Ah, sobre a pergunta do tópico...
Você pediu pra viajar? Então aperte os cintos.
Uma das interpretações da mecânica quântica é a chamada Interpretação de Muitos Mundos. Basicamente, segundo essa interpretação o universo está constantemente se bifurcando em realidades alternativas que coexistem em uma superposição. Nesse multiverso então existem todas as possibilidades de existência: em alguns você é o presidente dos EUA, em outros você está morrendo de fome na Índia. Algumas pessoas pensaram na seguinte consequência assustadora: partindo da premissa de que você só pode estar consciente se você estiver vivo, você pode concluir que, dentre todas as possibilidades do universo, você só vai estar ciente daquelas onde você está vivo. Portanto, a cada bifurcação, sua consciência vai ser "preservada" nos universos onde você sobrevive. Dito de outra forma: subjetivamente, você vai ser imortal! Do seu ponto de vista, todas as pessoas são mortais. Menos você.
Essa idéia é conhecida como "Imortalidade Quântica". Não sei de ninguem que acredite nisso de verdade, claro, principalmente porque seria algo terrível demais se fosse real[1]: estaríamos condenados à solidão eterna. Isso porque do seu ponto de vista, todas as outras pessoas, com o passar do tempo, vão morrer. Menos você. Para você, vai sempre acontecer algo, não importa quão improvável, que vai salvar sua vida. De certa forma, o universo vai se acomodar à sua existência, e vai parecer cada vez mais estranho para você conforme os séculos forem passando. Portanto, porque você existe? Porque você só pode estar ciente disso nos universos nos quais você existe[2]

[1] Principalmente porque só existe uma forma de testar essa hipótese: cometer suicídio. Do seu ponto de vista, isso vai ser sempre impossível.
[2] Essa é uma hipótese que é ideal para ser contada ao jovens e impressionáveis nerds ao redor de uma fogueira, numa sexta-feira 13.