Autor Tópico: Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino  (Lida 10775 vezes)

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Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #75 Online: 14 de Dezembro de 2011, 20:41:23 »
Limitar sua própria liberdade entra no espectro de liberdades de um individuo.
Os fetos podem ter a propriedade do próprio corpo, então eles que tenham essa propriedade fora do corpo, e propriedade, da mãe.

Na verdade eu sou pró-aborto, só estava dando um exemplo do pensamento de quem é contra.
Quanto à liberdade, creio que liberdade é um direito, mas ela tem contrapartida na forma de um dever: responsabilidade. O consumo de substâncias que não apenas inibem a sua liberdade, mas também afetam a sua responsabilidade não deveria ser tolerado. Assumamos a hipótese de que existisse uma droga tal que um de seus efeitos seria que seu usuário tem 100% de chances de tentar matar alguém depois de consumi-la, o indivíduo perde o controle de suas ações e age de forma danosa à sociedade; podemos permitir isso? Agora vamos afrouxar um pouco a hipótese, digamos que em vez de 100% seja 50%, muda alguma coisa? E de repente ele não tenta matar, mas ele rouba ou coisa parecida, mas ele realmente perde o controle sobre suas decisões e age de forma perigosa e antissocial em uma porcentagem relevante dos casos, podemos permitir isso? Pois é o tipo de coisa que acontece quando alguém usa drogas pesadas e começa a roubar e até matar para sustentar o vício, é o que acontece quando confiamos a uma pessoa que está com seu juízo alterado a decisão de dirigir depois de ter bebido ou usado outro tipo de droga, é o que acontece quando alguém está simplesmente alucinado demais para pensar direito e faz uma besteira, mata, estupra, sei lá. O uso de drogas não afeta só quem a usou, ele põe em risco outras pessoas que não tem nada a ver com isso e a pessoa sob efeito da substância não tem liberdade para se controlar. Nesse caso a pessoa tem que ser responsabilizada pela decisão de usar drogas, sendo o uso de drogas criminoso por expor outras pessoas a risco.

Offline Titoff

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #76 Online: 14 de Dezembro de 2011, 20:57:36 »
É uma visão. De qualquer forma, o sujeito só pode ser punido pelo o que de fato ele faz. Dizer que ele "tinha chances de faze-lo" transforma alguém em criminoso?

A grande questão é como lidar com alguém que está tendo problemas com uma substância. Dar multa? Joga-lo na cadeia? Procurar trata-lo? Em qual modelo? Obriga-lo?

E se for um vício que ele esteja se acabando, mas realmente não for característica fazer mal a terceiros? Se oferece algum tipo de ajuda? Marginaliza oficialmente o sujeito, mantendo-o um perseguido pelo Estado?

De qualquer forma, se a figura fez merda, seja doidão ou seja careta, não dá para o deixar zanzando pela sociedade como se nada tivesse acontecido.

Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #77 Online: 14 de Dezembro de 2011, 21:07:53 »
O meu argumento não é para jogar na cadeia alguém que usou uma droga e não fez nada de mais grave, é uma justificativa para eu achar que as drogas devem continuar proibidas. Elas devem continuar proibidas porque elas podem privar as pessoas de sua liberdade e fazê-las agirem com menos responsabilidade e isso pode afetar outra pessoas. Se a pessoa usa droga e não faz nada de mais grave, deve ser oferecido tratamento a ela; se faz algo, deve ser responsabilizada pelo que fez; é o que penso. A questão que estou levantando é se o comércio de certas droga ser legalizado. Claro que não podemos radicalizar e querer proibir o café também, por exemplo, pelo menos eu não conheço nenhum caso em qe a cafeína é responsável direta por uma conduta criminosa.

Offline Titoff

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #78 Online: 14 de Dezembro de 2011, 21:24:27 »
O meu argumento não é para jogar na cadeia alguém que usou uma droga e não fez nada de mais grave, é uma justificativa para eu achar que as drogas devem continuar proibidas. Elas devem continuar proibidas porque elas podem privar as pessoas de sua liberdade e fazê-las agirem com menos responsabilidade e isso pode afetar outra pessoas. Se a pessoa usa droga e não faz nada de mais grave, deve ser oferecido tratamento a ela; se faz algo, deve ser responsabilizada pelo que fez; é o que penso. A questão que estou levantando é se o comércio de certas droga ser legalizado. Claro que não podemos radicalizar e querer proibir o café também, por exemplo, pelo menos eu não conheço nenhum caso em qe a cafeína é responsável direta por uma conduta criminosa.

