Autor Tópico: Dúvidas sobre AIDS  (Lida 22634 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #50 Online: 19 de Setembro de 2007, 21:24:05 »

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Eu penso que quem sabe se está sendo ofendido é a vítima e não o ofensor. As pessoas que estão ofedendo, deveriam cair na real e respeitar o sentimento das outras, pois a questão é mais de respeito do que de semântica. É educação e entendimento dos motivos apresentados pelos que sofrem a discriminação.

O problema é que...... é virtualmente impossível saber exatamente quando as pessoas vão se sentir ofendidas ou não... poderia ser que por exemplo, dizer que uma pessoa é, em vez de "aidéitico", "doente de AIDS", fosse arbitrariamente considerado pior, mais ofensivo, por explicitar "doente"... e poderiam ter todas as argumentações de como caracterizar alguém como doente tira a dignidade e etc...
Essa distinção está mais do que manjada na mídia. E é feita a partir dos movimentos organizados a caracterização dos termos ofensivos, uma organização representativa dos discriminados com esses termos. Ou vai me dizer que nunca viu isso antes?

O problema é que tem que se estar sempre atento.... se informando disso..... e evitando falar caso não esteja por dentro para evitar situações desconfortáveis ou até mais seriamente problemáticas ao se ofender sem nem saber que estava ofendendo...



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Eu acho que o problema, mais até do que o fato de já ter sido e/ou ser muito discriminado, mal visto, é o fato de que não é uma perspectiva agradável, e como disse antes, "aidético", ser bem direto, sem rodeios, a definição sem eufemismos (mas ao mesmo tempo sem ofensividade inerente, seja por etimologia ou algo que se possa saber da psique da pessoa que eventualmente usar o termo, apenas por usá-lo).

Aí poderia-se pensar.... então ok, usamos eufemismos.... talvez seja o melhor mesmo, facilitado até pelo fato de ser meio que uma convenção... mas não me surpreenderia se mais tarde víssemos pessoas "do meio" reclamando ativamente dos eufemismos também, dizendo que não precisam de nossa piedade, que fiquemos colocando almofadas nas palavras para que não se sintam uns coitados, que isso é uma forma velada de dizer que são uns condenados e etc;

O jeito é estar sempre se atualizando para saber qual é a forma politicamente correta mais popular no momento....
Também acho adequado uma atualização sobre os termos politicamente correto, é melhor do que fazer chacota deles.  :)


Muito melhor seria se fossem abandonados.

Se não se desse tanto peso às palavras, todo esse poder de afetar a auto-estima e etc. Acho que a defesa dos termos PCs só ajuda as pessoas a verem mais discriminação além da existente.

Isso é muito ruim, principalmente para o discriminado, que se sente mais discriminado até do que já é, quando acha que onde quer que esteja um termo X tem uma ofensa inerente.

É ruim também para toda a sociedade... o assunto vira tabu... e se for abordado, se a pessoa não está por dentro dos corretismos políticos... eventualmente há rodeios, invenções de novos eufemismos..... gerando o que em inglês chamam de "self consciousness"... um incômodo, embaraço, um desconforto, por parte de todo mundo, tanto da pessoa, por exemplo, sem AIDS/HIV ou de uma pessoa com.... meio como o Jô Soares diz de vez em quando... acaba muitas vezes sendo mais anti-natural/dramática a procura de um eufemismo do que usar um termo mais direto..... se é um eufemismo bem popular, tanto menos problemático... mas se a pessoa acaba tendo que inventar..... há aquelas pausas na conversa, em momentos estratégicos e etc....


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Caso contrário dá nisso aí de comparar uma gripe com todo o processo de desenvolvimento do vírus hiv no organismo. Será que é difícil perceber que existe uma diferença entre a pessoa com a doença desenvolvida e o portador assintomático?
Mas o que isso tem a ver? A analogia entre os termos "gripado" e "aidético" não tem fraqueza alguma no fato do HIV poder ficar latente sem desenvolver sintomas. Aí a pessoas não seria "aidética", de forma similar a que alguém que eventualmente fosse contaminado com Influenza não se diria ser "gripado", se não tivesse os sintomas da gripe.
Ocorre uma diferenciação entre ser portador do vírus hiv e ser aidético, que significa o desenvolvimento das doenças oportunistas.

Bem, eu meio que disse isso nesse trecho mesmo. Mas acho que "aidético" seria não para alguém afetado por doenças oportunistas, mas alguém já com o sistema imune comprometido, independentemente de ter sido afetado por alguma doença.

De qualquer forma, não vejo a relevância disso para ser ou não ofensivo um termo....

Achar/usar um termo geral implicando que uma pessoa já pode estar com o sistema imune comprometido seria ofensivo?


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Em segundo lugar, qual é a relevância desse estado de latência do vírus para ser ofensivo ou não a coisa? Quer dizer que, se não houvesse esse estado de latência, os sintomas sempre se desenvolvessem imediatamente, aí teria justificativa para usar um termo ofensivo??? Uma coisa não tem nada a ver com outra...
A relevância é total com relação a latência da doença. Ainda mais no caso do contágio com o hiv que possibilita uma vida normal por mais muitos anos, bem diferente do início da epidemia. E o que tudo indica é que cada vez mais será prolongado esse período. Assim o entendimento do termo como algo pejorativo, é o fato de não se fazer essa distinção entre ser portador assintomático do vírus hiv e ser aidético, que é estar manifestando as doenças oportunistas.
Ainda estou longe de ver a relevância disso... é meio como se para o portador assintomático acharem que na verdade é sintomático, ou "ligá-lo" aos sintomáticos, fosse ofensivo..... sei lá, me parece estranho, sem conexão.....


mas enfim, como foi sugerido, é melhor deixar para lá, como eu já disse também, esse tipo de coisa de se opor ao PC não é exatamente a posição mais confortável do mundo para se estar, nunca se sabe se está se ofendendo acidentalmente só por discutir ou sei lá o que..... eu passo longe então de assuntos que possam ter jargão PC daqui por diante.....

Offline Adriano

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #51 Online: 19 de Setembro de 2007, 22:56:16 »
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Também acho adequado uma atualização sobre os termos politicamente correto, é melhor do que fazer chacota deles.  :)


Muito melhor seria se fossem abandonados.

Se não se desse tanto peso às palavras, todo esse poder de afetar a auto-estima e etc. Acho que a defesa dos termos PCs só ajuda as pessoas a verem mais discriminação além da existente.
Isso é muito discutível, pois a linguagem tem uma grande importância. A filosofia da linguagem mostra bem a importância da semântica, e ocorre de quem tem mais poder fazer imperar o seu significado com as suas muitas justificativas. Foucault também desenvolve algo sobre isso. O termo politicamente correto não é atoa.

Isso é muito ruim, principalmente para o discriminado, que se sente mais discriminado até do que já é, quando acha que onde quer que esteja um termo X tem uma ofensa inerente.
Tudo é questão de esclarecimento, não são adotados termos inócuos, são feitos estudos com base nas práticas sociais.

É ruim também para toda a sociedade... o assunto vira tabu... e se for abordado, se a pessoa não está por dentro dos corretismos políticos... eventualmente há rodeios, invenções de novos eufemismos..... gerando o que em inglês chamam de "self consciousness"... um incômodo, embaraço, um desconforto, por parte de todo mundo, tanto da pessoa, por exemplo, sem AIDS/HIV ou de uma pessoa com.... meio como o Jô Soares diz de vez em quando... acaba muitas vezes sendo mais anti-natural/dramática a procura de um eufemismo do que usar um termo mais direto..... se é um eufemismo bem popular, tanto menos problemático... mas se a pessoa acaba tendo que inventar..... há aquelas pausas na conversa, em momentos estratégicos e etc....
Não há eufemismos, são termos que evitam exatamente o contrário do que está dizendo, o tabu, os termos buscam possibilitam discutir os motivos dessas utilização e os motivos de outros não. Tabu é não querer discutir isso.

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Ocorre uma diferenciação entre ser portador do vírus hiv e ser aidético, que significa o desenvolvimento das doenças oportunistas.

Bem, eu meio que disse isso nesse trecho mesmo. Mas acho que "aidético" seria não para alguém afetado por doenças oportunistas, mas alguém já com o sistema imune comprometido, independentemente de ter sido afetado por alguma doença.

De qualquer forma, não vejo a relevância disso para ser ou não ofensivo um termo....

Achar/usar um termo geral implicando que uma pessoa já pode estar com o sistema imune comprometido seria ofensivo?
O comprometimento do sistema imunológico se daria com a alta carga viral a tal ponto de comprometer o organismo através do desenvolvimento das doenças oportunistas. O contágio do vírus é apenas o primeiro passo de todo um desenvolvimento do vírus no ataque do sistema imunológico. O tratamento auxilia muito em reduzir a velocidade de desenvolvimento do vírus no organismo, sendo a carga viral sempre monitorada. Por isso se diz que as pessoas soropositivas são saudáveis e levam uma vida normal. Dizer que estão com o sistema imunológico comprometido apenas por estarem contaminas é equivocado. Pelo menos clinicamente.


