Autor Tópico: Profissão: Astrologia  (Lida 15357 vezes)

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Offline Südenbauer

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Profissão: Astrologia
« Online: 12 de Abril de 2005, 18:05:10 »
Profissão: astrólogo?

MARCELO GLEISER

(professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover, EUA)

Durante minha recente visita ao Brasil, fiquei sabendo do projeto de lei nº 43 de 2002, de autoria do senador Artur daTávola (PSDB-RJ), que visa a regulamentar a profissão de astrólogo. Tendo em vista que o senador foi membro de comissões especiais que elaboraram importantes leis e estatutos, incluindo a lei de defesa do consumidor e a lei de diretrizes e bases da educação nacional, confesso que fiquei muito surpreso e decepcionado com o presente projeto.

Ao ler a justificativa para tal proposta, minha decepção transformou-se em choque: o projeto propõe que a astrologia seja ensinada nas universidades, incluindo graduação e pós-graduação, com currículo regulamentado pelo MEC. Segundo o texto do projeto, a sua elaboração contou com "pensamentos e caracterizações de autores ligados à práxis, mantendo-se o pragmatismo inerente a uma conceituação legal". Aparentemente, nenhum cientista foi consultado.

Sem dúvida alguma, a astronomia deve muito à astrologia: já os babilônios, dois mil anos antes de Cristo, olhavam para os céus em busca de mensagens enviadas pelos deuses. O céu, sendo a morada dos deuses, era sagrado. Os movimentos dos corpos celestes e das constelações eram interpretados como sendo a escrita divina, carregada de significado e prognósticos para nós aqui embaixo. Portanto, para os babilônios _e todas as outras culturas que olhavam para cima em busca de mensagens e revelações_, os céus eram uma entidade sobrenatural, regida pela poder divino. Como os prognósticos dependiam da posição relativa entre os planetas (os cinco conhecidos até então) e as 12 constelações do Zodíaco, quanto mais precisas as medidas das posições dos corpos, mais "precisas" seriam as previsões.

Essa busca por uma precisão cada vez maior das posições planetárias levou ao desenvolvimento de modelos extremamente sofisticados, como o dos epiciclos e equantes de Ptolomeu, proposto em torno de 150 d.C., no qual as posições planetárias futuras poderiam ser determinadas com uma precisão equivalente a uma ou duas luas cheias. Esses modelos combinavam a crença astrológica na existência de uma significado sobrenatural para os céus com os seus movimentos regulares, transformando o cosmo em uma máquina repleta de engrenagens as mais complexas.

O próprio Ptolomeu escreveu um tratado dedicado à astrologia, o "Tetrabiblos", no qual dizia que a prática astrológica "acalma a alma por meio do conhecimento de acontecimentos futuros, como se eles estivessem ocorrendo no presente, e nos prepara para receber com calma e equilíbrio o inesperado". Ou seja, o aspecto mais importante da prática astrológica é a sua capacidade de prever o futuro, para que se possa recebê-lo de forma calma e equilibrada. Na linguagem mais moderna, isso se chama "calcular os trânsitos", usando as posições futuras dos planetas para prognosticar o futuro.

Santo Agostinho, no século 4º, condenou firmemente a astrologia, pois ela interferia no livre-arbítrio e na onipotência divina: se tudo está já escrito nas estrelas, nós não podemos optar pelo bem ou pelo mal e a fé em Deus se torna irrelevante. A resposta oferecida pelos astrólogos de então, muito usada ainda hoje, foi que "as estrelas não determinam, apenas sugerem".

O ingrediente fundamental que estava faltando nos modelos de Ptolomeu e outros era a física, que descreve as relações causais que regem os movimentos celestes. Quando Galileu, Kepler e Newton desenvolveram as bases da ciência moderna, descrevendo os movimentos celestes como sendo consequência da força da gravidade, a astrologia começou a se divorciar da astronomia: em um Universo regido por forças causais entre objetos materiais, não havia espaço para relações sobrenaturais entre corpos celestes e pessoas que violassem o conceito mais fundamental da física, a causalidade. Ou seja, é impossível, segundo tudo o que conhecemos hoje sobre o Universo e as suas propriedades físicas, obter informações sobre eventos futuros na vida de uma pessoa lendo os céus. Mais ainda, não existe nenhuma evidência quantitativa de que planetas e estrelas possam influenciar o comportamento de pessoas aqui na Terra. A astrologia não é uma ciência, é uma crença. O mesmo se aplica à quiromancia, à leitura de cartas de tarô, à numerologia, aos búzios. Por que não regulamentar também essas profissões, ensiná-las nas universidades?