Para ser algo honesto, é um grande trabalho.

Quais drogas podem deixar o sujeito realmente propenso a causar danos a terceiros? Como saber o que é causa e o que é consequência ?
Ecstasy não parece causar isso. Maconha simplesmente não deixa ninguém agressivo, pelo contrário. Álcool é conhecido por causar violência, no entanto eu nunca tive nenhum problema do tipo ao consumi-lo, mesmo ao estar embriagado. Acredito que é o mesmo com a maioria das pessoas. Proibe-se a produção e venda com o argumento que impedirá a minoria problemática?

Eu acho que a História já mostrou que isso simplesmente não se desenrola desta maneira.

Olha, eu arriscaria a dizer que nem mesmo a cocaína, droga considerada pesada, é tão diferente assim do álcool em termos do sujeito se sentir valente e fazer merda. Tem muita desinformação na propaganda. Já falaram que maconha dava super-força aos mexicanos e deixava as pessoas completamente insanas a ponto de matar os outros, se jogar da janela, etc, e sabemos que é simplesmente mentira.

Offline Salazar

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #79 Online: 14 de Dezembro de 2011, 21:38:32 »
Limitar sua própria liberdade entra no espectro de liberdades de um individuo.
Os fetos podem ter a propriedade do próprio corpo, então eles que tenham essa propriedade fora do corpo, e propriedade, da mãe.

Na verdade eu sou pró-aborto, só estava dando um exemplo do pensamento de quem é contra.
Quanto à liberdade, creio que liberdade é um direito, mas ela tem contrapartida na forma de um dever: responsabilidade. O consumo de substâncias que não apenas inibem a sua liberdade, mas também afetam a sua responsabilidade não deveria ser tolerado. Assumamos a hipótese de que existisse uma droga tal que um de seus efeitos seria que seu usuário tem 100% de chances de tentar matar alguém depois de consumi-la, o indivíduo perde o controle de suas ações e age de forma danosa à sociedade; podemos permitir isso? Agora vamos afrouxar um pouco a hipótese, digamos que em vez de 100% seja 50%, muda alguma coisa? E de repente ele não tenta matar, mas ele rouba ou coisa parecida, mas ele realmente perde o controle sobre suas decisões e age de forma perigosa e antissocial em uma porcentagem relevante dos casos, podemos permitir isso? Pois é o tipo de coisa que acontece quando alguém usa drogas pesadas e começa a roubar e até matar para sustentar o vício, é o que acontece quando confiamos a uma pessoa que está com seu juízo alterado a decisão de dirigir depois de ter bebido ou usado outro tipo de droga, é o que acontece quando alguém está simplesmente alucinado demais para pensar direito e faz uma besteira, mata, estupra, sei lá. O uso de drogas não afeta só quem a usou, ele põe em risco outras pessoas que não tem nada a ver com isso e a pessoa sob efeito da substância não tem liberdade para se controlar. Nesse caso a pessoa tem que ser responsabilizada pela decisão de usar drogas, sendo o uso de drogas criminoso por expor outras pessoas a risco.
Um pe na bunda pode fazer uma pessoa perder totalmente sua responsabilidade e cometer crimes passionais. Vamos proibir os relacionamentos!
Foi uma comparação besta mas você entendeu onde quero chegar.
Eu acho que a proibição é o mais pragmático na situação em que se encontra o mundo atualmente, mas acho o raciocínio dela simplesmente ridículo.
Se uma pessoa comete um crime sob efeito de uma substancia a solução é punir não só ele, mas também todos que usam essa substancia? Inclusive aqueles que não cometeram nenhum crime?
O certo seria apenas punir quem comete o crime. Tentar criminalizar o uso é simplesmente tapar o sol com peneira, acham que é uma panacea: vamos proibir as substancias! Mas ai eles simplesmente limam a liberdade de pessoas que nunca causaram problemas simplesmente por sua incompetência em punir apenas quem causa problemas.
Proibir pode ser o mais pragmático(há controversas, mas como não estou a par da discussão vou deixar assim mesmo) agora, mas não deixa de ser idiota.

Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #80 Online: 14 de Dezembro de 2011, 21:38:49 »
Titoff: Como eu disse, não é para proibir o cafezinho, seria necessário se basear em estudos científicos despidos de mitos e preconceitos e verificar se e quais drogas têm os efeitos que eu descrevi. De repente nenhuma delas funciona como falei e minha premissa toda cai por terra, estou pronto para rever minha opinião se for o caso.

Salazar: Imagino que um pé na bunda possa fazer uma pessoa desequilibrada agir de forma violenta e imagino que as drogas são diferentes no sentido de que elas podem fazer pessoas sãs agirem de forma violenta ou perigosa para outras pessoas. Mas admito que isso é achismo. Se eu estiver certo, o fato de não ser a maioria que age de forma violenta ou perigosa ainda justifica a proibição, visto que a droga tira do arbítrio das pessoas a decisão de agir de forma violenta ou não.
« Última modificação: 14 de Dezembro de 2011, 21:41:58 por uiliníli »

Offline Salazar

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #81 Online: 14 de Dezembro de 2011, 21:51:35 »

Salazar: Imagino que um pé na bunda possa fazer uma pessoa desequilibrada agir de forma violenta e imagino que as drogas são diferentes no sentido de que elas podem fazer pessoas sãs agirem de forma violenta ou perigosa para outras pessoas.
Não precisa ser louco ou desequilibrado para ter um surto quando o amor da sua vida te da um pé na bunda.

Citar
Se eu estiver certo, o fato de não ser a maioria que age de forma violenta ou perigosa ainda justifica a proibição, visto que a droga tira do arbítrio das pessoas a decisão de agir de forma violenta ou não.
Não justifica. É apenas uma gambiarra que limita a liberdade de indivíduos que não causam problemas.
A pessoa tem o arbítrio de usar ou não a droga, quando ela perde o arbítrio por causa da droga isso é apenas o efeito de um arbítrio consciente. Isso não retira a sua responsabilidade pelo seus atos, pois de qualquer forma ela que decidiu usar algo que tinha consciência que poderia alterar seu comportamento.

Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #82 Online: 14 de Dezembro de 2011, 22:44:15 »

Salazar: Imagino que um pé na bunda possa fazer uma pessoa desequilibrada agir de forma violenta e imagino que as drogas são diferentes no sentido de que elas podem fazer pessoas sãs agirem de forma violenta ou perigosa para outras pessoas.
Não precisa ser louco ou desequilibrado para ter um surto quando o amor da sua vida te da um pé na bunda.

Discordo.

Citar
Se eu estiver certo, o fato de não ser a maioria que age de forma violenta ou perigosa ainda justifica a proibição, visto que a droga tira do arbítrio das pessoas a decisão de agir de forma violenta ou não.
Não justifica. É apenas uma gambiarra que limita a liberdade de indivíduos que não causam problemas.
A pessoa tem o arbítrio de usar ou não a droga, quando ela perde o arbítrio por causa da droga isso é apenas o efeito de um arbítrio consciente. Isso não retira a sua responsabilidade pelo seus atos, pois de qualquer forma ela que decidiu usar algo que tinha consciência que poderia alterar seu comportamento.


Nesse caso usar uma substância que sabidamente poderia interferir no seu poder de decisão e levá-lo a ter comportamentos perigosos e antissociais é um ato de negligência. A própria decisão de usar a droga é irresponsável, independente de se você acaba adotando outro comportamento mais grave ainda depois ou não, por isso faz sentido interferir na liberdade de uma pessoa tomar a decisão de se drogar tirando essas substâncias do seu alcance.

Offline Salazar

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #83 Online: 14 de Dezembro de 2011, 22:58:29 »
Citar
Nesse caso usar uma substância que sabidamente poderia interferir no seu poder de decisão e levá-lo a ter comportamentos perigosos e antissociais é um ato de negligência.
Idiotice não é contra a lei.

