Autor Tópico: Sobre animais e seres humanos  (Lida 10743 vezes)

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Offline Cyrix

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #50 Online: 20 de Novembro de 2006, 01:30:23 »
Citação de: leafar
Os corpos que habitariam os planetas seriam também materiais, embora de características diferentes dos nossos corpos.  Em alguns casos, seriam tão etéreos que para nós seria quase como se não existissem.  Mas mesmo assim seriam materiais e precisariam de planetas materiais.  A morte física existiria para eles assim como existe para nós.  Não consideramos "encarnações espirituais".
Se utilizarem matéria dos planetas para construirem seus corpos, então eles devem ser tão materiais quanto os nossos. Ademais, isso que falaste só valeria para o muito adiantado Júpiter. Planetas com progresso similar ao nosso ou aquém deveriam ter habitantes com corpos tão grosseiros quantos os nossos.
Perfeitamente...  E quem disse que não teriam?
É, mas vc também não disse que teriam. Não se faça de desentendido. Os corpos "etéreos" que "seriam quase como se não existissem" de que fala estariam apenas em Júpiter. Não poderiam ser usados como respostas às negativas de vida inteligente nos demais.

Quando citou o caso de "encarnados espirituais" perguntei aos meus botões: "mesmo que desçamos em Júpiter e nada achemos lá, dirão que os jupiterianos estão brincando de esconde-esconde com a ajuda de seus corpos etéreos". Verdades "absolutas" (existe isso?) não virão enquanto se puder usar hipóteses ad hoc que sustentem a fé.
Se o ad hoc existe é porque as pesquisas não são tão bem fundamentadas a ponto de evitá-las.  Mas os ad hocs não são usados só contra a ciência em nome da fé. 
Meia-verdade. Hipóteses Ad hocs podem ser usadas quando já bem consolidadas encontram dificuldades momentâneas. A Gravitação de Newton já estava consagrada quando enfrentou dificuldades para explicar anomalias na órbita de Urano. Cogitou-se um novo planeta interferindo nele (ad hoc) e veio a descoberta de Netuno. Ad hocs se tornam problemáticos quando são impassíveis de verificação. Galileu quando usou um telescópio para observar a Lua, constatou que ela tinha superfície irregular, cheia de crateras e montanhas. Partidários da tese aristotélica da Lua lisa, esfera perfeita, alegaram existir uma substância invisível que preencheria o relevo, "alisando" a Lua (qualquer semelhança com ET's etéreos invisíveis não é mera coincidência). Galileu retrucou que tal substância existia, mas estava no topo das montanhas, deixando o relevo mais encrespado ainda.

São usados também da ciência contra aquilo que ela considera pseudo-ciência.
Um erro não justifica outro. Não sai pela tangente.

Acompanhe o texto abaixo sobre as experiências de Crookes com relação a Douglas Home:(...)
Tenho um livro do punho de Douglas Home: Lights and Shadows of Spiritualism. Em um capítulo ("Delusion") ele senta a lenha no kardecismo. Espiritualismo inglês versus o francês. Como é muita coisa para traduzir, um dia eu posto num fórum de debates só para encher lingüinça. Que nem faz certa pessa que conheço virtualmente.

Reparou hipóteses e mais hipóteses ad hoc para refutar William Crookes?
Reparei mais nos autores que vc apresentou: Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira / Roberto de Andrade Martins. Eles são orientador e orientada de uma tese que virou livro
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/ms-jmhf.htm

Citar
Apresenta, assim, contribuição metodológica, além de contribuição histórica. A autora não se propõe a defender ou a negar a existência dos fenômenos mediúnicos. Mostra, isto sim, que as pesquisas de Crookes não eram tão ridículas quanto consideravam os céticos nem tão rigorosas quanto queriam os espiritualistas. Uma importante leitura para quem abraça o rigor intelectual e assume a complexidade da realidade, em vez de simplificações distorcidas.
Bem, talvez surja alguma surpresa para ambos os lados da questão

Isso sem citar, finalmente, quando não inventaram que ele teria tido um caso amoroso com a médium Florence Cook e essa teria sido a motivação para a publicação de resultados na Royal Society.
E quando o sujeito indeterminado desse "inventaram" é um site pró-sobrevivência e anti-cético http://www.prairieghosts.com/florence.html?
Voltando a Júpiter,
Sem mais encheção de lingüiça?

porque não esperamos as evidências?  A única razão de estarmos discutindo essa questão é porque foi citado pelos espíritos.  E é só por esse motivo que consideramos isso uma hipótese.  Não me importa se você considera essa hipótese ad hoc ou não.  Não é questão de fé para nós.
Esquivou-se da minha real crítica: isto não foi apenas "citado por espíritos", mas citado por cem comunicações mediúnicas. Está em jogo a própria confiabilidade da metodologia kardequiana de "consenso universal".


Se déssemos uma resposta final para essa questão você aceitaria?
Não era vc que aconselhava esperar respostas finais da ciência?

Que eu saiba esta é ainda uma questão relativa à ciência.  Quem disse que há diferença para nós se a união da alma com o corpo se dá no momento da fecundaçao, no início, no meio, no fim da gestação ou no momento do nascimento?
Na época em que eu era espírita havia palestras anti-aborto no centro e usavam a tal questão da segunda edição do LE como base. Serve?

Kardec escolheu a opinião que melhor lhe convinha baseado no que ele julgou ser o mais acertado.  É opinião dele e dos espíritos que ditaram as respostas.  Nunca consideramos diferentemente disso.
Escolheu sem a menor transparência, baseado num "consenso universal" que ninguém sabe, ninguém viu.
O fato que importa para nós, enquanto doutrina espírita, é que essa união se dá em algum momento.
Se não se desse... seriam zumbis? Um caso pegou um feto 99,99% a dez dias do parto. E nos casos de possessão estudados por Stevenson (nada a ver com mediunidade): a nova personalidade morreu e reencarnou após o nascimento do corpo. Em ambas as situações já havia mentes em formação nos novos corpos antes da "reformatação". Será que eram almas novas, 0 km, que foram destruídas pelo reencarnante? É uma hipótese interessante...
  Um dia a ciência provavelmente dará o seu veredito sobre a questão e nós simplesmente aceitaremos o que ela comprovar.
Existem respostas definitivas em ciência? Ian Stevenson não é cientista?

A nossa doutrina é moral e o foco é moral.  Usamos a parte científica somente até o ponto de fundamentar a nossa moral.
Ou seja, quando deixa de fundamentá-la, vcs ficam com medo e usam a religião

O desenvolvimento além disso cabe à ciência.
Então a parte científica do espiritismo não é capaz de adquirir conhecimento com alguma margem de segurança confiável por conta própria?

Quando não temos uma resposta positiva para certas polêmicas, procuramos agir de modo que um número mínimo de injustiças sejam cometidas.  Neste caso, o aborto continua sendo crime aos nossos olhos pelo fato de a mulher dispor de uma vida que não é a sua.  Não importa se tem ou não ainda uma alma associada, mas já é uma vida.  Caso uma injustiça (ou possível injustiça) tenha que ser cometida em qualquer caso, tentamos nos posicionar para o lado menos injusto.  O caso das células tronco, por exemplo, é uma questão dessas.  É preferível sacrificar vidas que ainda não se concretizaram ou sacrificar vidas que já existem por falta de tratamento?  Como não creio na morte, prefiro sacrificar vidas que ainda não se concretizaram.  Se houvesse uma alma associada ela saberia perfeitamente encontrar um outro embrião sadio para tentar novamente.  É simplesmente uma questão de se analisar lucros e perdas.  Cada um que force para o lado de sua convicção, usando o melhor de seus argumentos, e as suas intenções que as julguem.  Essa é minha opinião.

E a opinião dos médicos espíritas conta? http://www.amebrasil.org.br/html/bio_textos.htm
Citar
Em relação a células tronco-embrionárias
(...)
Uma vida (a do embrião) não pode ser interrompida em benefício de outra;
(...)

Além do mais, vc saiu totalmente pela tangente, pois aborto não era a questão principal na minha postagem. Vc tinha dito que não via nada no LE que precisasse ser revisto ou corrigido. Pois bem: mostrei uma questão que merece revisão. Para isto usei a primeira edição do LE, um livro que usa terapia de vidas passadas e outro que trata de lembranças espontâneas em crianças. Nenhuma de minhas fontes é "de cético". Os próprios partidário da sobrevivência da consciência podem refutar teses kardecistas. Portanto, tenha menos pretensão quando dá a entender que o LE continua irretocável.


A limitação de não podermos repetir as experiências não desagrada só a você.  A nós também.  Adoraria ter uma bancada de testes a respeito de fenômenos espiritualistas para comprovar facilmente para quem quisesse ver.  Mas isso não nos é possível.  E não é problema nosso, mas da ciência.  Inúmeras experiências foram feitas e relatadas.  Infelizmente não podem ser repetidas nas mesmas condições.  Mas isso não significa que não sejam válidas.  Encontrem um meio de contornar essa dificuldade de comprovação e nós agradeceremos.
Que limitação? O que eu pedi, se vc não se esquivou de novo ou leu na pressa, foi que se repetisse o que Kardec fez: distribuir perguntas selecionadas e verificar se o tal "consenso universal" existe mesmo. A questão de quando se dá a união entre corpo e alma é só um exemplo. Há uma pregada de centros pelo Brasil e no mundo, das mais diversas correntes. Que empecilho vc vê? Agora, faça isso por vcs, não por "céticos". Faça de uma forma transparente, com controle estatístico, que outros espiritualistas possam questionar e revisar. Os dados de Kardec... "ninguém sabe, ninguém viu".

Aliás, o fato de vocês dizerem que todas as pessoas sérias, sem exceção, que estudaram os fenômenos espiritualistas e concluíram pela sua veracidade são alucinados, enganados ou charlatães em todos os casos, já é outro ad hoc.
"Vocês"? Onde eu disse isso? Não atribua a mim defeitos que dá outros. No máximo eu coloquei acima uma fonte  espiritualista que questiona a isenção de Crookes, mas aí vcs que são espiritualista que se entendam. Usei espiritualistas para questionar o espiritismo.

Não se crê mais em geração espontânea, nem em vitalismo, a geologia evoluiu também; Kardec não era evolucionista no LE, idéia que ele já flerta na Gênese (mas não lhe passava a idéia de "irradiação adaptatiava"); nosso conhecimento sobre a estrutura da matéria evoluiu muito, etc. A Gênese tem muito mais buracos do que a astronomia. Boa Sorte!
Ainda bem que você usou a palavra "crê", senão eu poderia ser levado a "crer" que você se referia a vereditos finais da ciência com relação a essas questões.  Como vocês não "crêem" na geração espontânea sob o ponto de vista materialista, você poderia esboçar rapidamente o que é "crido" atualmente?  Como surgiu a primeira vida?

Um abraço.

Mais uma vez vc se esquiva: mostrei-lhe coisas a revisar e "finge que está tudo bem" pois ainda não há juiízos finais. Vai esperar juízos finais até quando? E se nunca vierem? Enquanto isso a Gênese vai ficando defasada.... Esse negócio de acompanhar a ciência  (ainda que provisória) é balela, então? Ah, para seu conhecimento as teorias da origem da vida abordam a questão é muito diferente da antiga "geração espontânea": foi um processo lento, de ensaio e erro, gerando um ser simples e que não se repete hoje, pois qualquer agloremado de substâncias orgânicas que ensaiasse uma "nova cadeia evolutiva" se tornaria alimento de outro ser vivo antes que tivesse chace disso. Kardec ainda falava da criação de seres complexos, em curto prazo, nos dias atuais.
« Última modificação: 20 de Novembro de 2006, 03:06:49 por Cyrix »
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Falhas do Espiritismo

Offline Luis Dantas

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #51 Online: 20 de Novembro de 2006, 02:44:10 »
Lamento, leafar, mas não vejo motivo para retirar o que eu disse.  Estamos discutindo suas crenças, não fatos, o que torna a discussão um tanto estéril e sem sentido.

Quanto à sua segunda colocação, já não é mais questão simplesmente de crença, mas de experiências e casos que demonstram, primeiro a existência dos espíritos e, segundo, a possibilidade de se percorrer grandes distâncias em tempos muito curtos.  Esses casos são a visão à distância ou as premonições.  Também foram realizadas experiências de evocações de espíritos de pessoas vivas que estavam em outros continentes.  Eu sei que não crê nisso e nem aceita as provas que temos para justificar.  Mas elas nos são suficientes para fundamentar essa idéia e a retirar do campo das crendices.

E onde estariam essas provas tão definitivas?
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Leafar

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #52 Online: 20 de Novembro de 2006, 16:09:09 »
É, mas vc também não disse que teriam. Não se faça de desentendido. Os corpos "etéreos" que "seriam quase como se não existissem" de que fala estariam apenas em Júpiter. Não poderiam ser usados como respostas às negativas de vida inteligente nos demais.
A ciência não deu a sua última palavra a respeito, principalmente a respeito de Marte.  O que se sabe é que por lá existe grande quantidade de metano na atmosfera e que não deveria existir, segundo alguns cientistas.  Supondo-se que algum dia descubra-se vida por lá, quem é que garante que seria toda irracional, como os nossos animais?  Quem sabe se teriam a mesma constituição e tamanho físico nosso?  Será que não haveria possibilidade de lá encontrar formas de vida inteligente bastante rudimentares como os nossos antigos homens das cavernas, capazes apenas de construir ferramentas primitivas?  Veja que não estou afirmando que há.  Só estou considerando hipóteses baseadas no que se sabe a partir da própria ciência.  Quanto ao resto, prefiro esperar os resultados das pesquisas para me posicionar definitivamente.

Meia-verdade. Hipóteses Ad hocs podem ser usadas quando já bem consolidadas encontram dificuldades momentâneas. A Gravitação de Newton já estava consagrada quando enfrentou dificuldades para explicar anomalias na órbita de Urano. Cogitou-se um novo planeta interferindo nele (ad hoc) e veio a descoberta de Netuno. Ad hocs se tornam problemáticos quando são impassíveis de verificação. Galileu quando usou um telescópio para observar a Lua, constatou que ela tinha superfície irregular, cheia de crateras e montanhas. Partidários da tese aristotélica da Lua lisa, esfera perfeita, alegaram existir uma substância invisível que preencheria o relevo, "alisando" a Lua (qualquer semelhança com ET's etéreos invisíveis não é mera coincidência). Galileu retrucou que tal substância existia, mas estava no topo das montanhas, deixando o relevo mais encrespado ainda.
Então os Ad hocs são úteis?  Viva os Ad hocs, pois.  Se elas não são sempre verdadeiras, pelo menos nos ajudam a encontrar a verdade dos fatos durante a busca da sua refutação.