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A relevância é total com relação a latência da doença. Ainda mais no caso do contágio com o hiv que possibilita uma vida normal por mais muitos anos, bem diferente do início da epidemia. E o que tudo indica é que cada vez mais será prolongado esse período. Assim o entendimento do termo como algo pejorativo, é o fato de não se fazer essa distinção entre ser portador assintomático do vírus hiv e ser aidético, que é estar manifestando as doenças oportunistas.
Ainda estou longe de ver a relevância disso... é meio como se para o portador assintomático acharem que na verdade é sintomático, ou "ligá-lo" aos sintomáticos, fosse ofensivo..... sei lá, me parece estranho, sem conexão.....
Pode ser ofensivo por associar as doenças com as pessoas não doentes. Aidético é usado mais no caso da pessoa doente. São critérios pertinentes.
A sua comparação é igual dizer que podemos chamar alguém de soropositivo mesmo que não esteja contaminado pelo vírus, já que não tem nada de ofensivo ter o vírus. O erro é em confundir, em não saber distinguir, e muitas vezes por pouco caso, por não querer se ater aos critérios que diferenciam os termos, causando assim um constrangimento.

mas enfim, como foi sugerido, é melhor deixar para lá, como eu já disse também, esse tipo de coisa de se opor ao PC não é exatamente a posição mais confortável do mundo para se estar, nunca se sabe se está se ofendendo acidentalmente só por discutir ou sei lá o que..... eu passo longe então de assuntos que possam ter jargão PC daqui por diante.....
Se você acha que isso é jargão está enganado, pois vai encontrar em muitas áreas de discussões sociais. Os termos trazem os esclarecimentos e desenvolvimentos da área.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline CRICA

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #52 Online: 19 de Setembro de 2007, 23:33:35 »
putz...entrei pra informar e acabei "causando" mesmo hein...

porém fico feliz em ver o tema tão discutido e ver que no geral as pessoas estão muito bem informadas a respeito...

e viva a liberdade de expressão !!!!!!!!!!!!!!!
o Brasil não tem povo...tem público...

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #53 Online: 20 de Setembro de 2007, 01:36:39 »
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Também acho adequado uma atualização sobre os termos politicamente correto, é melhor do que fazer chacota deles.  :)


Muito melhor seria se fossem abandonados.

Se não se desse tanto peso às palavras, todo esse poder de afetar a auto-estima e etc. Acho que a defesa dos termos PCs só ajuda as pessoas a verem mais discriminação além da existente.
Isso é muito discutível, pois a linguagem tem uma grande importância. A filosofia da linguagem mostra bem a importância da semântica, e ocorre de quem tem mais poder fazer imperar o seu significado com as suas muitas justificativas. Foucault também desenvolve algo sobre isso. O termo politicamente correto não é atoa.

Eu não disse que a linguagem não tem importância, mas justamente o contrário.

Disse que dão importância exagerada. Que, como você disse, uns fazem imperar significados nocivos, com muitas justificativas.

No caso, acho que o movimento PC "autentica" desnecessariamente significados pejorativos onde eles não existem intrinsecamente.


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Isso é muito ruim, principalmente para o discriminado, que se sente mais discriminado até do que já é, quando acha que onde quer que esteja um termo X tem uma ofensa inerente.
Tudo é questão de esclarecimento, não são adotados termos inócuos, são feitos estudos com base nas práticas sociais.

Eu me refiro ao fato de que muitas pessoas, usam termos canonizados como politicamente incorretos, sem saber que são politicamente incorretos, sem ter ter qualquer má intenção por trás, e sem qualquer coisa no contexto que implique algo ofensivo a alguém.

Mas devido à doutrinação PC, as pessoas dentro das condições descritas/rotuladas pelo termo, podem se sentir ofendidas, pelo estigma criado em cima da palavra, não tanto pela sociedade, mas mais pela canonização do movimento politicamente correto.

Se uma parcela da sociedade incute um sentido pejorativo, ou usa num contexto pejorativo, vem o movimento PC declara oficial. Daí por diante, o uso do termo é ruim, invariavelmente.

Exemplo: o movimento politicamente correto decide que "negro" ou "preto" é ofensivo; que as pessoas afro-descendentes tem diversas gamas de cor de pele, não são apenas "negros", e mesmo os mais escuros, não são coisas redutíveis à sua cor de pele, mas que tem uma rica ascendência cultural africana, etc, etc, e que dizer que alguém é negro ou preto é então ofensivo.

Aí presumivelmente a maioria das pessoas, que não estão por dentro dessas elucubrações/escolástica PC, simplesmente usam o termo "negro" no dia a dia, normalmente, sem querer dizer que são inferiores, sem ter inconscientemente racismo velado nem nada assim. E então, os afro-descendentes ao verem o termo "negro" ser continuamente utilizado, acham que isso é reflexo do racismo arraigado na sociedade.

E isso não é bom para eles, se sentirem mais vítimas do que realmente são. Acabam sendo vítimas, dessa vez, do politicamente correto.

Ficam condicionadas a captar/sentir uma carga pejorativa, que não está necessariamente presente. Dependeria do contexto, totalmente.


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É ruim também para toda a sociedade... o assunto vira tabu... e se for abordado, se a pessoa não está por dentro dos corretismos políticos... eventualmente há rodeios, invenções de novos eufemismos..... gerando o que em inglês chamam de "self consciousness"... um incômodo, embaraço, um desconforto, por parte de todo mundo, tanto da pessoa, por exemplo, sem AIDS/HIV ou de uma pessoa com.... meio como o Jô Soares diz de vez em quando... acaba muitas vezes sendo mais anti-natural/dramática a procura de um eufemismo do que usar um termo mais direto..... se é um eufemismo bem popular, tanto menos problemático... mas se a pessoa acaba tendo que inventar..... há aquelas pausas na conversa, em momentos estratégicos e etc....
Não há eufemismos, são termos que evitam exatamente o contrário do que está dizendo, o tabu, os termos buscam possibilitam discutir os motivos dessas utilização e os motivos de outros não. Tabu é não querer discutir isso.

É claro que são eufemismos sim. Se por exemplo "cego" é tido como politicamente incorreto, então, ao abordar o tema, eu me lembro apenas disso, eu teria que eventualmente pensar em uma outra forma de expressar a mesma condição, sem usar a palavra "feia", ofensiva. Aí, nessas, podem ocorrer pequenas pausas desconfortáveis para todos; para aquele que não quer ofender, e para aquele que, seria, no caso, cego, mas que é completamente consciente de que essa pausa tem como objetivo encontrar uma forma de expressar igualmente a condição com o termo declarado tabu, feio, ofensivo. "Bem, por favor aguarde um instante enquanto eu encontro o livro em.... <qual é o termo mesmo, para os livros que os cegos lêem com o tato? Não lembro> ... o livro na versão para pessoas ... <ops... "cego" é xingamento.... hummm o que eu digo agora?> ... não... dotadas.... efetivamente.... de capacidade visual plena... "

O pobre ceguinho ouvindo isso, claro, achou tudo muito normal, nem percebeu as pausas nem achou nada estranho nessa peculiar descrição...

Eu me sentiria na verdade um tanto incomodado com isso, não ofendido, mas constrangido, por despertar essa preocupação desncessária em não me ofender, como se fosse de cristal. Já seria chato ter a cegueira em si, causando problemas para mim, quanto mais gerando esses desconfortos para os outros, é o que eu pensaria.

Não me lembro de já ter passado por nada tão sério, mas por exemplo, uma vez uma amiga minha me desejou feliz natal, e em seguida pediu desculpas, envergonhada, lembrando que eu era ateu! (É americana, e acho que lá os ateus são mais pé-no-saco politicamente corretos que aqui, com todo aquele protesto contra o juramento de lealdade à bandeira e etc)

De forma similar, ainda que "ateu" seja originalmente pejorativo, não veria problema algum em usarem esse termo na maior parte do tempo, por qualquer motivo que seja.... a coisa muda quando, pessoas como o Geraldo Alckmin vem e falam "a corrupção é o distanciamento de Deus", onde nem usou o termo ateu em si; ou quando falam de "ateu" como alguém desqualificado, dentro de um certo contexto qualquer, que implique imoralidade ou qualquer coisa. Mas simplesmente "ateu", não estou nem aí.

Não precisaria ser "bright", "não teísta", "pessoa que não crê na existência de deidades"... para não implicar que sou "sem deus", que é o significado literal, que implica a existência de deus, mas que eu seria meio que um rejeitado ou algo do tipo.
 


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Ocorre uma diferenciação entre ser portador do vírus hiv e ser aidético, que significa o desenvolvimento das doenças oportunistas.

Bem, eu meio que disse isso nesse trecho mesmo. Mas acho que "aidético" seria não para alguém afetado por doenças oportunistas, mas alguém já com o sistema imune comprometido, independentemente de ter sido afetado por alguma doença.

De qualquer forma, não vejo a relevância disso para ser ou não ofensivo um termo....

