Autor Tópico: Eleições 2006 – O Tópico  (Lida 7809 vezes)

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Offline Alenônimo

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Eleições 2006 – O Tópico
« Online: 12 de Agosto de 2006, 09:23:07 »
Este aqui vai ser o tópico definitivo para se publicar dados importantes sobre os candidatos desta eleição e links que possam ajudar a tomar uma opinião decente para podermos dar o nosso voto.

Vou começar colocando aqui:


Postem tudo o que acharem interessante para estas eleições, de preferência links.

Consultem este tópico ao pegarem nomes de políticos para votar.

Disk-Denúncia de Candidatos que infringem a Lei Eleitoral: 0800 724 0101
« Última modificação: 19 de Agosto de 2006, 19:53:44 por Alenônimo »
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Mana Sibele

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #1 Online: 12 de Agosto de 2006, 15:01:26 »
Alenônimo vc vai fazer como eu vai votar no PN Partido Nulo 00 em 2006 :?:
A sociedade: a peuqena e a grande, tem a capacidade de adoecer o individuo como um todo.

ukrainian

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #2 Online: 12 de Agosto de 2006, 15:31:40 »
Lula de novo, com a força do povo! Four more years!

Offline Alenônimo

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #3 Online: 12 de Agosto de 2006, 19:06:13 »
É pra postar coisa útil aqui. Nada de papo-furado.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Alenônimo

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #4 Online: 12 de Agosto de 2006, 19:07:28 »
Alenônimo vc vai fazer como eu vai votar no PN Partido Nulo 00 em 2006 :?:
Se eu estou me dando ao trabalho de montar uma base de pesquisa sobre todos os candidatos envolvidos em escândalos, é claro que não.

Se você votar nulo e seu vizinho votar em um bandido, quem sai perdendo é você.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Diegojaf

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #5 Online: 12 de Agosto de 2006, 19:22:41 »
Bom link também: http://eleicoes.uol.com.br/2006/leis/

São as leis eleitorais mais interessantes...

Destaque pra uma que pode ser mais facilmente encontrada por aí:

Citar
Os candidatos estão proibidos de doar dinheiro, prêmios ou qualquer ajuda a pessoas físicas ou jurídicas. É vedada a confecção, utilização e distribuição de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros materiais.

Nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza. Os outdoors estão proibidos.

É proibida a realização de showmício e apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral.

Constituem crimes, no dia da eleição, arregimentação de eleitor ou boca de urna, divulgação de qualquer espécie de propaganda mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário.

POR FAVOR... tenham a decência de denunciar... Telefone: 0800 724 01 01 de 08 às 20:00 de Segunda à Sabado...

Sim, eles tiram a propaganda e sim, os candidatos/partidos pagam uma multa por isso...

Vamos ver se esses fdp´s param de colar essas coisas em todo canto... é poluição visual demais...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Rodion

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #6 Online: 12 de Agosto de 2006, 19:39:29 »
denuncio com prazer.
aliás, se fosse como antes, as ruas já estariam cheias de propaganda. não vi nenhuma, ainda.

ah, dá pra sentir a diferença...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Gil

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #7 Online: 13 de Agosto de 2006, 12:44:11 »
Se eu estou me dando ao trabalho de montar uma base de pesquisa sobre todos os candidatos envolvidos em escândalos, é claro que não.

Se você votar nulo e seu vizinho votar em um bandido, quem sai perdendo é você.

Boa!

Estive procurando mas não encontrei, seria interessante colocar a disposição a integra das entrevistas realizadas no Jornal Nacional.
Se eu não sei eu não digo nada.

Marcelo

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #8 Online: 13 de Agosto de 2006, 18:51:14 »
[li]A lista de 57 Sanguessugas[/li]
Esta lista já cresceu mais um pouquinho, já está chegando na casa dos 100. Calma, agente chega lá!
../forum/topic=7325.0.html

Offline El Duckzin

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #9 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:11:48 »
Citar
Lula de novo, com a força do povo! Four more years!

Sabe o que é engraçado, um cara que vota no PT e usa do inglês para fazer charme (...)

Já que o Lula é tão brasileiro, representa a imagem do povo, podiam usar do português não é mesmo..?! Ou a nossa lingua não é boa o suficiente, tem mesmo é que babar ovo pros americanos (...)

Essa foi foda companheiro (...)  :hein:
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Offline El Duckzin

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #10 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:15:48 »
Citar
DOS 72 SANGUESSUGAS, 64 SÃO GOVERNISTAS

Os 8 da oposição já são ex-oposição, pois PFL e PSDB decidiram expulsá-los



       O Governo Lula botou na cabeça mais uma carapuça: assumiu a impunidade dos membros da sua bancada, deputados e senadores que apóiam o Governo e que são 64 numa lista de 72. Os oito que pertenciam à Oposição, já não são oposição, uma vez que PFL e PSDB anunciaram antecipadamente que desligariam automaticamente seus membros que por acaso fossem indiciados pela CPI.

      As decisões do PFL e PSDB marcam o contraste com o PT e demais partidos governistas, que não apenas contemporizaram com os acusados como negaram os dois votos para que fosse unânime a aprovação do relatório da CPI dos sanguessugas: Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente do Ministro das Comunicações, Hélio Costa, votou contra, e o senador Sibá Machado (PT-AC) absteve-se.

      No jogo da corrupção, houve uma vitória estrepitosa do Governo sobre a Oposição, que teve apenas 10% dos acusados, mas, mesmo assim, com antecedência e bem antes dos seus nomes terem sido identificados, anunciou repulsa aos deputados e senadores denunciados.

      O Governo honrou mais uma vez sua condição de defensor da corrupção.


http://www.oposicao.com.br/news_view.asp?id={10E94317-13FF-4335-8B86-65FA0ECBC2B2}

ai ai ai (...)  :hein:
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Offline El Duckzin

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #11 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:22:18 »
Entrevistas com os Candidatos, feita pelo JN.

Entrevista com o candidato Geraldo Alckmin (picolé de xuxu)

Citar
William Bonner: Ao longo da campanha, o senhor tem apresentado números muito bons do combate a criminalidade em São Paulo. No entanto, o estado hoje pela terceira vez, desde o início de maio, foi aterrorizado por ataques de bandidos comandados, inclusive, de dentro das cadeias. A pergunta é: Em que aspecto o senhor considera que a política de segurança pública de São Paulo poderia servir de exemplo para o Brasil?

Geraldo Alckmin: Nós reduzimos, Bonner, de 1999 para cá, de 12,8 mil para 11 mil, 10 mil, 9 mil, 8 mil, terminamos o ano passado com 7,2 mil homicídios. Na capital, mais de 50%. Foram 90 mil criminosos tirados da rua e colocados nas prisões. Veja que não tem lógica, ladrão não ataca polícia. Ladrão foge da polícia e quer dinheiro, quer benefício material. Não tem sentido dar tiro em posto de gasolina, atacar polícia, tocar fogo. Ele não ganha nada com isso.

William Bonner: É um ataque terrorista, nesse sentido.

Geraldo Alckmin: Exatamente. São ações de guerrilha, ações terroristas, para quê? Para atemorizar o governo, o Ministério Público, aqueles que estão do lado da lei. E nós não podemos retroagir, não devemos retroagir, temos o dever de enfrentar.

William Bonner: Certamente a população de São Paulo não há de esperar que o governo recue numa situação como essa. Mas, de qualquer maneira, a despeito do investimento e dos números que o senhor apresenta, o fato é que só na primeira ação, na primeira onda de atentados, foram mais de 100 mortes em São Paulo. A população, certamente, se pergunta o que é que permitiu que as coisas chegassem a esse ponto, candidato, onde foi que houve falhas na política de segurança pública.

