Autor Tópico: Arca de Noé...  (Lida 25061 vezes)

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Offline Jasig Aurumalfa

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Arca de Noé...
« Online: 24 de Abril de 2005, 00:49:48 »
Um professor meu disse que a arca de Noé, era de um homem na Babilônia, que teve um enchente, e ele se salvou, salvando também sua fazenda... nada daquela coisa de Deus, ou algo que a bíblia diz...
Gostaria de saber mais sobre isso?
Alguém tem mais informações?
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rizk

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #1 Online: 24 de Abril de 2005, 01:05:00 »
Vixe. Não sou antropóloga mas acho que dá pra responder com certa certeza se acharmos outros mitos de salvação de enchente no crescente fértil, DEPOIS de o mito do Noé ter sido escrito. Enfim, não tenho dados.
Mas hm. Os fatos são: ou 1)Deus interviu e alagou o mundo; ou 2 )algum acontecimento ímpar, bem localizado, se deu, e tornou-se a "fonte" do mito que acabou registrado na forma que conhecemos. As probabilidades você conhece.
Claro que muito provavelmente a origem é período de chuva intenso que alagou uma região ribeirinha e a maioria destas pessoas que moravam e cultivavam lá perderam plantação, animais e membros da família, com exceção do "noé", que por ser precavido, por um golpe de sorte, ou por aviso divino, tinha um barco em que pôde botar suas tralhas. As probabilidades, você também conhece.

Lembrei dum conto do Stephen king agora, aquele do barco e da "mancha de óleo", hehe.

Offline Jasig Aurumalfa

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #2 Online: 24 de Abril de 2005, 01:08:42 »
é... lembro que meu professor até falou o verdadeiro nome... do kra
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Offline Bruno Faria

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #3 Online: 24 de Abril de 2005, 01:23:03 »
É possível e até provável que a lenda tenha começado num grotão qualquer, com a história de um sujeito que improvisou uma jangada durante uma enchente e salvou a família mais meia dúzia de galinhas, talvez um bode e um leitão. Daí até a conversa com Javé é um pulo... :twisted:
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Offline Partiti

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #4 Online: 24 de Abril de 2005, 01:46:47 »
Citação de: Jasig Aurumalfa
é... lembro que meu professor até falou o verdadeiro nome... do kra


Por acaso ele não estava falando da epopéia de Gilgamesh? Tem uma parte que ele fala com Utnapishtim sobre como o último sobreviveu ao dilúvio que é quase igual à história de Noé, com pombinha e tudo. E a epopéia é quase dois mil anos mais velha que o gênesis.
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Offline Südenbauer

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #5 Online: 24 de Abril de 2005, 03:35:14 »
Aliás, grande parte da Bíblia é baseada na mitologia dos povos da babilônia.

Offline Euzébio

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #6 Online: 24 de Abril de 2005, 07:30:49 »
:shock: E como explicar que até mesmo os índios guaranis possuem um mito do dilúvio universal ?¿? (eu diria que praticamente TODAS as civilizações antigas possuem um dilúvio, até mesmo os gregos e os romanos.)
"A fé é a força da vida. Se o homem vive é porque acredita em alguma coisa."

Offline Fernando Silva

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #7 Online: 24 de Abril de 2005, 12:53:52 »
Citação de: Euzébio
:shock: E como explicar que até mesmo os índios guaranis possuem um mito do dilúvio universal ?¿? (eu diria que praticamente TODAS as civilizações antigas possuem um dilúvio, até mesmo os gregos e os romanos.)


Povos que vivem perto de massas de água têm histórias de dilúvios. Povos que vivem longe de massas d'água não têm. Simples.

Ao longo da história da humanidade ocorreram muitos dilúvios localizados, em épocas diferentes, que as lendas transformaram em universal.

Offline Fernando Silva

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #8 Online: 24 de Abril de 2005, 12:56:29 »
Citação de: Partiti
Por acaso ele não estava falando da epopéia de Gilgamesh? Tem uma parte que ele fala com Utnapishtim sobre como o último sobreviveu ao dilúvio que é quase igual à história de Noé, com pombinha e tudo. E a epopéia é quase dois mil anos mais velha que o gênesis.


Utnapishtim é o nome de Noé no Épico de Gilgamesh. Ele se tornou imortal depois do dilúvio e Gilgamesh foi visitá-lo para aprender o segredo.

