Friedrich Nietzsche foi o maior filósofo antiteísta do século XIX, influenciando poderosamente tanto Hitler como Mussolini. Segundo ele, a vida teria que ser redefinida e reconstruída com um novo fundamento sem Deus, logo, sem os seus supostos ensinamentos divinos. Ele dizia que o cristianismo paralizava o potencial dos seres humanos e que a mensagem cristã era o ponto mais baixo do progresso humano. Ele mesmo avisou que os vínculo imediatos de uma vida sem Deus seriam catastróficos, mas que esse impacto negativo inicial seria temporário. Veremos se isso realmente aconteceu.
Já li o "
Anticristo" e tenho "
Assim falou Zaratrusta" (só li um pouco do início). Quem já leu alguma coisa de Nietzsche? E ainda fazem juizos de valor? Tenho o livro "Anticristo" à mão, que depois de uma primeira leitura sublinhei as partes mais relevantes (faço isso em qualquer livro, mesmo de ficção):
As mais profundas leis da conservação e do crescimento exigem o contrário: que cada um inventa a sua própria virtude, o seu imperativo categórico. Um povo perece quando confunde o seu dever com a concepção geral de dever. Não há nada que arruíne mais profundamente,mais radicalmente, do que o dever pessoal, o sacrifício perante o deus Moloch da abstracção.
O budismo é a única religião verdadeiramente positiva que a história nos mostra, mesmo na sua teoria do conhecimento (um estrito fenomenalismo --), o budismos já não diz «luta contra o pecado», mas sim, dando passagem à realidade , «luta contra o sofrimento».
(
nota: o budismo é a única religião sem deus -- por isso há quem diga que seja apena uma filosofia. Comparem com as outras religiões com deus! O budismo é um exemplo daquilo que pode acontecer se ignorar a existência de qualquer divindade.)
No cristianismo, o que vem em primeiro plano são os instintos dos submissos e dos oprimidos: são as castas mais baixas que procuram nele a sua salvação.
Uma certa crueldade para consigo próprio e para com os outros é essencialmente cristã; como cristã é também o ódio dos incrédulos, aos dissidentes e a vontade de perseguir.
Cristão é o ódio mortal contra os senhores da Terra, contra os «nobres»
O Deus antigo inventa a guerra, separa os povos, faz que os homens se aniquilem reciprocamente (-- os padres sempre tiveram necessidade da guerra...). A guerra é, entre outros, o perturbador da ciência.
Gregos! Romanos! A nobreza dos instintos, o gosto, a investigação metódica, o génio da organização e da administração, a vontade do futuro humano e a fé no futuro (...)
Primitivamente, sobretudo no tempo dos reis, Israel encontrava-se, relativamente a todas as coisas, numa relação justa, quer dizer, natural. O seu Javé era a expressão do sentimento de potência, da alegria em si, da esperança em si: era nele que se colocava a esperança da vitória e da salvação, era com ele que confiadamente se esperava que a natureza desse aquilo que o povo desejava, sobretudo a chuva. Javé é o Deus de Israel, e, portanto, o Deus da justiça. Ele é a lógica de todo o povo que possui o poder e que desse poder tem a tranquila consciência.
Transformou-se, desnaturou-se a noção de Deus: e só por esse preço foi possível conservá-lo.
Refuta-se uma coisa apontando com respeito os seus pontos fracos -- é também assim que se refutam os teólogos...
Uma lei de Manu elabora-se, como todos os bons códigos: ela resume a prática, a prudência e a moral experimental de alguns milhares de anos, ela conclui, não cria mais nada.
Há ideias erradas sobre Nietzsche, talvez por simplesmente ele criticar o cristianismo. É verdade que Hitler leu livros de Nietzche e ofereceu a Mussolini, mas
Nietzche era contra o nacionalismo alemão e anti-semitismo. No livro "História da Filosofia" de Bryan Magee está escrito, há citações de Nietzche:
«A profundida de um grande alemão está normalmente encerrada numa caixa feia.» Em relação ao anti-semitismo, ele achava-o socialmente inaceitável. «Os anti-semitas», dizia Nietzsche, «não perdoam aos Judeus por terem inteligência e, simultaneamente, dinheiro. Anti-semita é outro nome para grosseiro e malfeitores.»
Portanto, se os Judeus eram mais inteligentes e tinham mais dinheiro, supostamente eram mais fortes. Mas
o que faz a "piedade" aos mais fortes, que poderiam ajudar um país crescer e a fazer crescer os fracos? Não sei se Nietzsche punha as coisas assim, mas é como eu vejo. Eu recomendo que leiam o "Anticristo", a não ser que receiam a perda de fé... mas nesse caso não podem dizer que X disse Y, não é?