Achar/usar um termo geral implicando que uma pessoa já pode estar com o sistema imune comprometido seria ofensivo?
O comprometimento do sistema imunológico se daria com a alta carga viral a tal ponto de comprometer o organismo através do desenvolvimento das doenças oportunistas. O contágio do vírus é apenas o primeiro passo de todo um desenvolvimento do vírus no ataque do sistema imunológico. O tratamento auxilia muito em reduzir a velocidade de desenvolvimento do vírus no organismo, sendo a carga viral sempre monitorada. Por isso se diz que as pessoas soropositivas são saudáveis e levam uma vida normal. Dizer que estão com o sistema imunológico comprometido apenas por estarem contaminas é equivocado. Pelo menos clinicamente.

Não disse que estariam com o sistema imune comprometido pela mera contaminação.

Isso já está tomando direções diferentes, mas que eu saiba, a pessoa pode estar com o sistema imune comprometido, sem que no entanto tenha sido ainda contaminado por alguma outra doença. Aí, enquanto puder permanecer sem entrar em contato com outros patógenos, permanecerá saudável, penso eu. Mesmo já tendo AIDS em si, não sendo apenas portador de HIV.

Independentemente disso, a minha dificuldade está em entender no que seria ofensiva a ignorância sobre essas coisas todas, e a utilização de um termo só, imaginando que não existe a fase latente, ou a que não sofre com doenças oportunistas, apesar do vírus não estar apenas latente. Seria ofensivo apenas para a pessoa com o vírus latente, por uma certa discriminação dessas para com aquelas com os sintomas, não querendo ser associadas com elas, ou seria também por exemplo, para quem já tem os sintomas, talvez até sofrendo com doenças oportunistas, por falta de consideração da pessoa em saber que ele não esteve nesse estado desde o instante em que contraiu o vírus?


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A relevância é total com relação a latência da doença. Ainda mais no caso do contágio com o hiv que possibilita uma vida normal por mais muitos anos, bem diferente do início da epidemia. E o que tudo indica é que cada vez mais será prolongado esse período. Assim o entendimento do termo como algo pejorativo, é o fato de não se fazer essa distinção entre ser portador assintomático do vírus hiv e ser aidético, que é estar manifestando as doenças oportunistas.
Ainda estou longe de ver a relevância disso... é meio como se para o portador assintomático acharem que na verdade é sintomático, ou "ligá-lo" aos sintomáticos, fosse ofensivo..... sei lá, me parece estranho, sem conexão.....
Pode ser ofensivo por associar as doenças com as pessoas não doentes. Aidético é usado mais no caso da pessoa doente. São critérios pertinentes.
A sua comparação é igual dizer que podemos chamar alguém de soropositivo mesmo que não esteja contaminado pelo vírus, já que não tem nada de ofensivo ter o vírus. O erro é em confundir, em não saber distinguir, e muitas vezes por pouco caso, por não querer se ater aos critérios que diferenciam os termos, causando assim um constrangimento.

Não sei, acho que é meio como se sentir ofendido por acharem que eu estou gripado (vírus influenza), quando estou na verdade apenas resfriado (coronavirus), ou em início de gripe, e talvez vice-versa também. Achar que alguém é soropositivo sem estar contaminado seria puramente ignorância, sem sentido, achando que as doenças surgem por geração espontânea, mas não acho que seria ofensivo.



Offline Adriano

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #54 Online: 20 de Setembro de 2007, 03:44:07 »
Isso é muito discutível, pois a linguagem tem uma grande importância. A filosofia da linguagem mostra bem a importância da semântica, e ocorre de quem tem mais poder fazer imperar o seu significado com as suas muitas justificativas. Foucault também desenvolve algo sobre isso. O termo politicamente correto não é atoa.

Eu não disse que a linguagem não tem importância, mas justamente o contrário.

Disse que dão importância exagerada. Que, como você disse, uns fazem imperar significados nocivos, com muitas justificativas.

No caso, acho que o movimento PC "autentica" desnecessariamente significados pejorativos onde eles não existem intrinsecamente.
O que entendo como politicamente correto são termos mais adequados a determinadas situações visando a eliminar a discriminação ou o preconceito. Não como um movimento e sim resultante de vários movimentos sociais, cada um com sua especificidade. Também discordo que sejam significados nocivos, caso contrário não seriam politicamente correto. Claro que pode acontecer exageros, mas tudo é discutível, e nesse caso penso que cada termo deve ser discutido em separado, e cada um que forme a sua opinião sobre os termos que quiser da maneira que quiser.


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Isso é muito ruim, principalmente para o discriminado, que se sente mais discriminado até do que já é, quando acha que onde quer que esteja um termo X tem uma ofensa inerente.
Tudo é questão de esclarecimento, não são adotados termos inócuos, são feitos estudos com base nas práticas sociais.

Eu me refiro ao fato de que muitas pessoas, usam termos canonizados como politicamente incorretos, sem saber que são politicamente incorretos, sem ter ter qualquer má intenção por trás, e sem qualquer coisa no contexto que implique algo ofensivo a alguém.

Mas devido à doutrinação PC, as pessoas dentro das condições descritas/rotuladas pelo termo, podem se sentir ofendidas, pelo estigma criado em cima da palavra, não tanto pela sociedade, mas mais pela canonização do movimento politicamente correto.

Se uma parcela da sociedade incute um sentido pejorativo, ou usa num contexto pejorativo, vem o movimento PC declara oficial. Daí por diante, o uso do termo é ruim, invariavelmente.
O sentimento de ofensa de quem se sentir ofendido pode ser transformado em esclarecimento através do diálogo explicando as motivações. A linguagem evolui e um dos fatores é a prática social. O fato de alguém se sentir ofendido não significa que outra teve a intenção de ofender. Se alguém utiliza um termo politicamente incorreto e aprender os motivos será melhor. E assim terá a oportunidade de escolha em outros momentos. Como é o seu caso, que discorda.

Exemplo: o movimento politicamente correto decide que "negro" ou "preto" é ofensivo; que as pessoas afro-descendentes tem diversas gamas de cor de pele, não são apenas "negros", e mesmo os mais escuros, não são coisas redutíveis à sua cor de pele, mas que tem uma rica ascendência cultural africana, etc, etc, e que dizer que alguém é negro ou preto é então ofensivo.
Não existe um movimento do politicamente correto fazendo lavagem cerebral nas pessoas. Na maior parte dos casos as palavras são retiradas dos próprios movimentos, no caso dos afro-descendentes, dos negros. E a questão da etnia, dos traços étnicos, é bem aponta mesmo, sobressaindo a questão da cor da pele. Mas eu considero importante observar o aspecto dos que vivenciam determinada situação, num contexto social maior, como é o caso da Crica, que se apresentou e comentou o fato de ser soropositiva e estava esclarecendo sobre essa vivência que ela tem.

Aí presumivelmente a maioria das pessoas, que não estão por dentro dessas elucubrações/escolástica PC, simplesmente usam o termo "negro" no dia a dia, normalmente, sem querer dizer que são inferiores, sem ter inconscientemente racismo velado nem nada assim. E então, os afro-descendentes ao verem o termo "negro" ser continuamente utilizado, acham que isso é reflexo do racismo arraigado na sociedade.

E isso não é bom para eles, se sentirem mais vítimas do que realmente são. Acabam sendo vítimas, dessa vez, do politicamente correto.

Ficam condicionadas a captar/sentir uma carga pejorativa, que não está necessariamente presente. Dependeria do contexto, totalmente.

Essa é a sua opinião sobre racismo, da qual discordo muito, pois o contexto deve ser mais amplo, social e histórico e não apenas o situacional. Esse situacional é sim observado, mas politicamente correto já significa ir além, observar as conseqüências políticas mais abrangentes. Ninguém é obrigado a ser politicamente correto e nem concordar com o que está sendo postulado como tal. Você esta abordando palavras que tem um contexto mais adequado para você e esta postulando algo como correto. Vou te considerar um militante do "movimento" politicamente correto?

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Não há eufemismos, são termos que evitam exatamente o contrário do que está dizendo, o tabu, os termos buscam possibilitam discutir os motivos dessas utilização e os motivos de outros não. Tabu é não querer discutir isso.
É claro que são eufemismos sim. Se por exemplo "cego" é tido como politicamente incorreto, então, ao abordar o tema, eu me lembro apenas disso, eu teria que eventualmente pensar em uma outra forma de expressar a mesma condição, sem usar a palavra "feia", ofensiva. Aí, nessas, podem ocorrer pequenas pausas desconfortáveis para todos; para aquele que não quer ofender, e para aquele que, seria, no caso, cego, mas que é completamente consciente de que essa pausa tem como objetivo encontrar uma forma de expressar igualmente a condição com o termo declarado tabu, feio, ofensivo. "Bem, por favor aguarde um instante enquanto eu encontro o livro em.... <qual é o termo mesmo, para os livros que os cegos lêem com o tato? Não lembro> ... o livro na versão para pessoas ... <ops... "cego" é xingamento.... hummm o que eu digo agora?> ... não... dotadas.... efetivamente.... de capacidade visual plena... "
Então vou aceitar esse termo politicamente correto sobre o conceito de politicamente correto: eufemismo. Pronto resolvido, já que te incomoda essa distinção faço uso do mesmo termo. (E não me venha dizer que estou usando de metalinguagem  :P)

Não precisa ficar buscando livros para saber os termos politicamente correto, são fáceis de encontrar. Teve até uma publicação do governo federal sobre o assunto, eu vi num tópico por aí, tinha até um pessoal tirando sarro disso...  |(

O pobre ceguinho ouvindo isso, claro, achou tudo muito normal, nem percebeu as pausas nem achou nada estranho nessa peculiar descrição...

