Eu sempre parto do pressuposto(acho que tenho fé na humanidade) de que policiais são honestos.
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Não sou cego, mas eu prefiro ser otimista e pensar que há muito mais bons policiais do que imaginar que estes são exeção.
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E sempre vou preferir, quando encontrar um policial na rua, pensar que é um honesto e não um bandido.

Viu o problema, Floko?Você está repetindo um argumento parecido com o de teístas que dizem acreditar em deus e na vida eterna porque acham muito triste que a vida se resuma a isso ou que não podem aceitar que nossas existências não tenham nenhum sentido fora de sí mesmas.Abandonam os fatos por conta de que eles vão contra algo que consideram mais bonitinho.

Eu também adoraria que a maioria dos policiais fossem honestos.Que eles não torturassem , extorquissem, traficassem, executassem.Mas, que pena, os fatos não me deixam acreditar nisto.Eu gostaria de morar no Olimpo, ao lado de um monte de ninfas gostosas com os peitinhos de fora, bebendo néctar e comendo ambrósia...Mas fazer o quê?Eu sei que isso não vai acontecer.

Offline Pregador

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #101 Online: 18 de Maio de 2006, 16:06:13 »
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O Estado de São Paulo, 18 de maio de 2006


Polícia vai investigar compra de 60 TVs para presos

Secretaria de Administração Penitenciária autorizou entrada de aparelhos nas unidades

A polícia e o Ministério Público Estadual (MPE) vão investigar a origem do dinheiro usado na compra de 60 aparelhos de televisão adquiridos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). As TVs serão usadas para que os presos possam assistir aos jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo da Alemanha. O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, admitiu ontem que autorizou a entrada dos aparelhos nas penitenciárias. 'Não vi nada de mal, desde que não comprometa a segurança', disse.


Os aparelhos devem ser instalados em áreas comuns dos presídios, as chamadas galerias, funcionando como uma espécie de telão. A compra faz parte da estratégia do PCC de se tornar simpático aos demais presos. Furukawa afirmou não saber a origem das TVs, quem as comprou ou qual o tipo e o tamanho dos aparelhos.


Com a transferência dos 765 líderes do PCC e os principais ladrões e seqüestradores do Estado para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, os chefes da facção ficaram sem as TVs, o que os deixou contrariados, pois iam perder os jogos do Brasil na primeira fase da Copa. Decidiram, então, incluir o recebimento das TVs em Presidente Venceslau nas reivindicações apresentadas ao governo para o término dos ataques e das rebeliões.


Na tarde de ontem, o procurador-geral de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho, disse que será instaurado um procedimento para investigar a origem do dinheiro. Será um inquérito paralelo àquele instaurado na Promotoria de Execuções Criminais de Presidente Prudente para investigar o teor da conversa do líder do PCC M arcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, com a advogada, Iracema Vasciaveo, um coronel da Polícia Militar, um delegado da Polícia Civil e o corregedor da Administração Penitenciária, Antonio Ruiz Lopes.


Ao mesmo tempo que Pinho, o delegado-geral Marco Antônio Desgualdo afirmou que um inquérito do Departamento Estadual de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) vai verificar a origem das TVs e do dinheiro usado para comprálas. 'Ir atrás das finanças do PCC é uma das táticas que a polícia vai usar para combater essa facção criminosa.'

Marcelo Godoy
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"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Barata Tenno

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #102 Online: 19 de Maio de 2006, 06:14:47 »
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Eu sempre parto do pressuposto(acho que tenho fé na humanidade) de que policiais são honestos.
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Não sou cego, mas eu prefiro ser otimista e pensar que há muito mais bons policiais do que imaginar que estes são exeção.
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E sempre vou preferir, quando encontrar um policial na rua, pensar que é um honesto e não um bandido.

Viu o problema, Floko?Você está repetindo um argumento parecido com o de teístas que dizem acreditar em deus e na vida eterna porque acham muito triste que a vida se resuma a isso ou que não podem aceitar que nossas existências não tenham nenhum sentido fora de sí mesmas.Abandonam os fatos por conta de que eles vão contra algo que consideram mais bonitinho.

Eu também adoraria que a maioria dos policiais fossem honestos.Que eles não torturassem , extorquissem, traficassem, executassem.Mas, que pena, os fatos não me deixam acreditar nisto.Eu gostaria de morar no Olimpo, ao lado de um monte de ninfas gostosas com os peitinhos de fora, bebendo néctar e comendo ambrósia...Mas fazer o quê?Eu sei que isso não vai acontecer.

O problema nw é a policia que é corrupta, é o brasileiro que é suscetivel e tem moralidade fraca.....
" O mundo é dos espertos..." Essa deveria ser a inscrição na bandeira, pois é isso que o povo brasileiro prega e acredita.
To cansado de pasar vergonha com essa merda de país........ Decidi me naturalizar japones, ja deveria ter feito isso ha muito tempo.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Rhyan

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #103 Online: 19 de Maio de 2006, 19:44:08 »
:ok:

Boa Lord!

Aprovente, pois está longe deste caos chamado Brasil...

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #104 Online: 19 de Maio de 2006, 19:47:05 »
Vai fundo, a Babilônia aqui não tem futuro mesmo.
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Offline Floko

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #105 Online: 19 de Maio de 2006, 20:34:42 »
Daniel, eu adimiti meu erro e deixei claro que era achismo de minha parte. Deixei claro que era "fé" na humanidade. Também nunca neguei que existem muitos policiais corruptos, mas ainda devem ser tratados como exceção e não como regra.

Quanto ao caso em particular, fica a minha opnião colocada no mesmo post, onde me lembro de mencionar que não há sentido no PCC executar policiais corruptos. Por esse único motivo acredito(sim, acredito) que fossem honestos os policiais mortos. Não há porque uma organização criminosa diminuir o número de aliados. Podem ter sido execuções aleatórias também, não descarto essa possibilidade, mas seria ainda mais interessante pro próprio PCC eliminar os policiais que realmente caçavam os bandidos.

Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #106 Online: 19 de Maio de 2006, 20:49:08 »
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O problema nw é a policia que é corrupta, é o brasileiro que é suscetivel e tem moralidade fraca.....
" O mundo é dos espertos..." Essa deveria ser a inscrição na bandeira, pois é isso que o povo brasileiro prega e acredita.
To cansado de pasar vergonha com essa merda de país........ Decidi me naturalizar japones, ja deveria ter feito isso ha muito tempo.

