Tópico: Governo Lula Quebra Patente de droga para tratamento de AIDS

[Nigh†mare]

E o que eu quis dizer é que ele conta com a quarta arrecadação e não usa isso pra dar os remédios pra quem precisa, mas "heroicamente" força a empresa a dar

Não? Não usa? Tem certeza?

HAHAHA! O Brasil força alguém a dar algo? Foi o Brasil que impôs o acordo?

[HSette]

... força a empresa a dar

Isso não é verdade.

O medicamento não será mais adquirido junto à Merk, e sim de uma empresa indiana que fabrica a mesma substància, alêm de passar a ser fabricado por dois laboratórios nacionais.

[Herf]

HSette, acho que o que ele quer dizer é que a empresa não necessariamente concorda com isso, e sim acata porque é lei.

Sim, é exatamente isso.

Por que a legislação tem que ser avaliada só para o lado da Indústria Farmacêutica?

A questão não é ser avaliada pelo lado da indústria farmacêutica, é respeitar o direito intelectual que uma pessoa/empresa tem sobre uma determinada descoberta.

Repetindo o que eu disse antes:

A causa é nobre, mas será justa e eficiente? Imagine o peso negativo que medidas como esta têm, de um modo geral, na indústria, fazem ela perder muito. Então pode argumentar que é "capitalista demais" pensar só na iniciativa privada, havendo de lembrar, porém, que é ela a responsável pela descoberta destas substâncias que salvam vidas e tratam doentes. O estado, ao invés de gastar com os remédios, trata de tirar da empresa o que lhe deu muito trabalho para desenvolver. Desanimador!

Analogia furada, hein?

Furada por que?

Se o confisco arbitrário de propriedade privada fosse amanhã constitucional posso apostar que ninguém estaria dizendo "não há o que reclamar, está na lei! É um acordo".

O que quero pôr em questão é isso: é válida/eficiente a quebra de patentes, ainda mais considerando a situação do Brasil?

[HSette]

Não vejo motivos para temor em relação a questões constitucionais relacionadas à propriedade privada.

Em primeiro lugar, não se trata de questão constitucional.
Em segundo lugar, o Acordo é restrito a determinadas áreas e determinadas situações.

[Nigh†mare]

Por que a legislação tem que ser avaliada só para o lado da Indústria Farmacêutica?

A questão não é ser avaliada pelo lado da indústria farmacêutica, é respeitar o direito intelectual que uma pessoa/empresa tem sobre uma determinada descoberta.

Direito dado por lei e limitado por lei. Só tem direito à patente de valor internacionjal porque uma lei de âmbito internacional deu esse direito. E uma lei de igual natureza estabeleceu exceções. Se a validade da exceção é discutível, igualmente a patente de âmbito internacional é discutível.

Repetindo o que eu disse antes:

A causa é nobre, mas será justa e eficiente? Imagine o peso negativo que medidas como esta têm, de um modo geral, na indústria, fazem ela perder muito. Então pode argumentar que é "capitalista demais" pensar só na iniciativa privada, havendo de lembrar, porém, que é ela a responsável pela descoberta destas substâncias que salvam vidas e tratam doentes. O estado, ao invés de gastar com os remédios, trata de tirar da empresa o que lhe deu muito trabalho para desenvolver. Desanimador!

Não foi tirado nada de ninguém! Serão pagos royalities, mas não será paga a produção porque os custos da produção não serão da empresa em questão.

Não há prejuízo, há, no máximo, menos lucro. E lucro é lucro.

Analogia furada, hein?

Furada por que?

Se o confisco arbitrário de propriedade privada fosse amanhã constitucional posso apostar que ninguém estaria dizendo "não há o que reclamar, está na lei! É um acordo".

Este é o primeiro motivo, seria uma questão consensual. Segundo, nenhum direito constitucional está sendo lesado, porque se trata de direito internacional, e não existe uma Constituição do Mundo.

O que quero pôr em questão é isso: é válida/eficiente a quebra de patentes, ainda mais considerando a situação do Brasil?

É válido taxar vidas?

É válido estabelecer patentes de âmbito internacional? Se sim, por quê? Ora, porque acordos internacionais assim estabelecem. Os mesmos acordos que limitam o direito estabelecido. Rasgue um acordo: rasgue todos, e esqueça propriedade intelectual em âmbito internacional.

[Barata Tenno]

Paisinho de merda o Brasil hein? Não tem dinheiro pra dar remédio para o povo , mas compra avião, constrói sambódramo, estádio de futebol, gasta com propaganda governamental...... E ainda quer ser sede de copa do mundo........

[Nigh†mare]

Yah

[Fabi]

E percebam também que estamos falando de um remédio, apenas UM remédio, que teve a patente quebrada por se negarem a reduzir o preço dele. É bom que serve de lição pra quem é irredutível nessa questão (de diminuir preços de remédios).

É impressão minha ou sua frase equivale a dizer "o governo roubou, mas tudo bem porque foi unzinho sóoooo…"?

que teve a patente quebrada por se negarem a reduzir o preço dele. É bom que serve de lição pra quem é irredutível nessa questão (de diminuir preços de remédios).

Deixa ver… entra um cara na farmácia e pede um remédio.
- são 100 reais
- o que??? isso tudo??? me vende por um real!
- mas meu filho, eu não pos…
o cara puxa uma arma e aponta pro farmacêutico:
- ME VENDE POR UM REAL, PÔ!!!

Mas é quebra de patente, o Brasil não vai roubar a substância, só vai comprar de outra pessoa que vende mais barato só isso, e vai pagar royalties e tudo mais só não vai comprar da empresa que vende o remédio absurdamente mais caro.