O fato de uma determinada teoria Ad hocser impassível de verificação a invalida então como possibilidade?  É isto que quis dizer?  Como ficamos então com a teoria do big-bang, da expansão do universo, etc...  Estão descartadas?

Na prática o que está considerando Ad hoc é tudo que vai contra suas idéias pré-concebidas.  É só mais um adjetivo usado para desqualificar todas as idéias que considera estranhas, mas que não consegue provar falsas.  Essa tentativa de derramar o ridículo sobre uma teoria para fazê-la parecer falsa é uma tática desleal e infelizmente muito utilizada.

São usados também da ciência contra aquilo que ela considera pseudo-ciência.
Um erro não justifica outro. Não sai pela tangente.
Aonde eu saí pela tangente?  Só estou mostrando que usa contra nós as mesmas táticas que condena nos outros.

Acompanhe o texto abaixo sobre as experiências de Crookes com relação a Douglas Home:(...)
Tenho um livro do punho de Douglas Home: Lights and Shadows of Spiritualism. Em um capítulo ("Delusion") ele senta a lenha no kardecismo. Espiritualismo inglês versus o francês. Como é muita coisa para traduzir, um dia eu posto num fórum de debates só para encher lingüinça. Que nem faz certa pessa que conheço virtualmente.
Não conheço o livro.  Poste para nosso conhecimento e discutimos.

Reparou hipóteses e mais hipóteses ad hoc para refutar William Crookes?
Reparei mais nos autores que vc apresentou: Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira / Roberto de Andrade Martins. Eles são orientador e orientada de uma tese que virou livro
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/ms-jmhf.htm

Citar
Apresenta, assim, contribuição metodológica, além de contribuição histórica. A autora não se propõe a defender ou a negar a existência dos fenômenos mediúnicos. Mostra, isto sim, que as pesquisas de Crookes não eram tão ridículas quanto consideravam os céticos nem tão rigorosas quanto queriam os espiritualistas. Uma importante leitura para quem abraça o rigor intelectual e assume a complexidade da realidade, em vez de simplificações distorcidas.
Bem, talvez surja alguma surpresa para ambos os lados da questão
Citei essa autora por ela ser imparcial e não ter uma conclusão necessariamente concordante com a nossa.  Eu simplesmente quis mostrar como Stokes formulava várias hipóteses Ad hoc para contestar Crookes.

Crookes até que tentou, mas a sua luta era inglória.  Se eu estivesse lá e visse com meus próprios olhos, eu me convenceria simplesmente com a experiência da tábua.  Não precisaria fazer a do balde com água.  Mas se tivesse que convencer quem não viu o experimento, sob a alegação de que não podia ser repetido com qualquer pessoa, não vejo como poderia fazê-lo de forma irrefutável.  Sempre haveria um "senão".  Nesse caso, ficaria com a minha certeza pessoal, daria o meu testemunho pessoal, e quem quisesse crer, que cresse.  É isso o que Crookes fez.  A única coisa que vale é a força de seu nome, que para mim tem bastante credibilidade, digam o que disserem.

Isso sem citar, finalmente, quando não inventaram que ele teria tido um caso amoroso com a médium Florence Cook e essa teria sido a motivação para a publicação de resultados na Royal Society.
E quando o sujeito indeterminado desse "inventaram" é um site pró-sobrevivência e anti-cético http://www.prairieghosts.com/florence.html?
É uma hipótese Ad hoc como outra qualquer, não importa de onde venha.  O fato é: existem ou não as provas desse envolvimento?  Se não existem, a questão é hipotética.  Mas vamos supor que tivesse tido realmente um relacionamento amoroso com Cook, na frente da esposa e de vários outros homens que lhe estariam coadunados.  Pratique um pouco de empatia e coloque-se na pele de Crookes.

Ele tinha uma carreira de sucesso como cientista e um nome respeitável a zelar.  O que o motivaria a envolver a comunidade científica nisso?  Necessidade de arruinar o próprio nome?  E ainda conseguiu convencer outras pessoas, com reputações respeitáveis até então, a participar do golpe e correr o mesmo risco por ele, por simples veneração ao seu nome?  Cada um crê nas hipóteses que quer crer.  Eu já escolhi a minha opção.  Além do mais, sob o ponto de vista fenomênico, felizmente não temos somente William Crookes para fundamentar as nossas bases.  Se fosse só ele, poderia ficar preocupado.

porque não esperamos as evidências? A única razão de estarmos discutindo essa questão é porque foi citado pelos espíritos. E é só por esse motivo que consideramos isso uma hipótese. Não me importa se você considera essa hipótese ad hoc ou não. Não é questão de fé para nós.
Esquivou-se da minha real crítica: isto não foi apenas "citado por espíritos", mas citado por cem comunicações mediúnicas. Está em jogo a própria confiabilidade da metodologia kardequiana de "consenso universal".
Então vamos à questão do consenso universal.  Em que situações ele é válido?  Somente onde não há uma solução definitiva para determinada questão.  Contra fatos não existem argumentos, diz o ditado.  Mas desde que não se há fatos e a questão permenece em aberto, na hora de decidir qual hipótese apoiar preferencialmente, Kardec sugeriu o consenso universal.  Mas ele nunca disse que esse método era infalível.  Como sabemos, a verdade nem sempre é democrática.  Kardec disse que o consenso era o guia mais seguro em caso de dúvidas.  Veja a citação abaixo:

Citação de: Allan Kardec - ESE - Introdução
Os princípios acima não resultam de uma teoria pessoal: são conseqüência forçada das condições em que os Espíritos se manifestam. E evidente que, se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de outros dizem o contrário algures, a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase o único de tal parecer. Ora, pretender alguém ter razão contra todos seria tão ilógico da parte dos Espíritos, quanto da parte dos homens. Os Espíritos verdadeiramente ponderados, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, nunca a resolvem de modo absoluto; declaram que apenas a tratam do seu ponto de vista e aconselham que se aguarde a confirmação.

O simples fato de dizer que a "doutrina espírita não seria ultrapassada, pois se novos fatos demonstrassem estar em erro, ela se modificaria", já mostra que Kardec não considerava o consenso universal infalível.  A doutrina espírita foi codificada em parte por esse consenso e, se Kardec o julgasse infalível, não teria dito aquilo.  Mas o que ele disse continua valendo: a maioria das opiniões, em caso de dúvidas, tem maior presunção de verdade (ao menos provisória) do que as opiniões das minorias.

E mais uma vez: o foco da doutrina é moral.  Não são os possíveis erros científicos que serão capazes de desacreditá-la, a menos que tenham alguma influência considerável nas conseqüências morais.

Se déssemos uma resposta final para essa questão você aceitaria?
Não era vc que aconselhava esperar respostas finais da ciência?
Então por que nos pressiona a fornecer respostas definitivas que não temos?  Para sermos depois massacrados pela crítica?

Que eu saiba esta é ainda uma questão relativa à ciência. Quem disse que há diferença para nós se a união da alma com o corpo se dá no momento da fecundaçao, no início, no meio, no fim da gestação ou no momento do nascimento?
Na época em que eu era espírita havia palestras anti-aborto no centro e usavam a tal questão da segunda edição do LE como base. Serve?
Esse é um argumento que eu particularmente discordaria.  Eu usaria argumentos diferentes.  O aborto é reprovável não somente porque mata um ser humano.  Nós cremos que a morte não existe e também sabemos que a criança não tem sequer a consciência do que se passa.  A doutrina espírita não reprova o aborto quando há riscos de vida iminente para a mãe.  É sempre a questão que falei acima: se tiver que fazer o mal, minimize-o.

A questão de reprovarmos o aborto sem motivos médicos é moral.  Qual é a finalidade da mãe interromper a gravidez?  Renúncia à prova escolhida, covardia perante as dificuldades que ainda nem vieram, descaso para com a vida alheia, entre outros.  Nesse caso, não é nem questão de se escolher entre um mal maior e um mal menor.  É questão de se escolher entre o certo e o errado.  Por isso reprovamos.

Kardec escolheu a opinião que melhor lhe convinha baseado no que ele julgou ser o mais acertado. É opinião dele e dos espíritos que ditaram as respostas. Nunca consideramos diferentemente disso.
Escolheu sem a menor transparência, baseado num "consenso universal" que ninguém sabe, ninguém viu.
Perfeitamente.  Aceitamos o julgamento de Allan Kardec por nossa conta e risco.  Mas temos uma idéia muito boa de onde teria vindo esse consenso lendo os 12 anos da Revista Espírita.

O fato que importa para nós, enquanto doutrina espírita, é que essa união se dá em algum momento.
Se não se desse... seriam zumbis? Um caso pegou um feto 99,99% a dez dias do parto. E nos casos de possessão estudados por Stevenson (nada a ver com mediunidade): a nova personalidade morreu e reencarnou após o nascimento do corpo. Em ambas as situações já havia mentes em formação nos novos corpos antes da "reformatação". Será que eram almas novas, 0 km, que foram destruídas pelo reencarnante? É uma hipótese interessante...
Não entendi bem o que quis dizer acima.  Um corpo sem alma para mim é um zumbi, um vegetal, sem vontade nem pensamentos.

Um dia a ciência provavelmente dará o seu veredito sobre a questão e nós simplesmente aceitaremos o que ela comprovar.
Existem respostas definitivas em ciência? Ian Stevenson não é cientista?
Ele deu respostas definitivas e irrefutáveis?  Se sim, aceitaremos.  E a ciência dá respostas definitivas sim, em muitos casos.  Quando Galileu afirmou que era a Terra que girava em torno do Sol, podemos considerar uma resposta definitiva em termos de ciência.

A nossa doutrina é moral e o foco é moral. Usamos a parte científica somente até o ponto de fundamentar a nossa moral.
Ou seja, quando deixa de fundamentá-la, vcs ficam com medo e usam a religião.
Poderia apontar aonde fizemos isso?  Aceitamos também verdades parciais (hipotéticas) para fundamentar a nossa moral.  Não há nada de errado nisso.  A própria ciência faz isso.  O fato de às vezes irmos contra a hipóteses da ciência não significa que vamos contra os fatos.  Também nos consideramos colaboradores no processo científico.  Não houve ainda nenhum erro encontrado na DE que desabonasse a nossa moral.

O desenvolvimento além disso cabe à ciência.
Então a parte científica do espiritismo não é capaz de adquirir conhecimento com alguma margem de segurança confiável por conta própria?
O espiritismo por si só, não.  Necessitamos de equipamentos e conhecimentos de que muitas vezes não dispomos.  E também precisamos do fator "imparcialidade".  Além disso, como já disse, o foco da doutrina é moral.  Se nos dedicássemos a esmiuçar cada conceito nosso em detalhes, em nome do espiritismo, a doutrina se desviaria de sua finalidade.  Esse papel de pesquisa cabe à ciência.  Entretanto, os espíritas, sem representar a doutrina, podem perfeitamente realizar pesquisas direcionadas a entender melhor como funcionam determinadas situações.  Quando forem comprovados, a doutrina incorporará os conhecimentos, venham eles de onde vierem.

Não somos uma ciência à parte.  Queremos estar integrados ao todo.

O espiritismo tem por finalidade, por si só, de demonstrar a realidade do fenômeno, da existência dos espíritos e da mediunidade, entre outras coisas.  Mas, porque ocorre a mediunidade, como reconhecemos um indivíduo que é médium, o que fisicamente ocorre durante uma manifestação, não temos condições de responder enquanto doutrina.  Precisaremos do auxílio da ciência.

Quando não temos uma resposta positiva para certas polêmicas, procuramos agir de modo que um número mínimo de injustiças sejam cometidas. Neste caso, o aborto continua sendo crime aos nossos olhos pelo fato de a mulher dispor de uma vida que não é a sua. Não importa se tem ou não ainda uma alma associada, mas já é uma vida. Caso uma injustiça (ou possível injustiça) tenha que ser cometida em qualquer caso, tentamos nos posicionar para o lado menos injusto. O caso das células tronco, por exemplo, é uma questão dessas. É preferível sacrificar vidas que ainda não se concretizaram ou sacrificar vidas que já existem por falta de tratamento? Como não creio na morte, prefiro sacrificar vidas que ainda não se concretizaram. Se houvesse uma alma associada ela saberia perfeitamente encontrar um outro embrião sadio para tentar novamente. É simplesmente uma questão de se analisar lucros e perdas. Cada um que force para o lado de sua convicção, usando o melhor de seus argumentos, e as suas intenções que as julguem. Essa é minha opinião.

E a opinião dos médicos espíritas conta? http://www.amebrasil.org.br/html/bio_textos.htm
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Em relação a células tronco-embrionárias
(...)
Uma vida (a do embrião) não pode ser interrompida em benefício de outra;
(...)
Conta perfeitamente na balança das opiniões.  Eles fazem a parte deles e eu faço a minha, contribuindo com aquilo que penso ser o melhor e mais acertado.  Não tenho a pretensão de acertar sempre e imagino que nem eles.  Não somos a doutrina do "certo" e do "errado", mas a doutrina da responsabilidade perante nossos atos e intenções.  Não pense que uma questão dessas é motivo de dissidências entre nós.

Além do mais, vc saiu totalmente pela tangente, pois aborto não era a questão principal na minha postagem. Vc tinha dito que não via nada no LE que precisasse ser revisto ou corrigido. Pois bem: mostrei uma questão que merece revisão. Para isto usei a primeira edição do LE, um livro que usa terapia de vidas passadas e outro que trata de lembranças espontâneas em crianças. Nenhuma de minhas fontes é "de cético". Os próprios partidário da sobrevivência da consciência podem refutar teses kardecistas. Portanto, tenha menos pretensão quando dá a entender que o LE continua irretocável.
Pois bem, Cyrix.  Eu me rendo às evidências.  Me diga então quando é afinal que a alma se une ao corpo, de maneira definitiva e irrefutável, que vou sugerir a correção do LE (através de uma nota).  Só não vale dizer que não existe alma ou que ela nunca une-se ao corpo.

