Não. Pois eu vejo a Codificação e a prática espíritas como meus maiores argumentos e não vejo necessidade de repeti-los.
Como eu imaginava. Você não tem nada contra nós. Só idéias pré-concebidas.
Argumentos, não, Leafar. Citações. Os MEUS argumentos são, como já disse e se pode constatar diretamente, a realidade da prática espírita e o próprio texto da Codificação. Se você discorda, problema seu. Não muda em nada a realidade. Quem prefere citar textos em vez de elaborar suas próprias crenças e colocá-las em suas próprias palavras não me impressiona.
Kardec só colocou de novo na doutrina espírita o que realmente era novo. A moral que usou era a mesma do Cristo. Por que então não admitir que era dele? Igualmente ele fez com outros ensinamentos que eram anteriores a ele. Ou ele deveria criar tudo novo só para dizer que era "diferente", como muitos pseudo-inovadores fazem? Ou recriar a mesma doutrina, mudar algumas palavras de lugar só para depois dizer que era criação dele? É isso que nos sugere?
Gostaria também de ver os seus argumentos, em forma de citações de textos, de exemplos práticos (fictícios ou não), etc..., com as respectivas justificativas de o porque eles serem nocivos, ou inúteis, etc... Cegos, como somos, não conseguimos ver aonde se encontram. Precisamos de alguém para nos mostrar a luz. Se não houver justificativa racional para qualquer argumento seu contra a doutrina, eu me retrato publicamente.
Aproveito para lembrar que falta de critério NÃO é a mesma coisa que contradição. Kardec se contradiz com frequência, mas mostra falta de critério com muito mais frequência. A principal contradição dele é a insistência de inserir um mérito individual "irreversível" em um contexto que ele escolheu arbitrariamente (e convenientemente) como imitação do Cristianismo, que não se presta realmente para esse papel.
Não, falta de critério não é contradição. E nem eu disse isso. Mas você afirmou que nós formamos a nossa doutrina pegando um pouquinho de uma religião, um pouquinho de outras filosofias e juntamos tudo sem critério. Quem pega várias peças de vários quebra-cabeças para formar um único, e escolhe as peças sem critérios, fatalmente terá várias peças que não se encaixam, que chamaríamos de contradições. Aponte (cite) uma só para a gente discutir...
Eu realmente me esforcei, mas não compreendi o que quis dizer quando apontou a "principal contradição" de Kardec. Nós somos sim baseados na doutrina do Cristo e não faria sentido inventar um novo nome para um mesmo conjunto de ensinamentos. Quanto à questão do mérito pessoal "irreversível", não seria o equivalente ao "a cada um segundo as suas obras"? Aonde a contradição com o Cristianismo? Me clarifique.
Incentivo ao racismo, ao preconceito contra o Islã, difusão de mentalidade imperialista, difusão de conceitos pseudo-científicos danosos, incentivo a falácias graves, encorajamento ao egocentrismo patológico e ao solipsismo patológico.
A única dessas questões que mereceria resposta é a questão do racismo, não pela conotação que tem, mas pela que parece ter e que ainda é causa de dúvidas e confusões até mesmo por parte de adeptos. Entretanto, como essa questão já foi amplamente discutida nos tópicos "Um espírito pode suicidar-se?" e "Uma aristocracia de Espíritos", eu vou me abster de comentá-los. Quem quiser que procure esses tópicos e forme juízo. Quanto aos outros, eu gostaria de saber exatamente quais são os trechos da obra de Kardec a que você se refere e que justificam as acusações acima. Você deve conhecê-los, pois não acredito que acusaria sem pelo menos ter indícios daquilo que fala. Não preciso de provas (que sei que não tem), somente os indícios me bastam para comentar.
Não, vocês tentam se apropriar delas como "versões menos evoluídas" de sua própria doutrina. Mas no processo passam por cima exatamente do que faz mais falta: o amor à fé sobre a certeza, a prática da transmissão oral, o relacionamento em duas vias entre os sacerdotes e a comunidade de praticantes.
Me responda uma coisa, Luis Dantas. Por que você é adepto do budismo? Por acaso você considera outra religião melhor do que o budismo? Digo melhor no sentido de que ensina as coisas mais corretamente. Se descobrisse outra religião que considerasse mais correta, continuaria sendo budista? Ora, ora... É claro que consideramos o espiritismo melhor. Se não considerássemos, deixaríamos de ser espíritas e mudaríamos para a filosofia que considerássemos melhor ao invés dela. E para considerar o espiritismo melhor, infelizmente temos que considerar todas as outras piores, em diversos graus (ou menos evoluídas, inferiores, como achar melhor). Não há nenhum problema moral nisso.
Se você tem mais amor a fé do que à certeza, fique à vontade. A nossa fé é proveniente da nossa convicção (ou certeza), e não o contrário. Nós também temos a prática da transmissão oral, mas temos também a escrita que consideramos igualmente (ou até mais importante). Afinal de contas, Allan Kardec não está mais aqui para nos ministrar os seus ensinamentos pessoalmente, e mesmo que estivesse, não poderia fazer isso a todos. E não temos sacerdotes porque ninguém na doutrina se considera digno de ter esse título. Todos nos consideramos ainda imperfeitos e tentamos aprender em conjunto com os adeptos de nossa religião (e até de outras religiões). Se quiser encontrar sacerdotes procure entre as religiões que "detêm a verdade". Mas se não temos os sacerdotes, temos os dirigentes de casas espíritas, temos os palestrantes, temos os médiuns, temos os amigos espíritas que suprem essa falta com a vantagem de você se sentir falando para um seu igual, e não para uma divindade.