Geraldo Alckmin: É, foram 500 presos no estado de São Paulo. Essa é uma luta permanente que nós temos que vencer batalhas, todo dia. E digo mais, essa é uma questão, Bonner, de caráter nacional. Você tem uma demonstração localizada aqui, ali, mas todas as grandes cidades brasileiras têm problema de segurança. E se é uma questão dos brasileiros é uma questão do presidente da República. Eu, como candidato à presidente da República, não vou me omitir, vou estar à frente desse trabalho. Legislação, toda ela é federal. Nós podemos melhorar a legislação para apertar o crime organizado. Polícia de fronteira, porque atrás de tudo isso você tem tráfico de droga e tráfico de armas e é importante o policiamento de fronteira. Exército e Polícia Federal. Recursos do fundo de segurança e do fundo penitenciário; inteligência; banco de dados. Pretendo assumir essa responsabilidade. Essa é hoje uma prioridade dos brasileiros e vai ser uma prioridade do meu governo. Não vou me omitir, não vou me esconder e vou liderar esse trabalho.

Fátima Bernardes: A gente ouviu, no início do jornal, queixas em relação à falta de investimento do governo federal e o senhor voltou a falar nisso. Mas, quando o senhor saiu do seu governo em São Paulo havia uma sobra, dita pelo senhor, de R$ 2 bilhões. Esse dinheiro não dava para ser usado, de alguma forma, enquanto essas verbas federais não chegavam?

Geraldo Alckmin: Não, o estado não tem sobra, Fátima. Nós investimos R$ 9,5 bilhões por ano; 7,5 bilhões a Secretaria de Segurança Pública e quase R$ 2 bilhões a Secretaria da Administração Penitenciária. O que está havendo hoje é o crime organizado, verdadeiras máfias, tentando fazer o governo recuar, jogando, tentando até jogar a opinião pública contra o governo. E cabe a nós enfrentarmos, não ter medo de cara feia, enfrentar o problema, agir de forma firme, prestigiar a polícia e prender. Essa questão dessa noite, já foram 12 presos, dois mortos no combate e esses 12 vão dizer quem mandou. E você vai chegando à cúpula, e colocar em penitenciária de segurança máxima.

Fátima Bernardes: Candidato, o senhor defende um banho de ética na política brasileira. Mas, em 1998 o senador Eduardo Azeredo, do seu partido, beneficiou-se do Valerioduto. Por que o PSDB não teve com ele a mesma firmeza que acabou cobrando do governo Lula em relação ao Mensalão?

Geraldo Alckmin: Olha, primeiro são coisas totalmente diferentes. Eu não justifico erro, não tenho compromisso com erro e punição, Fátima, é para todo mundo. Pode ser de qualquer partido, inclusive do meu partido. Agora, Mensalão é corrupção, é roubo, uma coisa totalmente inadmissível.

Fátima Bernardes: Mas no caso do Governo de Minas o que aconteceu também foi uso de dinheiro público. Porque, no caso, os empréstimos feitos pelo senhor Marcos Valério para ajudar na campanha de reeleição do governo Lula oferecia, como garantia desses empréstimos, contratos que ele tinha com as secretarias de estado. Isso também não é dinheiro público?

Geraldo Alckmin: É, na realidade, responderá pelo ato dele. Não tenho compromisso com erro. Se houve erro, eu acho que ele já se explicou, mas se houve erro, se ficar provado, vai responder por isso. Eu acho que o Brasil, nós temos que ser firmíssimos. Eu aprendi com meu pai: dinheiro público é sagrado. E hoje nós temos uma praga no Brasil que é a tal da corrupção. Hoje mesmo, acabou de ser divulgado, só no Sanguessuga quatro ministros envolvidos num, exclusivamente, num caso de corrupção.

William Bonner: Agora candidato, durante a sua gestão à frente do governo de São Paulo, a Assembléia Legislativa de São Paulo deixou de levar a diante por obra de seus aliados, por ação de seus aliados na assembléia, 60 CPIs que investigariam acusações ao seu governo. Por que isso?

Geraldo Alckmin: Bonner, primeiro a assembléia é um outro poder. O governador não manda na assembléia. Aliás, os nossos secretários do estado, ao longo de 12 anos do mandato do Mário Covas e meu, sempre prestaram contas à sociedade paulista. Agora, essas sessenta e tantos pedidos de CPI, você tem quatro, cinco para a mesma coisa. Por exemplo, CPI para investigar a contaminação do solo, CPI do apito de futebol, CPI de multa de trânsito, CPI, tem CPI de tudo. A maioria nem se relaciona com o governo do estado. E nós não podemos transformar a CPI em luta política. Hoje, qual a tese do PT? Antigamente era: somos diferentes de todos. Agora é: somos todos iguais. Não, não, não. Não somos todos iguais, não aceitamos isso. A assembléia, se quiser, pode investigar o que quiser, até porque o nosso governo é transparente, não temos nada a esconder, 12 anos de trabalho aprovado pelo povo de São Paulo.

Fátima Bernardes: Candidato, o senhor está falando em investigação. Durante o seu governo, as verbas de publicidade da Nossa Caixa, elas foram usadas para anúncios em veículos pequenos de comunicação de aliados seus. Como fica essa questão para um candidato que pretende varrer a corrupção de Brasília?

Geraldo Alckmin: Olha Fátima, primeiro o governo do estado ele é o que menos investe em publicidade. São Paulo tem um orçamento de R$ 81 bilhões, maior que a Argentina em termos de PIB, renda per capta, população, e gasta menos que municípios de capitais brasileiras, um dos que menos gasta. Aliás, esse ano, até menos do que o ano passado. A Nossa Caixa é um banco que foi o primeiro a entrar no novo mercado, governância corporativa, transparência absoluta, ela tem critérios próprios de publicidade. Aliás, muito bem colocados e privilegiando grandes veículos de comunicação.

William Bonner: Mas então, o que teria havido no caso da Nossa Caixa? Porque esses veículos eram pequenos, não tinham representatividade e ainda assim o senhor disse que, com critérios técnicos, eles foram escolhidos para os anúncios. E houve ainda outra irregularidade em relação a contas da Nossa Caixa. Porque as agências de publicidade, durante dois anos, movimentaram aí dinheiro público, R$ 20 milhões, sem contrato.

Geraldo Alckmin: Bonner, é importante esclarecer isso até para o telespectador. Primeiro, essa questão do contrato. A Nossa Caixa fez um contrato de publicidade, uma licitação, fazendo por um ano e meio podendo prorrogar por mais um ano e meio. Portanto, é questão meramente burocrática. Se ela tivesse prorrogado, e estava previsto no contrato a prorrogação, nenhum problema. Estava prevista a prorrogação. Houve um erro formal, nenhum prejuízo para a sociedade. Houve erro formal. A própria Nossa Caixa percebeu, olha, passaram-se alguns meses e o contrato não foi renovado. Ela mesma interrompeu o contrato, abriu uma sindicância, puniu um funcionário e abriu uma nova licitação. Não há nenhum prejuízo, uma questão burocrática, o contrato poderia ter sido prorrogado. Ele era previsto.

William Bonner: E com relação a aposentadoria. O seu partido aprovou aí um aumento para todos os aposentados, que significaria um roubo de R$ 7 bilhões nas contas públicas, porque aquilo não estava previsto em orçamento. Quando o PSDB era governo, ele não agia dessa forma e tanto o senhor quanto o seu partido condenaram o veto que o presidente Lula se viu a fazer, nesse caso. Por que isso? Qual é a explicação para isso?

Geraldo Alckmin: Eu faria tudo para pagar esse reajuste, tudo o que eu pudesse. Veja bem, o governo gastou R$ 20 bilhões, 1% do PIB, com todo mundo. Deu aumento para funcionário, fez convênios, liberou recursos para municípios. Depois que ele gastou R$ 20 bilhões, ele virou para os aposentados e disse: olha, eu não tenho dinheiro para vocês. Não tem R$ 7 bilhões para os aposentados que ganham dois salários mínimos, em média, do INSS. Mas acabou de aprovar R$ 9,5 bilhões da Petrobras para o fundo de pensão da Petrobras. O acionista majoritário da Petrobras é o governo. Então usa dois pesos e duas medidas.

Fátima Bernardes: E por que nos oito anos anteriores do governo do PSDB isso não chegou a ser feito, um aumento significativo como esse não chegou a ser dado?

Geraldo Alckmin: O governo do Fernando Henrique sempre procurou dar reajustes. E um erro também não justifica o outro.

William Bonner: Mas eles ficaram sempre abaixo, não candidato?