Aí eu concordo, quase integralmente.A minha única dúvida é se fugir para o Japão ou para a Holanda(eu me refugiaria neste último, se eu pudesse) resolveria mesmo o problema.Vendo daqui parece que outros países têm menos problemas morais do que o nosso( não estou falando de moral sexual, claro) mas não sei se chegando lá me decepcionaria.

Não sei se a maldita lei de Gérson é produto genuinamente nacional, mas que parece parece.

Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #107 Online: 19 de Maio de 2006, 20:52:22 »
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Quanto ao caso em particular, fica a minha opnião colocada no mesmo post, onde me lembro de mencionar que não há sentido no PCC executar policiais corruptos. Por esse único motivo acredito(sim, acredito) que fossem honestos os policiais mortos. Não há porque uma organização criminosa diminuir o número de aliados. Podem ter sido execuções aleatórias também, não descarto essa possibilidade, mas seria ainda mais interessante pro próprio PCC eliminar os policiais que realmente caçavam os bandidos.

Não vejo esta dificuldade, em os caras do PCC estarem matando seus aliados na Polícia.As histórias de crime tantos a s de ficção como as reais, estão cheias de assassinatos entre comparsas.Não existe honra entre os ladrões.

Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #108 Online: 19 de Maio de 2006, 20:57:49 »
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Não sei se é questão de aceitar cegamente que os policiais eram todos honestos, mas me parece mais plausível que o /PCC estivesse matando policiais a esmo, honestos ou não, do que execuções seletivas de policiais corruptos e popupando os honestos por bondade...
Difícil me fazer que entre 40 policiais assassinados , mesmo que aleatoriamente, houvesse ao menos 5 honestos.

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Há algum indício real de que tenham havido crimes de racismo nesse caso, ou é pura especulação, porque são negros ou mestiços? Deveria-se supor que os policiais não teriam em qualquer instância a necessidade de matar para se defender, ou que haveriam iguais chances dos suspeitos serem negros, brancos, asiáticos, índios e mestiços?
É brincadeira essa pergunta, não?Se você vai me dizer que a cor da pele não é fator número 1 de suspeição eu desisto de debater.

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Sei lá, atiraram em escolas, queimaram ônibus (ainda que as empresas de ônibus tenham lá suas mamatas, nem sei se tem algo a ver com qualquer "negociação" com o PCC, acho que a maior parte do tempo é mais com o governo), fecharam comércio em geral... no meu modo de ver isso tem mais a ver com crime organizado contra cidadãos de bem sim.

Ao que me consta todos os mortos pelo PCC eram poíciais, exceto a namorada de um.Bombeiros, me parece, em SP pertencem a Polícia Militar, não?

Offline Floko

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #109 Online: 19 de Maio de 2006, 21:02:55 »
Daniel, mas se eles querem manter seu poder, não é matando aliados. Não digo sobre "ética" entre bandidos, mas não posso dizer que os lideres do PCC sejam idiotas. Se coloque no lugar da liderança do PCC. Quem você preferiria ver morto: um aliado ou um inimigo?

Esses ataques foramm apenas para demonstrar o poder do PCC? Creio que eu, no lugar do lider do próprio PCC, aproveitaria para eliminar aqueles que dificultam meu trabalho. Imagina a mente de um desses policiais corruptos vendo os seus amigos morrendo porque não compactuaram com o crime. Devem ficar com muito medo de trair o PCC depois disso.

Eles não são chamados de crime organisado a toa. Tudo é bem planejado a ponto de se fazerem ataques com precisão e pontualidade digna da Al Quaeda. Não imagino uma organisação organisada a este ponto cometer o deslize de matar aliados.

Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #110 Online: 19 de Maio de 2006, 21:10:43 »
Uma coisa que define,na minha opinião, de maneira muito precisa o percentual de policiais honestos é o fato de os desonestos terem tanta facilidade de cometerem seus crimes.

Vou exemplificar:certa vez a Rede TV, de novo ela, estava cobrindo uma perseguição da polícia de SP a um assaltante que havia roubado uma van.Eu estava lá, muito sem porra nenhuma pra fazer e coçando os ovos.Alguns minutos de perseguição e o ladrão foi preso, não esboçou qualquer reação, porém, mesmo depois de imobilizado levou chutes, sopapos e coronhadas de 3 PMs.

Está na constituição, é cláusula pétrea:tortura é crime.Você pode até não concordar com a lei...Eu tambérm não concordo com muitas, mas ela está lá e quem a discumpre só pode receber um nome:criminoso.Então não resta dúvida que os 3 dito-cujos eram,sim, bandidos.Mas e os outros?Pelo menos em frente as câmeras eles não torturaram ninguém, eram + de 15.Então?Criminosos também!Se não o fossem teriam dado voz de prisão aos seus colegas no extao momento em que o presenciaram cometendo um crime que a constituição define como hediondo.

Não consigo imaginar que um agente de segurança facilite, todos os dias, a entrada de drogas ou celulares em um presídio e que seus colegas simplesmente não vejam...Vão ser desatentos na casa do pardal!!!Ou que 2 policiais cobrem propina de um motorista bêbado e os outros não percebam.Só se forem todos cúmplices, e são.
« Última modificação: 19 de Maio de 2006, 21:14:30 por Daniel Reynaldo »

Offline Floko

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #111 Online: 19 de Maio de 2006, 21:30:46 »
E o medo da morte? Policiais não deixam de ser seres humanos, com todos os medos que esse estado envolve. Também tem familha, e pensam nela antes de fazer qualquer coisa.

Acertou em afirmar que não concordo com a lei. Não concordo com nenhuma lei que protege bandido. Concordo que omissão também é crime, mas o que fazer? O bandido podia tar falando milhares de coisas pros policiais que as cameras não mostraram e com a adrenalina em alta, não sei você, mas eu não consigo pensar muito bem meus atos ainda mais levando em conta uma perseguição a um delinquente e possivelmente armado e perigoso. mesmo que ele não esboce reação, pode ser apenas uma artimanha. Tantas coisas passam na cabeça de cada um. Quantas ameaças o bandido não deve ter dito?

Mas cada caso é um caso, e eu estou me prendendo aos casos dos ataques policiais em são paulo nesse fim de semana. Outras notícias, teriam que ser discutidas a parte, e, de preferencia, com referencias para que eu também pudesse ver a mesma história que você e assim julgar o mesmo caso.