Isso não significa que cientistas sejam bitolados ou fechados para novas idéias. Muito pelo contrário: nós dedicamos a vida ao desconhecido. Mas, em ciência, o processo de validação empírica é fundamental. Tudo bem que as pessoas gostem de ler o seu horóscopo no jornal ou ter o seu "mapa astral" analisado por um astrólogo. Isso até leva a uma auto-reflexão, que pode ser muito positiva. Tudo bem que alguém escreva uma tese sobre astrologia, por exemplo, sob o tema história das religiões ou arqueoastronomia. Mas regimentar a astrologia em curso superior é uma volta à Idade Média, quando o natural e o sobrenatural se misturavam sob o véu do medo, da superstição e da ignorância.

Offline Südenbauer

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Profissão: Astrologia
« Resposta #1 Online: 12 de Abril de 2005, 18:05:37 »
Do paradigma mecanicista ao holístico

ARTUR DA TÁVOLA

O grande físico patrício Marcelo Gleiser, em visita ao Brasil, deu-se ao trabalho de publicar cá na Folha um respeitoso artigo ("Profissão: astrólogo?", Mais!, pág. 22, 28/7) contrário ao meu projeto de regulamentação da profissão de astrólogo, que visa coibir a charlatanice que medra no setor, ao lado da seriedade dos estudos e trabalhos de pessoas respeitáveis do mesmo. Preciso dar-lhe a resposta nos termos que colocou, os científicos. Faço-o em respeito a ele, com a certeza de que escreveu por ouvir falar, e não por haver lido o referido projeto.

Observa-se, no artigo dele, o rodar do mesmo velho disco: "nenhum cientista foi consultado". Como se fora a ciência até hoje atrelada a Newton, Descartes e Freud, pleiteando uma unanimidade petrificada que há muito se perdeu. Observa-se também o desgastado preconceito, advindo de um afastamento patriarcal de formação e vinculado à ignorância (do ato de ignorar) específica diante da amplitude do assunto.

Endosso o pensamento do médico e cientista suíço Carl Gustav Jung, que já há muito rompeu com tal pretensa "unanimidade científica" freud-newton-cartesiana do absolutismo de um pensamento divorciado do sentimento e da intuição.

Da mesma forma que os freudianos se detêm à contingência e voluntariamente se lhes escapa o senso do sentido profundo, os críticos superficiais da astrologia e dos métodos mânticos se enganam ao reduzir as analogias arquetípicas existentes entre o sistema planetário e o modelo humano e os acontecimentos a meras interpretações mecânicas dos movimentos dos corpos celestes e das constelações. A crença na existência de um significado sobrenatural para os céus não é necessariamente astrológica.

Não é bem assim, nem é por aí.

Carl Jung, em sua vasta sabedoria e respaldo científico, por exemplo, também escreveu em face da magnificência cósmica: "Se o não-sentido prevalecesse, o aspecto racional desapareceria".

A separação entre a astrologia e a astronomia não depõe em desfavor de nenhuma delas e pode ser comparada à separação existente entre a alquimia, que evoluiu para a psicologia analítica, e a química. Não postulam os melhores astrólogos nenhuma evidência quantitativa de que planetas e estrelas possam influenciar o comportamento de pessoas aqui na Terra. A astrologia não é uma crença, porém um precioso elenco, parte ciência, parte arte, parte religiosidade.

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Volta à Idade Média é a unilateralidade e a intransigência de pretender impor verdades freudianas limitadas

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Astrologia e bons astrólogos têm sua própria competência e idoneidade.

Inútil é, friso, ataque à astrologia atado a pensamento e percepção, ignorando sentimento e intuição. O mesmo se diga dos métodos mânticos (quiromancia, runas, numerologia, baralho cigano, cristais, tarô, búzios etc.).

Nossa própria cultura tão mais valorizada seria se não nos tivéssemos distanciado tanto da sabedoria ancestral dos indígenas brasileiros.