Offline Euzébio

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #9 Online: 24 de Abril de 2005, 13:38:41 »
Citação de: Fernando Silva
Citação de: Euzébio
:shock: E como explicar que até mesmo os índios guaranis possuem um mito do dilúvio universal ?¿? (eu diria que praticamente TODAS as civilizações antigas possuem um dilúvio, até mesmo os gregos e os romanos.)


Povos que vivem perto de massas de água têm histórias de dilúvios. Povos que vivem longe de massas d'água não têm. Simples.

Ao longo da história da humanidade ocorreram muitos dilúvios localizados, em épocas diferentes, que as lendas transformaram em universal.


Tirando os nordestinos no Brasil, e os beduínos no Saara, QUEM MAIS VIVE LONGE DA ÁGUA?

A água é essencial para a formação de qualquer povo e de qualquer civilização...

É interessante notar que em todas as mitologias envolvendo o dilúvio, há a reconstituição da humanidade a partir de uns poucos sobreviventes.

Nas narrativas dos Zo'é, povo Tupi do Cuminapanema, os eventos relacionados à origem envolvem sempre as diferentes categorias de humanos reconhecidas por este povo. A leste, estavam os inimigos Tapahaj, responsabilizados pela explosão que provocou o cataclisma - um incêndio seguido do dilúvio - que destruiu a primeira humanidade. Os brancos, ou Kirahi, estavam presentes nesta paisagem das origens, alguns deles testemunhando o momento em que o herói Jipohan refaz os Zo'e com os restos da humanidade anterior.

Oras, um incêndio seguido por um dilúvio não poderia ser uma explosão atômica?
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Offline Fernando Silva

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #10 Online: 24 de Abril de 2005, 13:49:05 »
Citação de: Euzébio
Oras, um incêndio seguido por um dilúvio não poderia ser uma explosão atômica?


Não dá para discutir quando você esquece as evidências e parte para hipóteses fantásticas.
Você é igualzinho àquele motorista que o Carl Sagan menciona no livro "O mundo assombrado por demônios": prefere a teoria fantástica à realidade sem graça.

Offline Fernando Silva

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #11 Online: 24 de Abril de 2005, 13:53:26 »
Citação de: Euzébio
É interessante notar que em todas as mitologias envolvendo o dilúvio, há a reconstituição da humanidade a partir de uns poucos sobreviventes.


É interessante notar que, depois que um dilúvio destrói uma comunidade, é preciso começar tudo de novo. Isto vale, por exemplo, para as vítimas do tsunami na Ásia.

Imagine quantas lendas, envolvendo deuses irados, teriam surgido de tsunamis há milhares de anos?

Offline Alenônimo

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #12 Online: 24 de Abril de 2005, 16:16:31 »
Euzébio, o povo egípcio, que viveu razoavelmente perto de água (Rio Nilo, essas coisas) nunca teve uma lenda de dilúvio. Viveram por 5.000 anos antes de Cristo e nada de dilúvio... A única coisa que acontecia era as enchentes do Rio Nilo que aconteciam uma vez por ano e não destruíam nada além de uma plantação mal planejada... :P

Devemos procurar ver também as mitologias chinesas, hinduístas, africanas, nórdicas, russas, etc... Será que nelas aparecem algum dilúvio?
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Offline Esperto

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #13 Online: 24 de Abril de 2005, 18:37:34 »
acho que as comunidades tendem chamar de universal quando algo pega toda a área conhecida por eles, se vc conhece uma área de 500km² e ela é inundada, vc diz que foi em todo o seu universo :wink:

e pra chamar algo de diluvio universal é pq foi água pra kct, e não uma chuvinha, e quando chove muito, até construçoes sólidas (mas na época, nenhuma coma argamassa, fundação, nem nada), acabavam destruidas, e muita gene morre afogada (não esqueçam da tsunami, matou um monte de gente afogada), e não admira as histórias coicidirem nos pontos da recostrução e de isso acontecer com uma população consideravelmente menor
filosofia de um professor meu:
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Offline Nina

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #14 Online: 24 de Abril de 2005, 19:14:54 »
Citação de: Euzébio
:shock: E como explicar que até mesmo os índios guaranis possuem um mito do dilúvio universal ?¿? (eu diria que praticamente TODAS as civilizações antigas possuem um dilúvio, até mesmo os gregos e os romanos.)