Nigh†mare

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #112 Online: 19 de Maio de 2006, 23:02:27 »
Com relação ao exército, apoio o uso das forças armadas nesse tipo de situação. Eles estão aí pra isso... e possuem um conceito de hierarquia e obediência muito superior ao da Polícia Estadual e acho que o perigo de um golpe militar (que eu acho que é o que a Rizk teme) é nulo...
Acho que o risco é mínimo...


Agora, o que eu não entendo Night é que temos vários bons exemplos de como o trabalho pode funcionar para a ressocialização do detento... e por que não é amplamente implementada essa política?
Primeiro: a porra da paixão... A sociedade é passional, vingativa, doente...

Segundo: má vontade e inércia política... A eqüidade e a harmonia social são os últimos dos objetivos, as últimas das preocupações; se é que se pode chamá-las de objetivos/preocupações.

Li algumas coisas a respeito da privatização dos presídios e achei muito interessante, acho que deveria ser aplicado...
Sou contra a privatização dos presídios. Um ser humano não pode ser rebaixado ao status de um lucro em potencial; seria dar vazão à criminalização desenfreada de condutas e à busca de mais motivos para colocar "lucros em potencial" na cadeia. Não é preciso ser profundo conhecedor da natureza humana para ter certeza disto.

Sei lá, pode parecer teoria de conspiração, mas na minha opinião é falta de vontade política e diversos interesses em manter a coisa como está...:ok:
O Capitalismo é cruel, é verdade... Veja o modelo axiológico de criminalização condutas. Se você tiver a inteção de matar uma pessoa, e concretizar esta vontade (de matar um ser humano), o sistema te pune de um jeito. Entretanto, se você tiver a intenção de roubar alguém e, enquanto fizer isto, matar uma pessoa apenas para garantir que o roubo aconteça, o sistema te pune de uma maneira duplamente mais severa.

A intenção de roubar é mais valorada do que a intenção de matar.

Igualmente: homicídio "simples" não é considerado crime hediondo (a sociedade capitalista não considera hediondo atentar dolosamente contra a vida de alguém); entretanto, falsificar um perfume ou um xampu é crime hediondo no Brasil (manter a vaidade dos bundinhas pefumadas é mais importante que a vida!).

É uma merda...

Offline Diegojaf

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #113 Online: 19 de Maio de 2006, 23:38:30 »
Sou contra a privatização dos presídios. Um ser humano não pode ser rebaixado ao status de um lucro em potencial; seria dar vazão à criminalização desenfreada de condutas e à busca de mais motivos para colocar "lucros em potencial" na cadeia. Não é preciso ser profundo conhecedor da natureza humana para ter certeza disto.

Mas acho que algumas coisas nas mãos do poder público simplesmente não dão certo. A questão do trabalho como ressocializador do preso é extremamente interessante, mas seguindo a burocracia burra de uma entidade pública ficaria inviável.

Um empresário estaria preocupado com o lucro, o preso não estaria sendo usado como um objeto. Obviamente ele teria a opção de trabalhar ou não, ele não pode ser forçado, a própria constituição proíbe isso. E estaria ganhando, diminuindo os gastos do público, o empresário pagaria todos os impostos devidamente e sei lá, até mesmo se especializando ou realmente dando ao regime carcerário aquele aspecto reeducador que falta.

Agora, realmente não sei se cairia pra essa de jogar o máximo de pessoas na cadeia afim de obter mão de obra... não acho que seria viável, já que o próprio sistema não deve ter uma demanda tão grande, sendo este tipo de regime aplicado em apenas determinadas situações onde existe a possibilidade de ressocialização do prisioneiro (não dá pra esperar que um cara que matou 18 velhinhas e 10 crianças por estar possuído possa realmente viver seguro em meio à sociedade...).

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O Capitalismo é cruel, é verdade... Veja o modelo axiológico de criminalização condutas. Se você tiver a inteção de matar uma pessoa, e concretizar esta vontade (de matar um ser humano), o sistema te pune de um jeito. Entretanto, se você tiver a intenção de roubar alguém e, enquanto fizer isto, matar uma pessoa apenas para garantir que o roubo aconteça, o sistema te pune de uma maneira duplamente mais severa.

A intenção de roubar é mais valorada do que a intenção de matar.

Igualmente: homicídio "simples" não é considerado crime hediondo (a sociedade capitalista não considera hediondo atentar dolosamente contra a vida de alguém); entretanto, falsificar um perfume ou um xampu é crime hediondo no Brasil (manter a vaidade dos bundinhas pefumadas é mais importante que a vida!).

É uma merda...

Realmente, a questão de o patrimônio ser mais protegido do que a vida demonstra quais os interesses reais do autor do Código Penal...

Sempre achei bizarro esse lance de ter sido incluído como crime hediondo a falsificação de cosméticos do 273... uma verdadeira infelicidade um sujeito desses ter uma condenação maior que a de um estuprador...:no:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #114 Online: 20 de Maio de 2006, 13:14:49 »
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Há algum indício real de que tenham havido crimes de racismo nesse caso, ou é pura especulação, porque são negros ou mestiços? Deveria-se supor que os policiais não teriam em qualquer instância a necessidade de matar para se defender, ou que haveriam iguais chances dos suspeitos serem negros, brancos, asiáticos, índios e mestiços?
É brincadeira essa pergunta, não?Se você vai me dizer que a cor da pele não é fator número 1 de suspeição eu desisto de debater.
...provavelmente é, mas não sei se especificamente de negros, acho que é um pouco mais abrangente, para mestiços.

Mas isso não é mais racista do que suspeitar primariamente de asiáticos se estivesse se enfrentando um ataque da yakuza.

Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #115 Online: 21 de Maio de 2006, 18:49:34 »
Bem, Danniel, deixe-me ver se eu entendi:>quando você diz que "(o fato de os negros e mulatos serem alvo maior de suspeição)não é mais racista do que suspeitar primariamente de asiáticos se estivesse se enfrentando um ataque da yakuza.", pode-se ler que "É natural que negros sejam os principais suspeitos visto que são os que mais cometem crimes",não é isso?

Esta sua afirmaçãome leva a retomar um ponto que sempre toco em tópicos relativos à este assunto:o grande motivo pelo qual nunca concordamos em relação a temas que envolvam conceitos como violência , criminalidade, , criminoso é o fto de as nossas definições para estes termos são conflitantes.

Há alguns meses eu postei 2 matérias de O Globo e travamos um debate sobre o conteúdo delas.Acho pertinente retomá-lo.

