Enquete

é uma boa idéia estigmatizada pela incompetência?

sim
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não
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Autor Tópico: progressão continuada  (Lida 7766 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:progressão continuada
« Resposta #50 Online: 03 de Janeiro de 2013, 01:07:59 »

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Países com melhores notas usam sistema de ciclos no ensino
[...]
Os primeiros países no ranking, como Japão, Coréia, Suécia e Noruega, praticam progressão continuada em todo o ensino fundamental e proíbem a reprovação de um aluno em qualquer série desse ciclo - isso pode ocorrer apenas por faltas.
[...]

E alguém pode me mostrar a relação direta e inequívoca entre uma qualidade superior de ensino e a progressão continuada?

Porquê até o momento só vi uma correlação e que pode ter muitas outras variáveis influenciando, como o nível médio cultural e as condições sócio-econômicas da população.

Ou seja, a progressão continuada pode não ser a melhor opção para os brasileiros.

Eu não li muito sobre isso e o pouco que li não me lembro muito. Mas acho que é mais ou menos o seguinte. A qualidade do ensino em si em si de certa forma é independente de repetência ou progressão continuada. As aulas são as aulas, e a mesma aula ensinaria do mesmo jeito, não importando se o aluno pode ou não repetir.

A diferença entre os sistemas não visaria promover uma melhora na qualidade de ensino em si, mas um melhor "fluxo" dos alunos com aproveitamento abaixo do ideal, que não se presumiria não ter aprendido praticamente nada, mas praticamente tudo. Estarem mais próximos em retenção daqueles que passaram do que daqueles que ingressam no ano anterior.

Este "fluxo" seria melhor do que reprovação, satisfeito esse critério, de maneira quase que auto-evidente; de certa forma é só uma extensão de que é melhor deixar passar alunos que só tiraram "C", "5", ou "6", do que reprová-los, levando isso para algo um pouco mais baixo, mas não "zerando" em tudo. Se esses alunos fossem colocados juntos com outros alunos de desempenho aproximado (imagino), no ano seguinte a classe poderia dar uma revisão um pouco mais aprofundada em algumas coisas, enquanto que aqueles que tiveram melhor aproveitamento também poderiam ter suas classes proporcionalmente um pouco mais "avançadas".

A repetência, diferentemente, é algo análogo a reprovar alunos que só tenham tirado C, que poderiam acompanhar o ano seguinte, e talvez até alcançar a assimilação daqueles que tiveram desempenho melhor. Não só ele perde um ano de vida revendo coisas que já entende mais ou menos bem, deixando desestimulado e talvez até fazendo "esquecer" mais dessas coisas, como esse desestímulo tende a levar a evasão.



Mas acho que realmente o fator cultural talvez possa atrapalhar. Não seriam todos que se dedicariam apenas pela importância intrínseca de longo prazo. Mas talvez seja possível em vez haver ameaça de "punição" com uma reprovação que não faz muito sentido e só diminui as vagas para o ano anterior, se ter alguma forma de recompensa de menor prazo (seria interessante que o prazo ficasse cada vez maior, uma forma de educação ao pensamento de longo prazo, que é algo muito positivo), já que reforço positivo parece funcionar melhor de modo geral.