Ele dizia isso (ainda que tentando fazer desse princípio uma verdade estabelecida em vez de uma meta permanente), mas não cumpria. Há espíritas que acabam cumprindo, a maioria passa a ser ex-expíritas.
Dissidentes todas as religiões têm. O Espiritismo não é diferente. Mas as estatísticas provam que a doutrina cresce com o tempo. Ainda somos pequenos, numericamente falando, é verdade. Mas a nossa taxa de crescimento é bastante alta. Será que todos embarcam nessa doutrina mal vista sem conhecer nada de seus fundamentos?
O Espiritismo é particularmente dogmático, apesar de não admitir. Tanto que cita escrituras com muito mais frequência que seus concorrentes maiores.
Nós citamos as escrituras, como citamos a ciência, como citamos os filósofos. Qual é o problema nisso? O fato de citá-los não significa que cremos neles cegamente, o que seria uma característica do dogmatismo. Kardec citou as palavras de Jesus porque a Doutrina Espírita é baseada nas palavras do Cristo. Se fosse baseada na doutrina do Buda, citaríamos o Buda. Se não fosse baseada em nenhuma, Kardec não citaria ninguém.
Nós hoje, geralmente, só citamos as escrituras (a Bíblia) em debates com religiosos cristãos. Eles tentam fazer passar a falsa impressão de que as escrituras nos condenam e nós só tentamos mostrar-lhes que as escrituras não só não nos condenam, mas nos justificam. Aliás, as escrituras não são de uso exclusivo dos cristãos. Também usamos as escrituras para demonstrar que há contradições graves nos textos bíblicos aonde eles supostamente nos condenam e que a Bíblia está muito longe de ser um livro infalível.
Não se reduz, muito menos destrói materialismo através da quantificação reducionista e contabilista dos assuntos espirituais. O Espiritismo tem medo de ser religião e ao mesmo tempo tenta se declarar maior do que ela. O resultado é uma coletânea de preconceitos e respostas apressadas que de fato não tem muito valor, principalmente comparadas a alguma religião legítima, ou pior ainda, à ciência.
Não somos nós que somos reducionistas. Não foram vocês que nos reduziram à qualidade de máquinas autômatas naquele tópico sobre caridade e depois ainda se lamentaram de a realidade ser esta? Não são vocês que dizem que acabamos no nada e ainda dizem: "a realidade é sem graça assim mesmo...". Qual é a doutrina mais reducionista?
E qual(is) é(são) a(s) "religião(ões) legítima(s)" a que você se referiu? Por favor, diga os nomes delas, como catolicismo, budismo, protestantismo, etc...
E qual é a ciência que já deu a última palavra sobre tudo. A ciência não pertence somente àqueles que se dizem homens de ciência. A ciência pertence a todos e estamos no nosso direito de usá-la como bem entendermos sem precisar dar satisfações a ninguém.
E nós não temos medo de nos declarar como sendo parte de uma religião. Esse comportamento se restringe a alguns adeptos que eu particularmente considero dissidentes.
Não, pelo contrário. Quando superam os seus medos e questionam seus dogmas vocês se aproximam da prática religiosa genuína. Conheço alguns casos inclusive, apesar de terem acontecido ao custo de ignorar a própria Codificação.
Que medos são esses? E que dogmas são esses que não contestamos? A reencarnação? Eu já contestei, mas não encontrei explicação melhor até hoje. Quais mais? Exemplifique, para que possamos discutir.
Mas para quem prefere a fé à certeza, contestar para quê? Descobrir a verdade para quê? Para quem crê que a religião não deveria se preocupar necessariamente com a verdade...
Há muitos pseudo-religiosos entre nós, sim, mas aí é por falta de capacidade de entender a proposta. O budista ou cristão "típico" sabe (ou deveria saber) que não é dono da verdade, da ciência e muito menos do "verdadeiro significado" de outras doutrinas.
Também temos os nossos pseudo-religiosos. Mas não estamos aqui julgando os adeptos, mas a doutrina. Aonde é que a doutrina espírita afirma que ela é a dona da verdade? Somos nós que dizemos "Fora do espiritismo não há salvação"? Leia no meu post anterior a citação de O Livro dos Médiuns. Que eu saiba é a Igreja e alguns pseudo-cientistas que se dizem possuidores da verdade. Esse não é um defeito nosso, muito pelo contrário. Um dos maiores motivos de crítica contra nós é o fato de dizermos que não temos verdades definitivas e intocáveis.
Filho, olhe os fatos. Você cita mais escritura do que os cristãos. O próprio Portal do Espírito limita o tempo que as mensagens duram (e se bem me lembro até o tamanho das citações) de tanto que se abusa de citações.
As regras do Portal do Espírito são para manter o fórum organizado. As mensagens são limitadas a três telas para evitar que pessoas publiquem um livro inteiro só porque gostaram dele. As citações de mensagens completas imediatamente anteriores foram proibidas por serem desnecessárias e ocuparem espaço na tela. O espaço é para debates e não para a publicação de obras completas.
Entretanto, se a citação for pertinente às discussões, elas são sempre permitidas.
Já reparou que até hoje a Codificação não corrigiu os conceitos astronômicos e físicos comprovadamente falsos de seu texto? Por que será?
Os "comprovadamente falsos" já não são mais aceitos pela grande maioria dos adeptos. Mas isso não significa que vamos alterar as Obras Básicas. Antes de serem livros espíritas, são documentos históricos e alterá-los é crime, na minha opinião. Os erros continuarão lá, mas nada impede que se coloquem notas de tradutor explicando as questões. Hoje os erros são esclarecidos pela "tradição oral" (aquela que você disse que abolimos).
Um abraço.