Persiste a física uma ciência, se não consegue mais definir nem o que seja a matéria? Onde está a validação empírica do que ocorre dentro do átomo e que se concilia com a sabedoria oriental de 500 ou mais anos antes de Cristo? Com a palavra os cientistas...

Volta à Idade Média, a nosso ver, é a unilateralidade e a intransigência de pretender impor verdades freudianas limitadas, destituídas de visão holística, cegas à sabedoria do Oriente; de se restringir, sem nem disso ter sequer consciência, a um radical patriarcado agonizante, como se imaculado fosse.

Nunca, sob a cangalha freudiana, esperando a anulação de sentimento e intuição mercê de simples idéias sob a função pensamento, chegar-se-á à compreensão das maravilhas e verdades astrológicas e dos métodos mânticos.

O horóscopo de 12 signos é uma supersimplificação. Na verdade, cada ente humano é um signo conciliando o limite matemático de se multiplicarem os 12 signos solares pelos 12 "chineses", pelos 12 ascendentes solares, pelos 12 ascendentes "chineses" e progressivamente pelos múltiplos aspectos. A leitura do mapa astrológico se encontra muito mais próxima da verdade astrológica do que um horóscopo de 12 signos.

Constatamos, na verdade, que a divergência existente se associa mais a estados de consciência, aspectos associados e suas consequências do que propriamente a idéias, pelo fato de não poderem ser reduzidas a meras idéias intelectuais todas as luzes do conhecimento que abrange entendimento mais amplo.

Além de recomendar-lhe a leitura de Jung, sugiro-lhe, ademais, aduzir a seus vastos conhecimentos algumas leituras de antroposofia. E lembro, ademais, que entre meus projetos está também o da regulamentação da profissão de filósofo. Mas este não trará polêmica. Por certo terá o aval da ciência ocidental, mecanicista.

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Artur da Távola, jornalista e escritor, é senador pelo PSDB-RJ e líder do governo no Senado.

Unbedeutend_F_Organisch

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Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #2 Online: 12 de Abril de 2005, 18:10:05 »
Holismo = bullshit

Mecanicismo= clichê dos bullshiteiros

Offline Jasig Aurumalfa

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Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #3 Online: 12 de Abril de 2005, 18:32:49 »
Astrólogos...  :x
Ensinar na universidade é demais, pra algo receber tal, precisa virar ciência, e eu posso provar a quem quiser que atrologia não é ciência...
Leiam esse tópico... muito esclarecedor...
"Lugar do zodiaco é no zoológico"
Num é possível que alguém dá ouvidos a eles...  :x
Blog do Pássaro de Argila!

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Offline Alenônimo

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Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #4 Online: 12 de Abril de 2005, 23:18:42 »
Já acho teologia mó sacanagem. Imagina isso!
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Unbedeutend_F_Organisch

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Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #5 Online: 13 de Abril de 2005, 12:25:54 »
Legalizam astrologia como profissão e não legalizam prostituta...

Offline Südenbauer

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Re: Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #6 Online: 13 de Abril de 2005, 12:47:51 »
Citação de: Unbedeutend Organisch
Legalizam astrologia como profissão e não legalizam prostituta...

Pior. Nunca tinha pensado nisso. Que absurdo!  :x

Offline Bruno Faria

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Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #7 Online: 13 de Abril de 2005, 13:03:37 »
Isso tudo pode ter uma vantagem: A gente encomenda previsões bem específicas a um astrólogo. Se elas falharem, aciona o Código do Consumidor. O serviço prestado não atingiu o objetivo a que se propunha...
Quod dixi, dixi.

Offline n/a

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Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #8 Online: 13 de Abril de 2005, 17:56:10 »
Estava debatendo sobre as putas na comunidade "Apaixonados por Cristo" no Orkut. Mas eles são muito ignorantes.  :?

Offline Zibs

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Re: Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #9 Online: 13 de Abril de 2005, 19:59:45 »
Citação de: Bruno Faria
Isso tudo pode ter uma vantagem: A gente encomenda previsões bem específicas a um astrólogo. Se elas falharem, aciona o Código do Consumidor. O serviço prestado não atingiu o objetivo a que se propunha...