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Rio, 10 de novembro de 2005  Versão impressa
 
 
Jovens de Niterói fazem um arrastão em Icaraí

Ana Carolina Torres*

Quinze jovens, de boa aparência e bem vestidos, foram protagonistas de cenas de violência anteontem à noite no bairro de Icaraí, na Zona Sul de Niterói. A pé e em bicicletas, os rapazes fizeram um arrastão: assaltaram seis pessoas e espancaram duas com socos, pontapés e golpes de corrente. Dois integrantes do grupo foram presos: o estudante Diemisson Lemos Rodrigues, de 19 anos, e Fabiano Figueiredo Marques, de 21, ambos moradores de Santa Rosa, também na Zona Sul de Niterói. Eles estão na carceragem da 76 DP (Centro).

A confusão começou por volta das 21h, quando o grupo de jovens passou pela Rua Gavião Peixoto, na altura do Campo de São Bento. Lá, fizeram as primeiras cinco vítimas, que tiveram mochilas, relógios e tênis roubados. Uma delas foi agredida. De lá, os rapazes seguiram para a Praia de Icaraí, onde assaltaram um estudante de 22 anos. Ele também foi espancado e teve o celular, a mochila e os tênis levados.

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Rio, 10 de novembro de 2005  Versão impressa de O globo
 
 
Bandido que atirou no carro de Flora Gil é preso


Policiais da 10 DP (Botafogo) apresentaram ontem o ladrão que atirou no carro de Flora Gil, mulher do ministro da Cultura, Gilberto Gil, em uma tentativa de assalto em maio, em Botafogo. Edvaldo Lima da Silva, o Capilé, que ficou com os dedos presos na porta e dando tiros no vidro blindado do carro de Flora, estava escondido em São Gonçalo. Seu cúmplice, Edson Moura, está preso desde junho, quando foi encontrado na favela da Rocinha. Com a prisão de Edvaldo, Flora Gil e sua irmã, Fátima Giordano, estão mais tranqüilas.

— Posso dizer que estou aliviada por ele estar preso. Agora sei que não corro mais o risco de encontrar com esse homem pelas ruas. Posso voltar a dormir em paz — disse Fátima Giordano, que dirigia o carro no momento do assalto.

Edvaldo foi preso na tarde de segunda-feira na Rua Alcindo Guanabara, em São Gonçalo, perto da casa do pai e da avó. Segundo a polícia, ele havia alugado um quarto, onde ficava escondido. Edvaldo e o cúmplice Edson trabalhavam como mototaxistas na Favela da Rocinha.

— Eu não queria matar ninguém, só queria a bolsa dela — disse Edvaldo, que confessou o crime ao ser preso.


Vamos lá, Danniel, se você fosse um policial e no dia anterior aos crimes relatados você desse de cara com cada um dos criminosos de ambas as noticias, a quais você revistaria?

Não, Danniel, a contrário do que você insinua"...provavelmente é, mas não sei se especificamente de negros, acho que é um pouco mais abrangente, para mestiços.Mas isso não é mais racista do que suspeitar primariamente de asiáticos se estivesse se enfrentando um ataque da yakuza.(sic)" não há mais há mais criminosos entre os negros.H´, sim, uma imensa "dificuldade", não apenas sua, nem de O Globo, nem da direita, mas de uma imensa fatia da sociedade em reconhecer como criminosos indivíduos brancos,por piores que sejam seus crimes.

As boates de alta classe estão repletas de traficantes de ecstasy, tanto quanto as favelas têm os seus comerciantes de maconha.São indivíduos muitíssimo bem apessoados, estudantes das PUC's da vida, que nunca levantarão suspeita de um PM ao passar com uma mochila repleta de comprimidos, até porque este estará muityo ocupado tentar encontrar um baseadinho que seja no bolso de um office-boy mulatinho que ia passando.

O grande problema de nossos debates, Danniel e amigos, é que os termos de nossas premissas nunca têm o mesmo sentido.Criminoso para você é algo menos amplo do que para mim.O bebêzinho que é flagrado revendendo cocaína para os coleguinhas no Colégio Notre Dame, na sua cabeça não é traficante e sim um "jovem estudante de classe média seduzido pelo crime organizado".O salafrário que desvia verbas da merenda escolar não é ladrão e sim um "jovem acusado de desvio de verbas" e por aí vai.

É por isso que você vai continuar acreditando piamente que entre os negros há mais criminosos do que entre os brancos, Danniel.E aí, é lógico, você não vai conseguir ver racismo no fato de que só negros são parados em blitz.Onde já se viu, ladrão, traficante ou assassino branco, não é mesmo?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #116 Online: 21 de Maio de 2006, 19:45:32 »
 
Bem, Danniel, deixe-me ver se eu entendi:>quando você diz que "(o fato de os negros e mulatos serem alvo maior de suspeição)não é mais racista do que suspeitar primariamente de asiáticos se estivesse se enfrentando um ataque da yakuza.", pode-se ler que "É natural que negros sejam os principais suspeitos visto que são os que mais cometem crimes",não é isso?
nesse caso especificamente de integrantes do PCC; esperaria-se ter dentre eles homogeneidade racial? Eu acho que praticamente não. Não quer dizer que negros e mulatos tenham maior probabilidade de cometer crimes, mas dentro do PCC deve ser parte do perfil esperado, acho.




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Não, Danniel, a contrário do que você insinua"...provavelmente é, mas não sei se especificamente de negros, acho que é um pouco mais abrangente, para mestiços.Mas isso não é mais racista do que suspeitar primariamente de asiáticos se estivesse se enfrentando um ataque da yakuza.(sic)" não há mais há mais criminosos entre os negros.H´, sim, uma imensa "dificuldade", não apenas sua, nem de O Globo, nem da direita, mas de uma imensa fatia da sociedade em reconhecer como criminosos indivíduos brancos,por piores que sejam seus crimes.

OU dificuldade sua em aceitar diferentes distribuições raciais para diferentes tipos de crime, bem como em distinguir a opinião das pessoas em geral (ou mais especificamente brancas, e de classe média) do que é escrito nos jornais ou aparece na mídia.

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As boates de alta classe estão repletas de traficantes de ecstasy, tanto quanto as favelas têm os seus comerciantes de maconha.São indivíduos muitíssimo bem apessoados, estudantes das PUC's da vida,
Eu não discordo, acho que ninguém discorda.

