Bem, Blue Pill, você está criando seus próprios conceitos de realidade, de existência, de dogma, de ceticismo
Primeiro, não acredito em criação.
de modo que eu estou falando sobre realidade, existência, dogma, ceticismo, mas você está falando de quaisquer outras coisas que você acha serem, mas não são realidade, existência, dogma, ceticismo
Então você possui a verdade? Conte para nós que acho que o mundo inteiro ta querendo saber disso des de que a humanidade se conhece por humanidade e des de que o primeiro macaco fez a primeira pergunta.
Que bizarro você cara.
se quer criar seus próprios conceitos, o faça com um método, e, mesmo assim, a comunicação fica impossível a ponto de estarmos aqui cada um falando através de um idioma diferente e desconhecido.
Cara, todo mundo tem seus próprios conceitos, e nunca o conceito de um é igual ao do outro, acorda pra isso meu querido. Leia "O banquete" e atente-se ao sentido que Sócrates da para "opinião", É só o que temos, não temos verdade, temos sómente opinião sobre qualquer coisa.
Como poderíamos entender um conceito da mesma forma que a outra pessoa? Se nem mesmo as palavras nós entendemos iguais, pois cada um acha o que uma palavra significa diferente do que outro acha, apesar de isso tender para a igualdade.
Aceitar que ouve um entendimento completo de sua parte do que é "dogma", "realidade", "ceticismo", ja é por si só um dogma que você cria, que crê nisso, e por consequencia impossibilita uma analize mais profunda.
Portanto cara, você se encaixa no perfil de pensamento que eu descrevi, o cético que tem dogmas e não sabe.
Acontece que o crente crê num deus que disseram para ele que existe, mas que ele nunca viu, nem ouviu, nem cheirou, nem tocou, nem provou, nem sentiu, nem percebeu de qualquer forma, nem tem motivo para deduzir sua existência, senão pelo fato de alguém ter lhe dito. Já o "cético" não crê naquilo que ele vê, ele vai além, e testa sua percepção e o que está vendo…
Ir além? Além da onde? Do universo ? …
Esse ir além é um dogma.
HAHAHAHA! Foi Descartes quem disse isso? Nem bêbado…
Isso porque EU é que uso conceitos diferentes do "normal"…… Lê Discurso do Metodo.
Blue Pill, você precisa entender que a lógica está fora da área de subjetividade a qual todas as pessoas possuem. A lógica foi algo "descoberto" pelas pessoas para se prever ou compreender a realidade, tendo como base as nossas observações.
A subjetividade humana pode fazer com que as pessoas entendam ou pensem sobre algo de maneira diferente, mas a lógica, por não fazer parte dessa subjetividade, não muda. Ela é axiomática, assim como a matemática. A única coisa que pode variar sobre a lógica é o entendimento que possamos ter dela.
Como assim "única" coisa ? É só disso que estamos discutindo, só podemos estar discutindo isso, porque o que nós discutimos é o entendimento que temos sobre as coisas…
Não to entendendo onde voCê quer chegar… Para mim você parece estar atribuindo à logica um dogma sim, e impossibilitando uma analize maior.
Se você não tivesse fazendo isso, deveria aceitar que a lógica pode mudar com a evolução do pensamento, ela é pensamento também.
Sobre Descartes:
Descartes foi um cético! Tão cético que em suas Meditações ele questionava a veracidade das informações passadas a nós por nossos sentidos, afinal, segundo ele, se nossos sentidos nos enganam algumas vezes não se pode ter certeza de que eles não nos enganem sempre, nossa percepção da realidade pode ser somente um sonho. Mesmo nosso raciocínio pode ser questionado, pode ser que na verdade um triângulo tenha quatro lados, mas um "gênio maligno" onipotente nos faça errar toda vez que os contemos. A única coisa sobre a qual podemos ter certeza, para Descartes, é de nossa própria existência (esse é o "algo existe" citado pelo Blue Pill), pois colocamos em questão a nossa existência nós já a estamos a confirmando, afinal, como poderíamos negar nossa própria existência se não existíssimos? Daí a famosa frase "Penso, logo existo."
Ai é que está, ele também tinha um pensamento paradoxal, porque apesar de ter a descrença até mesmo em seus sentidos e em sua imaginação, ele tinha uma crença em deus, e que deus era o paradigma da perfeição - isso é formalmente uma crença.
Sobre a lógica:
Lógica não diz diz respeito a verdade, diz respeito a validade. O raciocínio "Todo elefante é verde, tudo que é verde é papagaio, logo todo elefante é papagaio" é perfeitamente válido, por outro lado "Dois mais dois são quatro, o céu é azul, logo a capital da Bahia é Salvador" não faz o menor sentido do ponto de vista da lógica.
O valor de verdade de cada uma das premissas e da conclusão de um argumento é uma coisa, o nexo de validade entre as premissas e a conclusão é outra e o terreno da lógica é justamente essa segunda área - trocando em miúdos: uma conclusão lógica não nos diz nada que já não estivesse implícito nas premissas.
Isso não impede uma evolução na lógica, que é basicamente o que eu digo que pode haver e que um pessoal daqui não aceita.
Mesmo ela estando implícita nas premissas, o ser humano pode ainda não ter compreendido toda ela, da mesma forma como em alguns casos complexos temos dificuldade em entender qual é a lógica daquilo, mas que no entanto, numa analize mais refinada conseguimos dizer que entendemos.
Defende-la como
verdade absoluta é um dogma, como dizer que deus existe e achar que isso é uma verdade absoluta também.
Sobre o ceticismo:
Não vamos confundir o nosso ceticismo à la Carl Sagan com o ceticismo cartesiano! O ceticismo que protagoniza o nome do Clube Cético é o ceticismo científico, é uma opção por não crer em alegações que não tenham passado pelo crivo da ciência. Um cético radical para começar não acreditaria nem que a ciência é uma peneira suficientemente boa para separar o certo do errado. Nem René Descartes levava esse ceticismo às últimas conseqüências, ele próprio foi além de filósofo um cientista e um matemático.
Sim concordo com você, essa é a intensão do forum, mas não é o ceticismo usado pelo pessoal daqui via de regra… Quando entram num embate com um crente por exemplo, a postura é cética dogmática. E é disse que eu estou falando, e dos comediantes que o fazem.
Isso é uma estagnação na evolução, como um religioso fiel se estaguina na sua crença.