O exemplo dado pelo Lint foi muito bom para ilustrar minha linha de raciocínio.
Willy, o problema todo é que vocês separam Deus do resto das criaturas imaginárias, como se existisse uma categoria de seres fantásticos mais ou menos críveis. Para mim isto não existe. Chapeuzinho Vermelho é tão real quanto Deus, Alah ou a mula sem cabeça.
O ateu "puro" ( vamos usar este nome só para ilustrar, ok ?) simplesmente não acredita. E antes que vocês perguntem "não acredita em que ?" eu respondo...em nada. O ateu puro simplesmente não acredita, pois acreditar é atributo de crente.
A questão pode ser dividida em duas interpretações. Se nos atermos à questão semântica apenas, vocês estão corretos. Ateísmo é simplesmente a não-crença em Deus. Ponto. Qualquer outra crença dele não invalida o seu ateísmo. O infeliz pode fazer mapa astral, frequentar o terreiro de umbanda, ir na mesa branca, fazer voodoo e acreditar no Juscelino da Luz...que ainda assim continuará sendo ateu, segundo vocês.
Agora, se fizermos uma análise epistemológica, veremos que um ateu "puro" é um ser que norteia suas convicções única e exclusivamente pela razão. Por uma questão de coerência, ele aplica o mesmo raciocínio lógico que o levou a concluir pela não-existência de Deus às demais criaturas imaginárias como Chapeuzinho Vermelho ou o dragão do Tails.
Na primeira hipótese, abrimos uma gama infinita de ateus...o capeteu, o asnoteu, o corintheu, o ateu light, o teteu, e por aí vai...
Mas ateu "puro" ou "ateu cético" ( como preferirem ) é um só, por mais que tentem inventar sub-categorias.
É simples. Não entendo porque tanta polêmica para definir "ateu".