Geraldo Alckmin: O que é incorreto é a forma, quer dizer, você libera R$ 20 bilhões, depois diz que não tem dinheiro para o aposentado. Não tem R$ 7 bilhões para quem ganha pouco, mas tem R$ 9,5 bilhões para completar o fundo de pensão da Petrobras.

Fátima Bernardes: Uma pergunta sobre Educação, candidato. Por que o estado mais rico do Brasil, ele não tem resultados bons na Prova Brasil, tem resultados ruins e é o estado que realmente tem mais dinheiro?

Geraldo Alckmin: Não, o estado de São Paulo é o primeiro do Saeb.

Fátima Bernardes: Não, não, da Prova Brasil, que mede de quarta a oitava com uma amostragem diferente...

Geraldo Alckmin: Do Saeb, que avalia sistema de educação, São Paulo é o primeiro do Brasil.

Fátima Bernardes: Mas a avaliação do desempenho dos alunos de quarta a oitava, eu tenho aqui para o senhor ver, são sexto em português e sétimo em matemática na quarta e na oitava é oitava em língua portuguesa e décima em matemática.

Geraldo Alckmin: Eu não tenho exatamente esse dado. Agora, o Saeb, que é o último que nós temos, que avalia todo o sistema de educação, São Paulo é o primeiro do país. Nós passamos as escolas de quatro para cinco horas/aula. Três dias por semana, seis horas/aula. A partir desse ano 520 escolas em tempo integral. Criamos a rede técnica, as faculdades de tecnologia, toda a prioridade à educação.

Fátima Bernardes: Para encerrar, então, candidato, queria que o senhor dissesse, no fim de quatro anos de governo, o que o senhor espera ter como marca no seu governo?

Geraldo Alckmin: Olha, eu quero dizer a todos os brasileiros, o nosso compromisso é com o crescimento. O Brasil perde oportunidades, é o último da fila, não tem o projeto nacional de desenvolvimento. Eu vou ter como obsessão crescimento. Emprego, renda, trabalho e os três serviços públicos de qualidade. Saúde: de cada dez pessoas, sete são atendidas pelo SUS. Educação e assumir responsabilidade em segurança pública. Não fugir, não se omitir, mas liderar o combate e melhorar a segurança pública. E, se Deus quiser, vamos conseguir.

Vini Vid Vicious (...)

Offline El Duckzin

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #12 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:23:58 »
Entrevista com a cadidata Heloisa Helena (bicha arretada)

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Fátima Bernardes:  Candidata, no mês passado, a senhora disse que não discutiria com o ministro das Relações institucionais, Tarso Genro, porque ele era um empregadinho do presidente Lula. A senhora considera essa expressão ofensiva aos brasileiros, já que a maioria deles também é formada por empregados?

Heloísa Helena: Não, eu até me arrependo de ter usado o termo empregadinho por uma motivação óbvia. Eu respeito muito as pessoas simples e humildes que nasceram inclusive como eu. Mas eu não posso aceitar que os ministros, com tantos problemas que existem no Brasil, eu já disse várias vezes que eu não quero bater boca com ministro, acho que eles não podem se comportar como moleques de recado do presidente da República. Eles podem ter uma oportunidade civilizada, franca, qualificada de debater com o presidente da República e não ficar no bate-boca.

Fátima Bernardes: Além dessa expressão empregadinho, que a senhora até há de considerar meio preconceituosa, a senhora usou outras expressões como safados, lacaios, imbecis. Essas expressões não mostram uma certa falta de tranqüilidade?

Heloísa Helena: Não, sou uma pessoa absolutamente tranqüila, agora eu não sou uma pessoa fingida e dissimulada. Eu sei que no mundo da política é um espaço muito sedutor para aqueles que abraçam pela frente e esfaqueiam pelas costas. E eu me sinto igualzinha à grande maioria das mulheres brasileiras, que não aceitam a mentira, a vigarice política, a traição. Eu apenas posso ter o defeito de ser muito franca daquilo que realmente eu acredito. Agora, é inaceitável os ministros com tantos problemas no Brasil, imagina, saírem por aí espalhando que eu vou tirar os estudantes das universidades, que mal estão nas universidades através de 200 mil bolsas do Pró-Uni, eu jamais retiraria. Quem teve uma infância como eu, quem passou a situação como eu passei, com uma mãe costureira, virando noites em uma máquina de costura pra levar meu irmão a concluir medicina, eu enfermagem. Eu sou professora da universidade. Espalhar pelo Brasil, pelo Nordeste brasileiro que eu vou acabar com o Bolsa Família, que muitas vezes é a única coisa de uma mãe pobre, um pai pobre colocar na mesa do filho simplesmente porque eu digo que o Bolsa Família não pode ser um incentivo pra vivência dolorosa da gravidez na adolescência, tem que estar junto com escola integral para que a menina possa escolher se vai ser uma cientista no futuro, uma bailarina, uma música ou esportista, junto com a capacitação profissional, com a inserção no mundo do trabalho, inclusão no emprego. Então agüentar isso realmente fica muito difícil.

William Bonner: Está esclarecida a questão do Bolsa Família.

Heloísa Helena: Eu só não tenho tolerância com quem é chegado a vigarice política, ao banditismo, isso realmente eu não tenho tolerância.

William Bonner: A sua experiência num cargo executivo tem 14 anos. Foi na prefeitura de Maceió como vice. A senhora se considera plenamente preparada para exercer a presidência da República?

Heloísa Helena: Absolutamente preparada porque senão, sinceramente, eu não seria candidata.

William Bonner: A senhora considera que a experiência administrativa, a experiência num cargo executivo não é necessária para o exercício da presidência da República?

Heloísa Helena: Não, porque se fosse assim objetivamente teria um problema grave em relação à eleição de várias pessoas. O Fernando Henrique que nunca tinha tido cargo executivo, o presidente Lula.

William Bonner: A senhora apontaria como exemplos positivos de administração essas pessoas?

Heloísa Helena:  Não, eu só digo uma coisa a você. Eu não sou mercadora de ilusão, não sou cínica e mentirosa, jamais disponibilizaria meu nome e o programa ao povo brasileiro se eu não me sentisse plenamente capacitada de cumprir essa tarefa. Eu digo sempre duas coisas. Eu estou absolutamente preparada para estar no Palácio do Planalto, enfrentando os sabotadores do desenvolvimento econômico, viabilizando a democratização da riqueza, a reforma tributária, a política de saúde, a educação, a segurança pública, investimentos na indústria, no comércio, no que gera emprego e renda para o meu Brasil e se eu tiver que voltar à sala de aula eu também estarei lá de cabeça erguida tratando dos temas que são importantes na Universidade Federal de Alagoas.

Fátima Bernardes: Vamos falar então do seu programa. O programa de seu partido falando de reforma agrária diz que não existe saída para o campo brasileiro sem a expropriação das grandes fazendas, sejam elas produtivas ou não. A senhora vai tomar terras de proprietários rurais que produzem e empregam?

Heloísa Helena: Eu não posso meu amor, porque a Constituição proíbe. Programa de partido se trata de objetivos estratégicos do partido. Não tem nada a ver com programa de governo. Seria impossível fazer a expropriação de terra, a não ser que tenha trabalho escravo ou plantação de maconha. Porque eu não sou favorável ao narcotráfico, pelo contrário, vai ter um combate implacável ao crime organizado se eu tiver a honra de chegar à presidência da República. Diferente. A Constituição do Brasil é muito clara. Porque eu tenho obrigação de conhecer a ordem jurídica vigente, a legislação do meu país. A Constituição do país é clara: terra improdutiva passível de reforma agrária. A nossa proposta de reforma agrária, ela se trata no sentido de assentar 1 milhão de famílias que daria 200 mil famílias, ou seja, 1 milhão de pessoas.

Fátima Bernardes: Não seria incoerente candidata, ter visto no programa, quer dizer, não pode levar o eleitor a pensar o seguinte. Que outros itens do seu programa, do partido que a senhora ajudou a fundar, a senhora poderia dizer que não pretende cumprir?