Citar
A própria decisão de usar a droga é irresponsável,
Não é. Quem faz uma decisão em que suas faculdades mentais estão sãs é responsável pelos acontecimentos decorrentes dessa decisão.
Quando uma pessoa decide usar drogas está sã, logo é uma decisão responsável, pois o individuo pode ser responsabilizado por seus atos.
Se quer usar irresponsável como sinônimo de idiotice ou imaturidade ,como deu a intender nesse trecho, fique sabendo que isso é apenas mudar sentido que dei a palavra responsabilidade em meu post.

Citar
independente de se você acaba adotando outro comportamento mais grave ainda depois ou não
Proibir uma coisa que pode vir,ou não, a acontecer, legal. Pena que já fizeram esse filme.

Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #84 Online: 14 de Dezembro de 2011, 23:06:11 »
Idiotice não é contra a lei.

Depende da idiotice. Beber e dirigir, por exemplo, é idiotice e é contra a lei, pois põe a segurança de outras pessoas em risco.

Citar
Não é. Quem faz uma decisão em que suas faculdades mentais estão sãs é responsável pelos acontecimentos decorrentes dessa decisão.
Quando uma pessoa decide usar drogas está sã, logo é uma decisão responsável, pois o individuo pode ser responsabilizado por seus atos.
Se quer usar irresponsável como sinônimo de idiotice ou imaturidade ,como deu a intender nesse trecho, fique sabendo que isso é apenas mudar sentido que dei a palavra responsabilidade em meu post.

Como pode ser uma decisão responsável fazer algo que tem como consequência você poder agir de forma irresponsável e perigosa depois? Além disso, você fala como se os usuários fossem todos ocasionais e pudessem parar na hora em que quisessem, mas e quanto aos viciados? Esses não agem com controle de suas faculdades mentais. E os que não são viciados se submetem ao risco de tornarem-se.

Offline Titoff

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #85 Online: 14 de Dezembro de 2011, 23:07:50 »
Eu entendo que, assumindo que determinada csubstância causa comportamento violento, proibi-la e criminalizar o indivíduo que nada fez pode até piorar a situação.

Que fique claro que não proibir não quer dizer dar acesso irrestrito, com campanhas publicitárias, etc.

Titoff: Como eu disse, não é para proibir o cafezinho, seria necessário se basear em estudos científicos despidos de mitos e preconceitos e verificar se e quais drogas têm os efeitos que eu descrevi. De repente nenhuma delas funciona como falei e minha premissa toda cai por terra, estou pronto para rever minha opinião se for o caso.

Nisso eu só tenho a concordar, mas ainda acho que demora até termos um viés prático e técnico. Até por falta de pesquisas mesmo.

Offline Salazar

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #86 Online: 14 de Dezembro de 2011, 23:25:07 »
Idiotice não é contra a lei.

Depende da idiotice. Beber e dirigir, por exemplo, é idiotice e é contra a lei, pois põe a segurança de outras pessoas em risco.

Usando seu exemplo do ultimo post.
Usar uma substancia que altera seu comportamento e o leva a ter comportamento perigoso é uma idiotice. É conta a lei? Não. Como eu deixei claro no meu post
Agora usar uma substancia que altera seu comportamento e o leva a ter comportamento perigoso e isso acarretar em um crime, alem de idiotice é contra a lei.
Levando-nos a minha primeira colocação:
Idiotice, per si, não é contra a lei. Precisa de estar acompanhada de outra coisa para se tornar contra a lei.

Citar
Como pode ser uma decisão responsável fazer algo que tem como consequência você poder agir de forma irresponsável e perigosa depois?
Você estava ciente das consequências quando fez a ação de perder a sua responsabilidade. Logo é responsável por tal perda e por todas consequências decorrentes desta.

Citar
Além disso, você fala como se os usuários fossem todos ocasionais e pudessem parar na hora em que quisessem, mas e quanto aos viciados? Esses não agem com controle de suas faculdades mentais. E os que não são viciados se submetem ao risco de tornarem-se.
Não falo dos viciados justamente pois estou defendendo o direito dos usuários ocasionais e habituais, direitos estes que são limados devido a incompetência em punir os viciados que quebram a lei.

Glossário:
Responsável: Pode ser responsabilizado por certa ação.
Usuário ocasional: Usuário sem nenhum vinculo de dependência da droga
Usuário habitual: Usuário com certo nível de dependência, mas nada grave, como alguém que não aguenta ficar sem um cafezinho.
Viciado: Usuário sem controle de suas ações, totalmente dependente.