Offline LaraAS

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Re:progressão continuada
« Resposta #51 Online: 03 de Janeiro de 2013, 01:08:39 »
           E quanto aquilo que um aluno respondeu para a esposa do Derfel, isso evidentemente é uma ignorância (se bem que eu também já vi alunos assim), nesse caso especifico é mais no nordeste em há uma proporção considerável de pessoas que fazem trabalhos manuais que ganham mais que professores de escolas públicas, em São Paulo não é bem assim, se bem que os professores de escolas públicas em São Paulo ganham em média o mesmo que os formados em nível técnico secundário que trabalham mesmo nos seus ramos, o que é menos do que a média que ganham os com nível universitário.
           Mas mesmo no nordeste, em média os com mais estudos ganham bem mais do que os sem, somando e juntando tudo, sem contar só um caso ou outro, mas tudo.
           Eu já li dados sobre isso, falando do Brasil em geral, as pessoas com ensino médio técnico e com profissões realmente do ramo em que estudaram ganham em média o dobro do que os sem ensino médio técnico, e os com graduação em faculdades e que trabalham mesmo no ramo em que se graduaram, ganham em média o dobro do que os com ensino técnico de ensino médio e quatro vezes mais do que os sem nem sequer o ensino técnico de nível médio, já os com mestrado e que trabalham mesmo no ramo em que se formaram, ganham um terço a mais do que os só graduados em faculdades e os com doutorado ganham o dobro do que os só graduados em faculdades.
          Além do que os países mais ricos têm ótimo nível educacional e por isso mesmo podem ter bastante patentes e conhecimento novos que o que mais gera riqueza hoje e também os judeus por exemplo, mesmo fora de Israel, e fora de épocas de perseguições agudas, quando estão em situações cronicas, tem um nível de vida melhor do que a média e isso basicamente devido ao estudo, à maior dedicação aos estudos. Isso também acontece com os descendentes de japoneses no Brasil.
         É só responder isso, mostrando os dados para os alunos.
« Última modificação: 03 de Janeiro de 2013, 17:13:52 por LaraAS »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:progressão continuada
« Resposta #52 Online: 03 de Janeiro de 2013, 01:13:39 »
Vocês conseguem mudar o voto da enquete? No "editar a enquete" não há a opção de permitir que os usuários mudem o voto. Talvez seja porque eu quem criou a enquete. Ou talvez o "tema" do fórum alternativo desative algumas opções.

Offline Geotecton

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Re:progressão continuada
« Resposta #53 Online: 03 de Janeiro de 2013, 01:38:40 »
Vocês conseguem mudar o voto da enquete? No "editar a enquete" não há a opção de permitir que os usuários mudem o voto. Talvez seja porque eu quem criou a enquete. Ou talvez o "tema" do fórum alternativo desative algumas opções.

Quem quiser, pode mudar o seu voto.
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Offline Buckaroo Banzai

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« Resposta #54 Online: 03 de Janeiro de 2013, 01:54:34 »
De fato está lá, de alguma forma não tinha visto o link. Acho que esperava que simplesmente fossem continuar os "checkboxes", quando é permitido alterar.

Offline Hold the Door

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Re:progressão continuada
« Resposta #55 Online: 03 de Janeiro de 2013, 14:39:21 »

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Países com melhores notas usam sistema de ciclos no ensino
[...]
Os primeiros países no ranking, como Japão, Coréia, Suécia e Noruega, praticam progressão continuada em todo o ensino fundamental e proíbem a reprovação de um aluno em qualquer série desse ciclo - isso pode ocorrer apenas por faltas.
[...]

E alguém pode me mostrar a relação direta e inequívoca entre uma qualidade superior de ensino e a progressão continuada?

Porquê até o momento só vi uma correlação e que pode ter muitas outras variáveis influenciando, como o nível médio cultural e as condições sócio-econômicas da população.

Ou seja, a progressão continuada pode não ser a melhor opção para os brasileiros.

Ou seja, a o problema não é a progressão continuada.

Eu não sei como é na Suécia e Noruega, mas sei que nos países orientais citados existe uma cultura de valorização da educação a qualquer custo. Os alunos são obrigados pelos pais - e se obrigam - a estudar muito e vêem isso como um passo obrigatório para ser bem sucedido na vida. Isso funciona com qualquer sistema que se use.

Mas em um país com a cultura do "sempre levar vantagem" e da total desvalorização da educação por parte de pais e alunos (o caso da esposa  do Derfel não é o único nem o primeiro que já ouvi nesse sentido e também já soube de inúmeros casos de pais cuja única motivação para mandar os filhos para a escola era receber o leite de um programa social) a progressão continuada é sim um sistema bem pior do que qualquer outro que promova avaliações para aprovação, pois, como já citei antes, é extremamente desmotivante para os poucos que ainda querem estudar.
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Offline Buckaroo Banzai

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« Resposta #56 Online: 03 de Janeiro de 2013, 16:07:06 »
Existe demonstração de fato disso, dos alunos cursando escolas com progressão continuada que querem estudar se sentirem menos estimulados do que aqueles onde há repetência? E a que isso se deveria, à ausência de repetência, precisamente?

