JJ,
Realmente, talvez eu tenha tomado uma perspectiva menos abrangente sobre o assunto e tenha refletido de maneira um pouco negligente.
Eu não sinto vontade de ir para guerra e não aleguei que as pessoas tinham gosto por matar ou sentirem-se ameaçados por balas voando. Talvez tenha considerado algo natural por uma banalização comum que exista na sociedade, mas gostaria de compartilhar a lógica que me levou a essa perspectiva.
Você mesmo expressou de maneira muito mais clara e imparcial o que a guerra é; uma atividade social, algo que é socialmente decidido e executado. Talvez eu mesma tenha considerado esse fator para acreditar a guerra tão comum dos homens. Agora é preciso que eu faça uma diferenciação para que eu seja compreendida... Não disse que todos nós queremos ir para a guerra e tentar matar outras pessoas. Não entenda isso como algo individual, pessoal... Até porque esses conflitos individuais, que seria uma guerra em outras escalas, se manifestam de outra maneira. Mas quando uma nação, uma religião, um grupo étnico sente-se ameaçado, e cria-se um conflito, de onde advém um ressentimento histórico, sedendo te vingança, não é "compreensível" que esse grupo (e não essas pessoas individualmente) busquem a guerra como modo de, na perspectiva deles, fazer justiça? (Não seria uma situação dotada de circunstâncias parecidas como daquele caso do PM? Me refiro a considerar ou, como alguns diriam, distorcer a maneira de justiça)
Talvez estejam interessados em defender um ideal que eles consideram mais importante do que a vida de algumas pessoas... A grupo inteiro talvez o considere. Não estou atribuindo juízo de valor, que isso fique bem claro. Vai dizer que eles estão errados? Certos? Eu não ousaria opinar, e talvez seja por isso que tenha essa tendência considerada absurda.
Quem insiste em carregá-la? Não são os homens? As sociedades? As culturas, religiões? Não insistem? Eu não digo individualmente... Muitas pessoas largariam qualquer identidade nesse sentido cultural para poder viver em paz sem ter que ser obrigado ou a matar ou a morrer. Mas existem pessoas que pensam diferente, e eu não ouso julgá-las, talvez por covardia, mesmo, porque nunca sofri as consequências de uma guerra.... Não desconsidero essa possibilidade.
Só estou levantando perspectivas. Os conflitos entre as tribos indígenas poderiam ser considerados guerras? As mitologias gregas, romanas, nórdicas... Nestas não existe um Deus da guerra? (Não é um reflexo de um traço cultural, de algo comum a sociedade?) No I-Juca-Pirama, do Gonçalves Dias, a morte na guerra não é motivo de honra? A guerra em si não é fundamental naquela sociedade? E em outras várias? Talvez seja uma questão cultural, não sei. Talvez seja por isso que eu considere natural.
Eu sei que nos guerras de mais destaque, atualmente, o sujeito que decide se haverá guerra ou não tira o seu de reta. Mas será que é sempre assim?
Sei lá...