Todas as populações humanas se desenvolveram em beira de rios, mares, e enchentes, acontecem! Olhe Santa Catarina!

 :wink:
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline Jasig Aurumalfa

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Re.: Arca de Noé...
« Resposta #15 Online: 25 de Abril de 2005, 00:01:01 »
acho que isso de Noé, é mesmo esse kra, Gilganumseidasquantas, tentanto salvar sua plantação...
mas o interessante, é analiza-la, na lenda de Noé, dizem outras coisas...
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O Pensador

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Arca de Noé...
« Resposta #16 Online: 25 de Abril de 2005, 00:22:24 »
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(Fernando Silva)Povos que vivem perto de massas de água têm histórias de dilúvios. Povos que vivem longe de massas d'água não têm. Simples.

Ao longo da história da humanidade ocorreram muitos dilúvios localizados, em épocas diferentes, que as lendas transformaram em universal.



Fernando,teu argumento está focado estritamente em evidências arqueológicas ignorando as evidências geológicas de uma catástrofe universal.Penso que existem muitos indícios de que houve um dilúvio universal,entre eles destaco os cemitérios de peixes espalhados por todo mundo.Sabemos que peixes quando morrem ou sâo devorados por predadores ou boiam na superfície mas nunca sâo enterrados  subitamente no leito de lagos e oceanos aos milhôes e se extendo por milhsres de quilômetros. Logo este fato apóia a tese do dilúvio universal,no meu entendimento.


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Offline Nina

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Arca de Noé...
« Resposta #17 Online: 25 de Abril de 2005, 10:06:35 »
Citação de: O Pensador
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(Fernando Silva)Povos que vivem perto de massas de água têm histórias de dilúvios. Povos que vivem longe de massas d'água não têm. Simples.

Ao longo da história da humanidade ocorreram muitos dilúvios localizados, em épocas diferentes, que as lendas transformaram em universal.



Fernando,teu argumento está focado estritamente em evidências arqueológicas ignorando as evidências geológicas de uma catástrofe universal.Penso que existem muitos indícios de que houve um dilúvio universal,entre eles destaco os cemitérios de peixes espalhados por todo mundo.Sabemos que peixes quando morrem ou sâo devorados por predadores ou boiam na superfície mas nunca sâo enterrados  subitamente no leito de lagos e oceanos aos milhôes e se extendo por milhsres de quilômetros. Logo este fato apóia a tese do dilúvio universal,no meu entendimento.


Abc.


Você poderia passar a fonte de algum artigo científico sobre a tal catástrofe universal? Em tempo, um artigo em que os autores tenham chegado a estas conclusões...?

As carcaças só bóiam no estágio em que estão produzindo gases da putrefação. Numa segunda fase do apodrecimento, elas voltam a afundar. Agora, seria interessante saber qual a datação destes fósseis. E como eles foram fossilizados... como uma enchente poderia tê-los fossilizados, por si só? E qual a extensão deste registro? Em paleontologia estudamos os fósseis-guia, e se o que você fala fosse conhecido pela comunidade, certaente deveríamos ter ouvido falar dos fósseis-guia de 6000 anos atrás. Mas isso não é citado nas aulas de paleontologia.... porque eles lembram dos trilobitas mas não dos "peixes mortos no dilúvio"?

E falando em datações... elas não podem ser úteis para provar o dilúvio e a vida a vida muito antes do previsto na bíblia ao mesmo tempo, uma vez que os fundamentalistas vivem arguindo que as datações não são confiáveis quando estas desbancam os argumentos de Terra Jovem. Estes mesmo costumam acreditar que o épico copiado dos sumérios é uma história judaica verídica.

Acho que o Fernando está certo em citar a relação dos mitos com a geografia da colonização dos povos. Praticamente todos os povos tem mitos sobre enchentes. E geralmente sobra alguém que volta a colonizar a Terra, assim como a historinha semita. Mas o judaísmo é o único que explica os motivos da enchente com a idéia de castigo divino... (ê povo manipulador!). Os mitos indus, por exemplo, não atribuem nada a castigos, e geralmente quem sobra pra colonizar tudo novamente são um casal de crianças... Se sobrou um casal de crianças na Índia, então a bíblia erra ao afirmar que Noé e sua família foram os únicos sobreviventes... E mais, se sobrou só judeus, como eles voltaram à terras remotas e passaram a adorar os deuses dos mortos? Noé não era bom com a Escola bíblica dominical dos seus filhos?

