Mas contextos devem sempre ser considerados, óbvio, embora em alguns casos sejam obscuros, como no uso de "viado" pela Mimi nesse tópico, que não deu pra sacar se era pra dizer que naquela época se afirmava que só viado e drogado pegava AIDS, se ela usa essa palavra indiscriminadamente, se ela não gosta de gays e usa como xingamento, se ela queria me sacanear porque eu perguntei a ela o que ela faz da vida e ela não gostou, etc.
Depois do Copérnico afirmando que a Terra gira em torno do sol, em 2007 ocorreu a Revolução Adriana, que propunha a terra girando em torno do umbigo do propositor.... convenhamos, hein. Quando eu quiser te sacanear, vai ser explícito. Como é público e notório. Enfim, "viado" e "drogado" são pejorativos, e são termos que eu usei na tentativa de recriar o contexto da época. Parecia CLARO pra mim, sendo que eu continuei falando sobre a eficácia de banir palavras para ACABAR COM ESTIGMA.
A própria Crica observou que não é o termo "aidético" que é ofensivo, mas o "jeito" que se usa. Das piores coisas que o movimento pelos direitos civis criou, uma é essa loucura de ficar rebatizando as coisas por meia dúzia de INDIVÍDUOS considerar pejorativa. A gente não pode neum usar "neguinho" na frase mais, gentes, onde o mundo vai parar. Eu vou com o BB: muitas vezes, termos "pc"s são pêlo em casca de ovo. Ele observou muito bem que a gente passa por isso, enquanto ateus, e não faz balbúrdia. O Dr. Manhattan também fez bem em lembrar dos EUA e, adiciono, lá tanto um brasileiro mulato quanto um argentino descendente de alemão é LATINO.
Momento anedota: uma vez fui advertida por ter usado "judiar". Aparentemente tem a ver com as desgraças pelas quais passou o povo judeu. Fiquei tão brava com a ORTODOXIA (não pode nem mais falar pau-no-cu, gentes....) que disse que a palavra era adequada porque judeu merecia mesmo. Me olharam muito feio. Foi dizer que eles bombardearam as cidades dos meus antepassados libaneses que todos os ânimos se acalmaram e eu deixei de ser nazista aos olhos dos meus colegas. É o CÚMULO do fim da linha.
Em vez de a gente estar pensando na humanidade comum que negros, gays, mulheres, árabes, aidéticos, latinos e judeus temos, não, ficamos enfatizando particularidades que só fazem NOS AFASTAR e, conseqüentemente, nos compreendermos menos e nos discriminarmos mais.
Enfatizar as diferenças é importante pra poder definir e aplicar as políticas que promovam a igualdade: esse é o limite.