Eu me sentiria na verdade um tanto incomodado com isso, não ofendido, mas constrangido, por despertar essa preocupação desncessária em não me ofender, como se fosse de cristal. Já seria chato ter a cegueira em si, causando problemas para mim, quanto mais gerando esses desconfortos para os outros, é o que eu pensaria.
Tem uns que se incomodam e outros não. Depende do caso pessoal também. Eu mesmo não sendo portador de deficiência prefiro esse termo e me sinto incomodado com os outros usos.

Não me lembro de já ter passado por nada tão sério, mas por exemplo, uma vez uma amiga minha me desejou feliz natal, e em seguida pediu desculpas, envergonhada, lembrando que eu era ateu! (É americana, e acho que lá os ateus são mais pé-no-saco politicamente corretos que aqui, com todo aquele protesto contra o juramento de lealdade à bandeira e etc)
Eu adoro quando me tratam de acordo com o meu ateísmo. Gosto desses tipos de situações e me sinto respeitado quanto acontece.

De forma similar, ainda que "ateu" seja originalmente pejorativo, não veria problema algum em usarem esse termo na maior parte do tempo, por qualquer motivo que seja.... a coisa muda quando, pessoas como o Geraldo Alckmin vem e falam "a corrupção é o distanciamento de Deus", onde nem usou o termo ateu em si; ou quando falam de "ateu" como alguém desqualificado, dentro de um certo contexto qualquer, que implique imoralidade ou qualquer coisa. Mas simplesmente "ateu", não estou nem aí.

Não precisaria ser "bright", "não teísta", "pessoa que não crê na existência de deidades"... para não implicar que sou "sem deus", que é o significado literal, que implica a existência de deus, mas que eu seria meio que um rejeitado ou algo do tipo.
São situações diferentes, alguns podem questionar quais seriam os termos mais adequados, independente de não gostar dos atos de preconceito. Ou podem até mesmo ver como preconceito as questões de linguagem. Eu mesmo não gosto das falas de "vá com deus", "fique com deus", "deus abençoe", considero como preconceito e discriminação, mas não penso que a pessoa está fazendo isso com a intenção de me ofender, é algo mecânico, cultural e pré-conceito no sentido de não saber que nem todos acreditam em deus. Já vi pessoas que nunca tinham falado com alguém ateu.

Bem, eu meio que disse isso nesse trecho mesmo. Mas acho que "aidético" seria não para alguém afetado por doenças oportunistas, mas alguém já com o sistema imune comprometido, independentemente de ter sido afetado por alguma doença.

De qualquer forma, não vejo a relevância disso para ser ou não ofensivo um termo....

Achar/usar um termo geral implicando que uma pessoa já pode estar com o sistema imune comprometido seria ofensivo?
E como vai saber se a pessoa está com o sistema imune comprometido? Vai medir a carga viral primeiro? Mais adequado é quando alguém manifesta os sintomas, as doenças.

Independentemente disso, a minha dificuldade está em entender no que seria ofensiva a ignorância sobre essas coisas todas, e a utilização de um termo só, imaginando que não existe a fase latente, ou a que não sofre com doenças oportunistas, apesar do vírus não estar apenas latente. Seria ofensivo apenas para a pessoa com o vírus latente, por uma certa discriminação dessas para com aquelas com os sintomas, não querendo ser associadas com elas, ou seria também por exemplo, para quem já tem os sintomas, talvez até sofrendo com doenças oportunistas, por falta de consideração da pessoa em saber que ele não esteve nesse estado desde o instante em que contraiu o vírus?
A ofensa não é sempre motivada, é muito possível constranger alguém sem querer, apenas por desconhecimento ou outro motivo qualquer.

O motivo de diferenciar o soropositivo do aidético é sim de distinguir quem está saudável de quem está doente, e não por preconceito pelo que está doente, pois se considerar o saudável como doente logo vão dizer que o doente já está morto. Cada um é uma fase e não custa nada saber disso e evitar não cometer a mesma gafe do ministro, já que cada vez mais os soropositivos se afastam do desenvolvimento da doença aids.


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Ainda estou longe de ver a relevância disso... é meio como se para o portador assintomático acharem que na verdade é sintomático, ou "ligá-lo" aos sintomáticos, fosse ofensivo..... sei lá, me parece estranho, sem conexão.....
Pode ser ofensivo por associar as doenças com as pessoas não doentes. Aidético é usado mais no caso da pessoa doente. São critérios pertinentes.
A sua comparação é igual dizer que podemos chamar alguém de soropositivo mesmo que não esteja contaminado pelo vírus, já que não tem nada de ofensivo ter o vírus. O erro é em confundir, em não saber distinguir, e muitas vezes por pouco caso, por não querer se ater aos critérios que diferenciam os termos, causando assim um constrangimento.

Não sei, acho que é meio como se sentir ofendido por acharem que eu estou gripado (vírus influenza), quando estou na verdade apenas resfriado (coronavirus), ou em início de gripe, e talvez vice-versa também. Achar que alguém é soropositivo sem estar contaminado seria puramente ignorância, sem sentido, achando que as doenças surgem por geração espontânea, mas não acho que seria ofensivo.
Não tem nada a ver a gripe com o hiv. Um deixa resfriado e o outro se não tratado pode levar a morte rápido e mesmo tratado é uma doença fatal ainda. A aids sempre foi vista como uma sentença de morte.

Talvez ofensivo não seja mesmo um termo adequado, seria melhor um eufemismo. Poderia ser constranger, incomodar. Mas isso vai de cada um.
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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #55 Online: 20 de Setembro de 2007, 09:43:28 »
A ofença está na cabeça dos "portadores de HIV". Eles mesmos atribuíram a sí que o termo "aidético" é pejorativo. Muitos deveriam pensar o quão ilógico é isso. É algo apenas cultural entre os portadores. Quem não é portador, raramente dirá aidético com a intenção de menosprezar, até por qu parece a palavra mais lógica e coerente a ser utilizada.

Eu particularmente desconhecia que esse pessoal não gostava de ser chamado de aidético...
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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #56 Online: 20 de Setembro de 2007, 10:48:15 »
Bem, penso eu que tudo se resume à maneira como a palavra foi utilizada no passado. Por exemplo, nos
EUA, tanto a palavra "negro" (pronuncia "nigro") quanto "nigger" haviam sido usadas no passado por
brancos para se referir aos negros de forma pejorativa. Daí que se evite usá-las hoje em dia. A situação
é diferente, no entanto, no caso da palavra "black", que só indica mesmo a cor da pele. Não vejo motivo
algum para substituí-la por algo artificial (e impreciso) como "african american" [1]. Da mesma forma,
se a palavra "aidético" foi usada de forma pejorativa no passado, acho natural que os portadores de HIV
e os doentes de AIDS se sintam incomodados com ela hoje. Além disso, a expressão "doente de AIDS"
nem soa artificial nem é imprecisa.

[1] Isso já me rendeu longas discussões com uma namorada canadense negra que tive.

EDIT: Para evitar o uso de "expressões com viés escatológico" e "descrições de atividades fisiológicas", me furtarei
neste tópico de expressar minha opinião sobre o "políticamente correto". :)
« Última modificação: 20 de Setembro de 2007, 10:52:30 por Dr. Manhattan »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #57 Online: 20 de Setembro de 2007, 23:09:34 »
Isso é muito discutível, pois a linguagem tem uma grande importância. A filosofia da linguagem mostra bem a importância da semântica, e ocorre de quem tem mais poder fazer imperar o seu significado com as suas muitas justificativas. Foucault também desenvolve algo sobre isso. O termo politicamente correto não é atoa.

Eu não disse que a linguagem não tem importância, mas justamente o contrário.

Disse que dão importância exagerada. Que, como você disse, uns fazem imperar significados nocivos, com muitas justificativas.

No caso, acho que o movimento PC "autentica" desnecessariamente significados pejorativos onde eles não existem intrinsecamente.
O que entendo como politicamente correto são termos mais adequados a determinadas situações visando a eliminar a discriminação ou o preconceito.
Isso eu sei, é a proposta, a intenção, não discordo disso. Apenas dos métodos, que me parecem no mínimo ter o poder de aumentar o sentimento de discriminação, e na pior das hipóteses, até aumentar a discriminação em si.