 :D  :D É perfeitamente possivel, mas no maximo voce conseguira o dinheiro gasto na previsao de volta, o que nao é uma penalidade propriamente dita ao falsario.
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Offline Esperto

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Re: Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #10 Online: 13 de Abril de 2005, 20:15:42 »
Citação de: Daniela
Citação de: Bruno Faria
Isso tudo pode ter uma vantagem: A gente encomenda previsões bem específicas a um astrólogo. Se elas falharem, aciona o Código do Consumidor. O serviço prestado não atingiu o objetivo a que se propunha...


 :D  :D É perfeitamente possivel, mas no maximo voce conseguira o dinheiro gasto na previsao de volta, o que nao é uma penalidade propriamente dita ao falsario.

não poderia processar por "charlatanismo" ou coisa parecida, e, dependendo do que for dito, pode ser processado por danos morais tbm?
filosofia de um professor meu:
"A mente abre quando o cu aperta!"

Offline Bruno Faria

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Re: Re.: Profissão: Astrologia
« Resposta #11 Online: 13 de Abril de 2005, 22:38:52 »
Citação de: Daniela
Citação de: Bruno Faria
Isso tudo pode ter uma vantagem: A gente encomenda previsões bem específicas a um astrólogo. Se elas falharem, aciona o Código do Consumidor. O serviço prestado não atingiu o objetivo a que se propunha...


 :D  :D É perfeitamente possivel, mas no maximo voce conseguira o dinheiro gasto na previsao de volta, o que nao é uma penalidade propriamente dita ao falsario.


E a indenização por "danos morais", ou até materiais???
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Offline Zibs

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Profissão: Astrologia
« Resposta #12 Online: 14 de Abril de 2005, 20:09:15 »
Citação de: Bruno
E a indenização por "danos morais", ou até materiais???


Teria que ver o caso concreto, mas a principio o dano material seria o proprio preco dispendido na consulta e despesas com gasolina, etc - pouca monta.O dano moral tambem seria possivel, dependendo do caso concreto.Mas vale lembrar que a simples frustracao às expectativas(dissonancia cognitiva) é natural numa relacao de mercado( oferta/procura).
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Offline Bruno Faria

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« Resposta #13 Online: 14 de Abril de 2005, 23:06:16 »
Citação de: Daniela
Citação de: Bruno
E a indenização por "danos morais", ou até materiais???


Teria que ver o caso concreto, mas a principio o dano material seria o proprio preco dispendido na consulta e despesas com gasolina, etc - pouca monta.O dano moral tambem seria possivel, dependendo do caso concreto.Mas vale lembrar que a simples frustracao às expectativas(dissonancia cognitiva) é natural numa relacao de mercado( oferta/procura).


Daniela,

Primeiro um off topic: Foi você que apareceu certa época num tópico sobre Chico Xavier na STR em que eu me meti numa briga "jurídica" com um espírita ascencionado conhecido como Zibs?

Sobre o tema do tópico, eu acho que os danos materiais podem ser bem maiores. Se a astrologia for uma profissão legalizada isso significará que o Estado passa a reconhecer como válida a possibilidade de fazer previsões. Assim, alguém que prove ter perdido dinheiro (num negócio, por exemplo), guiando-se por uma previsão não concretizada de um astrólogo, poderia responsabilizar civilmente o astrólogo pelos prejuízos que teve ao seguir a previsão.
Quanto aos danos morais, dependeria do "sofrimento" causado por seguir a falsa previsão.
É o que eu penso.
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Offline Res Cogitans

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Céticos: já passou da hora de se mexerem
« Resposta #14 Online: 09 de Agosto de 2005, 01:32:14 »
Ei, olhem e caiam duros:

Profissão de astrólogo é aprovada na Comissão de Trabalho
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou na semana passada a regulamentação da profissão de astrólogo. Para o autor do projeto ( PL 6748/02), deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), é importante incutir na cultura brasileira um pensamento astrológico correto. "E não há meio mais efetivo para isso do que a regulamentação, que permitirá uma fiscalização mais rigorosa dessa atividade", argumenta.
Ao recomendar a aprovação da proposta, o relator Leonardo Picciani (PMDB-RJ) apresentou três emendas ao texto apenas para deixar mais clara a redação final. Segundo o relator, as mudanças foram sugeridas pelo Sindicato dos Astrólogos do Rio de Janeiro (Sinarj) após a realização de debates com os profissionais do setor.

