Você tem razão, a cobrança de impostos sobre o produto é mais eficiente. E também mais simples, menos burocrático, e, portanto, mais confiável.
Quanto a esperar coerência da lei, eu acho que seria o ideal, mas no mundo real isso é muito difícil, porque as leis não se baseiam na lógica nem no bom senso. Elas se baseiam na cultura, naquilo que é ou não considerado aceitável pela sociedade. Por que meu direito de andar nu no meio da rua não é reconhecido? Pelo contrário, se eu sair por aí pelado eu vou ser preso. Cultura. No Brasil, a não ser que você seja índio, andar pelado é crime e pronto. Usar drogas, igualmente, é visto pela sociedade como um desvio moral, uma fraqueza de caráter, e acho que a tendência mundial atualmente não é pela liberação das drogas, mas, ao contrário, pela proibição do tabaco - mais e mais países da União Européia estão restringindo o uso do cigarro. Antes de mudar a lei o que muda é a cabeça das pessoas, tópicos como aborto e casamento gay, por exemplo, só viram lei quando uma parcela significativa da população os tolera.
Eu, particularmente, não faço objeções de ordem moral ao consumo de drogas, como já disse antes, quem quiser se envenenar que se envenene. Minha restrição é de ordem prática: só peço que meu dinheiro não seja usado para subsidiar o vício dos outros.