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Também discordo que sejam significados nocivos, caso contrário não seriam politicamente correto.
Não, eles não são nocivos. Não é isso que quis dizer.

Não há nenhum problema, geralmente, com os termos ditos politicamente corretos, ainda que se pudesse, em boa parte dos casos, também ver os mesmos tipos de problemas que se vê nos ditos politicamente INcorretos, e procurar ainda um outro termo.

O problema está em dizer que os outros termos é que são politicamente incorretos, feios um palavrões, que quem usa, está discriminando, talvez até por ter um sentimento velado contra as pessoas às quais o termo se refere.

Isso se refere especialmente à termos cuja etimologia não tem nada de ofensiva, como "preto" ou "negro", por exemplo, e até mesmo "aidético", diferentemente de termos como "macaco" para negro, que seria mais consensualmente ofensivo, um termo legitimamente politicamente incorreto, que dificilmente seria usado para se referir especificamente a negros sem ser com a intenção de ofender. Pode, por outro lado, ser usado para humanos em geral, como Desmond Morris em "o macaco nu" e acho que o Peter Singer ou o Richard Dawkins também.



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Isso é muito ruim, principalmente para o discriminado, que se sente mais discriminado até do que já é, quando acha que onde quer que esteja um termo X tem uma ofensa inerente.
Tudo é questão de esclarecimento, não são adotados termos inócuos, são feitos estudos com base nas práticas sociais.
Eu acho que não haveria necessidade de estudos e modificação "de cima para baixo" dos idiomas. Por exemplo, termos que eu falei como sendo originalmente não-ofensivos, mas que hoje são tidos como ofensivos, consensualmente: "corja", "laia". Não houve uma cartilha do politicamente correto, nem pessoas preocupadas com os direitos humanos esclarecendo a população sobre como esses termos são pejorativos. Foi uma evolução natural dos significados dos termos.

Com os termos politicamente incorretos, o que ocorre é que eles são utilizados tanto em contextos ofensivos quanto inofensivos, mas condenados universalmente, de forma um tanto "autoritária", "oficial", criando palavrões onde não existiam.

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Eu me refiro ao fato de que muitas pessoas, usam termos canonizados como politicamente incorretos, sem saber que são politicamente incorretos, sem ter ter qualquer má intenção por trás, e sem qualquer coisa no contexto que implique algo ofensivo a alguém.

Mas devido à doutrinação PC, as pessoas dentro das condições descritas/rotuladas pelo termo, podem se sentir ofendidas, pelo estigma criado em cima da palavra, não tanto pela sociedade, mas mais pela canonização do movimento politicamente correto.

Se uma parcela da sociedade incute um sentido pejorativo, ou usa num contexto pejorativo, vem o movimento PC declara oficial. Daí por diante, o uso do termo é ruim, invariavelmente.
O sentimento de ofensa de quem se sentir ofendido pode ser transformado em esclarecimento através do diálogo explicando as motivações.

Mas isso é justamente uma argumentação contra as arbitrariedades de se decidir oficialmente o que é e o que não é politicamente correto. Normalmente, não seria nem necessário o diálogo, o simples contexto do uso de um termo seria mais do que suficiente.

Tanto os termos politicamente corretos quanto politicamente incorretos podem ser inseridos em diferentes contextos, diferentes frases, e assumirem denotações pejorativas ou neutras, dependendo do contexto.

O estabelecimento "à força" do que é e o que não é politicamente correto cria artificialmente pesos inerentes nos termos, onde antes não haviam. Deixa de imoportar o contexto, a coisa SE TORNA inerentemente ofensiva, mesmo em situações onde não seria.



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Aí presumivelmente a maioria das pessoas, que não estão por dentro dessas elucubrações/escolástica PC, simplesmente usam o termo "negro" no dia a dia, normalmente, sem querer dizer que são inferiores, sem ter inconscientemente racismo velado nem nada assim. E então, os afro-descendentes ao verem o termo "negro" ser continuamente utilizado, acham que isso é reflexo do racismo arraigado na sociedade.

E isso não é bom para eles, se sentirem mais vítimas do que realmente são. Acabam sendo vítimas, dessa vez, do politicamente correto.

Ficam condicionadas a captar/sentir uma carga pejorativa, que não está necessariamente presente. Dependeria do contexto, totalmente.

Essa é a sua opinião sobre racismo, da qual discordo muito,

Eu não dei "minha opinião sobre o racismo" aí.

*respirando fundo*

Eu não sei como explicar mais claramente do que já tentei explicar...

Assim, há uma discriminação contra negros, sim, dou isso como fato, digamos que sejam muito discriminados.

Agora, vamos dizer que numa região X, seja muito comum a defesa dos termos politicamente corretos. E então argumentam, para os negros de lá, que "negro" é politicamente INcorreto, proque reduz às pessoas a uma mera cor, quando a ascendência africana não é apenas dessa cor, quando é uma cor muito associada à coisas ruins no insconsciente coletivo, etc. Dizem que o simples uso do termo "negro" significa que a pessoa que usar, é racista, vê o afro-descendente, o africano ou o bosquímano australiano como inferior, como um lixo, independentemente do contexto em que o termo é utilizado. Só por usar o termo "negro", está se dando uma pequena alfinetada nessas pessoas, e o fato do contexto não indicar nada de ruim, é simplesmente um subterfúgio para usar esse termo nefasto e degradante e sair impune.

Aí, claro, as pessoas dessa região sempre que ouvirem o termo "negro" vão falar "que coisa mais feia, pensar isso dos afro-descendentes, não tem vergonha não? A discriminação tem que acabar... até quando nós seremos discriminados apenas pela cor de nossa pele, que nem é necessariamente negra? Essa pessoa que usou esse termo no fundo pensa mal das pessoas apenas pela cor da pele, que coisa terrível, em pleno século XXI, não há esse nível de esclarecimento.... é terrível, especialmente para nós, vítimas disso tudo...", etc, etc.

Depois de tanta promoção do termo como degradante, claro que ele irá deixando de ser utilizado aos poucos na região.

Aí então, isso não é acompanahdo em todo resto do país, que continua usando "negro" como algo que não é necessariamente um sinal de racismo implícito; usam normalmente, significando "afro descendente de povos não-árabes", ou "pessoa de pele escura"... mas para as pessoas da região X, depois de toda essa difamação do termo, as coisas que vem de outras regiões são todas racistas, refletem o elevado grau de discriminação que ainda há, especialmente em outras regiões.

Quando não necessariamente havia nada de discriminatório nessas outras utilizações do termo "negro".

E o mesmo vale para coisas do passado, da própria região... "olha só filhinho, como antigamente havia racismo.... usavam o termo 'negro' até nos livros didáticos, de tão preponderante que era o racismo..."

Quando na época não havia nada de mal imputado no termo...

O que isso está fazendo? Diminuindo a discriminação? Não, aumentando o sentimento de discriminação, para além da discriminação real.


As pessoas, seja de ancestralidade africana, japonesa, com alguma doença, síndrome ou condição física, já sofrem bastante discriminação, independentemente dos termos usados. E não é ruim apenas sofrer a discriminação, mas simplesmente se sentir discriminado já é algo terrível.

O que os fantasmas dos termos politicamente incorretos fazem, é aumentar esse sentimento de discriminação, para além da discriminação realmente existente. Só prejudica a aqueles que se quer ajudar.

Offline BetinhOzinhO

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #58 Online: 20 de Setembro de 2007, 23:36:24 »
A chance de transmissão do homem para a mulher em uma única relação é de 1 a 6 casos em mil.

Não entendi direito essa proporção, como assim?

Brrrrrrrrrrrrrrrrrr, AIDS é uma doença que dá HORROR mesmo, eu mesmo tenho PAVOR. Acho que por ter sido uma criança dos anos 80 e ter visto todas aquelas pessoas famosas morrendo. Portanto camisinha SEMPRE.

Agora... sexo ORAL COM CAMISINHA... sinto muito, sinto MUITÍSSIMO... mas simplesmente NÃO DÁ. Eu não consigo imaginar isso. Antes não fazer do que fazer com camisinha e camisinha com sabor pra mim é uma boa merda. Agora, embora eu tenha ouvido falar que o risco da transmissão pelo sexo oral também é bem baixo, fiquei pensando no que a Crica disse sobre a mulher estar "escancarada". Ok, a vagina é um receptáculo pra tudo de podre que o pênis colocar lá dentro, mas se for assim a boca também é! Eu já li que é necessário que haja micro-fissuras na boca pra que o vírus penetre no organismo, mas imagino que seja muito mais fácil haver essas micro-fissuras na boca do que na vagina, não??? Isso quer dizer que, embora o risco da transmissão via sexo oral seja baixo, ele ainda é BEM MAIOR do que o risco do homem ser contaminado pela mulher no sexo vaginal?? Ou seja, sexo oral, pra quem CHUPA, é bem mais arriscado que pra quem COME uma xereca??