Offline Hold the Door

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« Resposta #57 Online: 03 de Janeiro de 2013, 18:47:07 »
Existe demonstração de fato disso, dos alunos cursando escolas com progressão continuada que querem estudar se sentirem menos estimulados do que aqueles onde há repetência? E a que isso se deveria, à ausência de repetência, precisamente?

Se existe alguma pesquisa em relação a isso? Não que eu saiba. O que eu disse é baseado puramente em "evidência anedótica" colhida com professores da rede estadual que eu conheço. E o motivo foi o que eu escrevi antes:

Ao mesmo tempo, os alunos tocando o terror na sala de aula e passando tranqüilamente de ano tem um tremendo efeito negativo sobre os poucos que gostam e querem estudar. Não é nada motivante você querer estudar e ao mesmo tempo ver o seu coleguinha do lado que sempre falta, quando vem só faz bagunça, não dá a mínima para a aula, sequer pode ser repreendido para não "traumatizá-lo" e se vê no direito de xingar o professor, mandá-lo tomar naquele lugar e ameaçá-lo de morte, passar direto igual a você.
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Offline LaraAS

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« Resposta #58 Online: 03 de Janeiro de 2013, 20:45:23 »
Nessas matérias de humanas não-práticas que são as que não são nem administração de empresas, nem contabilidade, como é o caso da pedagogia não há evidencias "cientificas" nem diferenças entre "senso coum" e "senso cientifico", o que há são preferencias pessoais e lutas POLITiCAS, lutas  de PODER para decidir qual implementar.

Offline LaraAS

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« Resposta #59 Online: 03 de Janeiro de 2013, 20:54:06 »
         Os pedagogos politicamente corretos que implementaram essas políticas, as implementaram e são a favor dessas políticas por motivos ideológicos, de pensar, na verdade SENTIR, que o individuo nasce bom e é a sociedade que o estraga, depois disso eles ou se iludem ou mesmo fraudam os estudos (e os da facção contrária também) como sempre acontece na parte não administrativa de empresa nem de contabilidade das humanas. Alguns deles pensam (sentem) ou pelo agem como se pensassem e sentissem, que isso só acontece no capitalismo, mas no comunismo os indisciplinados e criminosos (incluindo os chamados pelos comunistas de"contra revolucionários") o são, aí sim, por serem maus mesmo e por isso se pode ser repressor contra eles (inclusive muito mais do que na maioria do capitalismo). Já a facção contra a progressão continuada inclusive no capitalismo, pensa (sente) que em qualquer regime os homens nascem mais maus do que bons e precisam ser socializados para ficarem um pouco bons.
« Última modificação: 03 de Janeiro de 2013, 21:46:50 por LaraAS »

Offline LaraAS

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« Resposta #60 Online: 03 de Janeiro de 2013, 21:14:59 »
           Quer dizer, uma facção é ou converge com Rousseau (e às vezes com Bakunin e com certas interpretações muito peculiares, anarquizantes do pensamento de Marx) e a outra é ou converge com Voltaire e Durkheim e inclusive Freud aliais que não era rousseniano.
            A escolha entre essas visões não é um ato "cientifico" nenhuma delas é o equivalente ao evolucionismo ou ao criacionismo na Biologia.
            É um ato ideológico, sentimental.
« Última modificação: 03 de Janeiro de 2013, 21:36:45 por LaraAS »

Offline Geotecton

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« Resposta #61 Online: 03 de Janeiro de 2013, 21:16:54 »
A escolha entre essas visões não é um ato "cientifico" nenhum delas é o equivalente ao evolucionismo ou ao criacionismo na Biologia.

É um ato ideológico, sentimental.

O criacionismo também é uma 'opção' não-científica e ideológica.
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« Resposta #62 Online: 03 de Janeiro de 2013, 21:21:32 »
A escolha entre essas visões não é um ato "cientifico" nenhum delas é o equivalente ao evolucionismo ou ao criacionismo na Biologia.

É um ato ideológico, sentimental.

O criacionismo também é uma 'opção' não-científica e ideológica.