Heloísa Helena: Não. Veja só uma coisa. Talvez quem não é militante de partido, não entenda muito isto. Os objetivos estratégicos de um partido, por exemplo, eu sou uma socialista por convicção, eu digo sempre que aprendi na bíblia antes de ler os clássicos da história socialista a ser uma socialista. Acho que nada de mais belo existe, a mais bela declaração de amor à humanidade de cada um conforme suas possibilidades e para cada um conforme sua necessidade. Objetivo estratégico é algo que você pensa em implementar em 30 anos, 40 anos.

William Bonner: Não necessariamente constitucionais candidatas.

Heloísa Helena: Claro. O programa de governo é outra coisa. Programa de governo não pode estar distanciado da legislação em vigor do país. Qualquer questão, quer seja as relações internacionais do Brasil, a autodeterminação dos povos, o que está na área de segurança, de saúde, de educação, nada pode ser feito além daquilo que a legislação em vigor no país.

William Bonner: A senhora fala em socialismo. A senhora é uma socialista por convicção. O P-Sol e a senhora defendem o socialismo, mas não defendem nenhum regime totalitário. E também não defendem uma forma democrática. Social-democracia também não é defendida pela senhora. A pergunta que se coloca é a seguinte: estamos no momento eleição. Qual o modelo de país que a senhora apresentaria como um exemplo para os brasileiros e dissesse assim: “este é o modelo que o P-SOL defende para o Brasil”.

Heloísa Helena: Meu amor, olha, a transposição mecânica de experiências históricas é uma fraude política e desonestidade intelectual que eu jamais poderia compartilhar.

William Bonner: Mas na vida prática não há um modelo em vigor?

Heloísa Helena: Meu amor, deixa eu dizer uma coisa. Não há no planeta Terra nenhuma experiência socialista. Então seria desonestidade intelectual da minha parte e desconhecimento de toda a tradição socialista dizer que eu vou implementar o socialismo. O que eu digo várias vezes, eu não nego minhas convicções, acho inclusive que com essa estrutura anátomo-fisiológica eu não vou vivenciar a mais bela declaração de amor à humanidade. Hoje eu luto pela democracia. A democratização da riqueza, das políticas sociais, da informação e da cultura. Da terra e do espaço bom, porque a democracia no Brasil não existe.

William Bonner: Senadora, me permita. É o momento de esclarecer.

Heloísa Helena: Por isso que eu estou esclarecendo. A democracia não se consolida porque nós estamos falando o que pensamos. A democracia de um país não se consolida quando 48% de toda a riqueza produzida nacionalmente ela é apropriada por 0,005% das famílias brasileiras. Então quando eu digo que é importante baixar a taxa de juros para que nós tenhamos 60 ou 70 bilhões de dinheiro novo e limpo, não para colocar nas peças íntimas de vestuário masculino, comprar parlamentação de suga ou mensaleiro, mas para investigar no que dinamiza a economia local, gera empregos, gera renda, possibilitar a educação. Veja que coisa maravilhosa, tem lógica um país que investe dez vezes mais pagando juros da dívida do que toda área da educação? A educação infantil - que é creche, escola - ensino fundamental, ensino profissionalizante, educação de jovens e adultos, ensino médio, produção de ciência e tecnologia que vocês estavam a pouco falando das incubadoras para a nossa juventude. Existe democracia num país onde mais da metade dos jovens brasileiros passam o dia todo sem fazer nada, nem estudam, nem trabalham?

Fátima Bernardes: Candidata, vamos voltar à questão. Este ano que passou agora com integrantes de declarações suas. Os integrantes do movimento MLST invadiram e depredaram o prédio do Congresso. A senhora se manifestou num discurso no plenário contrária àquela ação, mas ao mesmo tempo disse que o endereço estava errado. Que o endereço seria o Palácio do Planalto do outro lado da praça.

Heloísa Helena: O endereço não para destruição de prédios públicos.

Fátima Bernardes: A senhora é favorável à invasão de prédios públicos?

Heloísa Helena: Minha filha, deixa eu dizer uma coisa. Veja, eu tive um filho que passou 15 dias em coma com traumatismo craniano. Imagina como eu me sentiria se fosse o meu filho que fosse apedrejado com paralelepípedo, tivesse um traumatismo craniano ou se fosse o meu filho, o fotógrafo jogado por uma escada que ficasse andando nos corredores do Senado em uma cadeira de rodas.

William Bonner: A sua condenação à violência foi enfática, senadora, no seu discurso. Mas a pergunta é específica sobre a invasão de prédios públicos.

Heloísa Helena: Não, a ocupação de prédios públicos... eu, se tiver a honra de chegar ao Palácio do Planalto, isto não vai acontecer, porque a ocupação de terras improdutivas ou de espaços públicos só se dá quando os governos são tão incompetentes, irresponsáveis e insensíveis, que montam um mapa da reforma agrária conforme a violência.

Fátima Bernardes: Candidata, é muito difícil a senhora prometer que não vai haver invasão de prédios públicos.

Heloísa Helena:  Eu estou dizendo que eu vou antecipar.

Fátima Bernardes: Mas a reforma agrária não se faz no primeiro dia, candidata.

Heloísa Helena: Mas eu tenho que entender mais de reforma agrária do que você, danadinha.

Fátima Bernardes: Longe de mim, eu me coloco aqui no papel de um eleitor, de um telespectador em dúvida apenas.

Heloísa Helena: Você tem razão, porque não é fácil, você ter que fazer todo o processo de desapropriação, você tem que analisar, eu sei que tem todo um processo de desapropriação, mas tenha certeza, o problema das ocupações de terra no Brasil, da violência no campo, eu digo pra você, com a sinceridade de uma mãe. O problema é que os governos passam a fazer a desapropriação de terra, os assentamentos que não são assentamentos, são verdadeiras favelas rurais, porque reforma agrária não é só a distribuição de terra. É saneamento agrícola, é crédito, infra-estrutura, é impossível as pessoas permanecerem nas favelas rurais como está acontecendo no país.

Fátima Bernardes: Para que a gente não deixe de fazer um fecho para a sua entrevista, eu gostaria que a senhora dissesse em 30 segundos para o eleitor o que a senhora considera um bom governo.

Heloísa Helena: Um governo que possa acolher as crianças brasileiras e a juventude brasileira, do mesmo jeito que eu, mãe, acalento os meus próprios filhos. E eu quero também agradecer o carinho, a delicadeza, as flores e os beijinhos que a gente tem recebido nas nossas caminhadas pelo Brasil. É uma luta que tem que fazer nascer um Davi por dia nos nossos corações, nós estamos firmes, fé em Deus e fé na luta do povo sempre.

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #13 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:30:14 »
Entrevista com o candidato Cristovam Buarque (mesmo mesmo ou disco riscado)

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William Bonner: O senhor já teve duas oportunidades de executar, de pôr em prática as suas idéias. Como governador do Distrito Federal e como Ministro da Educação do presidente Lula. Como governador o senhor não conseguiu se reeleger, não passou na prova das urnas no fim do mandato. Como ministro, o senhor foi demitido pelo presidente Lula. Como é que o senhor se credencia à Presidência?

Cristovam Buarque: Porque nos dois cargos eu cumpri tudo o que prometi.

William Bonner: Tudo?

Cristovam Buarque: Tudo. Quando eu estava no governo, em quatro anos criei a Bolsa Escola, criei a Bolsa Escola, implantei.

William Bonner: Mas o Bolsa Escola não foi uma criação do prefeito de Campinas?

Cristovam Buarque: Não, o Bolsa Escola surgiu em 1986, quando eu era reitor, publiquei um livro dizendo isso, e no primeiro dia de meu governo eu lancei. Campinas, pouco depois e eu fui lá ajudá-los. E lá não foi Bolsa Escola. Lá foi um programa também assistencial porque era na Secretaria de Assistência. Na Secretaria de Educação, comprometido com a educação e dentro da bolsa investindo na educação, só eu que fiz. Agora, não foi só isso. Ampliamos a jornada, aumentamos 64% do salário do professor, criamos o Poupança Escola. Toda criança da Bolsa Escola recebia, no final do ano, se passasse de ano, o dinheiro na caderneta de poupança.