A limitação de não podermos repetir as experiências não desagrada só a você. A nós também. Adoraria ter uma bancada de testes a respeito de fenômenos espiritualistas para comprovar facilmente para quem quisesse ver. Mas isso não nos é possível. E não é problema nosso, mas da ciência. Inúmeras experiências foram feitas e relatadas. Infelizmente não podem ser repetidas nas mesmas condições. Mas isso não significa que não sejam válidas. Encontrem um meio de contornar essa dificuldade de comprovação e nós agradeceremos.
Que limitação? O que eu pedi, se vc não se esquivou de novo ou leu na pressa, foi que se repetisse o que Kardec fez: distribuir perguntas selecionadas e verificar se o tal "consenso universal" existe mesmo. A questão de quando se dá a união entre corpo e alma é só um exemplo. Há uma pregada de centros pelo Brasil e no mundo, das mais diversas correntes. Que empecilho vc vê? Agora, faça isso por vcs, não por "céticos". Faça de uma forma transparente, com controle estatístico, que outros espiritualistas possam questionar e revisar. Os dados de Kardec... "ninguém sabe, ninguém viu".
Leia as milhares de obras de cunho espírita e até não espíritas que você verá que existe grande consenso em várias questões.  O nome de Kardec, então, é um consenso quase universal.  Mas existem também muitas divergências e quando isso ocorre, temos que, invariavelmente, escolher um partido a tomar.  Ao contrário do que pensa, os espíritas não são tão unânimes quanto gostaríamos.  A única coisa que é unânime entre os espíritas, e até entre espiritualistas como a Umbanda, LBV e Divinismo, é Kardec.

Além do mais, falando assim, você menospreza a nossa inteligência.  Eu, por exemplo, já li toda a obra de Kardec de cabo a rabo e não encontrei nada reprovável sob o ponto de vista racional.  Milhões de outros fizeram o mesmo e hoje são adeptos do Espiritismo (de Kardec).  Eu não aceitei porque todo mundo aceita.  Eu aceitei porque satisfaz completamente a minha razão.

Aliás, o fato de vocês dizerem que todas as pessoas sérias, sem exceção, que estudaram os fenômenos espiritualistas e concluíram pela sua veracidade são alucinados, enganados ou charlatães em todos os casos, já é outro ad hoc.
"Vocês"? Onde eu disse isso? Não atribua a mim defeitos que dá outros. No máximo eu coloquei acima uma fonte espiritualista que questiona a isenção de Crookes, mas aí vcs que são espiritualista que se entendam. Usei espiritualistas para questionar o espiritismo.
Você é convicto em alguma coisa, Cyrix?  Você é materialista convicto?  Ateu?  Acredita na existência dos espíritos?  Se você não acredita na existência dos espíritos, você implicitamente está afirmando que todos aqueles que já dizem ter visto, entrado em contato, escrito livros, feito pesquisas, etc... com espíritos eram alucinados, enganados ou charlatães.  Não precisa dizer, pois sabemos que é isso que pensa.  Ou você simplesmente duvida?

Mais uma vez vc se esquiva: mostrei-lhe coisas a revisar e "finge que está tudo bem" pois ainda não há juiízos finais. Vai esperar juízos finais até quando? E se nunca vierem? Enquanto isso a Gênese vai ficando defasada.... Esse negócio de acompanhar a ciência (ainda que provisória) é balela, então? Ah, para seu conhecimento as teorias da origem da vida abordam a questão é muito diferente da antiga "geração espontânea": foi um processo lento, de ensaio e erro, gerando um ser simples e que não se repete hoje, pois qualquer agloremado de substâncias orgânicas que ensaiasse uma "nova cadeia evolutiva" se tornaria alimento de outro ser vivo antes que tivesse chace disso. Kardec ainda falava da criação de seres complexos, em curto prazo, nos dias atuais.
O que você nos sugere quando não tivermos juízos finais?  Que firmemos uma opinião, mesmo sem ter certeza?  Que abramos mão da nossa opinião em favor da que convém a determinado grupo de pessoas?

Ora, se não houver nunca um juízo final, ficaremos eternamente na dúvida.  Você espera alguma coisa diferente disso?  E como a Gênese pode ficar defasada se não existe refutação definitiva aos seus conceitos?  Aceitamos verdades parciais desde que sejam pelo menos lógicas e não se oponham a fatos.  Alguns é que querem nos convencer a abrir mão de conceitos simplesmente porque não podemos repetir experiências à vontade.  Ou então nos forçam a tomar posições definitivas onde não é ainda possível.  Tanto num caso como noutro seríamos aniquilados pela crítica.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Leafar

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #53 Online: 20 de Novembro de 2006, 16:13:05 »
Quanto à sua segunda colocação, já não é mais questão simplesmente de crença, mas de experiências e casos que demonstram, primeiro a existência dos espíritos e, segundo, a possibilidade de se percorrer grandes distâncias em tempos muito curtos. Esses casos são a visão à distância ou as premonições. Também foram realizadas experiências de evocações de espíritos de pessoas vivas que estavam em outros continentes. Eu sei que não crê nisso e nem aceita as provas que temos para justificar. Mas elas nos são suficientes para fundamentar essa idéia e a retirar do campo das crendices.

E onde estariam essas provas tão definitivas?
Estão nos milhares (ou milhões) de relatos, livros, resultados de experiências, etc... que vocês afirmam serem 100% falsos.  É um direito de vocês assim pensarem.  Mas não podem obrigar todos a partilharem dessa opinião que, a meu ver, contraria a lógica e a estatística.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Luis Dantas

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #54 Online: 20 de Novembro de 2006, 16:44:44 »
Quanto à sua segunda colocação, já não é mais questão simplesmente de crença, mas de experiências e casos que demonstram, primeiro a existência dos espíritos e, segundo, a possibilidade de se percorrer grandes distâncias em tempos muito curtos. Esses casos são a visão à distância ou as premonições. Também foram realizadas experiências de evocações de espíritos de pessoas vivas que estavam em outros continentes. Eu sei que não crê nisso e nem aceita as provas que temos para justificar. Mas elas nos são suficientes para fundamentar essa idéia e a retirar do campo das crendices.

E onde estariam essas provas tão definitivas?
Estão nos milhares (ou milhões) de relatos, livros, resultados de experiências, etc... que vocês afirmam serem 100% falsos. É um direito de vocês assim pensarem. Mas não podem obrigar todos a partilharem dessa opinião que, a meu ver, contraria a lógica e a estatística.

Não somos nós a tentar ser donos da verdade, Leafar.  Todas as evidências que vieram à tona no sentido do que você diz são de péssima qualidade.  Aliás, você acabou de dizer que Kardec "é unanimidade" para Umbanda, não?  Pode me mostrar alguma referência nesse sentido?  Pode me dar um motivo para preferir as interpretações espíritas às religiosas?
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Cyrix

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #55 Online: 20 de Novembro de 2006, 18:44:14 »
A ciência não deu a sua última palavra a respeito, principalmente a respeito de Marte.  O que se sabe é que por lá existe grande quantidade de metano na atmosfera e que não deveria existir, segundo alguns cientistas.  Supondo-se que algum dia descubra-se vida por lá, quem é que garante que seria toda irracional, como os nossos animais?  Quem sabe se teriam a mesma constituição e tamanho físico nosso?  Será que não haveria possibilidade de lá encontrar formas de vida inteligente bastante rudimentares como os nossos antigos homens das cavernas, capazes apenas de construir ferramentas primitivas?  Veja que não estou afirmando que há.  Só estou considerando hipóteses baseadas no que se sabe a partir da própria ciência.  Quanto ao resto, prefiro esperar os resultados das pesquisas para me posicionar definitivamente.
Sua comparação não procede: homens das cavernas são vida muito complexa, do ponto de vista biológico. Vermes já o seriam. O que se espera encontrar em Marte são no máximo micróbios, pois já descemos lá em não vimos os seres relatados por Kardec.

Então os Ad hocs são úteis?  Viva os Ad hocs, pois.  Se elas não são sempre verdadeiras, pelo menos nos ajudam a encontrar a verdade dos fatos durante a busca da sua refutação.
Isto depende muito da qualidade do ad hoc

O fato de uma determinada teoria Ad hocser impassível de verificação a invalida então como possibilidade?  É isto que quis dizer?  Como ficamos então com a teoria do big-bang, da expansão do universo, etc...  Estão descartadas?
Te digo uma previsão da teoria do Big-Bang que foi verificada: radiação de fundo. Em física, há todo um histórico de teorias que foram abandonadas por serem de verificação inviável (Kaluza-klein) ou falharam nas tentativas (supergravidade). Existem as bolas da vez que irão  desaparecer se ficarem em pura especulação (super-cordas).

Na prática o que está considerando Ad hoc é tudo que vai contra suas idéias pré-concebidas.
Ou seja, eu só seria um cara impacial se concordasse contigo... e vc tem dom de telapatia para descobrir quais são minha idéias?

  É só mais um adjetivo usado para desqualificar todas as idéias que considera estranhas, mas que não consegue provar falsas.
Well, noto que está levando o negócio para o pessoal. Desculpe, mas quem defende a idéia é que tem que provar. Vc me diz que há vida inteligente ( logo complexa) em Júpiter e vida ao menos complexa em Marte, eu retruco porque esse alienígenas são tão esquivos? Vc me dá alegações especiais que são intratáveis, tal como o episódio de Galileu e o relevo lunar. Fica difícil não fazer um paralelo entre os dois.
  Essa tentativa de derramar o ridículo sobre uma teoria para fazê-la parecer falsa é uma tática desleal e infelizmente muito utilizada.
Se um dia acharem homens das cavernas em Marte ou detectarem  ondas moduladas de rádio vindas de Júpiter (sinal de civilização em mesmo nível ou superior a nossa) eu coloco minha mão a palmatória. Mas até lá (se esse dia chegar) o que vc me oferece é fé. Fé cega, mesmo. Já houve quem disse que os dinossauros pareceram por serem grandes demais para entrar na Arca de Noé. Vc chama isso de teoria? Sem querer te ofender (mais): vc está me apresentando algo do mesmo quilate.

Aonde eu saí pela tangente?  Só estou mostrando que usa contra nós as mesmas táticas que condena nos outros.
Mantenho a questão: um erro não justifica outro. Estava discutindo eu, Cyrix, com vc leafar sobre vida em outros planetas. Se outros céticos usam ad hocs fracos no caso contra Crookes problema deles! Vc está atribuindo a mim uma bronca que tens contra o resto do fórum. Se vc não gosta de desculpas esfarrapadas contra Crookes, por que as faz comigo?

Tenho um livro do punho de Douglas Home: Lights and Shadows of Spiritualism. Em um capítulo ("Delusion") ele senta a lenha no kardecismo. Espiritualismo inglês versus o francês. Como é muita coisa para traduzir, um dia eu posto num fórum de debates só para encher lingüinça. Que nem faz certa pessa que conheço virtualmente.
Não conheço o livro.  Poste para nosso conhecimento e discutimos.
Ihhh... vai demorar... são muitas páginas para digitar e traduzir.

Citei essa autora por ela ser imparcial e não ter uma conclusão necessariamente concordante com a nossa.  Eu simplesmente quis mostrar como Stokes formulava várias hipóteses Ad hoc para contestar Crookes.
Strokes era um mau menino, vai ser um também?

Crookes até que tentou, mas a sua luta era inglória.  Se eu estivesse lá e visse com meus próprios olhos, eu me convenceria simplesmente com a experiência da tábua.  Não precisaria fazer a do balde com água.  Mas se tivesse que convencer quem não viu o experimento, sob a alegação de que não podia ser repetido com qualquer pessoa, não vejo como poderia fazê-lo de forma irrefutável.  Sempre haveria um "senão".  Nesse caso, ficaria com a minha certeza pessoal, daria o meu testemunho pessoal, e quem quisesse crer, que cresse.  É isso o que Crookes fez.  A única coisa que vale é a força de seu nome, que para mim tem bastante credibilidade, digam o que disserem.
Digo que no momento não estou interessado em discuti-lo.

Isso sem citar, finalmente, quando não inventaram que ele teria tido um caso amoroso com a médium Florence Cook e essa teria sido a motivação para a publicação de resultados na Royal Society.
E quando o sujeito indeterminado desse "inventaram" é um site pró-sobrevivência e anti-cético http://www.prairieghosts.com/florence.html?
É uma hipótese Ad hoc como outra qualquer, não importa de onde venha.  O fato é: existem ou não as provas desse envolvimento?  Se não existem, a questão é hipotética.  Mas vamos supor que tivesse tido realmente um relacionamento amoroso com Cook, na frente da esposa e de vários outros homens que lhe estariam coadunados.  Pratique um pouco de empatia e coloque-se na pele de Crookes.
Fugiu do ponto principal: este ad hoc foi feito por espiritualistas. Não jogue em "céticos" todos os seus ressentimentos.


Então vamos à questão do consenso universal.  Em que situações ele é válido?  Somente onde não há uma solução definitiva para determinada questão.  Contra fatos não existem argumentos, diz o ditado.  Mas desde que não se há fatos e a questão permenece em aberto, na hora de decidir qual hipótese apoiar preferencialmente, Kardec sugeriu o consenso universal.  Mas ele nunca disse que esse método era infalível.  Como sabemos, a verdade nem sempre é democrática.  Kardec disse que o consenso era o guia mais seguro em caso de dúvidas.  Veja a citação abaixo:

Citação de: Allan Kardec - ESE - Introdução
Os princípios acima não resultam de uma teoria pessoal: são conseqüência forçada das condições em que os Espíritos se manifestam. E evidente que, se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões de outros dizem o contrário algures, a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou quase o único de tal parecer. Ora, pretender alguém ter razão contra todos seria tão ilógico da parte dos Espíritos, quanto da parte dos homens. Os Espíritos verdadeiramente ponderados, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, nunca a resolvem de modo absoluto; declaram que apenas a tratam do seu ponto de vista e aconselham que se aguarde a confirmação.