     É, só que na biologia, há uma visão que é científica e não-ideológica, e na parte não administrativa nem de contabilidade das humanas não há.
     Ninguém ousa dizer (talvez alguns pensem mas não ousam dizer) que o pensamento de Rousseau e Marx sobre a socialização no capitalismo é charlatanismo e o de Durkheim e Freud sobre isso é o único cientifico nem vice versa. Ou consideram (ou pelo  menos dizem) que ambos são científicos ou que ambos não são científicos.

     (No máximo existe e é comum falar isso (que não é científico) sobre o pensamento econômico e de visão histórica de Marx, mas não sobre a parte de socialização no capitalismo)
« Última modificação: 04 de Janeiro de 2013, 05:23:03 por LaraAS »

Offline Higor.

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« Resposta #63 Online: 03 de Janeiro de 2013, 21:23:55 »
Acho que com um sistema bem elaborado se pode muita coisa.
Também sou à favor da arte como forma de ensino. A música, a dança, a cultura, todas deveriam ser ensinadas como matéria escolar. Tem criança que tem seu dom repreendido desde pequeno, porque sabe que desenhar ou dançar por muitas vezes não vai te levar a lugar nenhum. Quantos artistas se perdem na escola, porque são obrigados a ter que estudar pra trabalhar no Banco do Brasil ou de atendente no INSS. Acho que é por essas e outras que a nossa cultura anda perdendo o foco. Fico triste com isso.
faze o que tu queres será o todo da Lei.

Offline LaraAS

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Re:progressão continuada
« Resposta #64 Online: 03 de Janeiro de 2013, 21:34:41 »
Acho que com um sistema bem elaborado se pode muita coisa.
Também sou à favor da arte como forma de ensino. A música, a dança, a cultura, todas deveriam ser ensinadas como matéria escolar. Tem criança que tem seu dom repreendido desde pequeno, porque sabe que desenhar ou dançar por muitas vezes não vai te levar a lugar nenhum. Quantos artistas se perdem na escola, porque são obrigados a ter que estudar pra trabalhar no Banco do Brasil ou de atendente no INSS. Acho que é por essas e outras que a nossa cultura anda perdendo o foco. Fico triste com isso.

   Para mim, a arte é gosto, e não tem nada a ver com nenhuma matéria escolar, isso só leva a dizer que algumas coisas são "arte" e outras "não são arte" e isso sim é que me parece repressor, e a arte ou tem que se direcionar ao mercado popular de produtos de preço baixo (e no passado era para simbolizar o espírito cultural coletivo muito lentamente mutavel sem nem o nome do "artista"), ou é pedanteria aí sim de pouco valor, que só serve para alguns se sentirem "superiores" aos outros sem motivos válidos para isso.
   E a maioria das famílias inclusive compra CDs ou baixam CDs para os filhos crianças, acham super legal que os filhos dancem ouvindo essas músicas e achariam super legal que os filhos fizessem sucesso na música ou na dramaturgia quer de teatro quer áudio-visual.
   Também são bastante comuns os pais que levam os filhos para cursos de piano ou violão, ninguém proíbe isso, e é bastante comum mesmo e também em geral, os pais acham legal que o filhos tire músicas de ouvido.
   
« Última modificação: 03 de Janeiro de 2013, 21:39:33 por LaraAS »

Offline LaraAS

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Re:progressão continuada
« Resposta #65 Online: 03 de Janeiro de 2013, 21:44:34 »
           Quer dizer, uma facção é ou converge com Rousseau (e às vezes com Bakunin e com certas interpretações muito peculiares, anarquizantes do pensamento de Marx) e a outra é ou converge com Voltaire e Durkheim e inclusive Freud aliais que não era rousseniano.
            A escolha entre essas visões não é um ato "cientifico" nenhuma delas é o equivalente ao evolucionismo ou ao criacionismo na Biologia.
            É um ato ideológico, sentimental.

           Explicando melhor, de nenhuma dessas visões de matérias de humanas não-práticas se pode dizer que uma delas é charlatanismo como o criacionismo o é na biologia e só a outra é que é científica. Ou nenhuma delas o é, ou "ambas"  o são. Só que essa última coisa torna ambas as visões infalseáveis.
           No máximo a parte ligada a administração de empresas e contabilidade é falseável e nisso o marxismo não passou pelo teste (e seria coisa de Mengeles tentar de novo), mas aí já é a parte prática das humanas e não a não-prática.