William Bonner: Certo candidato. Então o senhor se candidatou à reeleição.

Cristovam Buarque: E perdi.

William Bonner: E perdeu. Por que? O senhor não encara isso como uma demonstração de que o senhor foi reprovado pelos seus eleitores?

Cristovam Buarque: Não, porque até o último momento as pesquisas me davam como vitorioso. E eu não menti.

William Bonner: Mas na hora da contagem...

Cristovam Buarque: Não, muito simples, eu errei do ponto de visto político, acertei do ponto de vista moral. Me neguei a dizer que daria um aumento de 28% aos funcionários. O meu opositor disse que daria e não deu. Isso levou 15 mil pessoas, pelo menos, a mudar de lado. As pesquisas me davam como vitorioso, eu saí do governo com 83% de aprovação. Então, não considero que foi um fracasso. Tanto que, quatro anos depois, eu fui eleito com a maior votação que o Distrito Federal já deu a um político que foi como senador. Quanto ao Senado e quanto ao Ministério, quando eu cheguei lá eu peguei o programa de governo do Lula e disse: ‘Isso é para valer’. E comecei a executar. Criei o programa de certificação federal do professor, que é o passo do que eu chamo de federalização, criei o programa de erradicação do analfabetismo em quatro anos, que o presidente em março já disse que eu queria comer cru, que quem come apressado come cru. Criei o programa de escola ideal...

William Bonner: Mas o senhor foi demitido pelo presidente...

Cristovam Buarque: Sim, claro, porque incomodei demais o presidente.

Fátima Bernardes: Por que então o senhor não pediu demissão?

Cristovam Buarque: Porque eu ia brigar para fazer. Eu queria ficar na história desse país como o ministro que erradicou o analfabetismo. Esse era o sonho, sabe porque? Porque o resto leva 15 anos para fazer. O ministro anterior ficou oito anos, eu fiquei 12 meses. Agora, eu comecei tudo. Tudo o que precisava eu queria, eu comecei. Comecei com o MEC e aquilo que não dava para fazer no MEC, que precisava de lei, eu dei entrada na Casa Civil. Lá na Casa Civil, nas gavetas da Casa Civil tá o projeto de escolas quatro anos, o projeto de um ano a mais no Ensino Médio, com a formação.

William Bonner: Projetos né, candidato?

Cristovam Buarque: Não, claro, mas é o presidente que manda para o Congresso. Mas o ministro não pode mandar projeto para o Congresso. E o que é que o presidente mandou dizer para mim? Que isso ia atrapalhar a reeleição dele porque ia chegar ao prefeito que não ia gostar. Então eles pararam. Eu incomodei tanto que eu saí e sinceramente não me arrependo.

Fátima Bernardes: Mas o senhor não teve uma dificuldade com o que é executável? Quer dizer, muitos criticam que o senhor é um homem de idéias mas que falta uma habilidade executiva...

Cristovam Buarque: Não, não, ao contrário. Do ponto de vista executivo eu fiz tudo. Faltou habilidade política. E eu não queria ter habilidade política dentro de um governo que não dava prioridade à Educação.

Fátima Bernardes: E essa habilidade política não vai ser necessária ao senhor como presidente?

Cristovam Buarque: Como presidente, como presidente eu não vou nomear, eu vou nomear o ministro. Eu não vou ser demitido pelo presidente. É claro que eu fiz tudo o que era preciso. Agora, não tive habilidade para entrar naquele meio que é o PT. Sempre que fui um PT eu ia de fora. Não tive e felizmente não tive. Imagine que eu tivesse tido e estivesse lá ainda hoje.

William Bonner: Agora, candidato, a sua principal bandeira nessa campanha, a sua marca registrada é educação. O senhor fala em resolver o problema do analfabetismo, tirar do analfabetismo de 15 a 20 milhões de brasileiros. Agora, durante essa sua permanência no Ministério da Educação, o analfabetismo no Brasil não caiu.

Cristovam Buarque: Caiu.

William Bonner: Não caiu, segundo o IBGE, não.

Cristovam Buarque: Um momento, 3 milhões era a meta. Eu coloquei 3,2 milhões em sala de aula. A meta era 3 milhões.

William Bonner: Candidato, o senhor me permite, eu tenho números aqui do IBGE, colhidos. Em 2003, no início do mandato do presidente Lula e da sua gestão no Ministério, eram 14,635.519 milhões analfabetos no Brasil. São pessoas com mais de 15 anos de idade. Em 2004, no ano seguinte, eram 14,650.997 milhões. São mais de 15 mil brasileiros a mais...

Cristovam Buarque: Primeiro, eu queria dizer o seguinte, esses termos absolutos, é que a população cresce e no Brasil é uma torneirinha aberta.

William Bonner: Certo, mas não caiu né?

Cristovam Buarque: Não, caiu porque estava na escola. Eu botei 3, 2 milhões estudando para sair do analfabetismo. Outros entraram. Saem e entram todos os dias porque a erradicação do analfabetismo, para valer, só quando fizer aquilo que eu defendo, gente, uma revolução na educação de base. Tem uma torneirinha aberta. Todos os dias saem jovens, virando adultos analfabetos. Você tem que erradicar o analfabetismo, 15 milhões, a meta era 3 milhões eu botei 3,2 milhões e além disso fechar a torneirinha. Como é que fecha a torneirinha? Comecei a escola ideal, seis horas de aula por dia. Começamos em 29 cidades. Levaria dois anos com essas 29 cidades. Em 15 anos, 5,561 mil cidades teriam horário integral.

Fátima Bernardes: No seu projeto, o senhor defende a federalização do ensino, não é, no Ensino Médio? Brasília passaria a controlar as escolas Brasil afora?

Cristovam Buarque: Não, não, não. Mantém-se a descentralização gerencial. O prefeito é gerente. Eu até defendo que, em alguns casos, o pai e os professores sejam os donos da escola, gerencie. Agora, definem-se três padrões mínimos para todas as escolas do Brasil. O padrão de salário e de formação. O padrão de conteúdo e o padrão de edificações e equipamentos.

Fátima Bernardes: Mas isso é federalização?

Cristovam Buarque: Eu chamo federalização, pode-se inventar outro nome. Você já reparou que uma agência do Banco do Brasil é igualzinha em qualquer lugar que você for? O funcionário do Banco do Brasil ganha o mesmo salário, não importa a cidade rica ou pobre onde ele trabalha. Ele passou num concurso federal. Vocês já repararam isso? O computador dele é bom. Por que a gente sai da agência do Banco do Brasil, entra numa escola e ela é completamente diferente?

Fátima Bernardes: Mas não tem as peculiaridades regionais que precisam ser respeitadas?

Cristovam Buarque: Claro que tem que ter. Até o Banco do Brasil tem. O conteúdo mínimo. Toda criança tem que aprender a ler antes dos sete, oito anos de idade, em qualquer cidade do Brasil. Hoje é impossível, sabe porque? Porque a desigualdade de uma cidade para outra é muito grande e a vontade de um prefeito para o outro é muito grande. Você tem que ter uma lei de responsabilidade educacional. O prefeito que não cumprir metas federais fica inelegível. Não existe uma lei federal de responsabilidade fiscal? Porque não tem uma lei federal de responsabilidade educacional de tal maneira que um programa que vá durar 15 anos, vai levar 15 anos, não faço demagogia, 15 anos. Se leva 15 anos, é preciso que de um prefeito para o outro continue. E isso a gente não tem hoje. Por que? Porque o governo federalizou os aeroportos. Já pensou se cada cidade fizesse o aeroporto como quer? A Caixa Econômica é federal, o aeroporto é federal, banco é federal. Por que criança não é tratada com o carinho de um presidente da República? Por que? É preciso fazer com que educação básica seja uma responsabilidade do presidente. Aí definem-se metas para o país inteiro. Padrões para o país inteiro. Toleram-se as diferenças de cada um.

Fátima Bernardes: Um projeto seu como senador foi aprovado agora, que é do aumento do salário-mínimo federal de R$ 800. De onde viria esse dinheiro e quanto isso representaria de aumento de gastos?