O simples fato de dizer que a "doutrina espírita não seria ultrapassada, pois se novos fatos demonstrassem estar em erro, ela se modificaria", já mostra que Kardec não considerava o consenso universal infalível.  A doutrina espírita foi codificada em parte por esse consenso e, se Kardec o julgasse infalível, não teria dito aquilo.  Mas o que ele disse continua valendo: a maioria das opiniões, em caso de dúvidas, tem maior presunção de verdade (ao menos provisória) do que as opiniões das minorias.
Sinto que o edifício do kardecismo, apesar de imponente, é fincado em alicerces de dúvidas ... minha opinião

E mais uma vez: o foco da doutrina é moral.  Não são os possíveis erros científicos que serão capazes de desacreditá-la, a menos que tenham alguma influência considerável nas conseqüências morais.
Cara, aí pode estar mandando tua opinião. Sempre ouço o tripê: ciência, filosofia, religião. Se a moral é o que interessa ... então esqueça a parte científica.

Então por que nos pressiona a fornecer respostas definitivas que não temos?  Para sermos depois massacrados pela crítica?
Se vc não tem, beleza! Só acharia problemático impor cartilhas a outros  baseados em coisas que vc não tem (muita) certeza. Vamos supor que haja um plebiscito pela legalização do aborto. Se vc votasse contra a legalização, não estaria impondo juízo da doutrina a pessoas que discordam dela?

Na época em que eu era espírita havia palestras anti-aborto no centro e usavam a tal questão da segunda edição do LE como base. Serve?
Esse é um argumento que eu particularmente discordaria.  Eu usaria argumentos diferentes.  O aborto é reprovável não somente porque mata um ser humano.  Nós cremos que a morte não existe e também sabemos que a criança não tem sequer a consciência do que se passa.  A doutrina espírita não reprova o aborto quando há riscos de vida iminente para a mãe.  É sempre a questão que falei acima: se tiver que fazer o mal, minimize-o.
Parece razoável. sinceramente, não era entrar muito no caso do aborto. Citei aquela questão do LE, mas acho que estamos saindo do foco.

A questão de reprovarmos o aborto sem motivos médicos é moral.  Qual é a finalidade da mãe interromper a gravidez?  Renúncia à prova escolhida, covardia perante as dificuldades que ainda nem vieram, descaso para com a vida alheia, entre outros.  Nesse caso, não é nem questão de se escolher entre um mal maior e um mal menor.  É questão de se escolher entre o certo e o errado.  Por isso reprovamos.
"Renúncia a prova escolhida" é um argumento que vale dentro da ótica espírita. Uma mulher não-espírita poderia desconsiderar isto em caso de estupro (sem imprudência, portanto).

Kardec escolheu a opinião que melhor lhe convinha baseado no que ele julgou ser o mais acertado. É opinião dele e dos espíritos que ditaram as respostas. Nunca consideramos diferentemente disso.
Escolheu sem a menor transparência, baseado num "consenso universal" que ninguém sabe, ninguém viu.
Perfeitamente.  Aceitamos o julgamento de Allan Kardec por nossa conta e risco.  Mas temos uma idéia muito boa de onde teria vindo esse consenso lendo os 12 anos da Revista Espírita.
Hum...

O fato que importa para nós, enquanto doutrina espírita, é que essa união se dá em algum momento.
Se não se desse... seriam zumbis? Um caso pegou um feto 99,99% a dez dias do parto. E nos casos de possessão estudados por Stevenson (nada a ver com mediunidade): a nova personalidade morreu e reencarnou após o nascimento do corpo. Em ambas as situações já havia mentes em formação nos novos corpos antes da "reformatação". Será que eram almas novas, 0 km, que foram destruídas pelo reencarnante? É uma hipótese interessante...
Não entendi bem o que quis dizer acima.  Um corpo sem alma para mim é um zumbi, um vegetal, sem vontade nem pensamentos.
Esqueça os zumbis. Foque que estes casos podem indicar que nem todas as almas teriam existência pregressa. É uma interpretação


Quando Galileu afirmou que era a Terra que girava em torno do Sol, podemos considerar uma resposta definitiva em termos de ciência.
Se eu disser que não, vc acreditaria? É possível modelos heliocêntricos equivalentes. Bem, isto é uma discussão que deveríamos deixar para depois.


Ou seja, quando deixa de fundamentá-la, vcs ficam com medo e usam a religião.
Poderia apontar aonde fizemos isso?  Aceitamos também verdades parciais (hipotéticas) para fundamentar a nossa moral.  Não há nada de errado nisso.  A própria ciência faz isso.  O fato de às vezes irmos contra a hipóteses da ciência não significa que vamos contra os fatos.  Também nos consideramos colaboradores no processo científico.  Não houve ainda nenhum erro encontrado na DE que desabonasse a nossa moral.
Citar
Acabamos de discutir um caso em que fatos contradiziam o LE. E podiam ter implicações morais. Encerro aqui.

Então a parte científica do espiritismo não é capaz de adquirir conhecimento com alguma margem de segurança confiável por conta própria?
O espiritismo por si só, não.  Necessitamos de equipamentos e conhecimentos de que muitas vezes não dispomos.  E também precisamos do fator "imparcialidade".  Além disso, como já disse, o foco da doutrina é moral.  Se nos dedicássemos a esmiuçar cada conceito nosso em detalhes, em nome do espiritismo, a doutrina se desviaria de sua finalidade.  Esse papel de pesquisa cabe à ciência.  Entretanto, os espíritas, sem representar a doutrina, podem perfeitamente realizar pesquisas direcionadas a entender melhor como funcionam determinadas situações.  Quando forem comprovados, a doutrina incorporará os conhecimentos, venham eles de onde vierem.

Não somos uma ciência à parte.  Queremos estar integrados ao todo.

O espiritismo tem por finalidade, por si só, de demonstrar a realidade do fenômeno, da existência dos espíritos e da mediunidade, entre outras coisas.  Mas, porque ocorre a mediunidade, como reconhecemos um indivíduo que é médium, o que fisicamente ocorre durante uma manifestação, não temos condições de responder enquanto doutrina.  Precisaremos do auxílio da ciência.
Pode ser que seja isto agora, mas acho que a idéia original de Kardec era outra...

Conta perfeitamente na balança das opiniões.  Eles fazem a parte deles e eu faço a minha, contribuindo com aquilo que penso ser o melhor e mais acertado.  Não tenho a pretensão de acertar sempre e imagino que nem eles.  Não somos a doutrina do "certo" e do "errado", mas a doutrina da responsabilidade perante nossos atos e intenções.  Não pense que uma questão dessas é motivo de dissidências entre nós.
Sim, mas existem outras dissidências, por outros motivos...deixa pra lá

Pois bem, Cyrix.  Eu me rendo às evidências.  Me diga então quando é afinal que a alma se une ao corpo, de maneira definitiva e irrefutável, que vou sugerir a correção do LE (através de uma nota).  Só não vale dizer que não existe alma ou que ela nunca une-se ao corpo.
Eu esperava que essa resposta viesse pelo próprio espiritismo. Não como uma nota, mas uma revisão e reformulação total do LE. Vc pode, provisoriamente, colocar casos estudados por Stevenson (ou outro) com intervidas menos que uma gestação. Será  o auê grande?

Leia as milhares de obras de cunho espírita e até não espíritas que você verá que existe grande consenso em várias questões.  O nome de Kardec, então, é um consenso quase universal.  Mas existem também muitas divergências e quando isso ocorre, temos que, invariavelmente, escolher um partido a tomar.  Ao contrário do que pensa, os espíritas não são tão unânimes quanto gostaríamos.  A única coisa que é unânime entre os espíritas, e até entre espiritualistas como a Umbanda, LBV e Divinismo, é Kardec.
Pois revise assim mesmo de forma sistemática. A FEB, apesar de suas acusações de roustagnismo, não poderia coordenar? Lembre que coloquei uma historinha de Feynman com um livro de física: onde parecia tudo bem, tudo mal.

Além do mais, falando assim, você menospreza a nossa inteligência. 
Acho que menosprezo outra coisa.
Eu, por exemplo, já li toda a obra de Kardec de cabo a rabo e não encontrei nada reprovável sob o ponto de vista racional.  Milhões de outros fizeram o mesmo e hoje são adeptos do Espiritismo (de Kardec).
Fiz o caminho contrário. Não sou maioria, mas não estou sozinho.
Eu não aceitei porque todo mundo aceita.  Eu aceitei porque satisfaz completamente a minha razão.
Houve certa conveniência na seleção, então?

Você é convicto em alguma coisa, Cyrix?
Meu lema: "Respeito que busca a verdade, critico quem diz que a encontrou".
  Você é materialista convicto? 
Existem algumas pesquisas psi interessantes
Ateu? 
Sabia que é possível crer em vida após a morte e não crer não em deus?
Acredita na existência dos espíritos? 
É a hipótese rival a psi. Tem seu mérito.

Se você não acredita na existência dos espíritos, você implicitamente está afirmando que todos aqueles que já dizem ter visto, entrado em contato, escrito livros, feito pesquisas, etc... com espíritos eram alucinados, enganados ou charlatães.
Por que uma opinião implicaria na outra. Ainda acho que continua descarregando em mim ressentimentos que teve com outros. Só não aconselho a acreditar em espíritos: eles mentem demais.
Não precisa dizer, pois sabemos que é isso que pensa.
Poxa, escrevi tanto à toa. "Sabemos": vc e a torcida do Flamengo?
Ou você simplesmente duvida?
Vc disse que eu não precisava responder.

O que você nos sugere quando não tivermos juízos finais?  Que firmemos uma opinião, mesmo sem ter certeza?  Que abramos mão da nossa opinião em favor da que convém a determinado grupo de pessoas?
Falei de geologia, abiogênese e evolução. Se estes juízos não forem finais o espiritismo vai desabar por causa disto? O que interessa não era a moral?

Ora, se não houver nunca um juízo final, ficaremos eternamente na dúvida.  Você espera alguma coisa diferente disso? 
Por isso acho que as leis terrenas não devem se basear em juízo científicos (lembra da eugenia), nem religiosos. Mas na moral coletiva.

E como a Gênese pode ficar defasada se não existe refutação definitiva aos seus conceitos?
Se pensar assim, ainda ensinaríamos Aristóteles em aulas de física e biologia.
  Aceitamos verdades parciais desde que sejam pelo menos lógicas e não se oponham a fatos
As "verdade parciais" que citei não ferem nada disso.
Alguns é que querem nos convencer a abrir mão de conceitos simplesmente porque não podemos repetir experiências à vontade.
A única experiência a repetir que pedi está acessível. A dificuldade, a meu ver, é quem será o cara à frente dela. E lembro: repitam para vocês mesmos.
Ou então nos forçam a tomar posições definitivas onde não é ainda possível.
Se as posições interferem na vida das pessoas, melhor não tomar mesmo.
  Tanto num caso como noutro seríamos aniquilados pela crítica.
Olha, talvez os críticos que tanto detesta às vezes lhe prestem um favor. Você acha que evoluiria onde todo mundo só se auto-corrobora.
Um abraço.
Te cuida, cara.
« Última modificação: 20 de Novembro de 2006, 18:51:46 por Cyrix »
Onde há dúvida, há liberdade
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Offline Hold the Door

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #56 Online: 20 de Novembro de 2006, 19:36:56 »
Acompanhe o texto abaixo sobre as experiências de Crookes com relação a Douglas Home:

Citar
...
- sentado numa cadeira confortável, com pés e mãos visíveis, mesmo se fizesse o maior esforço possível, Home não conseguiria produzir aqueles resultados;
- os dedos do médium estavam a menos de 1,5 polegadas da extremidade sobre a mesa sendo impossível provocar qualquer ação sobre a balança através de uma pressão exercida neste espaço;
- naquelas condições, Home só poderia exercer pressões para baixo, e portanto, o peso registrado seria sempre menor.

Embora tudo indique que Crookes considerava importante a existência de algum tipo de contato entre o médium e o dispositivo, George Stokes criticou essa condição como um ponto fraco do experimento.

Em 20 de junho de 1871, Crookes mencionou numa carta a Stokes a construção de uma montagem experimental na qual o contato seria feito através da água, eliminando a possibilidade de transmissão mecânica do movimento para a tábua.  No dia 30 do mesmo mês, Stokes respondeu que, neste caso, quando a mão era colocada na água, a pressão sobre a vasilha de vidro era aumentada pelo peso da água deslocada, podendo fazer descer a balança.  A vasilha de vidro não estava exatamente sobre o ponto de apoio, e isso poderia justificar a explicação de Stokes.  A crítica de Stokes parece ter levado à modificação de colocar a vasilha sobre o ponto de apoio, descrita por Crookes no terceiro artigos em outrubro de 1871.

Ainda na mesma carta, comentando os resultados obtidos no experimento com a vasilha de água, Stokes afirmou que tudo poderia não ter passado de "meros tremores"...

Fonte:  As investigações de William Crookes sobre fenômenos espiritualistas com o médium Daniel Home na década de 1870,
por Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira / Roberto de Andrade Martins.
Reparou hipóteses e mais hipóteses ad hoc para refutar William Crookes?
Eu não vi nenhum ad hoc contra as experiências, mas críticas válidas contra uma falta de rigor experimental.
Isso é extremamente comum nas ciências experimentais, você necessita eliminar todas as influências espúrias, de modo que o seu experimento meça apenas o fenômeno desejado. Não sei porque para o espiritismo se deveria exigir um rigor menor.

Crookes até que tentou, mas a sua luta era inglória.  Se eu estivesse lá e visse com meus próprios olhos, eu me convenceria simplesmente com a experiência da tábua.  Não precisaria fazer a do balde com água.
Essa é a diferença entre meramente acreditar no fenômeno e demonstrar experimentalmente o fenômeno...
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Leafar

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #57 Online: 20 de Novembro de 2006, 22:19:50 »
Citação de: Cyrix
Te digo uma previsão da teoria do Big-Bang que foi verificada: radiação de fundo. Em física, há todo um histórico de teorias que foram abandonadas por serem de verificação inviável (Kaluza-klein) ou falharam nas tentativas (supergravidade). Existem as bolas da vez que irão  desaparecer se ficarem em pura especulação (super-cordas).
Ainda bem que Einstein formulou a sua Teoria da Relatividade depois da invenção da fotografia...

Citação de: Cyrix
Se um dia acharem homens das cavernas em Marte ou detectarem  ondas moduladas de rádio vindas de Júpiter (sinal de civilização em mesmo nível ou superior a nossa) eu coloco minha mão a palmatória. Mas até lá (se esse dia chegar) o que vc me oferece é fé. Fé cega, mesmo. Já houve quem disse que os dinossauros pareceram por serem grandes demais para entrar na Arca de Noé. Vc chama isso de teoria? Sem querer te ofender (mais): vc está me apresentando algo do mesmo quilate.
Fé cega seria se eu afirmasse positivamente, sem nenhum dado comprovativo, a existência de vida em Marte, ou Júpiter, ou onde quer que seja.  Eu não fiz isso.  Eu só considero as hipóteses ainda não definitivamente descartadas.