Offline Price

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Re:progressão continuada
« Resposta #66 Online: 03 de Janeiro de 2013, 23:12:59 »
           Quer dizer, uma facção é ou converge com Rousseau (e às vezes com Bakunin e com certas interpretações muito peculiares, anarquizantes do pensamento de Marx) e a outra é ou converge com Voltaire e Durkheim [...]

Esses dois têm relação política concreta? Tem certeza? Aparente relação é no conteúdo, a ideologia política que intesecciona os dois é mínima, e com uma pequena diferença de ponto de vista pode-se distinguir os dois completamente, a menos que hajam outros fatores específicos pesando na comparação.
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline LaraAS

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« Resposta #67 Online: 04 de Janeiro de 2013, 05:22:09 »
           Quer dizer, uma facção é ou converge com Rousseau (e às vezes com Bakunin e com certas interpretações muito peculiares, anarquizantes do pensamento de Marx) e a outra é ou converge com Voltaire e Durkheim [...]

Esses dois têm relação política concreta? Tem certeza? Aparente relação é no conteúdo, a ideologia política que intesecciona os dois é mínima, e com uma pequena diferença de ponto de vista pode-se distinguir os dois completamente, a menos que hajam outros fatores específicos pesando na comparação.

           
           Sim, tem uma relação política sim. Com o pensamento de ambos se pode argumentar contra a progressão continuada e contra o quase abolicionismo penal em oposição ao pensamento de Rousseau e pelo menos da visão para políticas educacionais e penais pelo menos para o capitalismo do pensamento de Bakunin e Marx.
            Em todo caso, nenhuma dessas pedanterias tem muita importância. Todos esses autores simplesmente pegaram sentimentos que estavam no ar em grandes grupos de pessoas (e neles mesmos) e lhes deram uma camada de tinta pedante ("intelectual").