Cristovam Buarque: Para fazer isso, vai custar R$ 1,5 bilhão. Isso é aos poucos, isso não é de repente. O Brasil gasta R$ 5 bilhões em repetência.

William Bonner: Mas não há previsão orçamentária para isso...

Cristovam Buarque: Não tem é para esse orçamento. Eu quero ganhar para colocar no próximo. R$ 700 bilhões. Não gasta 1%. Vocês têm três filhos. Se colaborassem 1% a mais para melhorar a escola, vocês não gastariam?

William Bonner: Evidentemente que sim. O problema, candidato, é que a partir do momento em que o senhor estabelece que o poder público, poder Executivo vai bancar um projeto, não é natural que a população lhe pergunte: ‘Mas de onde vai sair este dinheiro’?

Cristovam Buarque: Mas vocês não perguntaram de onde, vocês perguntaram se existia...

Fátima Bernardes: De onde, qual é o peso disso?

Cristovam Buarque: De diversos lugares. Por exemplo, hoje se faz uma renúncia fiscal de R$ 35 bilhões, porque a gente não pode ter a R$ 7 bilhões para educação? R$ 7 bilhões. Hoje as estatais têm um lucro de quase R$ 30 bilhões. O governo federal acabou de gastar R$ 9 bilhões para cobrir um rombo do fundo de pensões de uma estatal. R$ 9 bilhões. Eu falo em R$ 7 bilhões. Não só para o salário. Para o salário, para construir escola, para botar horário integral, para tudo isso. R$ 7 bilhões é 1% do orçamento.

William Bonner: O senhor não acha que isso pode frustrar os eleitores? Eu fico imaginando a situação daquele professor que imagina assim: ‘Opa, um salário-mínimo de R$ 800, o governo vai me dar’. Mas, se não há previsão orçamentária, não se sabe ainda de onde vai sair esse dinheiro...

Cristovam Buarque: Olha, eu achava que o Lula ia fazer uma coisa que seria revolucionária. Transformar necessidade em demanda. Quando você cria essa lei, cria essa demanda. As pessoas vão pedir, o dinheiro vai aparecer. Agora, quando você não cria uma lei como essa, você não demanda, você necessita. E necessitado fica de fora. Por exemplo, quem tem dinheiro no bolso entra no supermercado e demanda. Quem não tem dinheiro no bolso fica na calçada e necessita. A gente tem que trazer quem ta fora para dentro. Professor tem que virar gente nesse país porque a pergunta mais séria é porque é que não teve ainda um salário-mínimo para professor, gente? Tem para toda profissão. Por que? Porque deixou-se que é um critério municipal. Vamos definir um salário para professor, a nível federal. Professor merece. Outra coisa. O futuro do Brasil tá no professor. A gente quando faz um viaduto, uma estrada, leva de um lugar para o outro. Mas do presente ao futuro, só a escola, só o professor.

Fátima Bernardes: O senhor está falando de um assunto que é quase que unanimidade, as pessoas realmente pensam em educação.

Cristovam Buarque: Sabe que não é unanimidade. Se não eu não estava com 1% nas pesquisas...

Fátima Bernardes: Exatamente o que eu ia perguntar. Por que o senhor atribui, onde o senhor estaria errando para que a sua pesquisa não saísse desse patamar de 1%?

Cristovam Buarque: Porque, por incrível que pareça, é uma novidade?

Fátima Bernardes: O que é uma novidade? A sua candidatura?

Cristovam Buarque: Ter um presidente que diga que educação é prioridade.

William Bonner: É a isso que o senhor atribui?

Cristovam Buarque: Não, nenhum disse. Acabou de ver aqui, o Alckmin. Ele tá falando gestão, foi uma crise de gestão, economia. Nenhum fala educação. Eu estou aqui porque eu quero mudar o meu país. E só tem um jeito de mudar. É uma revolução na educação.

William Bonner: Eu gostaria de saber então, esta é sua prioridade, educação. Qual é a sua segunda prioridade?

Cristovam Buarque: Todas as outras. Mas são obrigações. Tem que cuidar da economia, da saúde, da escola, da estrada. Agora, mudar, fazer um Brasil novo. O Brasil bate numa parede. A gente cresce mas não distribui. A gente faz estrada, mas tem que fazer cadeia. Vocês viram o noticiário até a pouco. O noticiário só tem corrupção, só tem desperdício, perda. Sua educação é que vai revolucionar o Brasil.
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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #14 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:31:43 »
Entrevista com o cadidato Lula (drunkass, bebum, ladrão, etc)

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William Bonner: Candidato, o Ministério Público denunciou o que ele chamou de uma quadrilha de 40 integrantes, que teria como núcleo central, nas palavras do procurador, o seu ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu e dirigentes do PT, José Genuíno, Silvio Pereira, Delúbio Soares. Segundo a denúncia, eu vou ler um trechinho, os objetivos deles, desse núcleo eram: desviar recursos de órgãos públicos e de estatais para pagar dívidas do PT antigas e novas despesas. Tanto da campanha do PT quanto de partidos aliados. E ainda, segundo o procurador. O objetivo deles era garantir que o PT continuasse no poder comprando o apoio de outros partidos, numa referência ao mensalão. Candidato, diante de uma acusação tão dura quanto essa, que parte de um órgão politicamente independente. Como fica a questão ética, uma bandeira, um carro-chefe das suas campanhas eleitorais.

Lula: O órgão independente onde o procurador-geral foi escolhido por mim sem que eu sequer o conhecesse. Uma demonstração de que o combate à ética significa você permitir que as instituições façam as investigações que possam e precisam fazer. E você sabe perfeitamente bem que o nosso governo, a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União têm trabalhado de forma excepcional para desvendar toda e qualquer denúncia. Obviamente que eu lamento profundamente que companheiros tenham feito coisas que ainda vão ser julgadas, porque há outra uma instância no Supremo Federal, mas nós facilitamos que tudo fosse investigado, afastamos todas as pessoas que estavam na ossada do presidente da República, é o que eu posso fazer, facilitamos o trabalho de todas as CPIs, eu duvido que alguém encontre um deputado que eu procurei para conversar sobre a CPI. A CPI fez seu relatório, mandou para o Ministério Público, o Ministério Público analisou e pediu o indiciamento das pessoas. Agora eu vou ser julgado. 

William Bonner: Ainda não chegaram à conclusão.

Lula: Isso, não chegaram à conclusão e isso não macula o PT, pode macular algumas pessoas do partido.

William Bonner: Na denúncia oferecida pelo procurador-geral, ele faz referência ao ministro no governo Lula, além de integrantes do PT. Mais do que isso, nós sabemos também que um procurador-geral da República só oferece denúncia quando ele está plenamente convencido da culpa de quem ele acusa. Aí então, a pergunta que cabe numa situação como essa é a seguinte: o senhor tem dúvida sobre a idoneidade ou sobre a competência do procurador-geral da República, que como o senhor mesmo disse, foi o senhor que nomeou?

Lula: Se tivesse eu não tinha indicado.Segundo, o procurador da República no meu governo indicia, porque em outros governos engavetava, no meu governo o procurador sabe perfeitamente bem, e foi um discurso William, que eu fiz na posse dele, de que jamais durante o meu mandato e mandato dele, haveria qualquer interferência do Poder Executivo para interceder no Ministério Público. É com esse grau de liberdade que eu quero que ele funcione e é com o grau de liberdade respeitando o estado de direito que eu quero que as pessoas que foram indiciadas por ele vá até o Supremo Tribunal Federal e prove se são ou não inocentes.

Fátima Bernardes: Candidato, durante todo esse tempo o senhor disse que não tinha conhecimento dessas irregularidades. Duas questões então: se o senhor insiste nessa declaração, que garantia o senhor pode oferecer ao eleitor de que o senhor não pode ser surpreendido novamente no caso de um futuro mandato por irregularidades cometidas por colaboradores seus.

Lula: Ah, posso. Deixa eu lhe dizer uma coisa com muita tranqüilidade Fátima. Primeiro, eu tenho a responsabilidade por qualquer erro que qualquer funcionário público cometer no Brasil. São mais de 1,2 milhão. Eu sou o presidente da República, se eles cometerem um erro, direta ou indiretamente eu tenho responsabilidade de agir. Quando eu fico sabendo, eu puno afastando, faço sindicâncias e as pessoas então são investigadas de acordo com a lei. E um ministro não está fora disso e um outro funcionário. Nós temos prendido gente da Polícia Federal.

