Na época em que eu era estudante de Direito, existia um exercício muito interessante que preparava os futuros advogados para atuar em defesa do seu cliente, especialmente para convencer os integrantes de um Júri.
O professor escolhia um caso polêmico e fazia com que a classe se dividisse em dois grupos...um de defesa e outro de acusação. Tínhamos alguns dias para preparar a nossa tese.
No dia do debate, após cada grupo ter estudado exaustivamente sua defesa e pronto para começar, o professor simplesmente invertia os lados. Ou seja, quem deveria ser a defesa, agora seria a acusação e vice-versa. Vocês não fazem idéia do nó que isto deu na nossa cabeça ! É muito mais fácil defender o que você acredita, evidentemente.
O objetivo do professor era exercitar nossa capacidade de raciocínio lógico e de argumentação tendo que defender algo do qual nós mesmos não estávamos convencidos.
A retórica, juntamente com a dialética e a gramática faziam parte do "trivium" da cultura grega.
Segundo a Wikiédia, a retórica aristotélica, de certa forma herdeira daquela de Sócrates, procura fazer o interlocutor convencer-se de que o emissor está correto, através de seu próprio raciocínio. Retórica não visa distinguir o que é verdadeiro ou certo, mas sim fazer com que o próprio receptor da mensagem chegue sozinho à conclusão de que a ideia implícita no discurso representa o verdadeiro ou o certo.
Para sair um pouco do nosso convencional discurso cético ( que às vezes se torna um pouco repetitivo e pouco dinâmico ), eu proponho a seguinte brincadeira. Vamos inverter os lados por um momento e defender, com todo o conhecimento científico que cada um de nós possui, o Criacionismo. Tenho certeza de que, com o nível dos participantes do ClubeCético, teríamos argumentos muito mais consistentes e "críveis" do que aqueles apresentados pelos verdadeiros defensores da TC, obviamente até o limite do possível, uma vez que a maioria de nós sabe que isto é, senão impossível ( no caso dos ateus ), extremamente improvável ( no caso dos agnósticos ).
À primeira vista, muitos poderão pensar "isto é uma bobagem". Pode até ser, por isso a minha proposta é de caráter eminentemente mais lúdico do que filosófico. É para diversão apenas.
Mas antes de se abster ou responder a este tópico em forma de deboche, imaginem, por exemplo, nosso colega Buckaroo tendo que defender a TC do ponto de vista da genética, ou nosso erudito Pedroac desenterrando trechos bíblicos com um mínimo de coerência, as intervenções do Angelo ou do Dantas questionando pontos nebulosos ou ainda controversos pela Ciência, o didatismo do Dr.Manhattan ou a paciência do Dbohr para tentar fazer o que alguns crentes que aparecem por aqui tentam de maneira patética. Sem falar no Mussolim ou no Spitfire xingando os cientistas ateus sectários...rs...
Alguns de nós tentariam questionar seus argumentos com as mesmas perguntas que normalmente fazemos nos fóruns, só que via de regra sem ninguém competente do outro lado para responder.
Não esqueçamos de que é possível sim, com muito talento, desenvolver sofismas e utilizar falácias com muita competência e alto grau de convencimento. Sem apelar para os batidos e frágeis clichês de criacionistas que mal sabem o que falam. Não esqueçamos que o meio científico não é composto em 100% por pessoas sem crença em deus. Sem falar que 95% da Humanidade discorda de nós. E já que até agora não vi nenhum religioso por aqui com competência, façamos o que eles não conseguem fazer. Se não chegar a levantar dúvidas procedentes ou confundir a cabeça de alguém, no mínimo renderá algumas boas risadas. Deixo a critérios do administradores, caso a brincadeira siga adiante, em que local de discussão alocar este tópico ou de que maneira separar os grupos.
E aí...quem se habilita a "mudar de lado" temporariamente ?