Citação de: Cyrix
Well, noto que está levando o negócio para o pessoal.
É, talvez você tenha razão.  É que eu às vezes me esqueço que estamos conversando pela primeira vez.  Me desculpe.

Citação de: Cyrix
Fugiu do ponto principal: este ad hoc foi feito por espiritualistas. Não jogue em "céticos" todos os seus ressentimentos.
E qual o problema de ter sido feito por espiritualistas?  Não deixa de ser um Ad hoc.  Não entendi onde quis chegar.

Citação de: Cyrix
Sinto que o edifício do kardecismo, apesar de imponente, é fincado em alicerces de dúvidas ... minha opinião
Algum dia afirmamos que detemos a verdade absoluta?  Mas as nossas dúvidas não estão nos alicerces.  Caso não saiba, os nossos alicerces são:
A existência de Deus, a sobrevivência e imortalidade da alma, a comunicabilidade dos espíritos, a pluralidade das existências e a pluralidade dos mundos habitados.  Não existe, para nós, dúvidas a esse respeito.  Mas existem, certamente, dúvidas sobre como esses alicerces ocorrem.

Citação de: Cyrix
Cara, aí pode estar mandando tua opinião. Sempre ouço o tripê: ciência, filosofia, religião. Se a moral é o que interessa ... então esqueça a parte científica.
A moral é o que interessa, mas ela se apóia na parte científica.  De que adianta dizer que o espírito será tanto mais feliz ou desgraçado na vida futura se não pudermos fundamentar a existência da vida futura.  A parte moral é a que importa, mas ela é uma conseqüência da parte científica.  Eu só disse que, enquanto doutrina espírita, não temos condições de nos aprofundar demais nas pesquisas sem a ajuda da ciência.

Citação de: Cyrix
Se vc não tem, beleza! Só acharia problemático impor cartilhas a outros  baseados em coisas que vc não tem (muita) certeza. Vamos supor que haja um plebiscito pela legalização do aborto. Se vc votasse contra a legalização, não estaria impondo juízo da doutrina a pessoas que discordam dela?
A doutrina não impõe o seu juízo a ninguém.  Cada um vota com a consciência própria.  A doutrina apenas manifesta sua opinião.  Existem questões que são polêmicas e a dúvida é lícita, como a questão das células tronco.  Mas outras questões são óbvias, como a questão do aborto, mesmo em caso de estupro, pois a mulher estará tirando a vida de um ser que nada tem a ver com a questão.  A nossa opinião é que deve procurar ser forte e abnegada, senão por ela própria, mas pelo ser que vai nascer e não tem culpa.

Se deixássemos de tomar uma posição porque corremos o risco de errar, então estaríamos paralisados no mundo.  Tomamos partido sim, em certas questões, e desejamos do fundo do coração não estarmos errados.  Procuramos sempre, na medida do possível, discutir essas questões para mais cedo procurar eliminar um erro de julgamento onde ele possa existir.  Mas não temos a pretensão de sermos perfeitos e acertar sempre.  Neste caso, que as nossas intenções nos julguem.

Citação de: Cyrix
Esqueça os zumbis. Foque que estes casos podem indicar que nem todas as almas teriam existência pregressa. É uma interpretação
Supondo a reencarnação um fato, acho muito difícil que a primeira encarnação humana se realizasse na Terra.  Seria, provavelmente num mundo mais primitivo.  A menos, é claro, que supuséssemos que a reencarnação fosse um processo completamente aleatório, o que é, a meu ver, um hipótese mais absurda ainda.

Citação de: Cyrix
Pode ser que seja isto agora, mas acho que a idéia original de Kardec era outra...
A idéia de Kardec era desenvolver a ciência até o máximo que conseguisse.  Essa é a nossa idéia hoje também.  Mas, como já disse, como doutrina espírita simplesmente, nos faltam meios.  Temos que recorrer à ciência, que pode ser perfeitamente constituída de espíritas (ou não) tentando aprofundar uma determinada idéia.  Mas esses espíritas na ciência têm que trabalhar na qualidade de cientistas e não de espíritas, pois caso contrário, haveria parcialidade.

Citação de: Cyrix
Sim, mas existem outras dissidências, por outros motivos...deixa pra lá
Sim, existem bastante dissidências.  Mas isso não significa que não concordemos em aspectos fundamentais.  Também temos, como em todas as religiões, os nossos "Falsos Irmãos" e "Amigos Inábeis", que vez por outra atrapalham a nossa caminhada.  Não me considero um falso irmão, pois minhas idéias, ainda que porventura errôneas, são sinceras, e ninguém nunca vai me ver levantando uma bandeira no centro e outra fora dele.  Mas posso perfeitamente ser um "Amigo Inábil" se me expressar incorretamente e com falta de moderação ao defender a doutrina.  É quanto a isso que procuro me policiar para não errar (ou errar o mínimo possível).

Citação de: Cyrix
Eu esperava que essa resposta viesse pelo próprio espiritismo. Não como uma nota, mas uma revisão e reformulação total do LE. Vc pode, provisoriamente, colocar casos estudados por Stevenson (ou outro) com intervidas menos que uma gestação. Será  o auê grande?
O que ganharíamos com isso?  Faríamos correções que não são definitivas para depois corrigir outra vez, e supondo que o que está originalmente escrito pode até estar certo?  Deixemos as idéias se desenvolverem antes de mexer nos conceitos.  As obras complementares atendem muito bem a esta função de questionamentos.

Citação de: Cyrix
Houve certa conveniência na seleção, então?
O que quis dizer com isso?

Citação de: Cyrix
Meu lema: "Respeito que busca a verdade, critico quem diz que a encontrou".
É o meu também.

Citação de: Cyrix
Por que uma opinião implicaria na outra. Ainda acho que continua descarregando em mim ressentimentos que teve com outros. Só não aconselho a acreditar em espíritos: eles mentem demais.
Neste caso, não.  Se você tem a opinião que espíritos não existem, isso significa que, ainda na sua sua opinião, todos os que atestaram a sua existência se enganaram ou mentiram.  Não há meio termo.  Uma única opinião autêntica comprovaria o fenômeno e não haveria razão para duvidar.  A questão é só saber se você acredita ou não na possibilidade da existência dos espíritos.

Quanto aos espíritos mentirem, nós somos os primeiros a declarar isso.  Mas também declaramos que nem todos mentem e que nem todos mentem o tempo todo.

Citação de: Cyrix
Falei de geologia, abiogênese e evolução. Se estes juízos não forem finais o espiritismo vai desabar por causa disto? O que interessa não era a moral?
Se o Espiritismo aceitar essas coisas como hipotéticas e depois forem desmentidas, o Espiritismo não sofre.  Mas se aceitar como verdades adquiridas é completamente diferente.  Você está propondo uma revisão do LE, de coisas que são hipotéticas e ainda não desmentidas, por outras igualmente hipotéticas e não comprovadas.  Qual a utilidade disso?  Mais uma vez: para discutir essas questões é que existem as obras complementares.  Quando, das duas uma: ou a teoria espírita for comprovada errada, ou alguma outra teoria for comprovada correta, isso sim justificaria uma revisão.

Citação de: Cyrix
Por isso acho que as leis terrenas não devem se basear em juízo científicos (lembra da eugenia), nem religiosos. Mas na moral coletiva.
Concordo.  Mas queira ou não, a moral coletiva é influenciada pelos juízos científicos e religiosos.  A propósito, sou totalmente contra a religião se envolver com a política.  Sou a favor do estado laico.

Citação de: Cyrix
Se pensar assim, ainda ensinaríamos Aristóteles em aulas de física e biologia.
Que eu saiba, muitas teorias aristotélicas foram refutadas.  Situação completamente diferente de A Gênese, que teve somente algumas poucas teorias refutadas definitivamente.

Citação de: Cyrix
Se as posições interferem na vida das pessoas, melhor não tomar mesmo.
Tem certos casos em que temos que tomar uma posição, mesmo correndo o risco de errar.  Participar ou não participar de uma guerra, realizar ou não experiências de célula tronco, pesquisar ou não a clonagem, etc...  Esses são só alguns exemplos.

Citação de: Cyrix
Olha, talvez os críticos que tanto detesta às vezes lhe prestem um favor. Você acha que evoluiria onde todo mundo só se auto-corrobora.
Nós, ao contrário do que se pensa, apreciamos a crítica.  Se ela estiver com a razão, o melhor que temos a fazer é nos modificarmos.  O que quis dizer é que não podemos fornecer armas gratuitamente para sermos criticados com razão.  A crítica que nos interessa é aquela que nos aponta erros que não tínhamos nos dado conta.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #58 Online: 20 de Novembro de 2006, 22:38:25 »
Eu não vi nenhum ad hoc contra as experiências, mas críticas válidas contra uma falta de rigor experimental.
Isso é extremamente comum nas ciências experimentais, você necessita eliminar todas as influências espúrias, de modo que o seu experimento meça apenas o fenômeno desejado. Não sei porque para o espiritismo se deveria exigir um rigor menor.

Crookes até que tentou, mas a sua luta era inglória.  Se eu estivesse lá e visse com meus próprios olhos, eu me convenceria simplesmente com a experiência da tábua.  Não precisaria fazer a do balde com água.
Essa é a diferença entre meramente acreditar no fenômeno e demonstrar experimentalmente o fenômeno...
Vamos lá, Ângelo:

Imagine-se na pele de Crookes, fazendo a experiência.  Você vê Home encostando levemente, com as pontas dos dedos na tábua, sem nenhum movimento que caracterize a produção de força voluntária como contração de músculos, amassamento de pele, etc...  Imagine que você viu o fenômeno se realizar na sua frente.  Você creria ou não nele?  Lembre-se que teria sido você que preparou a experiência, no seu campo, no seu laboratório, para evitar algum truque escondido na manga.

E concorda que num caso hipotético desses é muito difícil convencer a outros que não presenciaram o acontecimento?

E assumindo ainda que você não tivesse meios de repetir o processo ou provar que aconteceu, você ainda assim teria medo de dar o seu testemunho pessoal?

Foi isso o que Crookes fez.

E as hipóteses de Stokes eram Ad hocs sim.  Ou ele confiava em Crookes ou não.  Se não, que tivesse dito logo de cara que não confiava na honestidade dele.  É muito difícil crer que um homem experimentado como Crookes não percebesse o embuste.  Não tenho idéia das ordens de grandeza de variação da balança, mas elas deviam ser significativas o suficiente para não deixar dúvidas que não era Home que fazia a balança mover.  Muito menos dúvidas ainda restariam quando ele usou a água, pois o deslocamento da água ocasionaria uma variação de peso irrisória ao mergulhar as pontas dos dedos.

Um abraço.
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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #59 Online: 20 de Novembro de 2006, 22:46:05 »
Quanto à sua segunda colocação, já não é mais questão simplesmente de crença, mas de experiências e casos que demonstram, primeiro a existência dos espíritos e, segundo, a possibilidade de se percorrer grandes distâncias em tempos muito curtos. Esses casos são a visão à distância ou as premonições. Também foram realizadas experiências de evocações de espíritos de pessoas vivas que estavam em outros continentes. Eu sei que não crê nisso e nem aceita as provas que temos para justificar. Mas elas nos são suficientes para fundamentar essa idéia e a retirar do campo das crendices.

E onde estariam essas provas tão definitivas?
Estão nos milhares (ou milhões) de relatos, livros, resultados de experiências, etc... que vocês afirmam serem 100% falsos. É um direito de vocês assim pensarem. Mas não podem obrigar todos a partilharem dessa opinião que, a meu ver, contraria a lógica e a estatística.

Não somos nós a tentar ser donos da verdade, Leafar. Todas as evidências que vieram à tona no sentido do que você diz são de péssima qualidade. Aliás, você acabou de dizer que Kardec "é unanimidade" para Umbanda, não? Pode me mostrar alguma referência nesse sentido? Pode me dar um motivo para preferir as interpretações espíritas às religiosas?
Quanto às evidências serem de péssima qualidade, é uma opinião sua.  Eu respeito.

Talvez eu tenha sido precipitado quando me referi à Umbanda como um todo.  Mas existem vários umbandistas no Portal do Espírito (7 que eu me lembro agora de cabeça), de diferentes centros, que se dizem espíritas e utilizam os ensinamentos de Kardec e a leitura de O Evangelho segundo o Espiritismo nos seus cultos.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Offline Cyrix

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #60 Online: 21 de Novembro de 2006, 03:42:13 »
Ainda bem que Einstein formulou a sua Teoria da Relatividade depois da invenção da fotografia...
A relatividade não colocou todos os ovos num único cesto...


Citação de: Cyrix
Fugiu do ponto principal: este ad hoc foi feito por espiritualistas. Não jogue em "céticos" todos os seus ressentimentos.
E qual o problema de ter sido feito por espiritualistas?  Não deixa de ser um Ad hoc.  Não entendi onde quis chegar.
Nem tudo que reprova em "céticos" é de céticos...

Algum dia afirmamos que detemos a verdade absoluta?  Mas as nossas dúvidas não estão nos alicerces.  Caso não saiba, os nossos alicerces são:
A existência de Deus, a sobrevivência e imortalidade da alma, a comunicabilidade dos espíritos, a pluralidade das existências e a pluralidade dos mundos habitados.  Não existe, para nós, dúvidas a esse respeito.  Mas existem, certamente, dúvidas sobre como esses alicerces ocorrem.

"Todas as teorias que pretendem elucidar os fenômenos mediúnicos, alheios à Doutrina Espiritista, pecam pela sua insuficiência e falsidade." Emmanuel,
in "Emmanuel - Dissertações Mediúnicas sobre Importantes Questões que Preocupam a Humanidade. ", Chico Xavier. p. 81

Com o rei na barriga esse espírito Emmanuel, não?


Supondo a reencarnação um fato, acho muito difícil que a primeira encarnação humana se realizasse na Terra.  Seria, provavelmente num mundo mais primitivo.  A menos, é claro, que supuséssemos que a reencarnação fosse um processo completamente aleatório, o que é, a meu ver, um hipótese mais absurda ainda.
Se não me engano, Steveson não encontra grandes relações entre vidas atuais e pregressas que indiquem planejamento. Aleatoriedade é algo plausível. Almas geradas já humanas, também.