Fátima Bernardes: O senhor acha então que o senhor também errou presidente no caso dessas denúncias, o senhor também teria errado, o que o senhor poderia fazer de diferente no caso de um novo mandato?

Lula: Eu só poderia fazer diferente se eu soubesse antes. Eu soube depois que aconteceu. O dado concreto, Fátima, é que muitas vezes, ou por uma fé, ou quem sabe até porque estamos vivendo uma guerra política, as pessoas ousam dizer o seguinte: ‘olha, mas o presidente deveria saber de tudo’. Ora, vamos ser franco, vamos ser honestos entre nós. Está cheio de famílias que têm problema dentro de casa e a família não sabe. Está cheio de pai e mãe que ficam sabendo que o seu filho cometeu um delito pela imprensa, ou quando a polícia prende. Como é que pode alguém querer que o presidente da República embora tenha que assumir responsabilidade por todos os lados saiba o que está acontecendo agora na Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo ligada ao Ministério da Agricultura. Como é que eu posso saber agora o que está acontecendo com os meus ministros que não estão aqui.

Fátima Bernardes: Mas presidente, comparar com uma mãe zelosa, apaixonada, cega de amor, o senhor acha que o eleitor espera do senhor esse comportamento ou o comportamento de alguém que possa administrar e organizar, coordenar o governo.

Lula: Veja, isso não é administração. Administração você administra fazendo o que nós estamos fazendo. Primeiro, fazendo sindicância, mandando prender. Nunca foi presa tanta gente nesse país e de crimes que começaram em 85, 80, 90, são quadrilhas históricas no governo que estava embaixo do tapete e que nós resolvemos colocar os organismos públicos para funcionar. E a Polícia Federal tem trabalhado de forma excepcional. O Ministério Público tem trabalhado com a maior isenção possível e a Controladoria-Geral da União que é uma coisa criada por nós, com um ministro indicado por mim, tem feito praticamente todos os relatórios de todas as denúncias. Porque nós não queremos esconder absolutamente nada.

William Bonner: Só uma observação candidato. No caso específico do mensalão, esse escândalo da corrupção, na verdade o governo não denunciou nada, a denúncia partiu lá depois daquele escândalo nos Correios e mais tarde com as revelações, as denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson. Mas a pergunta que eu queria fazer ao senhor diz respeito à traição. O senhor disse que a todos os brasileiros nesse caso que foi traído, mas até hoje o senhor não disse quem foi que traiu o senhor, não deu os nomes dos traidores. Num outro momento, por outro lado, o senhor manifestou solidariedade abertamente a ex-deputados petistas e a ex-ministros seus. Antes de se tornar presidente, a memória que o Brasil tem candidato, era de alguém que veementemente cobrava punição para quem quer que aparecesse diante de uma câmera de televisão suspeito de alguma coisa, mesmo que as culpas não tivessem sido provadas ainda. O que foi que fez o senhor mudar tanto de comportamento?

Lula: Primeiro você deve estar falando de outra pessoa. Eu nunca pedi para que alguém fosse condenado antes de se provar a sua culpa.

William Bonner: Afastamentos, demissões.

Lula: Eu afastei todos que estavam dentro do governo federal foram afastados, todos, sem distinção. Todos os funcionários públicos seja de primeiro, segundo ou terceiro escalão.

William Bonner: O senhor afastou o ex-ministro da Casa Civil?

Lula: Foi afastado. Foi afastado.

William Bonner: O senhor o afastou?

Lula: Eu o afastei. Afastei o Zé Dirceu, afastei o Palocci, afastei outros funcionários que estavam envolvidos e vou continuar afastando. Agora, quando se trata de punir William, punir significa você respeitar o estado de direito. Eu quero pra todo mundo o que eu quero pra mim. O direito de provar que eu sou inocente e o meu acusador provar que eu sou culpado. O governo não acusa. O governo age. O governo não sai pra imprensa dizendo: ‘olha, tal pessoa cometeu um erro’, não, o governo pune, afasta e abre sindicância. E os órgãos do Poder Judiciário, da Polícia Federal é que vão investigar. E isso é a única forma de nós continuarmos combatendo a corrupção e a mal versação do patrimônio público desse país.

Fátima Bernardes: Antes da gente mudar então de assunto, o seu amigo Paulo Okamoto disse que teria pago uma dívida do senhor de R$ 30 mil, uma dívida que o senhor nem reconhece. Pelas sua declarações entregues à Justiça Eleitoral o senhor poderia até ter pago essa dívida. Por que o senhor deixou então ele arcar com esse prejuízo?

Lula: Primeiro, porque ele admite que cometeu um erro de não ter descontado na minha indenização quando eu me afastei do PT. Segundo, eu não devo ao PT, portanto eu não deveria pagar. O que eu disse é o seguinte: quer pagar você paga porque eu não vou pagar porque não devo ao PT.

Fátima Bernardes: Mas o fato dele, de aliados dele, terem tentado tanto bloquear aquela quebra de sigilo, não pode levar o eleitor a pensar que havia algo a esconder?

Lula: É um direito dele não querer quebrar o sigilo dele. É um direito de qualquer cidadão. Amanhã isso pode estar acontecendo com você, pode estar acontecendo comigo, pode estar acontecendo com o William e nós vamos utilizar todos os mecanismos que o direito nos dá para que nós possamos nos defender.

William Bonner: Ainda que fosse uma questão indelicada, que indiretamente envolvesse o nome do presidente.

Lula: Ainda que alguém pudesse imaginar que nesse país um presidente da República, sabe, se entendesse que tivesse qualquer culpa ficaria muito mais barato ter pago os R$ 29, R$ 28 ou R$ 27 mil. E eu continuo dizendo, quero aproveitar até a pergunta para dizer o seguinte: olha, não devo, não tomei dinheiro emprestado e por isso não paguei.

William Bonner: Presidente, vamos falar um pouquinho de segurança pública. Antes do senhor assumir a presidência, quando candidato, o senhor repetia: o Brasil não produz cocaína. Pra gente combater tráfico de cocaína, tráfico de arma tem que fechar as fronteiras, tem que reforçar a Polícia Federal, é um trabalho da Polícia Federal, nas fronteiras, nos portos, nos aeroportos do Brasil. Há quatro anos, o senhor é o comandante maior da Polícia Federal brasileira e, no entanto, o que se percebe hoje é que o tráfico aterroriza ainda mais a população brasileira. Onde é que o senhor errou?

Lula: Eu penso que nós precisamos conversar esse assunto com a maior seriedade. Em primeiro lugar, o Brasil tem praticamente 17 mil quilômetros de fronteira, não são 17 metros. São 17 milhões, 7,760 milhões de costa marítima e quase 9 milhões de fronteira seca. Se você tivesse um exército de 3 milhões de soldados, ou a Polícia Federal com 4 milhões, ainda assim você não controlaria toda a nossa fronteira.

William Bonner: Mas o senhor como candidato parecia desenhar um quadro mais fácil.

Lula: A Polícia Federal está desbaratando quadrilha e prendendo quadrilha vinculada ao narcotráfico como jamais foi preso nesse país. Quando terminar a entrevista, eu vou entregar para você um relatório do trabalho que a Polícia Federal fez.

William Bonner: Nós acompanhamos como jornalistas.

Lula: Para vocês perceberem o seguinte: que quando sai a notícia, sai a notícia que a polícia desbaratou uma quadrilha, mas não diz desde quando funcionava essa quadrilha. Dá a impressão que aconteceu ontem, não, aconteceu há muito tempo. E nós estamos não apenas investindo de forma excepcional na inteligência da Polícia Federal, como estamos investindo em criar condições para que ela tenha instrumento para trabalhar.

Fátima Bernardes: O nosso tempo estourou candidato. O senhor tem 30 segundos para encerrar. Se o senhor se reeleger o que o senhor considera que terá cumprido a sua meta se o senhor tiver feito.