Óbvio que estou falando tudo isso considerando sexo oral SEM EJACULAÇÃO NA BOCA.
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Offline Adriano

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #59 Online: 21 de Setembro de 2007, 00:18:58 »
Não há nenhum problema, geralmente, com os termos ditos politicamente corretos, ainda que se pudesse, em boa parte dos casos, também ver os mesmos tipos de problemas que se vê nos ditos politicamente INcorretos, e procurar ainda um outro termo.

O problema está em dizer que os outros termos é que são politicamente incorretos, feios um palavrões, que quem usa, está discriminando, talvez até por ter um sentimento velado contra as pessoas às quais o termo se refere.

Isso se refere especialmente à termos cuja etimologia não tem nada de ofensiva, como "preto" ou "negro", por exemplo, e até mesmo "aidético", diferentemente de termos como "macaco" para negro, que seria mais consensualmente ofensivo, um termo legitimamente politicamente incorreto, que dificilmente seria usado para se referir especificamente a negros sem ser com a intenção de ofender. Pode, por outro lado, ser usado para humanos em geral, como Desmond Morris em "o macaco nu" e acho que o Peter Singer ou o Richard Dawkins também.
Me parece que não está gostando do termo "politicamente correto". Penso que cada termo tem sua utilização e várias possibilidades. Podemos dizer que existem termos mais adequados e outros não. Eu particularmente tenho simpatia pelos novos termos. As explicações que vejo me agradam e me parecem satisfazer esse rótulo. O que não acontece no seu caso, assim como no caso do hiv, como demonstrei, sou favorável.

O termo politicamente pode ser mesmo bem adequado a esse tipo de vocabulário, pois parece ser associado a determinadas práticas sociais. O que normalmente está relacionado a um pensamento de esquerda.

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Tudo é questão de esclarecimento, não são adotados termos inócuos, são feitos estudos com base nas práticas sociais.
Eu acho que não haveria necessidade de estudos e modificação "de cima para baixo" dos idiomas. Por exemplo, termos que eu falei como sendo originalmente não-ofensivos, mas que hoje são tidos como ofensivos, consensualmente: "corja", "laia". Não houve uma cartilha do politicamente correto, nem pessoas preocupadas com os direitos humanos esclarecendo a população sobre como esses termos são pejorativos. Foi uma evolução natural dos significados dos termos.

Com os termos politicamente incorretos, o que ocorre é que eles são utilizados tanto em contextos ofensivos quanto inofensivos, mas condenados universalmente, de forma um tanto "autoritária", "oficial", criando palavrões onde não existiam.
A minha opinião é outra, é de que são formados pelos grupos diretamente ligados aos termos. Mas como são grupos referentes a minorias sociais, então não atinge a sociedade como um todo, mas com certeza os mais interessados. Sendo assim seriam termos produzidos por essa minoria em conjunto com especialistas que também trabalham diretamente com esses grupos. Por isso que considero legítimos e válidos, embora prefiro analisar caso a caso.

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O sentimento de ofensa de quem se sentir ofendido pode ser transformado em esclarecimento através do diálogo explicando as motivações.

Mas isso é justamente uma argumentação contra as arbitrariedades de se decidir oficialmente o que é e o que não é politicamente correto. Normalmente, não seria nem necessário o diálogo, o simples contexto do uso de um termo seria mais do que suficiente.

Tanto os termos politicamente corretos quanto politicamente incorretos podem ser inseridos em diferentes contextos, diferentes frases, e assumirem denotações pejorativas ou neutras, dependendo do contexto.

O estabelecimento "à força" do que é e o que não é politicamente correto cria artificialmente pesos inerentes nos termos, onde antes não haviam. Deixa de imoportar o contexto, a coisa SE TORNA inerentemente ofensiva, mesmo em situações onde não seria.
Aqui você está dizendo sobre o valor do contexto, e exatamente pela minha opinião acima, que considero o contexto mais adequado é o dos grupos sociais referentes a cada termo, em conjunto com os especialistas, que fazem parte dos grupos indiretamente.

Não se condena as pessoas desinformadas pelo uso de um vocabulário politicamente incorreto, mas sim as práticas sociais envolvidas, que são transmitidas através da cultura e da tradição. E a linguagem é uma das mais importantes e tem um grande peso. Por isso que eu penso que o politicamento incorreto, é incorreto mesmo, mas concordo que tenha que ser analisado caso a caso, pois podem ocorrer equívocos e exageros nessa classificação.

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Essa é a sua opinião sobre racismo, da qual discordo muito,

Eu não dei "minha opinião sobre o racismo" aí.

*respirando fundo*

Eu não sei como explicar mais claramente do que já tentei explicar...
Relaxe, como em muitos outros assuntos, não penso que falte clareza na comunicação, falta de entendimento. Vejo como divergencias de opinião. Acontece que está querendo esclarecer o politicamente correto, que no caso inicial aqui foi a aids, com exemplos sobre o politicamente correto em relação a raça. Veja que já tivemos uma longa discussão sobre isso e vimos o quão distante são nossas opiniões sobre esse tema. Então, em vez de esclarecer traz outras divergências para esse contexto.


Assim, há uma discriminação contra negros, sim, dou isso como fato, digamos que sejam muito discriminados.

Agora, vamos dizer que numa região X, seja muito comum a defesa dos termos politicamente corretos. E então argumentam, para os negros de lá, que "negro" é politicamente INcorreto, proque reduz às pessoas a uma mera cor, quando a ascendência africana não é apenas dessa cor, quando é uma cor muito associada à coisas ruins no insconsciente coletivo, etc. Dizem que o simples uso do termo "negro" significa que a pessoa que usar, é racista, vê o afro-descendente, o africano ou o bosquímano australiano como inferior, como um lixo, independentemente do contexto em que o termo é utilizado. Só por usar o termo "negro", está se dando uma pequena alfinetada nessas pessoas, e o fato do contexto não indicar nada de ruim, é simplesmente um subterfúgio para usar esse termo nefasto e degradante e sair impune.

Aí, claro, as pessoas dessa região sempre que ouvirem o termo "negro" vão falar "que coisa mais feia, pensar isso dos afro-descendentes, não tem vergonha não? A discriminação tem que acabar... até quando nós seremos discriminados apenas pela cor de nossa pele, que nem é necessariamente negra? Essa pessoa que usou esse termo no fundo pensa mal das pessoas apenas pela cor da pele, que coisa terrível, em pleno século XXI, não há esse nível de esclarecimento.... é terrível, especialmente para nós, vítimas disso tudo...", etc, etc.

Depois de tanta promoção do termo como degradante, claro que ele irá deixando de ser utilizado aos poucos na região.

Aí então, isso não é acompanahdo em todo resto do país, que continua usando "negro" como algo que não é necessariamente um sinal de racismo implícito; usam normalmente, significando "afro descendente de povos não-árabes", ou "pessoa de pele escura"... mas para as pessoas da região X, depois de toda essa difamação do termo, as coisas que vem de outras regiões são todas racistas, refletem o elevado grau de discriminação que ainda há, especialmente em outras regiões.

Quando não necessariamente havia nada de discriminatório nessas outras utilizações do termo "negro".

E o mesmo vale para coisas do passado, da própria região... "olha só filhinho, como antigamente havia racismo.... usavam o termo 'negro' até nos livros didáticos, de tão preponderante que era o racismo..."

Quando na época não havia nada de mal imputado no termo...

O que isso está fazendo? Diminuindo a discriminação? Não, aumentando o sentimento de discriminação, para além da discriminação real.


As pessoas, seja de ancestralidade africana, japonesa, com alguma doença, síndrome ou condição física, já sofrem bastante discriminação, independentemente dos termos usados. E não é ruim apenas sofrer a discriminação, mas simplesmente se sentir discriminado já é algo terrível.

O que os fantasmas dos termos politicamente incorretos fazem, é aumentar esse sentimento de discriminação, para além da discriminação realmente existente. Só prejudica a aqueles que se quer ajudar.

Considero válido o conhecimento histórico e essa construção de uma identidade étnica. Gosto dessas explicações e sempre vejo grande racionalidade. E aqui devemos separar os termos das pessoas. A ofensa seria pelos termos e não pela pessoa que expressa esses termos, seria necessário verificar a intencionalidade da pessoa em cada caso, o que está chamando de contexto. Mas independente disso podemos não gostar dos termos e dos conceitos, o que é muito claro para nós aqui no fórum, que falamos por exemplos das religiões e da religiosidade sem querer criticar qualquer pessoa, apenas atacando idéias que discordamos.

E temos também os nossos termos politicamente corretos, como é o caso de ateu, ateísta, agnóstico, teísta, cético, pseudo cético, descrente, entre outros. Cada um com sua significação que se faz necessário por aqui, devido as grandes diferenças de nossa comunidade, onde conseguimos distinguir as diferenças individuais diante de grupo. Cada um se satisfaz mais com um determinado rótulo, mas quem é de fora, não está acostumado com esse tipo de discussão não vê diferença nessas questões. 

