Existe demonstração de fato disso, dos alunos cursando escolas com progressão continuada que querem estudar se sentirem menos estimulados do que aqueles onde há repetência? E a que isso se deveria, à ausência de repetência, precisamente?
Se existe alguma pesquisa em relação a isso? Não que eu saiba. O que eu disse é baseado puramente em "evidência anedótica" colhida com professores da rede estadual que eu conheço. E o motivo foi o que eu escrevi antes:
Ao mesmo tempo, os alunos tocando o terror na sala de aula e passando tranqüilamente de ano tem um tremendo efeito negativo sobre os poucos que gostam e querem estudar. Não é nada motivante você querer estudar e ao mesmo tempo ver o seu coleguinha do lado que sempre falta, quando vem só faz bagunça, não dá a mínima para a aula, sequer pode ser repreendido para não "traumatizá-lo" e se vê no direito de xingar o professor, mandá-lo tomar naquele lugar e ameaçá-lo de morte, passar direto igual a você.
Eu acho que isso não tem absolutamente nada a ver. Que eu saiba progressão continuada não tem como princípio não haver medidas disciplinares, deixar a bagunça rolar solta. Nem mesmo não precisar ir à escola. (mas talvez isso resolvesse, se disciplina é o problema?)
E nem a disciplina costuma tradiconalmente ser questão de reprovação, que eu saiba, se as demais notas derem conta. Se é o caso, não acho que seja efetivo, pois não me parece haver significaivamente menos indisciplina escolas onde há repetência. Ou ao menos essa é a minha impressão das coisas de quando estudava, tendo passado pelos dois "modelos". Mas talvez isso possa ser diferente para as classes que já começam sem nunca ter havido repetência, que talvez tenha tido um efeito disciplinar na minha "geração". Mas sei lá.
As impressões gerais que as pessoas têm me parecem ser geralmente só falácias de "com/depois disso, logo por causa disso", mal examinadas.