Não acho que o EuAteu deva ser repreendido, pois este é um espaço democrático e aberto a todo aquele que deseje se manifestar. Apesar de discordar totalmente de sua argumentação, acredito que ele esteja dentro dos padrões de civilidade e educação exigidos em um debate.
Eu concordo que o "EuAteu" não deva ser punido pelo seu primeiro "post" e pelos argumentos que, na nossa opinião não têm fundamento. Devemos comportarmos com ética e educação mostrando aquilo que acharmos estar errado e mostrar as razões de estar errado. No entanto tenho dúvidas quanto a certas acusações em certos "posts" enviados por ele, como por exemplo:
Vejo a intolerância dos ateus em discutir qualquer assunto que esteja fora de suas crenças.
Exemplo? A crença em Deus não faz parte da vida e filosofia de vcs, logo, qualquer um que venha falar Dele é totalmente rechaçado.
Acho que não há razão para punir alguém por criticar ou acusar alguém seja pelo que for, no entanto deve haver uma linha argumentativa que justifique as críticas e acusações para que os visados possam defender-se, podermos entender e resolver os problemas inerentes nas declarações, resolver preconceitos e evitar difamações.
Tanto ele quanto o participante "deadlock" utilizam as ferramentas que consideram apropriadas para fundamentar o que a maioria aqui considera "infundamentável". Portanto, na minha opinião, é um contrasenso exigir de ambos mais consistência ou lógica dentro dos parâmetros de um cético. Seria o mesmo que um de nós entrasse no meio de um culto religioso e tentasse contestar cientificamente suas crenças, pois as leis naturais da física não valem dentro daquele ambiente de fé.
Seguindo uma certa filosofia política, aceito que hajam credos e outras ideias diversificadas e contraditórias, mesmo que ache idiotas e prejudiciais, e mesmo sendo ateu e céptico. Em muitas situações devemos aceitar aquilo que achamos serem males menores para permitir bens maiores. Por exemplo, aceitamos a liberdade de expressão, até certos limites como a difamação, mesmo que aja declarações que achamos estúpidas e que possam enganar muitos, mas por outro lado permite o progresso das ideias e até na Ciência ao possibilitar a análise de ideias que pareciam estúpidas. A única coisa que podemos fazer é informar e educar.
Acho que as instituições públicas não devam apresentar símbolos religiosos nem revelar rituais com base numa crença em particular, por isso acho incorrecto o que é feito nos tribunais americanos, onde é necessário jurar por Deus com uma mão sob a Bíblia (há ateus e outros credos, e basta saber que a mentira é punida -- aliás um crente pode mentir achando que assim protege o nome de Deus, a chamada guerra teocrática). Não vejo inconveniente que uma pessoa ostente símbolos religiosos, como um crucifixo, um véu, barba comprida e trajes. Acho que é um exagero proibir a ostentação de símbolos religiosos por individuais, mesmo que ofenda os outros -- na França já houve demasiados exageros, como é conhecido pelas notícias. Mas existem limites. Acho, por exemplo, que deve ser proibido de véus que tapem o rosto, porque impede ou dificulta a identificação -- um terrorista já iludiu a segurança britânica usando uma burca.
Portanto, eu não vejo problemas que sejam lançados argumentos falaciosos. O que devemos fazer é contra-argumentar com ética racional. Se uma pessoa for informada, ela deve decidir por si próprio o que é errado ou correcto. Apenas alguns tipos de falácias devem ser punidas, como a difamação.
É óbvio que o objetivo aqui não é ser conclusivo ou mudar a opinião de ninguém, mas simplesmente debater em alto nível, divertir-se e criar vínculos de amizade.
Além do que, debater somente entre céticos pode ser muito mais produtivo, mas certamente é bem menos divertido...rs...
Não penso que debater somente entre cépticos seja mais produtivo. Muitas vezes aprendemos com os crentes coisas que seriam difíceis com os cépticos. Acho que um céptico melhora-se ouvindo os argumentos diversos, incluindo os falaciosos, identificando os seus próprios erros e aprendendo com os outros, independentemente dos pontos de vista (mesmo que seja de uma pessoa abominável, com ideias abomináveis -- Hitler foi o primeiro governante a proibir que se fumasse em lugares fechados, e hoje aceitamos essa regra, independentemente das outras idiotices dele). Além disso aprendemos a entender e comunicar com outros que são diferentes de nós.