Um exemplo disso é que algumas pessoas já me disseram que ateu é uma pessoa que não acredita em nada. Daí eu expliquei que o correto é dizer que ateu não acredita em deus. Não vi intenção de ofensa da pessoa, mas nem por isso gostei do que foi dito. Assim não fiquei com chateado com a pessoa, pelo contrário mostrei a minha opinião com a autoridade de ser um ateu e foi bem recebida a crítica.

Assim penso que está considerando que as minorias vão ficar bravas com todos sem analisar o contexto, mas discordo pois os termos vão além do contexto, que estou considerando como a intencionalidade ou não da ofensa. O termo politicamente cai muito bem por considerar um contexto histórico e social mais amplo e essa discussão é saudável.
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Offline BetinhOzinhO

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #60 Online: 21 de Setembro de 2007, 00:52:55 »
Assim penso que está considerando que as minorias vão ficar bravas com todos sem analisar o contexto, mas discordo pois os termos vão além do contexto, que estou considerando como a intencionalidade ou não da ofensa. O termo politicamente cai muito bem por considerar um contexto histórico e social mais amplo e essa discussão é saudável.

Sabe, uma vez eu iniciei um tópico no Orkut na comunidade Homofobia - Já Era intitulado (e não entitulado, assim como um vírus tem invólucro, e não envólucro como o Buckaroo Banzai falou - procurei no Aurélio pra ver se existia a variante envólucro mas não achei, deve ser só mais um vício de linguagem como entitulado, e aliás de ONDE é que as pessoas tiram essas coisas?) "Viado", o uso da palavra e perguntei aos membros o que eles achavam de gays que se tratavam uns aos outros por esse termo. Foi uma discussão quilométrica, quase 350 posts, e finalmente ninguém chegou a um acordo. Eu particularmente odeio essa palavra e considero um xingamento, puro e simples, e acho insuportável a atitude dos gays que a usam indiscriminadamente, pra mim tira toda a MORAL de um gay pra reclamar quando é "xingado" de viado.

Prefiro não opinar sobre a questão de aidético e soropositivo por não pertencer a esse grupo, mas compreendo a tentativa de desvinculação de um grupo social de um termo que quase sempre designa um desvalor, como acho que é o caso de viado. Mas contextos devem sempre ser considerados, óbvio, embora em alguns casos sejam obscuros, como no uso de "viado" pela Mimi nesse tópico, que não deu pra sacar se era pra dizer que naquela época se afirmava que só viado e drogado pegava AIDS, se ela usa essa palavra indiscriminadamente, se ela não gosta de gays e usa como xingamento, se ela queria me sacanear porque eu perguntei a ela o que ela faz da vida e ela não gostou, etc.
« Última modificação: 21 de Setembro de 2007, 00:55:08 por BetinhO »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #61 Online: 21 de Setembro de 2007, 04:30:31 »
como invólucro é algo que envolve, e são homófonos devido à deriva fonética, não é de se estranhar uma tendência intuitiva a achar que é o mesmo morfema.

Já para "intitulado", o intuitivamente correto mesmo deveria ser "titulado" apenas, esse "in" parece estar aí de bobeira, se formos ter como referência outras utilizações do morfema "in" como prefixo aglutinado, como "incompetente", "incapaz", "inadequado".... "intitulado" seria sem título, mas não é, vou fazer o quê...

Offline Rodion

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #62 Online: 21 de Setembro de 2007, 04:45:47 »
em inglês é entitled, o erro pode vir de associar...
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline BetinhOzinhO

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #63 Online: 21 de Setembro de 2007, 10:34:27 »
como invólucro é algo que envolve, e são homófonos devido à deriva fonética, não é de se estranhar uma tendência intuitiva a achar que é o mesmo morfema.

Gramática não é "intuição", pare de enrolar, errado é errado!! :biglol: Hohohohohohohoho! :smartass:
« Última modificação: 21 de Setembro de 2007, 10:36:45 por BetinhO »
O GOOGLE NÃO É SEU AMIGO! HAHAHAHHOHOHOHO! http://www.google-watch.org/

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #64 Online: 21 de Setembro de 2007, 13:50:09 »
Segundo os Pinkers e Chomskys da vida, a gramática seria de certa forma instintiva/intuitiva.

Engraçado que "envoltório" é assim mesmo com "en".

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #65 Online: 21 de Setembro de 2007, 13:51:34 »
em inglês é entitled, o erro pode vir de associar...

Em inglês também é apenas "titled". "Entitled" é usado mais como "designado" para algo.


Acabei de checar no dicionário e também existe "titulado":

do Lat. titulare

v. tr.,
intitular;
dar título a;
registar em títulos autênticos.

de título

v. tr., Quím.,
encontrar o título de uma solução mediante a análise volumétrica;
s. m.,
membro de um ministério;
ocupante efectivo de um cargo ou de uma função;
pessoa nobre, que tem título honorífico;
honorário.



Ironicamente, o uso é mais ou menos "ao contrário" das contrapartes em inglês....

Offline CRICA

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #66 Online: 21 de Setembro de 2007, 19:16:33 »
A ofença está na cabeça dos "portadores de HIV". Eles mesmos atribuíram a sí que o termo "aidético" é pejorativo. Muitos deveriam pensar o quão ilógico é isso. É algo apenas cultural entre os portadores. Quem não é portador, raramente dirá aidético com a intenção de menosprezar, até por qu parece a palavra mais lógica e coerente a ser utilizada.

Eu particularmente desconhecia que esse pessoal não gostava de ser chamado de aidético...


Olha só,
nunca disse que as pessoas dizem "aidético" com a intensão de menosprezar, magoar, ofender ou humilhar.
Apenas informei o que rola no momento !
Afinal, este tópico não se chama "dúvidas sobre AIDS" ???
Como já disse , tenho conhecimento de causa, pois além de portadora, trabalho na área da saúde e convivo com outros pacientes portadores do Hiv e tantas outras doenças...
Agora, vai me desculpar meu bem, mas "esse pessoal" como você disse , soou muito mais ofensivo tá.
Como já deu pra perceber, eu não tô nem aí, pois sou muito bem resolvida quanto a minha sorologia, mas dizer, "ESSE PESSOAL"...foi lamentável !!!!!!!!!!!!!

A propósito, que pessoal ?
o Brasil não tem povo...tem público...

Offline BetinhOzinhO

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #67 Online: 21 de Setembro de 2007, 21:47:21 »
Agora, vai me desculpar meu bem, mas "esse pessoal" como você disse , soou muito mais ofensivo tá.
Como já deu pra perceber, eu não tô nem aí, pois sou muito bem resolvida quanto a minha sorologia, mas dizer, "ESSE PESSOAL"...foi lamentável !!!!!!!!!!!!!
A propósito, que pessoal ?

Eu também achei o uso dessa expressão meio escroto, acho que não gosto mais do Amon, ele era o único moderador daqui que eu achava legalzinho.

Segundo os Pinkers e Chomskys da vida, a gramática seria de certa forma instintiva/intuitiva.

"De certa forma" encerra muitas coisas!!

Engraçado que "envoltório" é assim mesmo com "en".

HILÁRIO, HAUAHUAHAUHAHUAUHUHAAUHUHA! :biglol: :biglol: :biglol: :biglol:
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Offline Südenbauer

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #68 Online: 24 de Setembro de 2007, 06:40:35 »
Não sabia que "aidético" poderia ser pejorativo. Pelo menos no meu círculo de amizades todo mundo fala essa palavra.

Offline Pregador

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #69 Online: 24 de Setembro de 2007, 09:46:58 »
A ofença está na cabeça dos "portadores de HIV". Eles mesmos atribuíram a sí que o termo "aidético" é pejorativo. Muitos deveriam pensar o quão ilógico é isso. É algo apenas cultural entre os portadores. Quem não é portador, raramente dirá aidético com a intenção de menosprezar, até por qu parece a palavra mais lógica e coerente a ser utilizada.

Eu particularmente desconhecia que esse pessoal não gostava de ser chamado de aidético...


Olha só,
nunca disse que as pessoas dizem "aidético" com a intensão de menosprezar, magoar, ofender ou humilhar.
Apenas informei o que rola no momento !
Afinal, este tópico não se chama "dúvidas sobre AIDS" ???
Como já disse , tenho conhecimento de causa, pois além de portadora, trabalho na área da saúde e convivo com outros pacientes portadores do Hiv e tantas outras doenças...
Agora, vai me desculpar meu bem, mas "esse pessoal" como você disse , soou muito mais ofensivo tá.
Como já deu pra perceber, eu não tô nem aí, pois sou muito bem resolvida quanto a minha sorologia, mas dizer, "ESSE PESSOAL"...foi lamentável !!!!!!!!!!!!!

A propósito, que pessoal ?

Esse pessoal quer dizer as pessoas as quais portam o virus da SIDA. Mais uma vez, a ofença está na sua cabeça. Tem o pessoal da área jurídica, das exatas, o pessoal com cancer, e o pessoal portador da SIDA. Pessoal quer dizer uma coletividade de pessoas.