Offline LaraAS

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Re:progressão continuada
« Resposta #68 Online: 04 de Janeiro de 2013, 06:21:38 »
             Vejam por exemplo, como alguns mudam a clave do discurso para casos de crimes de sangue e/ou cruéis sem ser por privação de sentidos nem por coação de terceiros, quando o motivo é por inveja (tanto de dinheiro quanto de prestígio que aliais muitas vezes converge com racismo às avessas ou pelo menos é sentido assim pela vítima) falando que aumentar a pena não funciona em comparação com quando eles falam desse tipo de crimes quando feitos por motivos que consideram "homofóbos" "racistas" (só considerando os racismos tradicionalmente considerados como tais nisso) e machistas, em que subitamente aumentos de penas começam a ser eficazes na visão deles, e inclusive penas para simples declarações, ou mesmo penas para consciência ou sentimentos (como quando falam que há um "racismo oculto" que é "ainda pior do que o racismo aberto" mais ao mesmo tempo querem levar para a cadeia os que fazem declarações que eles consideram racistas).
             Também, há duas claves do discurso, dois pesos e duas medidas, para casos de linchamentos (tanto mortais quanto quando simplesmente causam ferimentos e grande dor física) e/ou "justiçamentos" feitos por grupos guerrilheiros (que na verdade são embriões de Estados), em casos em que aconteçam por motivos de ser contra crimes hediondos físicos feitos por pobres ou por descendentes de ex-escravos (mesmo eles sendo os maiores algozes de si mesmos, ao fazer crimes entre si, embora também são os maiores algozes dos outros grupos) e quanto esses linchamentos são feitos contra grupos, pessoas de grupos, considerados racistas e classistas contra os pobres ou inclusive pobres considerados colaboracionistas da opressão contra os pobres, ou de quem se tem suspeitas de que fizeram crimes contra esses tipos ou contra guerrilheiros de esquerda, mesmo sem provas.
            Vejam que eu não estou falando de casos de privação de sentido, que são quando são feitos só até 3 horas depois de um crime ou três horas depois de provocações verbais posteriores feitas pelos criminosos originais, feitas ou pela vitima ou por parentes bem próximos, no máximo primos de primeiro grau, no sentido popular da expressão de primos com avós em comum, ou só algum dos 5 amigos mais íntimos). Eu não estou falando disso.
             Estou falando de casos, como quando uns militantes negros quase lincharam os estudantes universitários que fizeram o jornalzinho "O individuo" na PUCRJ em 1997 por que os militantes negros consideraram que era um jornalzinho "racista" e uma boa proporção de intelectuais ao ouvir falar sobre o caso, deu razão para os que queriam linchá-los (mas hoje a maioria das pessoas considera que o jornalzinho não era racista), mas não é só isso, mesmo se fosse racista de verdade....Por exemplo, ouve um caso que de eu ouvi dizer, em que um neo-nazista estava pintando uma suástica numa escola judaica, aí os alunos e professores viram e ambos saíram e lincharam o cara (eu não entendi se linchamento de morte, de mutilação, ou simplesmente de causar feridas e dor física).
             E também casos, de se linchar um suspeito de ser da Klux-Klu-Klan ou um policial da ditadura suspeito de ter feito agressões contra guerrilheiros de esquerda (o chamado "justiçamento" que aliais, eles também faziam entre si às vezes). O irônico é que a Klux-Klu-Klan foi criada em grande parte com a justificativa de lutar contra crimes hediondos físicos feitos por negros e mulatos, que inclusive hoje são a maioria dos presos nos EUA, e depois da década de 1960, não me parece que se possa falar que isso acontece por motivos de discriminação) coisa que era (e é) sentida como racismo às avessas pelos da Klux-Klu-Klan.
                Igualmente, aquele cara que pintou a suástica naquela escola judaica, talvez estivesse pensando que há muito dois pesos e duas medidas em relação aos crimes do holocausto em comparação aos crimes dos aliados contra os alemães, sobretudo os crimes da URSS contra os alemães étnicos da URSS (que já estavam há gerações na URSS)  que na segunda guerra mundial, matou a mais de 25% deles e deixou sobreviventes de torturas à maioria dos outros. Ou talvez fosse um anti-sionista que se auto-considerava de esquerda, como o Roger Garaudy.....pensando que estava protestando contra os crimes de Israel contra os palestinos.
                E há um dois pesos e duas medidas entre esses dois tipos de linchamentos  ou tentativas de linchamentos ou "justiçamentos". Num caso com a indulgencia de grande parte dos "politicamente corretos" em relação a esses grupos, ou até mesmo culpar os linchados e no outro, com a condenação implacável a esse tipo de grupo.
« Última modificação: 04 de Janeiro de 2013, 06:27:20 por LaraAS »

Offline LaraAS

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« Resposta #69 Online: 04 de Janeiro de 2013, 06:35:30 »
              No caso da progressão continuada, pelo menos para o caso de países como o Brasil, a sua versão extrema é a revolução cultural chinesa, em que o Estado incentivava e até ajudava os alunos a lincharem os professores (quer linchamentos de morte, quer de mutilação, quer de simples ferimentos) pegando os professores como bodes expiatórios.
              Aliais, de fato aconteceu um caso, em que uma aluna colocou fogo na cabeça de uma professora de escola pública e com alguns alunos rindo disso e depois as autoridades disseram coisas do tipo ("foi só uma brincadeira" , "essa professora deve ter feito alguma coisa para isso", "esses alunos que fizeram isso foram vitimas da sociedade", etc...etc...etc...
              E inclusive a visão de que é eficaz ser o Estado ser "metido a machão" para com os professores mas não para com os alunos, também é um dois pesos e duas medidas.
              Mas não está funcionado, como eu já disse faltam professores na escola pública, eu já pus a citação dos textos num outro tópico desse fórum. Faltam uns 15% de professores nas escolas públicas, incluindo os OFAs nisso e o Serra ainda delirou pensando que podia fazer os OFAs da categoria O, terem que ficar três meses em meses letivos sem poder trabalhar nem ter seguro-desemprego....
« Última modificação: 04 de Janeiro de 2013, 06:49:05 por LaraAS »

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« Resposta #70 Online: 04 de Janeiro de 2013, 06:47:50 »
    www.folha.uol.com.br/saber/10811-faltaprofessor-em32-das-escolas-estaduais-de-sao-paulo

      "Falta professor em 32% das escolas estaduais de São Paulo" Folha de São Paulo

    www2.camaraleg.br/camaranoticias/radio/materias/PARTICIPACAO-POPULAR/431543-PARTICIPACAO

       "Participação popular debate falta de professores em escolas públicas do pais" Camera Noticia rádios.