 :wink:
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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #18 Online: 25 de Abril de 2005, 11:32:48 »
Citação de: Euzébio
:shock: E como explicar que até mesmo os índios guaranis possuem um mito do dilúvio universal ?¿? (eu diria que praticamente TODAS as civilizações antigas possuem um dilúvio, até mesmo os gregos e os romanos.)


Qual é o tamanho do "universo" de um guarani? Não seria a região onde ele caça?

Por acaso nunca houve inundações no Brasil? Por acaso os índios vivem longe de rios?

Haverá mitos de inundações (ou dilúvios) em qualquer civilização que viva perto de rios, pois estão sujeitos às intempéries. Hoje, num mundo onde a informação é global, é difícil alguém dizer que uma enchente inundou o universo inteiro. Mas e há 5000 anos? Qual era o conhecimento do homem sobre o universo naquela época? Como você pode admitir que eles já sabiam que a Terra tem o tamanho que sabemos que ela tem hoje? Para um membro de uma comunidade minúscula de milhares de anos atrás, o mundo tinha outro tamanho...

E de fato, mitos existem e das mais variadas formas. Nos mitos semitas, entretanto, há o castigo divino enviado na forma de dilúvio... Por que será? Os vietnamitas têm dezenas de mitos de dilúvio, nenhum deles foi enviado por deuses para castigar os homens. Sempre há quem é avisado, sempre há quem sobrevive... afinal, se ninguém sobreviver, quem conta a história? E se alguém sobreviveu (e tem crenças) como ele pode não associar sua sorte com a atuação de algum ser em que acredita?

"Se você acredita que duendes fazem chover, a cada chuva você terá uma prova da existência de duendes"...

Atheist

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Arca de Noé...
« Resposta #19 Online: 25 de Abril de 2005, 11:36:31 »
Citação de: O Pensador
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(Fernando Silva)Povos que vivem perto de massas de água têm histórias de dilúvios. Povos que vivem longe de massas d'água não têm. Simples.

Ao longo da história da humanidade ocorreram muitos dilúvios localizados, em épocas diferentes, que as lendas transformaram em universal.



Fernando,teu argumento está focado estritamente em evidências arqueológicas ignorando as evidências geológicas de uma catástrofe universal.Penso que existem muitos indícios de que houve um dilúvio universal,entre eles destaco os cemitérios de peixes espalhados por todo mundo.Sabemos que peixes quando morrem ou sâo devorados por predadores ou boiam na superfície mas nunca sâo enterrados  subitamente no leito de lagos e oceanos aos milhôes e se extendo por milhsres de quilômetros. Logo este fato apóia a tese do dilúvio universal,no meu entendimento.


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Não há evidência geológica de dilúvio "universal". Fósseis de peixes longe de água são provas dos movimentos geológicos. Um dilúvio "universal" deixaria evidências muito diferentes das que vemos por aí. Dilúvio universal deixaria fósseis muito bagunçados, sem estratificação. Não é isso que acontece. Temos fósseis muito bem estratificados de acordo com os acontecimentos geológicos marcados nas rochas pelas reações químicas que aconteceram.

Você nunca viu um rio secar? Sugiro dar uma visitada no Nordeste brasileiro e ver peixes morrendo na areia.

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #20 Online: 25 de Abril de 2005, 11:38:57 »
Citação de: Fernando Silva
Citação de: Euzébio
É interessante notar que em todas as mitologias envolvendo o dilúvio, há a reconstituição da humanidade a partir de uns poucos sobreviventes.


É interessante notar que, depois que um dilúvio destrói uma comunidade, é preciso começar tudo de novo. Isto vale, por exemplo, para as vítimas do tsunami na Ásia.

Imagine quantas lendas, envolvendo deuses irados, teriam surgido de tsunamis há milhares de anos?


Exato. O detalhe é que aquele povo sabe, hoje, que o mundo é bem maior que o território deles. E se não soubesse? Não seria criada outra lenda de dilúvio?