A idéia de Kardec era desenvolver a ciência até o máximo que conseguisse.  Essa é a nossa idéia hoje também.  Mas, como já disse, como doutrina espírita simplesmente, nos faltam meios.  Temos que recorrer à ciência, que pode ser perfeitamente constituída de espíritas (ou não) tentando aprofundar uma determinada idéia.  Mas esses espíritas na ciência têm que trabalhar na qualidade de cientistas e não de espíritas, pois caso contrário, haveria parcialidade.
Hum...

Sim, existem bastante dissidências.  Mas isso não significa que não concordemos em aspectos fundamentais.  Também temos, como em todas as religiões, os nossos "Falsos Irmãos" e "Amigos Inábeis", que vez por outra atrapalham a nossa caminhada.  Não me considero um falso irmão, pois minhas idéias, ainda que porventura errôneas, são sinceras, e ninguém nunca vai me ver levantando uma bandeira no centro e outra fora dele.  Mas posso perfeitamente ser um "Amigo Inábil" se me expressar incorretamente e com falta de moderação ao defender a doutrina.  É quanto a isso que procuro me policiar para não errar (ou errar o mínimo possível).
Não questionei sua fidelidade...

O que ganharíamos com isso?  Faríamos correções que não são definitivas para depois corrigir outra vez, e supondo que o que está originalmente escrito pode até estar certo?
Ciência é assim.
  Deixemos as idéias se desenvolverem antes de mexer nos conceitos.
Medo?

As obras complementares atendem muito bem a esta função de questionamentos.
O be-a-bá espírita sai da codificação, não de obras complementares

Citação de: Cyrix
Houve certa conveniência na seleção, então?
O que quis dizer com isso?
Credo de conveniência é quando se pinça aquilo que se quer, em vez do pacote todo.

Citação de: Cyrix
Por que uma opinião implicaria na outra. Ainda acho que continua descarregando em mim ressentimentos que teve com outros. Só não aconselho a acreditar em espíritos: eles mentem demais.
Neste caso, não.  Se você tem a opinião que espíritos não existem, isso significa que, ainda na sua sua opinião, todos os que atestaram a sua existência se enganaram ou mentiram.  Não há meio termo.  Uma única opinião autêntica comprovaria o fenômeno e não haveria razão para duvidar.
Podem ter errado no limite de validade do fenômeno ou sua interpretação. isto é meio-termo.
  A questão é só saber se você acredita ou não na possibilidade da existência dos espíritos.
Vc exclamou antes: "sabemos como pensa". Então vc e sua equipe é que devem satisfazer minha curiosidade e contar o que penso.

Quanto aos espíritos mentirem, nós somos os primeiros a declarar isso.
E a esquecer, também.
Mas também declaramos que nem todos mentem e que nem todos mentem o tempo todo.
Qual o método confiável para separar o joio do trigo, além de qualquer dúvida razoável?

Se o Espiritismo aceitar essas coisas como hipotéticas e depois forem desmentidas, o Espiritismo não sofre.  Mas se aceitar como verdades adquiridas é completamente diferente.  Você está propondo uma revisão do LE, de coisas que são hipotéticas e ainda não desmentidas, por outras igualmente hipotéticas e não comprovadas.
A evolução não tem evidências? Nem nossas datações geológicas? Moscas ainda nascem de carne podre sem ovos?
Qual a utilidade disso?
Não ficar marcando passo.
Mais uma vez: para discutir essas questões é que existem as obras complementares.  Quando, das duas uma: ou a teoria espírita for comprovada errada, ou alguma outra teoria for comprovada correta, isso sim justificaria uma revisão.
...

Que eu saiba, muitas teorias aristotélicas foram refutadas.  Situação completamente diferente de A Gênese, que teve somente algumas poucas teorias refutadas definitivamente.
E que ainda estão lá.


Nós, ao contrário do que se pensa, apreciamos a crítica.
Se já esqueceu, conheci o movimento por dentro.
 :histeria:
« Última modificação: 21 de Novembro de 2006, 03:44:54 por Cyrix »
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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #61 Online: 21 de Novembro de 2006, 23:59:22 »
Vamos lá, Ângelo:

Imagine-se na pele de Crookes, fazendo a experiência.  Você vê Home encostando levemente, com as pontas dos dedos na tábua, sem nenhum movimento que caracterize a produção de força voluntária como contração de músculos, amassamento de pele, etc...  Imagine que você viu o fenômeno se realizar na sua frente.  Você creria ou não nele?  Lembre-se que teria sido você que preparou a experiência, no seu campo, no seu laboratório, para evitar algum truque escondido na manga.
Não, eu não creria nele. Eu procuraria refinar o experimento para garantir que o fenômeno não se deve a nenhuma interferência espúria.

E uma coisa que eu definitivamente não faria era achar que, como cientista, eu sou esperto o suficiente para não ser enganado por um bom ilusionista.

E as hipóteses de Stokes eram Ad hocs sim. Ou ele confiava em Crookes ou não.  Se não, que tivesse dito logo de cara que não confiava na honestidade dele.
Não, não eram ad hoc. Eram críticas técnicas ao experimento realizado, demonstrando que Crookes não isolou de maneira satisfatória o fenômeno observado da ação de outros agentes. E isso não tem nada a ver com confiar ou não em Crookes, mas com a qualidade do experimento.

Você precisa compreender que este tipo de crítica é extremamente comum na ciência. Faça um experimento mal feito e publique para ver o que acontece. Vão chover críticas em cima de você e não existe nada de ad hoc nem de perseguição ou má vontade nisso, é apenas o alto padrão da ciência.

É muito difícil crer que um homem experimentado como Crookes não percebesse o embuste.
Experimentado em quê? Ele conhecia o suficiente de ilusionismo para não ser enganado?

Ser um cientista famoso e experiente não torna ninguém especialista em técnicas de ilusionismo ou imune aos truques. Nesse aspecto, ele é tão ingênuo quanto qualquer leigo.

Não tenho idéia das ordens de grandeza de variação da balança, mas elas deviam ser significativas o suficiente para não deixar dúvidas que não era Home que fazia a balança mover.  Muito menos dúvidas ainda restariam quando ele usou a água, pois o deslocamento da água ocasionaria uma variação de peso irrisória ao mergulhar as pontas dos dedos.
Se houve críticas era porque elas eram passíveis de serem feitas. Cabia a Crookes demonstrar de maneira convincente que havia refinado o suficiente o experimento para eliminar qualquer interação indesejável.

E existe um último fator. Vamos supor que Crookes tivesse conseguido aperfeiçoar tanto o experimento que o fenômeno não pudesse ser atribuído a nenhuma ação física do médium. Em que isto provaria o espiritismo ou a existência de espíritos?
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Offline Leafar

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #62 Online: 22 de Novembro de 2006, 04:55:41 »
Algum dia afirmamos que detemos a verdade absoluta? Mas as nossas dúvidas não estão nos alicerces. Caso não saiba, os nossos alicerces são:
A existência de Deus, a sobrevivência e imortalidade da alma, a comunicabilidade dos espíritos, a pluralidade das existências e a pluralidade dos mundos habitados. Não existe, para nós, dúvidas a esse respeito. Mas existem, certamente, dúvidas sobre como esses alicerces ocorrem.
"Todas as teorias que pretendem elucidar os fenômenos mediúnicos, alheios à Doutrina Espiritista, pecam pela sua insuficiência e falsidade." Emmanuel,
in "Emmanuel - Dissertações Mediúnicas sobre Importantes Questões que Preocupam a Humanidade. ", Chico Xavier. p. 81

Com o rei na barriga esse espírito Emmanuel, não?
Talvez, mas não creio.  Estaria com o rei na barriga se estivesse se referindo a si próprio.  Mas se refere a uma doutrina que nem sequer é obra dele.

Mas eu confesso que tenho que concordar com Emmanuel.  Que o digam as várias doutrinas espiritualistas que circulam por aí formulando as teorias mais estapafúrdias a respeito da mediunidade, ou as doutrinas materialistas que jogam tudo à conta de alucinações ou fingimentos, ou a Igreja que atribui tudo ao demônio ou ao Espírito Santo.  Afff...  É nessas horas que eu percebo o quanto Kardec faria falta se não tivesse existido.

Supondo a reencarnação um fato, acho muito difícil que a primeira encarnação humana se realizasse na Terra. Seria, provavelmente num mundo mais primitivo. A menos, é claro, que supuséssemos que a reencarnação fosse um processo completamente aleatório, o que é, a meu ver, um hipótese mais absurda ainda.
Se não me engano, Steveson não encontra grandes relações entre vidas atuais e pregressas que indiquem planejamento. Aleatoriedade é algo plausível. Almas geradas já humanas, também.
Essa hipótese não satisfaz a lógica e o bom senso em nenhuma situação.  Se a reencarnação existe e não é controlada, é porque a racionalidade e a individualidade não seriam preservadas após a morte.  Isso é panteísmo disfarçado, que prega que após a morte somos absorvidos e misturados num "todo" universal.

O que ganharíamos com isso? Faríamos correções que não são definitivas para depois corrigir outra vez, e supondo que o que está originalmente escrito pode até estar certo?
Ciência é assim.
Que eu saiba a ciência só elimina uma hipótese depois de prová-la falsa.  Será que estamos nos referindo à mesma "Ciência"?

Deixemos as idéias se desenvolverem antes de mexer nos conceitos.
Medo?
Não.  Prudência.

As obras complementares atendem muito bem a esta função de questionamentos.
O be-a-bá espírita sai da codificação, não de obras complementares
Sim, mas as obras complementares se prestam à discussão para o amadurecimento de idéias novas.

Citação de: Cyrix
Houve certa conveniência na seleção, então?
O que quis dizer com isso?
Credo de conveniência é quando se pinça aquilo que se quer, em vez do pacote todo.
Então somos "Credo de conveniência".  Nos sentimos absolutamente livres para pinçar aquilo que acharmos melhor de qualquer doutrina ao invés do pacote todo.  Não entendo porque deveria ser diferente.

Citação de: Cyrix
Por que uma opinião implicaria na outra. Ainda acho que continua descarregando em mim ressentimentos que teve com outros. Só não aconselho a acreditar em espíritos: eles mentem demais.
Neste caso, não. Se você tem a opinião que espíritos não existem, isso significa que, ainda na sua sua opinião, todos os que atestaram a sua existência se enganaram ou mentiram. Não há meio termo. Uma única opinião autêntica comprovaria o fenômeno e não haveria razão para duvidar.
Podem ter errado no limite de validade do fenômeno ou sua interpretação. isto é meio-termo.
Ou seja, se enganaram.  Foi exatamente o que eu disse.  Quem não crê nos espíritos implicitamente afirma que todos (100%) os que já atestaram a sua existência se enganaram (na observação ou na interpretação) ou mentiram.  Não há negociação nesse ponto.  É simples aplicação de aplicação da lógica.

A questão é só saber se você acredita ou não na possibilidade da existência dos espíritos.
Vc exclamou antes: "sabemos como pensa". Então vc e sua equipe é que devem satisfazer minha curiosidade e contar o que penso.
Não foge do tema.  Eu me referi especificamente ao fato de você crer que 100% dos relatos afirmando a existência dos espíritos é fruto de engano ou charlatanismo.  Já disse acima: é uma simples questão de lógica enxergar isso.  A menos que você diga que crê na possibilidade da existência espiritual.  Aí eu retiro o que disse.

Quanto aos espíritos mentirem, nós somos os primeiros a declarar isso.
E a esquecer, também.
Infelizmente devo admitir que em muitos casos você está certo.

Mas também declaramos que nem todos mentem e que nem todos mentem o tempo todo.
Qual o método confiável para separar o joio do trigo, além de qualquer dúvida razoável?
Kardec indicou meios de se caminhar com mais segurança.  Por exemplo, sempre submeter as comunicação à razão própria e à crítica de terceiros (de preferência de fora do grupo), discutir a comunicação com outras pessoas, etc...  Tudo isso com o objetivo de se tentar identificar as comunicações verdadeiras e evitar mistificações.  Mas método infalível, além de qualquer dúvida razoável, não existe.  Nós é que vamos ter que aprender, às nossas próprias custas, a separar o joio do trigo.  E o erro faz parte do aprendizado.

Se o Espiritismo aceitar essas coisas como hipotéticas e depois forem desmentidas, o Espiritismo não sofre. Mas se aceitar como verdades adquiridas é completamente diferente. Você está propondo uma revisão do LE, de coisas que são hipotéticas e ainda não desmentidas, por outras igualmente hipotéticas e não comprovadas.
A evolução não tem evidências? Nem nossas datações geológicas? Moscas ainda nascem de carne podre sem ovos?
A evolução sim.  As datações geológicas, mais ou menos.  Ainda há muita discussão quanto à exatidão dos métodos de datação.  E as moscas não nascem sem ovos.  Mas não era isso que falávamos.  A discussão era a respeito da primeira manifestação de vida.  Você me apresentou uma teoria tão hipotética quanto a da Gênese.  Não vejo razão ainda para substituir uma pela outra.

Que eu saiba, muitas teorias aristotélicas foram refutadas. Situação completamente diferente de A Gênese, que teve somente algumas poucas teorias refutadas definitivamente.
E que ainda estão lá.
Que eu saiba, a Gênese não é utilizada para ensinar Geologia e Evolução Biológica.  Kardec só pincelou esses princípios de acordo com o conhecimento da época.  Aliás, penso que a única razão para Kardec pincelar esses conceitos era deixar claro que o mundo não foi criado do nada há 6000 anos, que os animais não foram feitos especificamente para servir ao homem, que o primeiro homem não foi criado do barro, que a mulher não surgiu da costela de Adão, enfim, que vários conceitos contidos na Bíblia e pregados pela Igreja não passavam de mitos ou alegorias.

O objetivo não era finalmente dizer como as coisas realmente eram (pois isso ainda não nos é possível), mas dizer como é que as coisas não eram.  Eis a grande utilidade de A Gênese perante a religião.