Ficar ofendido com todo e qualquer termo é ser vitimista. Não vou deixar de usar "pessoal" e passar a usar "este grupo de pessoas", ou "os membros", ou esta "coletividade", em uma conversa informal só por que você cismou com "pessoal". É totalmente ridículo.
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Offline BetinhOzinhO

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #70 Online: 24 de Setembro de 2007, 21:27:55 »
Não sabia que "aidético" poderia ser pejorativo. Pelo menos no meu círculo de amizades todo mundo fala essa palavra.

E daí, alguém no seu círculo de amizades porta HIV? Dã. No meu círculo de amizades as pessoas também falam "aidético" mas um namorado de minha prima já tinha me dito que o uso do termo não está sendo mais considerado adequado.

Esse pessoal quer dizer as pessoas as quais portam o virus da SIDA. Mais uma vez, a ofença está na sua cabeça. Tem o pessoal da área jurídica, das exatas, o pessoal com cancer, e o pessoal portador da SIDA. Pessoal quer dizer uma coletividade de pessoas.
Ficar ofendido com todo e qualquer termo é ser vitimista. Não vou deixar de usar "pessoal" e passar a usar "este grupo de pessoas", ou "os membros", ou esta "coletividade", em uma conversa informal só por que você cismou com "pessoal". É totalmente ridículo.

Eu não acho que a ofensa estava na cabeça dela, na verdade nem acho bem que foi uma "ofensa", mas deu pra ver que você usou a expressão com menosprezo e hostilidade, é óbvio que é incomum que alguém não se refira a outros com quem discorda como "esse pessoal" com menosprezo e hostilidade, é como se fosse uma forma atenuada de "esse povinho" ou "essa gentinha". Na verdade também não vejo motivos pra você se justificar em nada, pra mim tinha ficado claro que você estava antagonizando a Crica, e daí? Não gosto de gente que morde e assopra.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #71 Online: 24 de Setembro de 2007, 23:02:20 »
Não sabia que "aidético" poderia ser pejorativo. Pelo menos no meu círculo de amizades todo mundo fala essa palavra.

Logo seu assim chamado "círculo de amizades" é na verdade um grupo de ódio contra portadores de HIV, todas as vezes que usam o termo, estão manifestando o seu ódio, consciente ou inconscientemente, talvez os dois. Provavelmente estão planejando algum ataque. Chamem a polícia, por favor.





Esse pessoal quer dizer as pessoas as quais portam o virus da SIDA. Mais uma vez, a ofença está na sua cabeça. Tem o pessoal da área jurídica, das exatas, o pessoal com cancer, e o pessoal portador da SIDA. Pessoal quer dizer uma coletividade de pessoas.
Ficar ofendido com todo e qualquer termo é ser vitimista. Não vou deixar de usar "pessoal" e passar a usar "este grupo de pessoas", ou "os membros", ou esta "coletividade", em uma conversa informal só por que você cismou com "pessoal". É totalmente ridículo.

Eu não acho que a ofensa estava na cabeça dela, na verdade nem acho bem que foi uma "ofensa", mas deu pra ver que você usou a expressão com menosprezo e hostilidade, é óbvio que é incomum que alguém não se refira a outros com quem discorda como "esse pessoal" com menosprezo e hostilidade, é como se fosse uma forma atenuada de "esse povinho" ou "essa gentinha". Na verdade também não vejo motivos pra você se justificar em nada, pra mim tinha ficado claro que você estava antagonizando a Crica, e daí? Não gosto de gente que morde e assopra.

Eu acho que, se há algo que pode ser inferido nesse sentido, seria mais um certo desdém quanto aos portadores de HIV que se incomodam com o termo "aid****o", ao mesmo tempo em que evita o uso do termo de qualquer maneira mesmo (para não ficar "eu não sabia que os aid*****s não gostam de ser chamados de aid****s"). Mas não creio que como o Fernando e seus assim chamados "amigos", ele faça parte de um grupo de odiadores de portadores de HIV que conspire pelo seu extermínio da face da Terra.

Bem, mas como dizem, vocês que são íbero-descendentes de relativamente pouca pigmentação melanínica que se entendam.

Offline Adriano

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #72 Online: 24 de Setembro de 2007, 23:47:34 »
Não sabia que "aidético" poderia ser pejorativo. Pelo menos no meu círculo de amizades todo mundo fala essa palavra.

Logo seu assim chamado "círculo de amizades" é na verdade um grupo de ódio contra portadores de HIV, todas as vezes que usam o termo, estão manifestando o seu ódio, consciente ou inconscientemente, talvez os dois. Provavelmente estão planejando algum ataque. Chamem a polícia, por favor.





Esse pessoal quer dizer as pessoas as quais portam o virus da SIDA. Mais uma vez, a ofença está na sua cabeça. Tem o pessoal da área jurídica, das exatas, o pessoal com cancer, e o pessoal portador da SIDA. Pessoal quer dizer uma coletividade de pessoas.
Ficar ofendido com todo e qualquer termo é ser vitimista. Não vou deixar de usar "pessoal" e passar a usar "este grupo de pessoas", ou "os membros", ou esta "coletividade", em uma conversa informal só por que você cismou com "pessoal". É totalmente ridículo.

Eu não acho que a ofensa estava na cabeça dela, na verdade nem acho bem que foi uma "ofensa", mas deu pra ver que você usou a expressão com menosprezo e hostilidade, é óbvio que é incomum que alguém não se refira a outros com quem discorda como "esse pessoal" com menosprezo e hostilidade, é como se fosse uma forma atenuada de "esse povinho" ou "essa gentinha". Na verdade também não vejo motivos pra você se justificar em nada, pra mim tinha ficado claro que você estava antagonizando a Crica, e daí? Não gosto de gente que morde e assopra.

Eu acho que, se há algo que pode ser inferido nesse sentido, seria mais um certo desdém quanto aos portadores de HIV que se incomodam com o termo "aid****o", ao mesmo tempo em que evita o uso do termo de qualquer maneira mesmo (para não ficar "eu não sabia que os aid*****s não gostam de ser chamados de aid****s"). Mas não creio que como o Fernando e seus assim chamados "amigos", ele faça parte de um grupo de odiadores de portadores de HIV que conspire pelo seu extermínio da face da Terra.

Bem, mas como dizem, vocês que são íbero-descendentes de relativamente pouca pigmentação melanínica que se entendam.

Não é o ódio que é a explicação, é simplesmente a desinformação. Agora ele como uma pessoa consciente vai poder falar para o circulo de amizade dele sobre o uso do termo aidético, de que não é bem visto e aceito. E pode até aprofundar mais dizendo as diferentes fases do desenvolvimento do hiv no organismo, até a carga viral chegar num nível que compromete o organismo e começam as doenças oportunistas.

 :ok:
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Offline BetinhOzinhO

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #73 Online: 25 de Setembro de 2007, 11:49:36 »
Mas não creio que como o Fernando e seus assim chamados "amigos", ele faça parte de um grupo de odiadores de portadores de HIV que conspire pelo seu extermínio da face da Terra.

Quem é Fernando? É o Amon? Por quê você falou como se eu soubesse que ele se chama Fernando?

Eu não disse que ele odeia soropositivos, disse que ele estava antagonizando a Crica no contexto desse tópico específico.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Dúvidas sobre AIDS
« Resposta #74 Online: 25 de Setembro de 2007, 12:15:24 »
Mas não creio que como o Fernando e seus assim chamados "amigos", ele faça parte de um grupo de odiadores de portadores de HIV que conspire pelo seu extermínio da face da Terra.

Quem é Fernando? É o Amon? Por quê você falou como se eu soubesse que ele se chama Fernando?

Eu não disse que ele odeia soropositivos, disse que ele estava antagonizando a Crica no contexto desse tópico específico.

Não, "Fernando" é o suposto nome do autor de uma mensagem um pouco acima ainda nesta mesma página, na qual ele confessa, sem o menor indício de compaixão ou arrependimento, que ele e seu "círculo de amizades" (grupo de ódio, provavelmente envolvido em práticas de extermínio) usa com maior naturalidade o termo "aidético" para se referir a pessoas portadoras de seqüências de ARN compatíveis com aquelas classificadas cientificamente como componentes do vírus causador da imunodeficiência humana.

O Amon (cujo nome verdadeiro eu desconheço) não pode ser ainda tido com toda certeza como afiliado a uma organização similar ou outra célula da mesma organização do "Fernando", pois não admitiu/confirmou o seu ódio mortal através do uso do supracitado termo abominável. Contudo suas colocações o tornam um potencial suspeito. Creio ser teoricamente possível que hajam pessoas com a mesma índole intolerante e destrutiva, mas que não façam uso do termo em público como tentativa de ocultar essa sua faceta macabra.

Mas certamente quando estão a sós na intimidade gritam o termo repetidas vezes, euforicamente, como uma válvula de escape, para liberar verbalmente o ódio contido durante o dia a dia, durante os dias em que não podem matar ou espancar portadores das já mencionadas seqüências de ARN.

Deveria haver um tipo de "ato patriota" no Brasil para poderem investigar pessoas na situação dele.

 

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