E ainda quer ser sede de copa do mundo……

Sediar a copa do mundo é dose, imagine se fosse no Rio de Janeiro, ia ter competição de fuga de bala perdida.

[Guinevere]

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u62106.shtml

07/05/2007  - 07h08
Quebra de patente anti-Aids é "jogo perigoso", diz "Wall Street Journal"
da BBC Brasil

A quebra da patente do medicamento anti-Aids Efavirenz, do laboratório Merck, anunciada na semana passada pelo governo brasileiro, é um "jogo perigoso" que ameaça a capacidade das companhias farmacêuticas de desenvolver novos remédios, afirma editorial publicado nesta segunda-feira pelo jornal econômico americano "The Wall Street Journal".

"Inovação de medicamentos é um negócio de risco, e as companhias não vão querer enterrar centenas de milhões de dólares em pesquisas e desenvolvimento, especialmente para doenças que afetam os pobres e os enfermos nos países em desenvolvimento, se tiverem o temor de que sua propriedade intelectual será roubada", argumenta o editorial.

O texto observa que as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio) permitem que os países quebrem patentes de drogas em períodos de "emergência nacional" ou para "uso público não-comercial", mas afirma que isso não se aplica ao caso brasileiro.

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a quebra de patente na sexta-feira, após negociações de preços terem fracassado", comenta o jornal. "Será que o problema da Aids no Brasil se transformou em uma epidemia da noite para o dia, ou será apenas que Lula não gostou dos termos da Merck -- um desconto de 30% no preço de mercado?", questiona o editorial.

Benefício comercial

"Talvez ele estivesse pensando, em vez disso, na enorme indústria de medicamentos genéricos do Brasil, que poderia se beneficiar comercialmente de uma invenção grátis e de um grande mercado doméstico para vendê-la", sugere o jornal.

O Wall Street Journal pede ainda que a OMS (Organização Mundial da Saúde) reaja à quebra de patentes após o caso brasileiro e também da Tailândia, que já havia anunciado a quebra de patente de um outro medicamento anti-Aids no mês passado.

"Sem uma resistência vigorosa na reunião da OMS em Genebra, na semana que vem, mais países poderão logo seguir os exemplos da Tailândia e do Brasil. Isso seria ruim para os direitos de propriedade em todo o mundo, e seria um desastre para os pobres do mundo", conclui o editorial.

[HSette]

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u62106.shtml

07/05/2007  - 07h08
Quebra de patente anti-Aids é "jogo perigoso", diz "Wall Street Journal"
da BBC Brasil

Vindo de quem vem, o Wall Street Journal, é o mínimo que se podia esperar.

Já a Merk Sharp, a principal interessada, em nota à imprensa, mostrou descontentamento, mas deixou claro que a medida em nada afetará suas atividades e nem seu relacionamento com o mercado brasileiro.

Na mesma nota, a Merk disse que apenas estranhou o fato de o governo brasileiro ter participado de apenas uma rodada em negociações para a redução do preço: o governo pediu à empresa uma redução; a Merck ofereceu uma redução de US$ 1,56 para US$ 1,10. Diante dessa proposta, o governo brasileiro deu a negociação por encerrada, sem partir para uma contra-proposta, o que seria natural em negociações desse tipo.

[Adriano]

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u62106.shtml

07/05/2007  - 07h08
Quebra de patente anti-Aids é "jogo perigoso", diz "Wall Street Journal"
da BBC Brasil


"Sem uma resistência vigorosa na reunião da OMS em Genebra, na semana que vem, mais países poderão logo seguir os exemplos da Tailândia e do Brasil. Isso seria ruim para os direitos de propriedade em todo o mundo, e seria um desastre para os pobres do mundo", conclui o editorial.

Me conforta saber que eles estão preocupados com os pobres do mundo... 

[Pregador]

Acho que as pessoas aqui não estão negando que a medida tenha sido legal mas sim se ela deveria existir. Embora, seja muito questionável o suposto estado de emergência a ponto de quebrar-se a patente. Não se iludam, por que o Brasil está nadando em dinheiro. Só o BNDES tem um capital para investimento ultra bilionário, um dos maiores do mundo.

Acho a medida errada, que embora possa até ser legal, traz conseqüências perigosas. Hoje foi o coquetel anti-aids, amanhã pode ser outro remédio. Este "estado de necessidade" é uma expressão perigosa e ampla demais, é algo como a violação ou ameaça da "segurança nacional" que os militares usavam para agir quando bem entendiam. Na verdade, o estado de necessidade nem é uma expressão ampla, e sim bem definida, mas o governo não pensa assim.

Acho que havia ainda margem para negociação com o laboratório, poderia-se chegar em um preço melhor. Acredito que os laboratórios vão continuar pesquisando e desenvolvendo remédios, mas a tendência é o preço subir muito nos mercados com fama de "quebradores" de patente, para compensar o risco.

[Rodion]

Acho que as pessoas aqui não estão negando que a medida tenha sido legal mas sim se ela deveria existir. Embora, seja muito questionável o suposto estado de emergência a ponto de quebrar-se a patente. Não se iludam, por que o Brasil está nadando em dinheiro. Só o BNDES tem um capital para investimento ultra bilionário, um dos maiores do mundo.

também está nadando em dívidas, hehe
precatórios, pagamento de pessoal, manuntenção da coisa. o dinheiro deve sim ser bem gerenciado já que não é tanto quanto pode parecer à primeira vista. mas não acho que a chegue a ponto de situação de emergência.

[Skorpios]

Só o BNDES tem um capital para investimento ultra bilionário, um dos maiores do mundo.

E prefere financiar obras na Venezuela...

[Eriol]

ai meu saco.