Offline Agnostic

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Arca de Noé...
« Resposta #21 Online: 25 de Abril de 2005, 14:50:50 »
Citação de: O Pensador
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(Fernando Silva)Povos que vivem perto de massas de água têm histórias de dilúvios. Povos que vivem longe de massas d'água não têm. Simples.

Ao longo da história da humanidade ocorreram muitos dilúvios localizados, em épocas diferentes, que as lendas transformaram em universal.



Fernando,teu argumento está focado estritamente em evidências arqueológicas ignorando as evidências geológicas de uma catástrofe universal.Penso que existem muitos indícios de que houve um dilúvio universal,entre eles destaco os cemitérios de peixes espalhados por todo mundo.Sabemos que peixes quando morrem ou sâo devorados por predadores ou boiam na superfície mas nunca sâo enterrados  subitamente no leito de lagos e oceanos aos milhôes e se extendo por milhsres de quilômetros. Logo este fato apóia a tese do dilúvio universal,no meu entendimento.


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Pode citar a localização de um desses "cemitérios de peixes espalhados por todo mundo"? Esses "cemitérios" são abertos para visitação?

Quanto ao "dilúvio universal", o máximo que pode ter ocorrido e que se assemelharia com isso é o fim do último pico da era glacial, com conseqüente grande elevação do nível dos mares e drásticas variações no clima da terra.
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Offline Euzébio

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #22 Online: 25 de Abril de 2005, 14:53:29 »
Citação de: Fernando Silva
Citação de: Euzébio
Oras, um incêndio seguido por um dilúvio não poderia ser uma explosão atômica?


Não dá para discutir quando você esquece as evidências e parte para hipóteses fantásticas.
Você é igualzinho àquele motorista que o Carl Sagan menciona no livro "O mundo assombrado por demônios": prefere a teoria fantástica à realidade sem graça.


Desculpe-me por inverter o processo contra você mesmo. Desde quando explosões atômicas são hipóteses fantásticas?

Note que eu disse EXPLOSÕES atômicas, e não GUERRAS atômicas.

Oras, quem conhece um pouco de História deve saber da explosão ocorrida em Tunguska, no início do século XX. Teorias mais plausíveis apontam para uma explosão atômica provocada pela entrada na atmosfera de algum enorme corpo celeste, do tipo meteoro ou similar.

No entanto, diante de uma guerra nuclear, seria esperado uma grande quantidade de fumaça preta na alta atmosfera, podendo permanecer o tempo chuvoso por vários meses, causando um verdadeiro "inverno nuclear".  Isto, pos si só, já não caracterizaria um dilúvio?



YVES NAUD revela: nós novamente encontramos traços de ciências atômicas antigas na Índia. As escritas bramanistas VAL-SESIKE e NYAYA, o livro sagrado YOGA VASISCHTA, todos falam da estrutura da matéria: há vastos mundos dentro do vazio de cada átomo, tão diversificados como poeira sob os raios do sol.

O povo antigo conhecia bem o átomo, mas será que eram capazes de produzir uma explosão atômica?

Os cientistas passaram um longo tempo se interrogando sobre esta questão, até a descoberta de Drona Parva, um texto hindu que narra a explosão de uma bomba atômica.

Um projétil flamejante, com brilho de uma chama sem fumaça, foi disparado. Uma grande escuridão subitamente escureceu os céus. Nuvens relampejavam na parte superior do ar, liberando uma forma de sangue. Queimado pelo calor de seu braço, o mundo parecia sacudido pela febre.

Traços de radioatividade artificial tem sido detectados em várias partes do mundo em escavações de antigos sítios. Na Índia, exumaram um esqueleto que revelou uma altíssima intensidade de radioatividade. Isto confirmaria a teoria de uma explosão atômica na pré história.

Daniel Cohen, em seu livro The Ancient Visitors (Doubleday & Co.Inc, New York, 1976), também relata um fato tomado de um texto antigo a respeito do que pode ter sido uma nave aérea desenvolvida por uma raça antiga: um número de épicos da Índia contém descrições de ferozes carruagens voadoras. Há linhas como esta: Bhima fugiu com seu vimana em um raio enorme que era brilhante como o sol e fazia um barulho como um trovão na tempestade.

Diante de tudo isto, como ignorar os mitos diluvianos?¿?
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Offline Euzébio

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Re: Re.: Arca de Noé...
« Resposta #23 Online: 25 de Abril de 2005, 15:11:24 »
Citação de: Fernando Silva
Citação de: Euzébio
É interessante notar que em todas as mitologias envolvendo o dilúvio, há a reconstituição da humanidade a partir de uns poucos sobreviventes.