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que nunca levantarão suspeita de um PM ao passar com uma mochila repleta de comprimidos, até porque este estará muityo ocupado tentar encontrar um baseadinho que seja no bolso de um office-boy mulatinho que ia passando.
Eu não sei se isso pode ser reduzido há uma questão meramente racial apenas pela diferença da distribuição racial nesses dois perfis. Acho que tanto um negro ou mulato playboy numa rave não despertaria suspeita, quanto brancos em favelas do RS e por lá são mais freqüentemente considerados suspeitos.

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O grande problema de nossos debates, Danniel e amigos, é que os termos de nossas premissas nunca têm o mesmo sentido.Criminoso para você é algo menos amplo do que para mim.O bebêzinho que é flagrado revendendo cocaína para os coleguinhas no Colégio Notre Dame, na sua cabeça não é traficante e sim um "jovem estudante de classe média seduzido pelo crime organizado".O salafrário que desvia verbas da merenda escolar não é ladrão e sim um "jovem acusado de desvio de verbas" e por aí vai.
Eu não escrevo os jornais nem textos de noticiários da globo, eles não refletem palavra por palavra o meu pensamento


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É por isso que você vai continuar acreditando piamente que entre os negros há mais criminosos do que entre os brancos, Danniel.
Não se trata de haverem mais criminosos de uma raça ou de outra, mas de perfis para determinados tipos de crime. Acho que é mais provável um integrante do PCC ser mulato ou negro do que japonês, enquanto que integrantes da máfia japonesa serão mais provavelmente japoneses do que negros ou mulatos, e integrantes da máfia italiana serão mais provavelmente italianos.

Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #117 Online: 30 de Maio de 2006, 10:31:25 »
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nesse caso especificamente de integrantes do PCC; esperaria-se ter dentre eles homogeneidade racial? Eu acho que praticamente não. Não quer dizer que negros e mulatos tenham maior probabilidade de cometer crimes, mas dentro do PCC deve ser parte do perfil esperado, acho.

Sim, meu caro.No PCC há mais negros do que brancos.Mas NÃO FOI ISSO QUE VOCÊ DISSE,não deboche do meu nível de alfabetização.

Aliás, existe aí em SP alguma polícia exclusiva para o PCC?Caso contrário, fica totalmente sem sentido a sua colocação.E daí que os criminosos brancos não sejam do PCC, em sua maioria?Deveriam deixar de ser combatidos e investigados com a mesma intensidade?

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OU dificuldade sua em aceitar diferentes distribuições raciais para diferentes tipos de crime, bem como em distinguir a opinião das pessoas em geral (ou mais especificamente brancas, e de classe média) do que é escrito nos jornais ou aparece na mídia.

1-Concordo, existem diferentes tipos de crimes e criminosos, divididos de acordo com a classe social (que no Brasil, por motivos históricos e sociológicos é um fator que se mistura ao racial).Não contestei isto em momento algum.

2-Não disse que esta era a opinião dos brancos ou da classe média em geral, e sim do senso comum...Olha só : "uma imensa "dificuldade", não apenas sua, nem de O Globo, nem da direita, mas de uma imensa fatia da sociedade".Inclusive, esta idéia de que pessoas brancas e e de classe média são menos propensas ao crime e que devem receber penas menores é corrente inclusive ode menos se esperaria.Há alguns meses, por exemplo, o Globo Repórter fez um especial sobre as "meninas"que são seduzidas pelos "criminosos"e tiradas de seus klares para terem uma "vida de aventura" nas favelas e lá estava, uma senhora negra e desdentada a dizer:"'E moço, eu fico muito triste de ver estas meninas tão bonitinhas, tão bem educadas se perdendo por aí com esses marginais..." Quer dizer, na cabeça daquela mulher, que não era da classe média, muito longe disso...A menina bonita era a vítima e os meninos feios os agressores.

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Eu não discordo, acho que ninguém discorda.
Ué, e porque eles não levantam as mesmas suspeitas?Foi só isso que eu perguntei.Se todos concordam que o número de criminosos nas diferentes classes é proporcional, que a diferença entre as práticas criminosas de cada grupo são meramente de ordem econômica.Então me responda de novo que não há racismo no fato de que negros e mulatos são maiores alvos de suspeita quanto a serem criminosos pela polícia.

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Eu não sei se isso pode ser reduzido há uma questão meramente racial apenas pela diferença da distribuição racial nesses dois perfis. Acho que tanto um negro ou mulato playboy numa rave não despertaria suspeita, quanto brancos em favelas do RS e por lá são mais freqüentemente considerados suspeitos.
Citação de: Isto É Gente
Revolta no clã Veloso

Filho de criação de Caetano Veloso foi expulso de shopping de luxo do Rio ao gerar desconfiança por estar na companhia de dois garotos brancos

Carla Felícia
 
Fernando Quevedo
Luciano foi à delegacia registrar
ocorrência acompanhado de Paula Lavigne, mulher de Caetano: constrangimento ilegal em shopping da Zona Sul
Uma simples ida ao shopping virou caso de polícia para Luciano Ferreira da Silva, de 18 anos, filho de criação do cantor Caetano Veloso. Na noite do sábado 14, o estudante passeava com dois amigos – um deles seu irmão postiço, Zeca Veloso, de 11 anos – quando foi expulso do Fashion Mall, Zona Sul do Rio, por um homem que se dizia segurança do shopping. Ele acusou Luciano, que é filho de Natividade, uma antiga empregada da família, de estar numa atitude suspeita e o obrigou a deixar o local. O incidente revoltou a empresária Paula Lavigne, mulher de Caetano e mãe de Zeca.http://www.terra.com.br/istoegente/237/urgente/urgente_01.htm

Sei lá...me parece que neste caso o fato de o moleque ser negro e estar em ambiente frequentado tipicamente por brancos foi exatamente o que levantou suspeitas sobre ele.Ah, mas não foi a polícia, foram os seguranças...então utilizar esta notícia para refutar sua tese deve ser uma falácia...sem contar que este é apenas um caso, não pode ser usado como regra.Ignore, então esta notícia.

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Eu não escrevo os jornais nem textos de noticiários da globo, eles não refletem palavra por palavra o meu pensamento
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Não se trata de haverem mais criminosos de uma raça ou de outra, mas de perfis para determinados tipos de crime. Acho que é mais provável um integrante do PCC ser mulato ou negro do que japonês, enquanto que integrantes da máfia japonesa serão mais provavelmente japoneses do que negros ou mulatos, e integrantes da máfia italiana serão mais provavelmente italianos.

OK.Então posso supor que você concorde que a mesma polícia que invade favelas a procura de maconha, dando tiros pra tudo que é lado, deva invadir os condomínios dos Jardins a procura de ecstasy, cuspindo fogo.