Offline _tiago

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #87 Online: 14 de Dezembro de 2011, 23:43:56 »
Não sei em que sentido vocês estão afirmando "usou substância entorpecente, logo, altera o comportamento", mas...
É crime o que a lei prevê e há previsão para dirigir bêbado, por exemplo, que talvez se enquadre nisto:
Usar uma substancia que altera seu comportamento e o leva a ter comportamento perigoso é uma idiotice. É conta a lei? Não.
O fulano bebeu e está tendo um comportamento perigoso, que é dirigir: crime previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. É irrelevante se o alcool o levou a dirigir, ele cumpriu o tipo penal que é dirigir bêbado.

Entretanto, até onde me recordo, essa regra se enquadraria pra outras substâncias se o for proposto e o juiz acatar. Acho.

Offline Salazar

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #88 Online: 15 de Dezembro de 2011, 01:51:07 »
Não sei em que sentido vocês estão afirmando "usou substância entorpecente, logo, altera o comportamento", mas...
É crime o que a lei prevê e há previsão para dirigir bêbado, por exemplo, que talvez se enquadre nisto:
Usar uma substancia que altera seu comportamento e o leva a ter comportamento perigoso é uma idiotice. É conta a lei? Não.
O fulano bebeu e está tendo um comportamento perigoso, que é dirigir: crime previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. É irrelevante se o alcool o levou a dirigir, ele cumpriu o tipo penal que é dirigir bêbado.

Entretanto, até onde me recordo, essa regra se enquadraria pra outras substâncias se o for proposto e o juiz acatar. Acho.
Não estava me referindo ao exemplo do carro. E mesmo assim o seu exemplo se enquadraria na segunda opção que apresentei:
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Agora usar uma substancia que altera seu comportamento e o leva a ter comportamento perigoso e isso acarretar em um crime, alem de idiotice é contra a lei.
Meu ponto é simples, não vejo como estão fazendo confusão com isso: idiotice, o que uili denominou negligencia em seu post, per si não é um crime.
Ele falou que usar substancias que alteram o comportamento era negligencia. Eu apenas rebati dizendo que por mais que seja idiota ou negligente na opinião de uma pessoa, se você não cometeu algum crime você não deve nada a ninguém. Isso é claro, em um mundo justo.

Offline Sergiomgbr

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #89 Online: 15 de Dezembro de 2011, 03:57:39 »

Ele falou que usar substancias que alteram o comportamento era negligencia. Eu apenas rebati dizendo que por mais que seja idiota ou negligente na opinião de uma pessoa, se você não cometeu algum crime você não deve nada a ninguém. Isso é claro, em um mundo justo.
Negligência/Imprudência é um comportamento condenável quando potencializa ações que podem redundar em prejuízo a integridade de outrem. Ainda que somente  seja passível de penalização/condenação, um indivíduo que efetivamente incorra em crime decorrente de ações que envolvam imprudência/negligência, não é aceitável que alguém haja temerariamente sob efeito de drogas ou inepto ou aquém do mínimo preparo nescessário em qualquer ação que envolva a integridade de terceiros ou até mesmo de sí mesmo.

Falar que se drogar não é crime até que que alguem cometa um crime é o mesmo que admitir/aceitar que por exemplo um médico neurocirurgião  opere completamente bêbado. Quem em sã conciência aceitaria isso?

 Leis que proibam o médico de trabalhar bêbado neste caso, seriam preventivas em função de normatizar a conduta de um indivíduo de forma a prover a estabilidade e a confiança nas instituíções de certo segmento da sociedade. Isto, é claro, num mundo complexo...

Proibições não são portanto meros instrumentos de cerceamento da liberdade numa sociedade. São renúncias em certa medida da individualidade em prol da coletividade. Um acordo social.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Salazar

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #90 Online: 15 de Dezembro de 2011, 04:38:32 »

Ele falou que usar substancias que alteram o comportamento era negligencia. Eu apenas rebati dizendo que por mais que seja idiota ou negligente na opinião de uma pessoa, se você não cometeu algum crime você não deve nada a ninguém. Isso é claro, em um mundo justo.
Negligência/Imprudência é um comportamento condenável quando potencializa ações que podem redundar em prejuízo a integridade de outrem. Ainda que somente  seja passível de penalização/condenação, um indivíduo que efetivamente incorra em crime decorrente de ações que envolvam imprudência/negligência, não é aceitável que alguém haja temerariamente sob efeito de drogas ou inepto ou aquém do mínimo preparo nescessário em qualquer ação que envolva a integridade de terceiros ou até mesmo de sí mesmo.
Alguma objeção alem de vossa aceptabilidade?