Nós, ao contrário do que se pensa, apreciamos a crítica.
Se já esqueceu, conheci o movimento por dentro.
 :histeria:
Não julgue o Espiritismo pelos espíritas.  O Espiritismo sempre aprecia a crítica séria. :wink:

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #63 Online: 22 de Novembro de 2006, 06:00:03 »
Vamos lá, Ângelo:

Imagine-se na pele de Crookes, fazendo a experiência.  Você vê Home encostando levemente, com as pontas dos dedos na tábua, sem nenhum movimento que caracterize a produção de força voluntária como contração de músculos, amassamento de pele, etc...  Imagine que você viu o fenômeno se realizar na sua frente.  Você creria ou não nele?  Lembre-se que teria sido você que preparou a experiência, no seu campo, no seu laboratório, para evitar algum truque escondido na manga.
Não, eu não creria nele. Eu procuraria refinar o experimento para garantir que o fenômeno não se deve a nenhuma interferência espúria.

E uma coisa que eu definitivamente não faria era achar que, como cientista, eu sou esperto o suficiente para não ser enganado por um bom ilusionista.
Mas ele refinou o experimento.  Tanto que aceitou fazer a experiência com a água.

E as hipóteses de Stokes eram Ad hocs sim. Ou ele confiava em Crookes ou não.  Se não, que tivesse dito logo de cara que não confiava na honestidade dele.
Não, não eram ad hoc. Eram críticas técnicas ao experimento realizado, demonstrando que Crookes não isolou de maneira satisfatória o fenômeno observado da ação de outros agentes. E isso não tem nada a ver com confiar ou não em Crookes, mas com a qualidade do experimento.

Você precisa compreender que este tipo de crítica é extremamente comum na ciência. Faça um experimento mal feito e publique para ver o que acontece. Vão chover críticas em cima de você e não existe nada de ad hoc nem de perseguição ou má vontade nisso, é apenas o alto padrão da ciência.
Concordo plenamente com você.  Mas você acha uma crítica razoável dizer que encostar as pontas dos dedos numa tábua, em um ponto altamente desfavorável, possa causar variações aleatórias de alguns kilos na balança?  E quando Crookes, de boa vontade, mudou o experimento, dizer que o deslocamento da água ao tocar com as pontas dos dedos pudesse causar o mesmo efeito de variação de 1 a 3 kilos na balança a partir de um ponto desfavorável, como mostra o gráfico?  Me desculpe, mas fisicamente isso não é possível.  É má vontade e Ad hoc sim.  Bastava Stokes dizer logo que não confiava na idoneidade de Crookes ao invés de formular essas hipóteses ridículas.

É muito difícil crer que um homem experimentado como Crookes não percebesse o embuste.
Experimentado em quê? Ele conhecia o suficiente de ilusionismo para não ser enganado?

Ser um cientista famoso e experiente não torna ninguém especialista em técnicas de ilusionismo ou imune aos truques. Nesse aspecto, ele é tão ingênuo quanto qualquer leigo.
Você dá valor muito extremado ao ilusionismo.  A ilusão existe, mas tem que ser preparada de antemão pelo ilusionista.  Não era o caso aqui, pois era Crookes quem preparava as experiências pessoalmente.

Não tenho idéia das ordens de grandeza de variação da balança, mas elas deviam ser significativas o suficiente para não deixar dúvidas que não era Home que fazia a balança mover.  Muito menos dúvidas ainda restariam quando ele usou a água, pois o deslocamento da água ocasionaria uma variação de peso irrisória ao mergulhar as pontas dos dedos.
Se houve críticas era porque elas eram passíveis de serem feitas. Cabia a Crookes demonstrar de maneira convincente que havia refinado o suficiente o experimento para eliminar qualquer interação indesejável.

E existe um último fator. Vamos supor que Crookes tivesse conseguido aperfeiçoar tanto o experimento que o fenômeno não pudesse ser atribuído a nenhuma ação física do médium. Em que isto provaria o espiritismo ou a existência de espíritos?
Como já disse, penso que Crookes tivesse feito o máximo possível ao seu alcance.  Mas sempre haverá um senão: "e se um partícula cósmica de alta inércia tivesse atingido a tábua no momento exato do experimento?", ou  "e se tivesse ocorrido um vento sul muito forte na exata posição da balança empurrando a tábua para baixo?".  Essas hipóteses Ad hoc são sempre possíveis em qualquer situação.  Mais uma vez: é a idoneidade de Crookes que está sendo posta em cheque, não o experimento.  Os resultados são muito claros.  Basta só saber se são legítimos.

Talvez essas experiências não provassem, por elas mesmas, a existência dos espíritos ou o Espiritismo.  Mas provaria a existência de uma força psíquica até então desconhecida, o que já seria objeto de estudos bastante sérios.  Infelizmente todos os que se propõem estudar fenômenos desse tipo são ignorados pelo descaso da comunidade científica.  E se ousarem admitir alguns dos fenômenos dito "paranormais", então são atacados pelo ridículo.  É uma pena.

Um abraço.
"Ide com a onda que nos arrasta; necessitamos do movimento, que é vida, ao passo que vós nos apresentais a imobilidade, que é a morte.... Queremos lançar-nos à vida, porquanto os séculos vindouros, que divisamos, têm horror à morte." (Obras Póstumas - Allan Kardec).

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #64 Online: 23 de Novembro de 2006, 01:16:22 »
Talvez, mas não creio.  Estaria com o rei na barriga se estivesse se referindo a si próprio.  Mas se refere a uma doutrina que nem sequer é obra dele.

Mas eu confesso que tenho que concordar com Emmanuel.  Que o digam as várias doutrinas espiritualistas que circulam por aí formulando as teorias mais estapafúrdias a respeito da mediunidade, ou as doutrinas materialistas que jogam tudo à conta de alucinações ou fingimentos, ou a Igreja que atribui tudo ao demônio ou ao Espírito Santo.  Afff...  É nessas horas que eu percebo o quanto Kardec faria falta se não tivesse existido.
Mas que posou de dono da verdade, posou. Como muitos dos que conheci, posaram.

Se não me engano, Steveson não encontra grandes relações entre vidas atuais e pregressas que indiquem planejamento. Aleatoriedade é algo plausível. Almas geradas já humanas, também.
Essa hipótese não satisfaz a lógica e o bom senso em nenhuma situação.
Mecânica quântica e relatividade também desafiam nosso senso comum e lógica cotidiana. E funcionam.
Se a reencarnação existe e não é controlada, é porque a racionalidade e a individualidade não seriam preservadas após a morte.
Uma coisa não leva a outra.O self pode se transferido inteiro e ainda assim sem planejamento
Isso é panteísmo disfarçado, que prega que após a morte somos absorvidos e misturados num "todo" universal.
Não, não é. Pelo exposto acima.

O que ganharíamos com isso? Faríamos correções que não são definitivas para depois corrigir outra vez, e supondo que o que está originalmente escrito pode até estar certo?
Ciência é assim.
Que eu saiba a ciência só elimina uma hipótese depois de prová-la falsa.  Será que estamos nos referindo à mesma "Ciência"?

A coisa não é tão simples assim, leia:
Citar
A história que contei aqui deveria ser suficiente para indicar que a Revolução Coperniana não ocorreu quando pela queda de um chapéu ou dois da Torre Inclinada de Pisa. É claro que nem indutivistas, nem falsificacionistas dão um modelo de ciência que seja compatível com isso. Novos conceitos de força e inércia não surgiram com um resultado de observação e experiência cuidadosas. Nem eles vieram por meio da falsificação de fortes conjecturas  e a contínua troca de um conjectura forte por outra.  As formulações iniciais de uma nova teoria, envolvendo conceitos novos imperfeitamente formulados, perseveram e se desenvolveram com aparententes falsificações e apesar delas.  Foi apenas depois que um novo sistema físico ter sido desenvolvido, um processo que envolveu o trabalho intelectual e prático de muitos cientistas ao longo de séculos, que a nova teoria pôde ser  bem sucedida em conciliar  com os resultados de observações e experimentações de forma detalhada. Nenhum modelo de ciência pode ser considerado algo próximo do adequado a menos que acomode tais fatores.
Extraído de "What is this thing called science?", A. Chalmers, 3ª ed. cap. 7- Limitações do falsificacionismo

Não.  Prudência.
Temos dívidas com imprudentes...

Não entendo porque deveria ser diferente.
Isto não me surpreende.

Ou seja, se enganaram.  Foi exatamente o que eu disse.  Quem não crê nos espíritos implicitamente afirma que todos (100%) os que já atestaram a sua existência se enganaram (na observação ou na interpretação) ou mentiram.  Não há negociação nesse ponto.  É simples aplicação de aplicação da lógica.
Nossa, que mente tacanha! Espero que, ao brincar com lógica, saiba do que fala. Certa vez vi um apologeta discutir: "apenas uma de nossas crenças é verdadeira, então um de nós tem de estar errado". Retruquei "há uma terceira opção: nós dois errados". Isto é perfeitamente aceitável pela lógica clássica. Eu disse "clássica", pois há outras maneiras de modelar o raciocínio.Existem modelos adaptados para lidar com sistemas que admitem contradição, como a natureza partícula-onda da luz. Há também a lógica nebulosa ("fuzzy" ou difusa), em que não há um simples certo/errado, sim/não, 1/0; mas um contínuo de valores entre eles. Será que vc não enxerga algo além da existência dos espíritos ou a teses materialista? De repente, algo de vc sobreviva, mas não seja "exatamente" vc, mas uma cópia de seu "eu" (a animação japonesa "Gantz" possui um personagem assim, se não me engano) e pode ser que esse seu outro "parecido" não seja eterno. Quem sabe os budistas estejam certos e dois humanos possam "beber água da mesma fonte". Ou num sistema difuso, os cientistas não estariam nem certos, nem errados; mas algum lugar entre as duas coisas, avistando apenas parte do que a natureza de se mostrou. Isto também é "lógica".

Não foge do tema.  Eu me referi especificamente ao fato de você crer que 100% dos relatos afirmando a existência dos espíritos é fruto de engano ou charlatanismo. 
Eu já lhe mostrei como me apresenta um falso dilema.

Já disse acima: é uma simples questão de lógica enxergar isso.
Não será na lógica clássica se houver uma terceira escolha. Não será na lógica nebulosa.

Se acha isso preciosismo, lembre a historinha dos cegos que apalpavam um elefante. Dependendo da parte que apalpavam, o descreviam de forma diferente. O que pegava o orelha dizia que o animal era como um tapete, o que pegava a perna, uma coluna; o que tateava o dorso, dizia que parecia uma parede. Depoimentos díspares, será que os ceguinhos foram enganados pelo elefante? É justo dizer que eles estão absolutamente errados? Certos? Essa contradição chamada "elefante" funciona, ou não pode existir por ser um contra-senso? As coisas não são "preto no branco" e há todo um espectro de cores esquecido.

A menos que você diga que crê na possibilidade da existência espiritual.  Aí eu retiro o que disse.
Por que quer tanto saber no acredito ou não? Em nenhum instante aqui eu lhe disse que espíritos existem ou não existem, mas ainda assim pude falar um bocado contigo. Me perguntou se acredito em Deus e também não lhe dei resposta preto no branco como quer, mas parece essa foi uma pergunta até menor comparada com esta. Bem, te respondo: leia "Infinito em todas as direções", de Freeman Dyson, e encontrará uma teleologia bem distinta do que está habituado. Leia "Construindo pontes entre a Ciência e Religião", compilado por Ted Peters. Lá um artigo funde com maestria teoria da evolução e teologia protestante. Ele é mais corajoso (ou menos prudente) que do que vc se mostra a mim e aceita o que a ciência tem a oferecer em toda sua plenitude. O resultado é um Deus com muitas similaridades ao de Dyson. Te digo mais: se a maioria dos teístas  tivessem um pingo dessa postura, não haveria locais como "Clube Cético" e afins. Ah, mesmo depois de ler, talvez não saiba a resposta, pois também há disparidade entre os dois. Se acha que não vale o esforço, não insista.
Voltando ao assunto, ainda não sei aonde quer chegar com um "sabemos tudo". Se vc (e sua equipe) tem essa atitude pré-concebida contra os que discordam de ti, supondo respostas de antemão para pergunta de cunho pessoal e criando dilemas que não existem, então sua forma de argumentar é pura malícia. Diga então o que eu penso (e acerte, de preferência) e retiro o que acabei de dizer.


E as moscas não nascem sem ovos.  Mas não era isso que falávamos.  A discussão era a respeito da primeira manifestação de vida.  tão hipotética quanto a da Gênese.
Quando comecei a falar em "geração espontânea" era exatamente essa a acepção que eu pretendia, vc que desviou para a origem do primeiro ser vivo. Na Gênese ainda está a geração de seres complexos da matéria comum.

Você me apresentou uma teoria  Não vejo razão ainda para substituir uma pela outra.
(Re)Leia a Gênese e me diga se não. Leia Dyson ou Schödinger ("Que é Vida?") e compare a diferença.

Nós, ao contrário do que se pensa, apreciamos a crítica.
Se já esqueceu, conheci o movimento por dentro.
 :histeria:
Não julgue o Espiritismo pelos espíritas.  O Espiritismo sempre aprecia a crítica séria. :wink:
Vc falou dos espíritas inicialmente, não do espiritismo. Vc disse "nós (...) apreciamos a crítica". Discordo e sei do que falo.


« Última modificação: 24 de Novembro de 2006, 06:46:28 por Cyrix »
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Falhas do Espiritismo

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #65 Online: 24 de Novembro de 2006, 07:15:45 »
Mas que posou de dono da verdade, posou. Como muitos dos que conheci, posaram.
É simplesmente uma questão de se saber se o que ele disse era a vedade ou não.  Na minha opinião era e, portanto, não partilho da sua visão.

Se a reencarnação existe e não é controlada, é porque a racionalidade e a individualidade não seriam preservadas após a morte.
Uma coisa não leva a outra.O self pode se transferido inteiro e ainda assim sem planejamento
Fico até imaginando como seria.  Milhões de almas expulsas do corpo pela morte disputando um corpo recém formado como um bando de espermatozóides disputando um óvulo, com a diferença de que, se não conseguisse, milagrosamente seria atraído para outro corpo em formação em um lugar qualquer para tentar novamente, e assim sucessivamente.  Me desculpe, mas esse sistema não sobreviveria a um exame simples.  Melhor voltar a defender que a reencarnação não existiria de modo algum.

O que ganharíamos com isso? Faríamos correções que não são definitivas para depois corrigir outra vez, e supondo que o que está originalmente escrito pode até estar certo?
Ciência é assim.
Que eu saiba a ciência só elimina uma hipótese depois de prová-la falsa. Será que estamos nos referindo à mesma "Ciência"?