É interessante notar que, depois que um dilúvio destrói uma comunidade, é preciso começar tudo de novo. Isto vale, por exemplo, para as vítimas do tsunami na Ásia.

Imagine quantas lendas, envolvendo deuses irados, teriam surgido de tsunamis há milhares de anos?


Os mitos que envolvem o dilúvio universal não se referem a ondas gigantes, mas a enchentes, que normalmente duram dias, ou meses ou até mesmo anos.
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Offline Euzébio

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Arca de Noé...
« Resposta #24 Online: 25 de Abril de 2005, 16:33:25 »
Citação de: Nina
Você poderia passar a fonte de algum artigo científico sobre a tal catástrofe universal? Em tempo, um artigo em que os autores tenham chegado a estas conclusões...?


Provavelmente não há. Mas isto ainda é pouco para afirmar que não houve um dilúvio universal. Certamente seria bem vindo qualquer esforço da Ciência para corroborar (ou não) este suposto episódio da Humanidade.

Citação de: Nina
Acho que o Fernando está certo em citar a relação dos mitos com a geografia da colonização dos povos. Praticamente todos os povos tem mitos sobre enchentes. E geralmente sobra alguém que volta a colonizar a Terra, assim como a historinha semita. Mas o judaísmo é o único que explica os motivos da enchente com a idéia de castigo divino... (ê povo manipulador!). Os mitos indus, por exemplo, não atribuem nada a castigos, e geralmente quem sobra pra colonizar tudo novamente são um casal de crianças... Se sobrou um casal de crianças na Índia, então a bíblia erra ao afirmar que Noé e sua família foram os únicos sobreviventes...


Segundo a mitologia guarani:

"Quando Nhanderuvuçu (nosso grande Pai) resolveu acabar com a terra, devido à maldade dos homens, avisou antecipadamente Guiraypoty, o grande pajé, e mandou que dançasse. Este obedeceu-lhe, passando toda a noite em danças rituais. E quando Guiraypoty terminou de dançar, Nhanderuvuçu retirou um dos esteios que sustenta a terra, provocando um incêndio devastador."

 ** Novamente o FOGO (explosão nuclear?) **

"Quando alcançaram o litoral, seu primeiro cuidado foi construir uma casa de tábuas, para que quando viessem as águas, ela pudesse resistir. Terminada a construção, retomaram a dança e o canto."

"O perigo tornava-se cada vez mais iminente, pois o mar, como que para apagar o grande incêndio, ia engolindo toda a terra. Quanto mais subiam as águas, mais Guiraypoty e sua família dançavam."

** Ou seja, a figura do dilúvio também na mitologia guarani.**

"E para não serem tragados pela água, subiram no telhado da casa. Guiraypoty chorou, pois teve medo."

"Guiraypoty entoou então o nheegaraí, o canto solene guarani. Quando iam ser tragados pela água, a casa se moveu, girou, flutuou, subiu... subiu até chegar à porta do céu, onde ficaram morando."

** Nem é preciso dizer que o casal sobrevivente repovoou a floresta. **

E o dilúvio dos índios maxakali:

"Anoiteceu. Os Maxakali preocupados, se recolheram em suas cabanas. E o tempo se escureceu. Uma chuva torrencial se abateu sobre a terra. Quando os Maxakali acordaram, as águas tinham apagado as fogueiras e uma enorme escuridão se fez. Desesperados, eles viram que a água chegava debaixo dos giraus (cama de vara). Juntaram seus poucos pertences e suas crianças e correram para cima das árvores. Ali a água os alcançava e eles eram derrubados na correnteza. Buscaram, então, a montanha mais alta. E aí também a água os alcançou... E assim morreram todos os Maxakali daquele tempo!"