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Falar que se drogar não é crime até que que alguem cometa um crime é o mesmo que admitir/aceitar que por exemplo um médico neurocirurgião  opere completamente bêbado. Quem em sã conciência aceitaria isso?
Falsa analogia.
Falar que se drogar não é crime até que alguém cometa um crime é o mesmo que admitir/aceitar que por exemplo um médico neurocirurgião beba nos finais de semana.
O que vocês não estão entendendo é que dirigir/fazer certas atividade com estado alterado já é um crime. Vocês estão comparando duas coisas que eu mesmo deixo separadas.

Citar
Leis que proibam o médico de trabalhar bêbado neste caso, seriam preventivas em função de normatizar a conduta de um indivíduo de forma a prover a estabilidade e a confiança nas instituíções de certo segmento da sociedade. Isto, é claro, num mundo complexo...

Proibições não são portanto meros instrumentos de cerceamento da liberdade numa sociedade. São renúncias em certa medida da individualidade em prol da coletividade. Um acordo social.
Medico bêbado é igual a merda certa. Logo proibimos médicos de trabalhar bêbados
Medico maconhado é igual a merda certa. Logo proibimos a maconha.
Yay

Offline _tiago

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #91 Online: 15 de Dezembro de 2011, 08:53:31 »
Nesse exemplo o comportamento perigoso é dirigir embriagado, que é crime. Mas isso só acontece porque há previsão legal. Não havendo, acontece o que você falou.
« Última modificação: 15 de Dezembro de 2011, 09:00:37 por _tiago »

Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #92 Online: 15 de Dezembro de 2011, 13:07:09 »
Usando seu exemplo do ultimo post.
Usar uma substancia que altera seu comportamento e o leva a ter comportamento perigoso é uma idiotice. É conta a lei? Não. Como eu deixei claro no meu post
Agora usar uma substancia que altera seu comportamento e o leva a ter comportamento perigoso e isso acarretar em um crime, alem de idiotice é contra a lei.
Levando-nos a minha primeira colocação:
Idiotice, per si, não é contra a lei. Precisa de estar acompanhada de outra coisa para se tornar contra a lei.

Você quer dizer não é ou não deveria ser? Por que usar drogas proibidas é de fato contra a lei. O usuário não vai preso, mas ele está claramente quebrando a lei ao comprar drogas.

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Você estava ciente das consequências quando fez a ação de perder a sua responsabilidade. Logo é responsável por tal perda e por todas consequências decorrentes desta.

Sim, de acordo, mas eu acho que tomar a decisão consciente de tomar uma substância que pode levá-lo a causar mal já é uma decisão criminosa pela qual a pessoa deve responder. Por exemplo, se você bebe, sai dirigindo e é pego por uma blitz você vai se dar muito mal independente de ter matado alguém ou não. O meu ponto vai um pouquinho mais além: eu digo que você não pode confiar a uma pessoa fora de seu juízo normal a decisão de não dirigir ou não bater na sua mulher ou nos seus filhos, para mim a bebida devia ser proibida como qualquer outra droga.

Citar
Não falo dos viciados justamente pois estou defendendo o direito dos usuários ocasionais e habituais, direitos estes que são limados devido a incompetência em punir os viciados que quebram a lei.

Mas a culpa dos viciados é tanta quanto a dos usuários ocasionais. Ninguém fica viciado porque quer, isso está fora do controle da pessoa, essa é a minha questão contra as drogas. É uma roleta russa, você pode dar sorte e não acontecer nada, mas você pode dar azar e se fuder e fuder com outras pessoas. O usuário ocasional assume o risco de perder a sua liberdade e sua capacidade de tomar decisões sensatas e por consequência roubar ou matar, por isso usar ocasionalmente é moralmente condenável.