Se não, que a mesma polícia que respeita o princípio constitucional de que a propriedade privada só pode ser violada mediante mandado de busca ou flagrante delito, e que, portanto, não ousa revistar mochilas de transeuntes loiros com com bermuda Redley e tênis All Star Alexandre Herchcovitch na Praia Vermelha independente da remota possibilidade de haver em tal mochila centenas de comprimidos de anfetamina não deva ousar revista a mochila surrada de um transeunte negro de bermudão e chinelo surrados no morro do Dendê sob alegação de que há possibilidade, igualmente remota, de que nela estejam contidos milhares de baseados , certo?

Se certo, então concordamos com tudo e estamos discutindo a toa!Se não certo então não adianta dizer que não disse o que eu lí, porque não cola.
« Última modificação: 30 de Maio de 2006, 10:35:42 por Daniel Reynaldo »

Offline Donatello

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #118 Online: 30 de Maio de 2006, 12:38:07 »
Pistolas de São Paulo


Urariano Mota
La Insignia. Brasil, maio de 2006.


Nas fotos do terror, nas primeiras páginas dos jornais destes últimos dias, não aparece um só morto. De um só bandido morto, queremos dizer. Antes, no entanto, para os mortos do bem, para os mortos do lado bom, as fotos existiam e foram publicadas. Havia fotos dignas, havia o pranto e a dor de famílias, das mães, dos filhos, das mulheres dos soldados mortos em combate. É natural, é justo, corre o pensamento de todos sem que ninguém precise expressar isto em alta voz. "Por teu endurecimento, por teu coração impenitente, acumulas contra ti um tesouro de cólera para o dia da cólera, no qual se revelará o justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras", dizia São Paulo, na Epístola aos Romanos.

Há neste momento, às 21 horas de 18.5.2006, cerca de 120 mortos, do mal, do lado do mal. "A reação da polícia aos ataques está sendo adequada", respondem em pesquisa de O Globo 80% das pessoas. Com isto declaram também que a reação do policial que mata bandido é justa, boa, urgente e necessária. É uma reação ditada pela moral e abençoada por Deus, bem poderiam falar. Faz sentido, somos levados a crer, pelo que a imprensa do Brasil permite instruir e educar. Se uma parte ruim invade o organismo, ela deve ser jogada ao fogo. Faz sentido porque o princípio universal do contraditório, de ouvir o outro lado, ontem e hoje, aqui e nesta hora no Brasil não tem cabimento. A progressão dos fatos noticiados foi linear e retilínea. Mas sem retidão, se permitem virar o cano de fogo para longe de quem escreve.

Na gênese e origem das primeiras páginas dos periódicos, tudo começou como uma resposta dos líderes do PCC, o Primeiro Comando da Capital, à sua transferência para cárceres isolados. Então os poderosos delinqüentes ordenaram, e quase todos presídios se rebelaram, e os coletivos, os ônibus foram queimados, policiais foram mortos, agências de bancos, talvez o maior crime, atacadas a tiros e bombas. Bandidos contra o patrimônio público. São Paulo parou, como raras vezes na sua história, a maior cidade da América Latina parou. Por criminosos, toda a cidade esteve dominada. O terror conforme a lei de bandidos. Os roedores escuros, a desordem oculta subira dos esgotos da metrópole. Isto exigia uma resposta urgente do poder público, sem dúvida. Ninguém pode viver debaixo do terror.

Que veio, primeiro pela via diplomática de um diálogo com as autoridades do PCC. Mas sem acordo, não houve acordo, como insistem as autoridades do governo de São Paulo, de modo ainda mais diplomático. Palavras, quando ajustadas e justas à realidade, ferem. Então os presídios, sem acordo, por encanto atingiram a graça do sossego. Em seguida, veio o que não poderia jamais entrar no acordo, o previsível e desejado, o fogo pesado da vingança. E aqui, mais uma vez, a imprensa brasileira mostrou como se usam as palavras, de costas para a realidade das praças e das ruas. Os policiais mortos pelos bandidos eram e são chamados de "vítimas". É justo, são vítimas. No entanto, os que, como dizê-los?, os que não são da polícia, recebem o nome de "suspeitos". 120 suspeitos executados à bala. Vejam a que ponto chegamos na hora do pânico, do terror. Admitimos, com a maior das tranqüilidades, que se matem suspeitos! É justo, admitimos com uma lógica que prima pelo bárbara concatenação. Nessa ordem: O policial tem que se precaver (1). Ele sabe onde estão os suspeitos (2). Não há tempo para desenvolvidas e pacientes investigações (3). Fogo (4).

Mas como chega a polícia ao conhecimento do suspeito? (1). Quem são os suspeitos mortos? (2). Resposta da polícia para ambas perguntas: - "Nada podemos dizer para não atrapalhar as investigações". Isto seria risível, cômico, se não se traduzisse em sangue. Os estúpidos podem matar, e matam, sob aplausos e aprovações de uma população aterrorizada. É natural, compreendemos. Se os suspeitos não somos nós, se os suspeitos não são os nossos filhos, que mal há se entre dez bandidos uns cinco sejam mortos por hipótese? Faz parte de uma lógica ainda mais infernal, que é, e abram bem os olhos e os ouvidos: os mortos, se não eram bandidos, mais cedo ou mais tarde iriam ser. É um trabalho profilático, de saudável e científica prevenção. E sabem por que iriam ser da turma do mal, com vírus cortado em pleno desenvovimento? São jovens e negros, os suspeitos. São moradores dos subúrbios periféricos os mortos. E não creiam, por favor, que isto afirma o preconceito de uma alma liberal. Se não crêem no que escrevemos até aqui, leiam o que diz o escritor Férrez, que vive e mora num subúrbio periférico de São Paulo. Com a palavra o escritor Férrez, em 17.5.2006 no seu blog:

"Atenção a todos os amigos. Apelo a todos que acompanham esse blog, que nos ajudem a dizimar o que está acontecendo.
A Polícia Militar e a Polícia Civil, afetadas com a onda de matança, estão fazendo da nossa periferia um estado pra lá de nazista, já são mais de 100 "suspeitos"assassinados, e nenhum deles é PCC .
Só de colegas foram mortos 4, isso pra não contar os que estão no hospital. Nenhum deles tinha passagem, por isso apelo para que divulguem a real de que o acordo não foi feito com o povo, o povo tá morrendo, sendo baleado pelas costas, ao entregar pizza, ao voltar para casa.
A polícia covarde treme perante o olhar do ladrão, mas mata sem dó quem está simplesmente voltando para casa.
Isso é uma vergonha, e se é o trabalho deles, tá na hora da gente fazer o nosso, reagir com cidadania, mostrando que não queremos essa matança. Lei marcial para pobres inocentes foi decretada.
Ferréz"