E o dilúvio dos índios Zo'é:

"Jurusi uhu, Pa'hi e Tatitu, três membros do povo Zo'é, conversam com uma kirahi ("branca"), a antropóloga Dominique Gallois (aldeia Zawarakiaven, Cuminapanema/ PA - 1992):
Jurusi uhu - Ele fabricou os Zo'é, há muito tempo atrás. Como é que os Kirahi chamam Jipohan?
Dominique Gallois - Jipohan, não sei!
Jurusi uhu - Aquele que nos refez, no passado? Foi quando o dilúvio nos engoliu, quando as grandes águas chegaram e nos engoliram. Foi quando queimou tudo, quando os Zo'é queimaram. Os Zo'é haviam perecido no dilúvio, não existiam mais. Tinham acabado. Foi então que Jipohan nos refez, bem pequenos. Foi pequeninos assim que ele nos fez! Refez os que haviam sido engolidos pelo dilúvio. Ele foi nos fazendo de novo, pequeninos. Você, Kirahi, os de tua espécie não tinham perecido."

** Curiosamente, os zo'és já conheciam o "homem-branco" de seus mitos. Repare também no FOGO que queimou tudo, inclusive os próprios zo'és (explosão atômica?). Os kirahi REFIZERAM os zo'és (tecnologia genética?) **

Este outro mito guarani é ainda mais interessante:

"E a Terra tornou-se novamente um mundo de total corrupção moral. Numa de suas passagens pelo planeta, "Nhanderú etê" concebeu a idéia de que o mundo deveria ser destruído para recolonizá-lo com homens mais puros como "Nhamanduráý" (Filho do Sol). Concebeu a idéia do "Dilúvio".

"Nhamanduráý" acreditava em "Nhanderú etê". Sua fé era persistente. Numa certa noite, "Nhanderú etê" apareceu em sonho, dentro de seu veículo voador "Bairý", para "Nhamanduráý".

** Caramba! Índios falando em 'veículos voadores' ?¿? Show! **

"No sonho, o deus avisou-lhe que iria destruir o mundo com uma chuva torrencial. Descendente de uma mortal com o deus "Kraí Kendá", "Nhamanduráý" foi aconselhado a subir na maior montanha da terra, único lugar em que a água do dilúvio não alcançaria. Com ele e sua mulher "Nhandetchir Ypy", outros dois casais foram avisados para se salvarem no alto da mesma montanha."

"Eis que quando tinha 86 anos de idade, o grande dilúvio começou com uma tempestade nunca antes imaginada. Foi então que a humanidade inteira foi destruída, sobrando os três casais, sob liderança de "Nhamanduráý".

"Antes a Terra era um imenso continente. Após o dilúvio, surgiram os "Para Guatchú" (oceanos) que dividiram a Terra em vários continentes. Foi então que o que hoje conhecemos como América ficou separado da Europa, África e Ásia. Antigos rios transbordaram formando mares. Montanhas viraram ilhas."

"A humanidade voltou à estaca zero com três casais. Logo "Nhamandu Ra'y" ficou viúvo pois sua mulher, que havia perdido a fé em "Nhanderu eté", falecera de "Ikaruguapá" (paralisia). Outras doenças dizimaram os outros dois casais pelo mesmo motivo de não terem fé no verdadeiro deus."

"Eis que "Nhanderú etê" buscou uma mulher para "Nhamandu Ra'y" em outro mundo espiritual chamado "Nhanderu Vutchu" (Onde o Sol nasce)."

** Nem parece um mito indígena, não é mesmo? **

Outra lenda que encanta é a do Noé venezuelano, cuja conservação desta, deve-se ao célebre missionário Pe. Gilli, que viveu muito tempo nas regiões do Orinoco.

Amalivaca, o Pai dos índios Tamanacos, isto é, Criador do gênero humano, chegou certo dia, em uma canoa na época da grande enchente que chamava-se a "Idade das Águas", quando as vagas do oceano jogavam o país contra as montanhas da Encaramada. Quando lhes perguntou o missionário aos Tamanacos, como pode o homem sobreviver a semelhante catástrofe, os índios lhe responderam prontamente: que todos os Tamanacos se afogaram, com exceção de um homem e uma mulher que se refugiaram no cume de uma elevada montanha de Tamacu, perto da margem do rio Asiveru, chamado pelos espanhóis de Cuchúvero e que dali ambos começaram a atirar sobre suas cabeças e para trás os frutos da palmeira "bariti" e que das sementes desta, saíram os homens e mulheres que atualmente povoam a terra.

Os atuais "homens-brancos" deviam dar um pouco mais de atenção às lendas e mitos indígenas...
"A fé é a força da vida. Se o homem vive é porque acredita em alguma coisa."

 

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