        Para encontrar esse último, é só digitar o nome da matéria sem aspas, seguido de Câmera Notícia rádios, também sem aspas.


         Ah...uma aclaração,  essas matérias citadas, não estão falando de professore que "faltam às aulas" mesmo estando contratados. Estamos falando de que as escolas públicas não estão conseguindo professores para contratar. É nesse sentido que falam professores. Ou então depois de contratados eles pedem demissão, e abandonam a profissão.
         Inclusive houve um ano, em que 25% dos professores que tinham passado no concurso para ter cargos efetivos, depois de dois meses, esses 25% de professores pediram demissão, abandonaram a profissão. (Devem ter sido recém-formados que não tinham trabalhado de OFAs antes, caso em que às vezes ainda se tenta trabalhar de OFA por mais um ano ou dois, depois de se demitir depois de apenas um ou dois meses nas primeiras tentativas).
         
         
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« Resposta #71 Online: 04 de Janeiro de 2013, 07:04:33 »

        Mais um:


     www.scielo.br/pdf/cp/n118/16830.pdf


       "Professores, desencanto com a profissão e abandono do magistério"

Offline LaraAS

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Re:progressão continuada
« Resposta #72 Online: 04 de Janeiro de 2013, 07:07:54 »

           E também não é só a progressão continuada (ou a interpretação dos diretores, diretorias de ensino, etc....sobre ela) é também toda a lei de diretrizes e bases de 1997 (ou pelo menos, a interpretação dela feita por diretores, diretorias de ensino, etc....).

Offline Price

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Re:progressão continuada
« Resposta #73 Online: 04 de Janeiro de 2013, 08:23:55 »
           Quer dizer, uma facção é ou converge com Rousseau (e às vezes com Bakunin e com certas interpretações muito peculiares, anarquizantes do pensamento de Marx) e a outra é ou converge com Voltaire e Durkheim [...]

Esses dois têm relação política concreta? Tem certeza? Aparente relação é no conteúdo, a ideologia política que intesecciona os dois é mínima, e com uma pequena diferença de ponto de vista pode-se distinguir os dois completamente, a menos que hajam outros fatores específicos pesando na comparação.

           
           Sim, tem uma relação política sim. Com o pensamento de ambos se pode argumentar contra a progressão continuada e contra o quase abolicionismo penal em oposição ao pensamento de Rousseau e pelo menos da visão para políticas educacionais e penais pelo menos para o capitalismo do pensamento de Bakunin e Marx.
            Em todo caso, nenhuma dessas pedanterias tem muita importância. Todos esses autores simplesmente pegaram sentimentos que estavam no ar em grandes grupos de pessoas (e neles mesmos) e lhes deram uma camada de tinta pedante ("intelectual").

Interessante, nunca relacionei um ao outro, mas no caso não sou dessa área específica. :ok:
« Última modificação: 04 de Janeiro de 2013, 08:30:14 por Price »
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:progressão continuada
« Resposta #74 Online: 04 de Janeiro de 2013, 18:17:36 »
              No caso da progressão continuada, pelo menos para o caso de países como o Brasil, a sua versão extrema é a revolução cultural chinesa, em que o Estado incentivava e até ajudava os alunos a lincharem os professores (quer linchamentos de morte, quer de mutilação, quer de simples ferimentos) pegando os professores como bodes expiatórios.

Não tem como parodiar uma coisa dessas.


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              Aliais, de fato aconteceu um caso, em que uma aluna colocou fogo na cabeça de uma professora de escola pública e com alguns alunos rindo disso e depois as autoridades disseram coisas do tipo ("foi só uma brincadeira" , "essa professora deve ter feito alguma coisa para isso", "esses alunos que fizeram isso foram vitimas da sociedade", etc...etc...etc...

E os casos de violência de aluno contra professor onde há repetência são culpa da repetência? Não, devem ser de algum outro aspecto do comunismo que se infiltrou na escola de outra forma, imagino.

 

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