Carta astrológica
O texto define como astrólogo o profissional que estabelece juízos a partir do estudo das configurações do céu, calculando e elaborando cartas astrológicas. A atividade também poderá ser exercida por pessoas jurídicas.
O projeto prevê as regras e condições para o exercício da profissão, entre as quais a exigência de habilitação em cursos reconhecidos por associações de astrologia, jornada de trabalho de 30 horas semanais e a possibilidade de prestar serviços a órgãos públicos. O mercado astrólogo será restrito aos profissionais reconhecidos, inclusive para atuar em meios de comunicação que divulguem conhecimento correlato à atividade, como horóscopos.
Ainda de acordo com a proposta, a fiscalização da profissão caberá a um conselho federal e a conselhos regionais. Até a constituição dessas entidades, o controle será feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do registro dos profissionais nas respectivas delegacias regionais do Trabalho ou em sindicatos, cooperativas e associações.

Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, segue para exame da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.



Reportagem - Marcello Larcher
Edição - Rejane Oliveira

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br
A Agência também utiliza material jornalístico produzido pela Rádio, Jornal e TV Câmara.RO

Caráter conclusivo
O projeto que tramita em caráter conclusivo não precisa ser votado pelo Plenário para que seja considerado aprovado pela Câmara, mas apenas aprovado pelas comissões designadas para analisá-lo.
O projeto deixará de ser conclusivo nas comissões (e, portanto, precisará ser votado em Plenário), se:
a) uma das comissões o rejeitar, ou
b) mesmo aprovado pelas comissões, houver recurso de 51 deputados (10%) para que ele seja votado em Plenário.
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Offline Res Cogitans

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Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #15 Online: 09 de Agosto de 2005, 01:34:57 »
Tem de ser feita alguma coisa e logo, tá hora de trabalhar pessoal. O que podemos fazer para impedir isto???
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Offline Südenbauer

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Re.: C&#65533;ticos: j&#65533; passou da hora de se
« Resposta #16 Online: 09 de Agosto de 2005, 01:37:04 »

Offline Nina

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Re: Re.: C&#65533;ticos: j&#65533; passou da hora de
« Resposta #17 Online: 09 de Agosto de 2005, 01:42:10 »
Citação de: Fernando
www.ancop.com.br


:z:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Atheist

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Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #18 Online: 09 de Agosto de 2005, 01:45:47 »
Não é por ser oficialmente profissão que passa a ter respaudo científico. Homeopatia é reconhecido pelo CRM e o debate continua;

Já pensaram que pelo menos agora deverão pagar imposto, dar recibo, serem processados no procon, etc? Acho que a regulamentação só os amarra.

Offline Res Cogitans

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Re: Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #19 Online: 09 de Agosto de 2005, 01:52:59 »
Citação de: Atheist
Não é por ser oficialmente profissão que passa a ter respaudo científico. Homeopatia é reconhecido pelo CRM e o debate continua;

Já pensaram que pelo menos agora deverão pagar imposto, dar recibo, serem processados no procon, etc? Acho que a regulamentação só os amarra.


E também podem dar consultoria ao estado. Podem participar de pré-seleção de currículos. A regulamentação não dá base científica mas você sabe que as coisas não precisam ter base científica para serem amplamente utilizadas, com isso a astrologia receberá um status que nem de longe lhe confere. Imagine você tendo que colocar o seu signo ascendente no seu currículo ou um Anúncio: Precisa-se de Gerente de Supermercado, que fale inglês, com superior em administração e Leonino. :o  é o cúmulo.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #20 Online: 09 de Agosto de 2005, 09:53:00 »
MAs não se pode recorrer legalmente contra esse tipo de critério de seleção, tal como talvez se pudessse se fosse requisitado um bilingüe branco para um cargo?

Offline Res Cogitans

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Re: Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #21 Online: 09 de Agosto de 2005, 11:19:56 »
Citação de: Danniel
MAs não se pode recorrer legalmente contra esse tipo de critério de seleção, tal como talvez se pudessse se fosse requisitado um bilingüe branco para um cargo?


Acho que não, a astrologia "preveria" um perfil temperamental e comportamental do sujeito, e seleções com estes critérios não tem nada de ilegal.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #22 Online: 09 de Agosto de 2005, 12:09:56 »
Mas frenologia e teorias racistas também.... a diferença apenas é que essas não foram legalizadas....... :?