Offline Titoff

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #93 Online: 15 de Dezembro de 2011, 13:22:30 »
uiliníli,

Você tem motivos para acreditar que 'proibir' álcool hoje teria consequências diversas da 'proibição' de outrora nos EUA ou de qualquer outra substância mundo afora?

De novo, chamar tudo de drogas não adianta muita coisa. Cada substância tem suas particularidades. Ademais, a vida cotidiana é cheia de riscos e decisões que podem desandar, mas não somos tão duros assim com elas. Por que?

Muitas acarretam em o indivíduo se ferrar e outras de levar terceiros com ele (que entendo ser este o problema que você está colocando).

Só de curiosidade, você acha que toda e qualquer substância que possa causar alteração na mente do sujeito para uso social e recreativo deve ser proibida, ou acha que algumas até rolam mas outras não? Quais?
(Só para ver sua percepção quanto ao tema)

Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #94 Online: 15 de Dezembro de 2011, 13:37:40 »
Você tem motivos para acreditar que 'proibir' álcool hoje teria consequências diversas da 'proibição' de outrora nos EUA ou de qualquer outra substância mundo afora?

Idealmente eu acho que a bebida deveria ser proibida, mas na prática eu sei como isso é problemático. Acho que devíamos começar dando-lhe o tratamento dispensado ao cigarro, que vem tendo resultados em diminuir o seu consumo. Fim das propagandas, proibição de patrocínio a eventos esportivos e culturais, altos impostos e figuras com imagens desagradáveis nos rótulos.

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De novo, chamar tudo de drogas não adianta muita coisa. Cada substância tem suas particularidades. Ademais, a vida cotidiana é cheia de riscos e decisões que podem desandar, mas não somos tão duros assim com elas. Por que?

Muitas acarretam em o indivíduo se ferrar e outras de levar terceiros com ele (que entendo ser este o problema que você está colocando).

Meu argumento é que ingerir uma substância que tira sua capacidade de agir livremente e pode levá-lo a se comportar de forma perigosa e danosa contra outras pessoas é inaceitável. Como eu falei, é uma roleta russa, você não escolhe ficar viciado e você não escolhe fazer coisas escrotas sob efeito de certas drogas, você faz algo que normalmente não faria e não tem controle sobre isso. É diferente de uma pessoa que faz algo arriscado por ignorância ou distração.

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Só de curiosidade, você acha que toda e qualquer substância que possa causar alteração na mente do sujeito para uso social e recreativo deve ser proibida, ou acha que algumas até rolam mas outras não? Quais?
(Só para ver sua percepção quanto ao tema)

Eu já respondi isso, não?

Titoff: Como eu disse, não é para proibir o cafezinho, seria necessário se basear em estudos científicos despidos de mitos e preconceitos e verificar se e quais drogas têm os efeitos que eu descrevi. De repente nenhuma delas funciona como falei e minha premissa toda cai por terra, estou pronto para rever minha opinião se for o caso.

Offline Titoff

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #95 Online: 15 de Dezembro de 2011, 18:07:45 »
Acho que devíamos começar dando-lhe o tratamento dispensado ao cigarro, que vem tendo resultados em diminuir o seu consumo. Fim das propagandas, proibição de patrocínio a eventos esportivos e culturais, altos impostos e figuras com imagens desagradáveis nos rótulos.

E eu acho que veremos isto acontecer.

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Só de curiosidade, você acha que toda e qualquer substância que possa causar alteração na mente do sujeito para uso social e recreativo deve ser proibida, ou acha que algumas até rolam mas outras não? Quais?
(Só para ver sua percepção quanto ao tema)

Eu já respondi isso, não?

Titoff: Como eu disse, não é para proibir o cafezinho, seria necessário se basear em estudos científicos despidos de mitos e preconceitos e verificar se e quais drogas têm os efeitos que eu descrevi. De repente nenhuma delas funciona como falei e minha premissa toda cai por terra, estou pronto para rever minha opinião se for o caso.

Tudo bem, queria só ver se já tinhas alguma ideia específica. Como disse antes, concordo com o colocado, mas dá para ter noção de quanto feijão com arroz ainda se tem que comer para que se faça isso de verdade.

Offline uiliníli

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Re:Pela Legalização das Drogas por Rodrigo Constantino
« Resposta #96 Online: 15 de Dezembro de 2011, 23:07:25 »
De fato, de fato.

 

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