Já encontrei uma citação de Nietzsche na Web que achei completamente idiota. Já não me recordo, mas um bom cristão poderá ter amabilidade de indicar algum desse tipo de citações, com a fonte.
Não vou fazer um culto à volta de uma pessoa, e certamente que há muita coisa que discordo sobre ele, principalmente em pormenores.
Leiam, leiam! Indicam a fonte daquilo que põem na boca dos outros!
Em contrapartida, os milhares de mortos resultantes das ações daqueles que viviam sem Deus, como Hitler, Stalin, Mussolini, Mao Tse-tung, etc, são conseqüência lógica da filosofia que nega a Deus.
Hitler era ariano (uma seita antiga cristã, fundada por Ário). Todos os os outros eram fanáticos do marxismo, partindo do suposto "socialismo científico". Não deu resultado, mas continuaram a tentar, tal como a maioria dos religiosos
mantêm ideias que nunca deram êxito.
Escrito no livro"História da Filosofia" de Bryan Magge, sobre Marx:
Assim, os marxistas consideram a arte como um instrumento revolucionário. A má arte é aquela que defende os valores da sociedade existente e tenta aquietar ou enganar as pessoas por forma a que aceitem esses valores.
Darwin previu o aumento da violência caso a teoria evolucionista fosse transferida para uma filosofia de vida: se só o mais forte sobrevive, vou matar o maior número de pessoas ao meu redor para que ninguém me mate...
Quais são as fontes? Tenho o livro "A Origem das Espécies" de Darwin, um livro enorme que nem um terço acabei de ler. Ainda não vi nada disso. Além disso é a
"luta pela existência", ou
"persistência do mais apto". Citando o livro:
Todos esses efeitos, como explicaremos de maneira mais minuciosa no capítulo seguinte, dimanam de uma causa: a luta pela existência.
Mas a expressão que Mr. Herbert emprega: «a persistência dos mais aptos», é mais exacta e algumas vezes mais cómoda.
Além disso a diversidade é boa para manter uma espécie, o que é totalmente contra o nazismo e extrema esquerda ("todos são iguais").
Nos campos nazistas de Auschwitz e Berkenau há um quadro com uma mensagem de Hitler para a juventude da época, mostrando a lógica final de viver sem Deus: "(...)
Como já disse,
Hitler era um religioso fanático que queria impor o Arianismo. Uma citação de "
Darwin Magazine":
Hitler declarou, são uma ofensa contra Deus: "É um pecado contra a vontade do Criador Eterno se Seus mais bem dotados por centenas e centenas de milhares são permitidos a degenerar na presença do lamaçal proletário, enquanto hotentotes e bantos Zulus são treinados para profissões intelectuais."
E pensar que tal desgraça surgiu na nação de mais alto nível educacional da época. Essa é a vida sem Deus.
O budismo! Uh, como é que eles podem viver sem Deus? Sem guerras santas? E ainda por cima podem saír quando quiserem, como fazem os monges budistas de Shao Lin! Essa é a prova: o exemplo do budismo.
Todos os
regimes totalitaristas ateus tinham uma
pessoa que era prestada culto, como um deus, e além disso eram um "1984" em miniatura, onde
ninguém podia questionar, onde todos são iguais excepto o
Grande Irmão. Todos eram de
extrema esquerda! Houve uma altura onde cerca de um 1/3 dos países no Mundo foram inspirados pelo
marxismo, e todos falharam redondamente. Fizeram o mesmo como os religiosos fanáticos: não deu certo, não faz, justifica-se, dá um ajuste aqui e ali, que a teoria não está errada, o que está errado é a realidade e por isso temos de mentalizar que a teoria é boa.
Teoria pela teoria! Marxismo pelo marxismo! Cristianismo pelo cristianismo. E era isso que Nietzshe criticava... também no cristianismo.
Eu digo: sou Ateu! Mas tenho
vontade. Não preciso de
cultos, nem entre o e no ateísmo. Tenho influências exteriores, tenhos as minhas tendências, posso ter os meus preconceitos sem saber, mas
sei que posso estar errado: os outros devem mostrá-lo, como aconteceu muitas vezes, e eu devo
pensar por mim (ter vontade), fazer uma selecção das teorias. É assim que me desenvolvo. Se uma teoria não tem
êxito, descarta-se.
Cada um tem os seus ideais, as suas virtudes. Se dão
êxito, por isso
realistas, em geral aceito; e até podem ser muito melhores que as minhas teorias.
Mas
não aceito crenças, pelas crenças! Não sou do tipo "temos de tolerar todas as crenças"!
Em geral toda a crença potencia acção! Não vou dar o pescoço a vampiros e canibais que acreditam assim serem imortais! Não vou dar o pescoço aos Talibãs porque acreditam que assim vão a um Paraíso! E a
NASA não deve beneficiar uma astróloga, por respeito às suas crenças! Amém.
Abraços a todos.