Nesse ritmo de repressão e de frios assassinatos, o PCC ainda será o que a polícia anuncia: a maior organização criminosa de todos tempos em São Paulo. De fato e por hipótese. http://www.lainsignia.org/2006/mayo/ibe_040.htm

Offline Ícaro Morto

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #119 Online: 30 de Maio de 2006, 23:20:04 »
Depois de todas as mortes supostamente de inocentes,

de enrolar o Ministério Público

e segurar a lista com nome dos mortos,

O Saulo de Castro deveria pedir demissão, na boa.
"O filme passou sobre mim
O glamour me dominou
O tablóide me desamarra
Eu estou vazio, por favor me encha
Senhor âncora me segure
Por que Baghdad está queimando
Sua voz é tão tranqüila
Aquele esperto mantra para matar" (Rage Against The Machine)

Offline n/a

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #120 Online: 13 de Julho de 2006, 00:22:42 »
E começou novamente...

Offline uiliníli

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #121 Online: 13 de Julho de 2006, 00:30:01 »
Agora eu quero ver o Alckmin ganhar do Lula... :(

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #122 Online: 13 de Julho de 2006, 01:45:28 »
o Alckmin diz que ocorrem significativamente menos (em torno de 40 ou 60%, não lembro exatamente) assassinatos em SP desde a administração Covas, e que esse tipo de ação, rebeliões em presídios, são reflexo disso, não sinal de uma ascenção de um poder paralelo.

Offline uiliníli

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #123 Online: 13 de Julho de 2006, 01:52:33 »
A questão é se o povão vai ficar satisfeito com essa versão dos fatos.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Ataques contra bases policiais em SP
« Resposta #124 Online: 13 de Julho de 2006, 02:42:17 »
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nesse caso especificamente de integrantes do PCC; esperaria-se ter dentre eles homogeneidade racial? Eu acho que praticamente não. Não quer dizer que negros e mulatos tenham maior probabilidade de cometer crimes, mas dentro do PCC deve ser parte do perfil esperado, acho.

Sim, meu caro.No PCC há mais negros do que brancos.Mas NÃO FOI ISSO QUE VOCÊ DISSE,não deboche do meu nível de alfabetização.

:shock: peraí, não tinha visto essas mensagens e não acho que debochei de nada...... vou ver....


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Aliás, existe aí em SP alguma polícia exclusiva para o PCC?Caso contrário, fica totalmente sem sentido a sua colocação.E daí que os criminosos brancos não sejam do PCC, em sua maioria?Deveriam deixar de ser combatidos e investigados com a mesma intensidade?
Se me lembro do que disse (ainda não reli o que foi dito)

Não disse nada nesse sentido, e nem acho que isso necessarimaente não aconteça.

O que acho que não ocorreu é algo como um crime de racismo oportunista, se aproveitando desses ataques (até porque acredito que existem muitos policiais negros e mestiços também). Acho que os suspeitos presos e mortos nesse caso em especial, muito potencialmente não seriam por exemplo, pit boys ou vendedores de extasy em raves, porque não são eles do PCC e é o PCC que está atacando. Aí se está em meio a um ataque do PCC, não dá para querer que prendam um número igual de suspeitos de todos tipos de crimes, mas mais o perfil dos suspeitos do PCC; mais ou menos se a Al Qaeda estivesse atacando SP por algum motivo, prenderiam ou até matariam, um monte de árabes e muçulmanos, mais do que outras classes de pessoas.


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OU dificuldade sua em aceitar diferentes distribuições raciais para diferentes tipos de crime, bem como em distinguir a opinião das pessoas em geral (ou mais especificamente brancas, e de classe média) do que é escrito nos jornais ou aparece na mídia.

1-Concordo, existem diferentes tipos de crimes e criminosos, divididos de acordo com a classe social (que no Brasil, por motivos históricos e sociológicos é um fator que se mistura ao racial).Não contestei isto em momento algum.

2-Não disse que esta era a opinião dos brancos ou da classe média em geral, e sim do senso comum...Olha só : "uma imensa "dificuldade", não apenas sua, nem de O Globo, nem da direita, mas de uma imensa fatia da sociedade".Inclusive, esta idéia de que pessoas brancas e e de classe média são menos propensas ao crime e que devem receber penas menores é corrente inclusive ode menos se esperaria.Há alguns meses, por exemplo, o Globo Repórter fez um especial sobre as "meninas"que são seduzidas pelos "criminosos"e tiradas de seus klares para terem uma "vida de aventura" nas favelas e lá estava, uma senhora negra e desdentada a dizer:"'E moço, eu fico muito triste de ver estas meninas tão bonitinhas, tão bem educadas se perdendo por aí com esses marginais..." Quer dizer, na cabeça daquela mulher, que não era da classe média, muito longe disso...A menina bonita era a vítima e os meninos feios os agressores.
Hummm..... mas será que não diriam em muitos casos algo parecido se por exemplo, se meninos ricos de alguma forma aliciassem meninas da favela em prostituição e revenda de drogas caras? Eu acho que sim, não que as pessoas tenderiam a inverter a coisa (que imagino que seja mais ou menos o que sujira), que de alguma forma foram as meninas da favela que já seriam prostitutas ou pré-dispostas e influenciaram mal os ricos... ainda que não duvide que fosse um recurso utilizado para defesa do rico se fosse preso, mais ou menos como no caso da Susane Reihchtöhffenzen e seus cúmplices (que dá até nome de banda antiga). E teria quem engolisse, de qualquer forma, tenho que admitir.


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Eu não discordo, acho que ninguém discorda.
Ué, e porque eles não levantam as mesmas suspeitas?Foi só isso que eu perguntei.Se todos concordam que o número de criminosos nas diferentes classes é proporcional, que a diferença entre as práticas criminosas de cada grupo são meramente de ordem econômica.Então me responda de novo que não há racismo no fato de que negros e mulatos são maiores alvos de suspeita quanto a serem criminosos pela polícia.