A coisa não é tão simples assim, leia:
Citar
A história que contei aqui deveria ser suficiente para indicar que a Revolução Coperniana não ocorreu quando pela queda de um chapéu ou dois da Torre Inclinada de Pisa. É claro que nem inditivistas, nem falsificacionistas dão um modela de ciência que seja compatível com isso. Novos conceitos de força e inércia não surgiram com um resultado de observação e experiência cuidadosas. Nem eles vieram por meio da falsificação de fortes conjecturas e a contínua troca de um conjectura forte por outra. As formulações iniciais de uma nova teoria, envolvendo conceitos novos imperfeitamente formulados, perseveram e se desenvolveram com aparententes falsificações e apesar delas. Foi apenas depois que um novo sistema físico ter sido desenvolvido, um processo que envolveu o trabalho intelectual e prático de muitos cientistas ao longo de séculos, que a nova teoria pôde ser bem sucedida em conciliar com os resultados de observações e experimentações de forma detalhada. Nenhuma modelo de ciência pode ser considerada algo próximo do adequado a menos que acomode tais fatores.
Extraído de "What is this thing called science?", A. Chalmers, 3ª ed. cap. 7- Limitações do falsificacionismo
E daí?  Qual a sua conclusão disso?  Não entendi onde quis chegar.

Não. Prudência.
Temos dívidas com imprudentes...
Você poderia citar um exemplo?  Exceções não fazem regra.  Uma das coisas que muitas vezes critico em alguns espiritualistas é o fato de tentar fazer suas teorias se passarem por espíritas.  Qual a necessidade disso?  Por que não pode ser simplesmente a Teoria do Joãozinho?  O Joãozinho pode ser espírita, mas a sua teoria não.  Quando for provada verdadeira, o Espiritismo assimila naturamente.  Enquanto isso não for possível, fica de fora, sendo considerada, no máximo, como uma hipótese espírita se tiver boa aceitação pelos adeptos.  Existem pessoas que forçam a barra para tirar o Espiritismo dos caminhos da prudência e moderação (não me refiro a você em Cyrix).

Ou seja, se enganaram. Foi exatamente o que eu disse. Quem não crê nos espíritos implicitamente afirma que todos (100%) os que já atestaram a sua existência se enganaram (na observação ou na interpretação) ou mentiram. Não há negociação nesse ponto. É simples aplicação de aplicação da lógica.
Nossa, que mente tacanha! Espero que, ao brincar com lógica, saiba do que fala. Certa vez vi um apologeta discutir: "apenas uma de nossas crenças é verdadeira, então um de nós tem de estar errado". Retruquei "há uma terceira opção: nós dois errados". Isto é perfeitamente aceitável pela lógica clássica. Eu disse "clássica", pois há outras maneiras de modelar o raciocínio.Existem modelos adaptados para lidar com sistemas que admitem contradição, como a natureza partícula-onda da luz. Há também a lógica nebulosa ("fuzzy" ou difusa), em que não há um simples certo/errado, sim/não, 1/0; mas um contínuo de valores entre eles. Será que vc não enxerga algo além da existência dos espíritos ou a teses materialista? De repente, algo de vc sobreviva, mas não seja "exatamente" vc, mas uma cópia de seu "eu" (a animação japonesa "Gantz" possui um personagem assim, se não me engano) e pode ser que esse seu outro "parecido" não seja eterno. Quem sabe os budistas estejam certos e dois humanos possam "beber água da mesma fonte". Ou num sistema difuso, os cientistas não estariam nem certos, nem errados; mas algum lugar entre as duas coisas, avistando apenas parte do que a natureza de se mostrou. Isto também é "lógica".

Não foge do tema. Eu me referi especificamente ao fato de você crer que 100% dos relatos afirmando a existência dos espíritos é fruto de engano ou charlatanismo.
Eu já lhe mostrei como me apresenta um falso dilema.

Já disse acima: é uma simples questão de lógica enxergar isso.
Não será na lógica clássica se houver uma terceira escolha. Não será na lógica nebulosa.

Se acha isso preciosismo, lembre a historinha dos cegos que apalpavam um elefante. Dependendo da parte que apalpavam, o descreviam de forma diferente. O que pegava o orelha dizia que o animal era como um tapete, o que pegava a perna, uma coluna; o que tateava o dorso, dizia que parecia uma parede. Depoimentos díspares, será que os ceguinhos foram enganados pelo elefante? É justo dizer que eles estão absolutamente errados? Certos? Essa contradição chamada "elefante" funciona, ou não pode existir por ser um contra-senso? As coisas não são "preto no branco" e há todo um espectro de cores esquecido.

A menos que você diga que crê na possibilidade da existência espiritual. Aí eu retiro o que disse.
Por que quer tanto saber no acredito ou não? Em nenhum instante aqui eu lhe disse que espíritos existem ou não existem, mas ainda assim pude falar um bocado contigo. Me perguntou se acredito em Deus e também não lhe dei resposta preto no branco como quer, mas parece essa foi uma pergunta até menor comparada com esta. Bem, te respondo: leia "Infinito em todas as direções", de Freeman Dyson, e encontrará uma teleologia bem distinta do que está habituado. Leia "Construindo pontes entre a Ciência e Religião", compilado por Ted Peters. Lá um artigo funde com maestria teoria da evolução e teologia protestante. Ele é mais corajoso (ou menos prudente) que do que vc se mostra a mim e aceita o que a ciência tem a oferecer em toda sua plenitude. O resultado é um Deus com muitas similaridades ao de Dyson. Te digo mais: se a maioria dos teístas tivessem um pingo dessa postura, não haveria locais como "Clube Cético" e afins. Ah, mesmo depois de ler, talvez não saiba a resposta, pois também há disparidade entre os dois. Se acha que não vale o esforço, não insista.
Voltando ao assunto, ainda não sei aonde quer chegar com um "sabemos tudo". Se vc (e sua equipe) tem essa atitude pré-concebida contra os que discordam de ti, supondo respostas de antemão para pergunta de cunho pessoal e criando dilemas que não existem, então sua forma de argumentar é pura malícia. Diga então o que eu penso (e acerte, de preferência) e retiro o que acabei de dizer.
Ok, Cyrix.  Vamos delimitar o problema.  O Espiritismo afirma que a alma sobrevive ao corpo e que é capaz de se comunicar com os vivos.  A pergunta é:  Você considera essa possibilidade ou essa é uma hipótese descartada para você?  Não estou querendo da sua parte verdades definitivas e absolutas, que sei que não tem.  Somente a sua opinião atual, momentânea.

E as moscas não nascem sem ovos. Mas não era isso que falávamos. A discussão era a respeito da primeira manifestação de vida. tão hipotética quanto a da Gênese.
Quando comecei a falar em "geração espontânea" era exatamente essa a acepção que eu pretendia, vc que desviou para a origem do primeiro ser vivo. Na Gênese ainda está a geração de seres complexos da matéria comum.
Ora, Cyrix.  Se a geração espontânea algum dia ocorreu para a geração do primeiro ser vivo, qual a razão para que não possa ocorrer hoje?  A explicação de que esse novo ser gerado seria "comido" antes de se desenvolver é um pouco esfarrapada, não acha?  O fato é que o processo ainda se daria, não tendo apenas continuidade.  A explicação para o primeiro ser vivo responde perfeitamente a essa questão.

Você me apresentou uma teoria Não vejo razão ainda para substituir uma pela outra.
(Re)Leia a Gênese e me diga se não. Leia Dyson ou Schödinger ("Que é Vida?") e compare a diferença.
Já li a Gênese e mantenho a minha opinião.  Somente os erros comprovados justificam uma correção.

Nós, ao contrário do que se pensa, apreciamos a crítica.
Se já esqueceu, conheci o movimento por dentro.
 :histeria:
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Vc falou dos espíritas inicialmente, não do espiritismo. Vc disse "nós (...) apreciamos a crítica". Discordo e sei do que falo.
Ok.  Não posso responder pelos outros espíritas.  Posso responder somente por mim mesmo.

Um abraço.
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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #66 Online: 24 de Novembro de 2006, 08:05:37 »
Mas que posou de dono da verdade, posou. Como muitos dos que conheci, posaram.
É simplesmente uma questão de se saber se o que ele disse era a verdade ou não.  Na minha opinião era e, portanto, não partilho da sua visão.

Percebe que isso parece um tanto estranho?  Verdade é uma questão de opinião então?
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #67 Online: 25 de Novembro de 2006, 09:34:43 »

Leafar disse:
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Quanto ao fato de ser absolutamente impossível, isso já é opinião sua.  Não há nada ainda por parte da ciência que qualifique aqueles relatos de absolutamente impossíveis.  Leia os relatos com cuidado e você verificará o que estou dizendo.

Pelo que me lembre, também não pedi nenhuma prova a respeito de nada, até porque sei que vocês não as têm.

Já disse e repito: você não deve ter percebdio, mas na 'Entrevista com Mozart', além de falar em plantas, vida vegetal, e que tudo tem 'som', fala de sua casa (que seria uma nota musical).

Vou repetir mais claro para você: ISSO É IMPOSSÍVEL. NÃO É OPINIÃO MINHA, É IMPOSSÍVEL PORQUE JÚPITER NÃO TEM SUPERFÍCIE, MUITO MENOS VIDA VEGETAL.

Agora, se vc admite que as primeiras reportagens foram um chamariz, o que fica claro é que Kardec e turma passaram a autorizar textos com mais critério. Provavelmente porque lhe indicaram os erros, e é muito mais ambíguo falar em moralidade do que falar em planetas e locais específicos.

Essa é uma evidência pelo qual eu disse por quê espíritas ecreditam no que acreditam.
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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #68 Online: 25 de Novembro de 2006, 09:36:27 »
Mas que posou de dono da verdade, posou. Como muitos dos que conheci, posaram.
É simplesmente uma questão de se saber se o que ele disse era a verdade ou não.  Na minha opinião era e, portanto, não partilho da sua visão.

Percebe que isso parece um tanto estranho?  Verdade é uma questão de opinião então?

Isto se parece com uma frase que o meu pai fala: "eu já tenho a minha opinião, não me confundam com a realidade."
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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #69 Online: 25 de Novembro de 2006, 13:45:33 »
Vou repetir mais claro para você: ISSO É IMPOSSÍVEL. NÃO É OPINIÃO MINHA, É IMPOSSÍVEL PORQUE JÚPITER NÃO TEM SUPERFÍCIE, MUITO MENOS VIDA VEGETAL.
Não precisa gritar porque eu não sou surdo.  O fato de você achar que essa sua "opinião" é um fato consumado, não o é.  É só sua opinião, ainda que você grite que não é.

Aliás, pelo que me consta, Júpiter teria uma crosta, ainda que a espessura de sua atmosfera constituísse uma boa parte do seu diâmetro.  Além do mais, pelo relato das residências de Júpiter (se é que você já leu), elas seriam flutuantes, como um balão a gás, e poderiam se mover ao longo do planeta.  Aonde a impossibilidade disso, se até na Terra poderíamos conceber algo parecido?

Um abraço.
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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #70 Online: 25 de Novembro de 2006, 13:47:44 »
Isto se parece com uma frase que o meu pai fala: "eu já tenho a minha opinião, não me confundam com a realidade."
Como diz o ditado: "Vento que sopra cá, sopra lá", ou ainda, "Pau que bate em Chico, bate em Francisco".  Isso que seu pai disse pode se aplicar tanto a mim como a você.  Não se esqueça disso.

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #71 Online: 25 de Novembro de 2006, 13:50:58 »
Percebe que isso parece um tanto estranho? Verdade é uma questão de opinião então?
Não, não é nada estranho.  Estranho seria se eu detivesse a verdade e expressasse uma opinião.  Como a verdade absoluta ainda não foi encontrada, as hipóteses podem ser formuladas à vontade, desde que não contradigam os fatos e nem a lógica.  E as hipóteses são expressadas na forma de opiniões.

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #72 Online: 25 de Novembro de 2006, 20:22:57 »
Citar
Além do mais, pelo relato das residências de Júpiter (se é que você já leu), elas seriam flutuantes, como um balão a gás

Jamais li alguma coisa sobre residir em Júpiter num balão. E se Mozart andasse de Zeppelin, gostaria de saber como fazem as flores, além do moço sequer ter mencionado 'nuvens'.
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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #73 Online: 25 de Novembro de 2006, 21:36:56 »
Então eu refresco a sua memória sobre aquilo que jamais leu, da Revista Espírita de agosto de 1858 - As habitações do planeta Júpiter:

Citar
É a cidade terrestre que descrevo aqui, a cidade de alguma sorte material, a das ocupações planetárias, a que chamamos, enfim, a Cidade baixa. Ela tem suas ruas, ou antes, seus caminhos, traçados para o serviço interior; tem suas praças públicas, seus pórticos e suas pontes lançadas sobre os canais para a passagem dos servidores. Mas a cidade inteligente, a cidade espiritual, a verdadeira Julnius, enfim, não é na terra que é preciso procurá-la, é no ar.

"Ao corpo material de nossos animais, incapazes de voarem, (1), é preciso a terra firme; mas o que nosso corpo fluídico e luminoso exige, é uma residência aérea como ele, quase impalpável e móvel ao gosto de nosso capricho. Nossa habilidade resolveu esse problema, com a ajuda do tempo e das condições privilegiadas que o Grande Arquiteto nos havia dado. Compreenda bem que essa conquista dos ares era indispensável a Espíritos como os nossos....

Mais uma vez, só para não haver dúvidas: não consideramos esses relatos comprovados e nem nos são artigos de fé.  São simplesmente relatos de um espírito (Palissy) que pode ou não estar dizendo a verdade.

Um abraço.
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Offline Luis Dantas

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Re: Sobre animais e seres humanos
« Resposta #74 Online: 26 de Novembro de 2006, 21:51:57 »
Isto se parece com uma frase que o meu pai fala: "eu já tenho a minha opinião, não me confundam com a realidade."
Como diz o ditado: "Vento que sopra cá, sopra lá", ou ainda, "Pau que bate em Chico, bate em Francisco".  Isso que seu pai disse pode se aplicar tanto a mim como a você.  Não se esqueça disso.

Ele não esquece, Leafar, nem eu.  Por isso nosso apreço pelo método científico.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

 

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