TAlvez fosse interessante que céticos se formassem em astrologia e fornecessem atestados ad-hocs de que a pessoa é do signo Y, mas tem as habilidades do signo X também, por causa de eventos astronômicos menores, quaisquer que tenham ocorrido na data de nascimento.... ou no mínimo advogar pelo "ruído" do lixo espacial, que torna todas as previsões recentes mais falíveis....
acho que nada impede de se fazer isso   :lol:

aí dariam a sua segunda, terceira ou quarta opinião... se não servir para anular a primeira desqualificação astrológica, talvez no mínimo servisse para levar a coisa para os tribunais.... acho...

Atheist

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Re: Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #23 Online: 09 de Agosto de 2005, 14:50:17 »
Citação de: Res Cogitans
Citação de: Atheist
Não é por ser oficialmente profissão que passa a ter respaudo científico. Homeopatia é reconhecido pelo CRM e o debate continua;

Já pensaram que pelo menos agora deverão pagar imposto, dar recibo, serem processados no procon, etc? Acho que a regulamentação só os amarra.


E também podem dar consultoria ao estado. Podem participar de pré-seleção de currículos. A regulamentação não dá base científica mas você sabe que as coisas não precisam ter base científica para serem amplamente utilizadas, com isso a astrologia receberá um status que nem de longe lhe confere. Imagine você tendo que colocar o seu signo ascendente no seu currículo ou um Anúncio: Precisa-se de Gerente de Supermercado, que fale inglês, com superior em administração e Leonino. :o  é o cúmulo.


Continuando como advogado do diabo, isso é declive escorregadio.

Não acho que isso seja viável. É o mesmo que exigir cor, uma vez que ter-se-á que admitir que existe algum tipo de determinação. De quebra, é preconceito, uma vez que não tive escolha em ser ariano ou pisciano, assim como não tive escolha em ser caucasiano. Além do mais, o ônus de provar que eu, por ser escorpiano, não tenho as características para o provimento da vaga, é deles. Duvido que o conselho federal de psicologia permita que tal coisa passe por cima de um teste psicotécnico, por exemplo. No início do ano fiz um concurso que tinha teste psicotécnico (nesta fase eu passei, pelo menos...  :lol: ).

Poindexter

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Re: Re.: Céticos: já passou da hora de se mexer
« Resposta #24 Online: 09 de Agosto de 2005, 15:17:48 »
Citação de: Atheist

Não acho que isso seja viável.


Não ACHA?

Achar por achar, eu tenho praticamente certeza que isto seria feito, sendo que, mesmo hoje, já é feito!


Citação de: Atheist

É o mesmo que exigir cor, uma vez que ter-se-á que admitir que existe algum tipo de determinação. De quebra, é preconceito, uma vez que não tive escolha em ser ariano ou pisciano, assim como não tive escolha em ser caucasiano.


Se fosse assim como você diz, não se poderia exigir que fulano tivesse menos de tantos anos, pois isso ele não pode mudar.

Se fosse assim, não se poderia anunciar no jornal a procura por "empregada doméstica", pois isto seria discriminação contra os homens.

Para finalizar, este debate todo é muito bonito na teoria, mas, na prática, é praticamente inócuo porque o empregador hoje, se quiser, escolhe o funcionário pela idade, pelo gênero ou pelo signo/ascendente quando bem entender, tendo apenas que ter o cuidado de dizer que o a pessoa escolhida foi escolhida por ser mais "pró-ativa" e se "encaixar melhor no perfil da empresa".


Citação de: Atheist

 Além do mais, o ônus de provar que eu, por ser escorpiano, não tenho as características para o provimento da vaga, é deles. Duvido que o conselho federal de psicologia permita que tal coisa passe por cima de um teste psicotécnico, por exemplo. No início do ano fiz um concurso que tinha teste psicotécnico (nesta fase eu passei, pelo menos...  :lol: ).


Hoje ninguém vai te dizer que você não foi selecionado para alguma vaga por ser escorpiano e, se disser, se você não tiver um gravador nada vai acontecer e, mesmo que você tenha gravado, talvez o tribunal não aceite isso como prova...

 

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