Eu achava que era algo específico a esse caso do PCC. De modo geral, acho que a coisa que faz com que hajam mais negros e mulatos nas cadeias é por serem esses geralmente mais pobres mesmo. Não só por advogados, mas porque mais raramente terão dineiro para alguma propina para pagar para policiais chantagistas, estejam cometendo algum crime mesmo, ou apenas sendo parados pela polícia enquanto andam na rua por qualquer motivo, podendo então até ser "flagrados" com alguma coisa. Por aqui onde moro ainda não ouvi falar de alguém ter que pagar qualquer coisa para policiais, e por sorte, nunca me aconteceu comigo de ser parado nem nada, mas ouvi dizer que é uma coisa mais ou menos comum.

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Eu não sei se isso pode ser reduzido há uma questão meramente racial apenas pela diferença da distribuição racial nesses dois perfis. Acho que tanto um negro ou mulato playboy numa rave não despertaria suspeita, quanto brancos em favelas do RS e por lá são mais freqüentemente considerados suspeitos.
Citação de: Isto É Gente
Revolta no clã Veloso

Filho de criação de Caetano Veloso foi expulso de shopping de luxo do Rio ao gerar desconfiança por estar na companhia de dois garotos brancos

Carla Felícia
 
Fernando Quevedo
Luciano foi à delegacia registrar
ocorrência acompanhado de Paula Lavigne, mulher de Caetano: constrangimento ilegal em shopping da Zona Sul
Uma simples ida ao shopping virou caso de polícia para Luciano Ferreira da Silva, de 18 anos, filho de criação do cantor Caetano Veloso. Na noite do sábado 14, o estudante passeava com dois amigos – um deles seu irmão postiço, Zeca Veloso, de 11 anos – quando foi expulso do Fashion Mall, Zona Sul do Rio, por um homem que se dizia segurança do shopping. Ele acusou Luciano, que é filho de Natividade, uma antiga empregada da família, de estar numa atitude suspeita e o obrigou a deixar o local. O incidente revoltou a empresária Paula Lavigne, mulher de Caetano e mãe de Zeca.http://www.terra.com.br/istoegente/237/urgente/urgente_01.htm

Sei lá...me parece que neste caso o fato de o moleque ser negro e estar em ambiente frequentado tipicamente por brancos foi exatamente o que levantou suspeitas sobre ele.Ah, mas não foi a polícia, foram os seguranças...então utilizar esta notícia para refutar sua tese deve ser uma falácia...sem contar que este é apenas um caso, não pode ser usado como regra.Ignore, então esta notícia.
Eu não acho que não existe racismo.......


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Eu não escrevo os jornais nem textos de noticiários da globo, eles não refletem palavra por palavra o meu pensamento
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Não se trata de haverem mais criminosos de uma raça ou de outra, mas de perfis para determinados tipos de crime. Acho que é mais provável um integrante do PCC ser mulato ou negro do que japonês, enquanto que integrantes da máfia japonesa serão mais provavelmente japoneses do que negros ou mulatos, e integrantes da máfia italiana serão mais provavelmente italianos.

OK.Então posso supor que você concorde que a mesma polícia que invade favelas a procura de maconha, dando tiros pra tudo que é lado, deva invadir os condomínios dos Jardins a procura de ecstasy, cuspindo fogo.

Se não, que a mesma polícia que respeita o princípio constitucional de que a propriedade privada só pode ser violada mediante mandado de busca ou flagrante delito, e que, portanto, não ousa revistar mochilas de transeuntes loiros com com bermuda Redley e tênis All Star Alexandre Herchcovitch na Praia Vermelha independente da remota possibilidade de haver em tal mochila centenas de comprimidos de anfetamina não deva ousar revista a mochila surrada de um transeunte negro de bermudão e chinelo surrados no morro do Dendê sob alegação de que há possibilidade, igualmente remota, de que nela estejam contidos milhares de baseados , certo?

Se certo, então concordamos com tudo e estamos discutindo a toa!Se não certo então não adianta dizer que não disse o que eu lí, porque não cola.
e eu não posso só achar que "não", mas que não devia também ser feito isso nas favelas, por acaso? :umm:

eu não sei exatamente qual a burocracia que é ou seria necessária para entrar numa casa de algum suspeito fora da favela, de qualquer modo, mas não descarto a possibilidade de ser uma coisa um pouco menso burocrática para acelerar a coisa, desde que não hajam abusos.... acho - acho - que na favela por outro lado, o problema não é exatamente racismo (porque, não há só negros e mulatos nas favelas, nem policiais apenas brancos ou não-negros em geral), mas simplesmente que não haveriam os impedimentos legais desse tipo de invasão, por não ser um terreno todo certo e etc... então as pessoas que moram lá tecnicamente não devem ter nenhum recurso legal de direito a propriedade nesses casos, mais ou menos como uma pessoa que more debaixo do viaduto, tecnicamente é público, e se os policiais acham (justificadamente ou não) que podem haver drogas lá, não importa que tenha alguém habitando, para fins práticos, é um viaduto.... acho que é isso.... mas ao mesmo tempo, não duvido que haja maior abuso conforme for menor a classe social, mesmo em residências regulares (ou talvez, até que na verdade isso que eu falei de moradias em favelas não terem esse recurso de exigência de mandato nem seja verdade, e já seja abuso bem mais descarado, violação de direitos mesmo, em vez de um desrespeito apenas de um ponto de vista mais humano)

Quanto a entrarem atirando, também acho que não devia ocorrer em todos os casos... o que é complicado, porque quem quer que esteja contra a polícia provavelmente vão atirar de qualquer jeito, sem se importar... então a polícia teoricamente teria que atirar com cuidado quadruplicado, para salvar a própria vida, não matar inocentes, e se possível, matar quem mais esteja atirando, que provavelmetne não está se importando de matar inocentes, farão refens se puderem, etc... e ao mesmo tempo vem todo o pessoal dos DHs se mata alguém que estava ameaçando os DHs de todo um monte de gente... e a mídia distorcendo (recentemente li "garoto morre após roubar chocolate" - ou algo assim... não lembro se era chocolate... essa era a manchete, mas não mencionava o "detalhe" que o garoto atirou contra os policiais!) ...e me parece que há toda uma burocracia mesmo para isso (para poder atirar, mesmo contra criminosos atacando), acho que tem meio que um protocolo... talvez devesse haver menos protocolo, mas penalidades iguais ou maiores em caso de erro... sei lá... mas talvez o principal seja simplesmente policia capacitada...... mais treinada e melhor selecionada....... ouvi dizer recentemente que em alguns lugares, algum tipo de guarda tem um treinamento de uma semana apenas....

 

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