Lula: Veja, eu pretendo continuar dando seqüência ao que nós estamos fazendo. Que o Brasil viva o seu melhor momento econômico, o Brasil cresce o emprego, cresce a economia, crescem as exportações e importações, a única coisa que cai é o salário, digo, é a inflação e os juros que estão caindo. O resto, os trabalhadores tiveram aumento de salário, os aposentados tiveram aumento de salário e o nosso tempo acabou, é uma coisa que está baixando também.
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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #15 Online: 14 de Agosto de 2006, 00:36:11 »
Aqui vão os links e a intenção e critérios usados pela Globo nessas entrevistas.

A ordem das entrevistas foi decidida por sorteio. Todas serão ao vivo e terão a duração de dez minutos, com uma prorrogação máxima de 30 segundos. Os candidatos se comprometeram a não usar no horário eleitoral obrigatório a entrevista aqui concedida, no todo ou em parte.

Nós pretendemos que esta seja uma oportunidade para que os candidatos esclareçam suas idéias e seus planos e questões polêmicas sobre suas candidaturas ou seus partidos.

Geraldo Alckmin - http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1246690-3586-517361,00.html

Heloisa Helena -  http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1247088-3586-518095,00.html

Cristovam Buarque - http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1246690-3586-517361,00.html

Lula - http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1247921-3586-519544,00.html


Acho um pouco bom (...)  :histeria:
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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #16 Online: 15 de Agosto de 2006, 10:08:26 »
Olha que interessante:

PT quer processo contra ONG que critica corruptos
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretório do PT de São Paulo informou ter apresentado ontem uma notícia-crime ao Ministério Público Eleitoral contra a ONG Transparência Brasil, pela campanha na internet em que orienta eleitores a não votar em candidatos envolvidos em escândalos como o do mensalão e dos sanguessugas.
Em nota divulgada ontem, os petistas dizem ver excesso da organização ao chamar os candidatos ao Legislativo de "mensaleiros, vampiros e outros animais da mesma família".
De acordo com a nota, "alguns" deputados foram envolvidos "nos episódios que a mídia denominou "mensalão", mas todos foram absolvidos", e o PT se baseou na "presunção da inocência" para aceitar os nomes de "deputados absolvidos por seus pares", princípio constitucional não respeitado agora pela Transparência. O partido pede liminar para a retirada dos termos ofensivos do ar.
O diretor-executivo da organização, Cláudio Weber Abramo, disse ver a ação do PT descabida porque no site não há acusação contra ninguém, mas informações públicas de candidatos de vários partidos, não só do PT. "É paranóia de petista."
Segundo Abramo, o termo "mensaleiros, sanguessugas, curupiras e outros bichos" foi um referência feita por ele, e não pela ONG. "Usei os termos utilizados pela Polícia Federal, que dá nome de animais", disse.
Para o diretor, o fato de os parlamentares mensaleiros serem absolvidos por "seus pares" não representa a inocência, e não querer votar em gente indiciada é uma opinião que qualquer eleitor pode ter. (RP)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1508200618.htm

"O mundo necessita de todos os tipos de mente trabalhando juntas." - Temple Grandin

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Offline Diegojaf

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #17 Online: 15 de Agosto de 2006, 10:30:50 »
Olha que interessante:

PT quer processo contra ONG que critica corruptos
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretório do PT de São Paulo informou ter apresentado ontem uma notícia-crime ao Ministério Público Eleitoral contra a ONG Transparência Brasil, pela campanha na internet em que orienta eleitores a não votar em candidatos envolvidos em escândalos como o do mensalão e dos sanguessugas.
Em nota divulgada ontem, os petistas dizem ver excesso da organização ao chamar os candidatos ao Legislativo de "mensaleiros, vampiros e outros animais da mesma família".
De acordo com a nota, "alguns" deputados foram envolvidos "nos episódios que a mídia denominou "mensalão", mas todos foram absolvidos", e o PT se baseou na "presunção da inocência" para aceitar os nomes de "deputados absolvidos por seus pares", princípio constitucional não respeitado agora pela Transparência. O partido pede liminar para a retirada dos termos ofensivos do ar.
O diretor-executivo da organização, Cláudio Weber Abramo, disse ver a ação do PT descabida porque no site não há acusação contra ninguém, mas informações públicas de candidatos de vários partidos, não só do PT. "É paranóia de petista."
Segundo Abramo, o termo "mensaleiros, sanguessugas, curupiras e outros bichos" foi um referência feita por ele, e não pela ONG. "Usei os termos utilizados pela Polícia Federal, que dá nome de animais", disse.
Para o diretor, o fato de os parlamentares mensaleiros serem absolvidos por "seus pares" não representa a inocência, e não querer votar em gente indiciada é uma opinião que qualquer eleitor pode ter. (RP)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1508200618.htm

Nossa... :shock:

Agora que eu vou espalhar esse site pra todo mundo...

E junto com essa notícia...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Marcelo

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #18 Online: 15 de Agosto de 2006, 10:42:52 »
Quem diria em, o PT!! Quem te viu, quem te vê!! Se fosse em outra época provavelmente iria até querer ajudar financeiramente o site da ong. Pois é, como dizem: "quer conhecer alguém de verdade? Dê poder a ele!" Neste caso o alguém é todo o partido.

Offline Pregador

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #19 Online: 15 de Agosto de 2006, 11:00:49 »
Não é por nada, mas me parece que a Heloisa Helena se saiu bem melhor que Lula e Alckmin....
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Diegojaf

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #20 Online: 15 de Agosto de 2006, 11:04:41 »
Não é por nada, mas me parece que a Heloisa Helena se saiu bem melhor que Lula e Alckmin....

Já tá no youtube?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Temma

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #21 Online: 15 de Agosto de 2006, 11:07:56 »
Não é por nada, mas me parece que a Heloisa Helena se saiu bem melhor que Lula e Alckmin....

Já tá no youtube?

sim, tem tudo no alto da página. teveaberta.blogspot.com

Offline Guinevere

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #22 Online: 15 de Agosto de 2006, 13:28:47 »
A HH foi insuportável, mas eu gostei da entrevista, porque acho que por culpa daquilo ela vai perder voto.

DIG

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #23 Online: 15 de Agosto de 2006, 15:53:53 »
Olha que interessante:

PT quer processo contra ONG que critica corruptos
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretório do PT de São Paulo informou ter apresentado ontem uma notícia-crime ao Ministério Público Eleitoral contra a ONG Transparência Brasil, pela campanha na internet em que orienta eleitores a não votar em candidatos envolvidos em escândalos como o do mensalão e dos sanguessugas.
Em nota divulgada ontem, os petistas dizem ver excesso da organização ao chamar os candidatos ao Legislativo de "mensaleiros, vampiros e outros animais da mesma família".
De acordo com a nota, "alguns" deputados foram envolvidos "nos episódios que a mídia denominou "mensalão", mas todos foram absolvidos", e o PT se baseou na "presunção da inocência" para aceitar os nomes de "deputados absolvidos por seus pares", princípio constitucional não respeitado agora pela Transparência. O partido pede liminar para a retirada dos termos ofensivos do ar.
O diretor-executivo da organização, Cláudio Weber Abramo, disse ver a ação do PT descabida porque no site não há acusação contra ninguém, mas informações públicas de candidatos de vários partidos, não só do PT. "É paranóia de petista."
Segundo Abramo, o termo "mensaleiros, sanguessugas, curupiras e outros bichos" foi um referência feita por ele, e não pela ONG. "Usei os termos utilizados pela Polícia Federal, que dá nome de animais", disse.
Para o diretor, o fato de os parlamentares mensaleiros serem absolvidos por "seus pares" não representa a inocência, e não querer votar em gente indiciada é uma opinião que qualquer eleitor pode ter. (RP)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1508200618.htm




Explica essa, Ukraniam...

Offline Rodion

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Re: Eleições 2006 – O Tópico
« Resposta #24 Online: 15 de Agosto de 2006, 16:01:43 »
modus operandi do pt... já processaram diogo mainardi, reinaldo azevedo..
dá pra ver aí o apreço pela liberdade de expressão.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

 

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