Autor Tópico: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?  (Lida 10774 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Herf

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.380
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #75 Online: 27 de Julho de 2007, 19:45:13 »
Tenho pressentimentos de que se a Globo adotasse uma programação mais educativa, mais "cabeça", outras emissoras preencheriam a necessidade popular pelo "fútil", e tudo ficaria na mesma.

Decepcione-se mais com o povo, menos com a Globo.

Offline Rodion

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 9.872
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #76 Online: 27 de Julho de 2007, 19:54:14 »
vide o que aconteceu com a tvES. não alcançou um décimo da audiência da rctv e nem se pode dizer que em sua programação há 'boa cultura'.

pessoal superestima o poder da globo e acha que devido a esse poder falsamente inflado a rede também tem a responsabilidade de dar certos ensinamentos. mas então se se diz que já há a cultura e ninguém a assiste, só falta responderem que é porque redes inescrupulosas como a globo roubam a audiência com programação bacon - que faz mal e irresistível. disso pra sugestão de cercear a liberdade de emissoras-bacon é um passo só... ôpa, não era disso que se tratavam os acontecimentos envolvendo o dejus? burocratas que sabem mais do que a população sobre o que a população quer ver. mas não se consegue impôr, de jeito nenhum. e a voz do brasil é o maior exemplo disso; execrável legado do regime militar, que nenhum governo civil pensou em abolir.

agora já está tudo pra mudar, mesmo. a internet vai ganhando força, mesmo no brasil, e a informação é caótica e livre. enfim, as pessoas têm real escolha de se informarem como preferirem. isso até aparecerem os banners obrigatórios do governo federal (não dá idéia, não dá idéia!).
« Última modificação: 27 de Julho de 2007, 20:08:06 por rodion »
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Spitfire

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 7.530
  • Sexo: Masculino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #77 Online: 27 de Julho de 2007, 20:34:50 »
E a Globo vai baixar o cacete no RJ??? Daonde????

O RJ é queridinho, amadinho e fofinho... sem falar que ela (Globo) mexeu seus pauzinhos para a realização deste Pan no Brasil... Descer o cacete seria quase uma admissão de culpa.

Não esperem nada da Rede Globo... dali não vai sair absolutamente nada.

Temma

  • Visitante
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #78 Online: 27 de Julho de 2007, 21:16:32 »
Tenho pressentimentos de que se a Globo adotasse uma programação mais educativa, mais "cabeça", outras emissoras preencheriam a necessidade popular pelo "fútil", e tudo ficaria na mesma.

Decepcione-se mais com o povo, menos com a Globo.

tenho motivos para me decepcionar com ambos. assim como a falta de educação do povo no pan como a inércia da globo em criticar tardiamente as vaias. não se trata aqui de "tirar" a culpa de um e "por" no outro.


Citar
vide o que aconteceu com a tvES. não alcançou um décimo da audiência da rctv e nem se pode dizer que em sua programação há 'boa cultura'.

pessoal superestima o poder da globo e acha que devido a esse poder falsamente inflado a rede também tem a responsabilidade de dar certos ensinamentos. mas então se se diz que já há a cultura e ninguém a assiste, só falta responderem que é porque redes inescrupulosas como a globo roubam a audiência com programação bacon - que faz mal e irresistível. disso pra sugestão de cercear a liberdade de emissoras-bacon é um passo só... ôpa, não era disso que se tratavam os acontecimentos envolvendo o dejus? burocratas que sabem mais do que a população sobre o que a população quer ver. mas não se consegue impôr, de jeito nenhum. e a voz do brasil é o maior exemplo disso; execrável legado do regime militar, que nenhum governo civil pensou em abolir.

agora já está tudo pra mudar, mesmo. a internet vai ganhando força, mesmo no brasil, e a informação é caótica e livre. enfim, as pessoas têm real escolha de se informarem como preferirem. isso até aparecerem os banners obrigatórios do governo federal (não dá idéia, não dá idéia!)

como uma concessão estatal ela tem a responsabilidade de dar certos ensinamentos sim. e o faz. eu não estou defendendo aqui nenhuma TV estatal que deve moldar a cidadania do povo. eu li regime militar, você falou isso mesmo? acho que seu pensamento está indo muito além do que eu critiquei. apenas critiquei que eles, quando querem, conseguem incutir na população determinada conduta, como esse exemplo do PAN, e outro que me ocorre agora foi na época do apagão, quando a população em peso passou a economizar energia. A minha crítica é quanto a duas globos, uma que dá "espetáculo televisivo", colocando os mais variados assuntos na boca do povo, de uma maneira quase didática, e outra, completamente apática.

Temma

  • Visitante
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #79 Online: 27 de Julho de 2007, 21:23:35 »
Tenho pressentimentos de que se a Globo adotasse uma programação mais educativa, mais "cabeça", outras emissoras preencheriam a necessidade popular pelo "fútil", e tudo ficaria na mesma.


ah, isso meio já aconteceu. na época do ratinho as baixarias tiravam audiência da globo, mas eles optaram por manter um "padrão globo de qualidade" e não ficar brigando tanto na baixaria X baixaria. acabou que as pessoas enjoaram do ratinho e ele sumiu. de certa forma, ainda que a programação da globo não seja tão "cabeça", está ainda um pouco "melhor", no sentido de menos apelativo que as outras emissoras.

de certa forma ela já se mantém um pouco "acima" das outras. claro, sem precisar apelar para conteúdo, o que já seria demais.

Offline Alegra

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.453
  • Sexo: Feminino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #80 Online: 28 de Julho de 2007, 17:30:00 »
É Alegra (moras na Europa? agora sim compreendo seu nick!)agora pasrece que a imprensa resolveu se dar conta da babaquice. Começam a pipocar nos jornais críticas (algumas ferozes) a gentalha que tem comparecido aos estádios do Rio; e ontem o Jornal Nacional deu uma nota de um minuto e meio (ou menos) sobre o assunto. Antes tarde que nunca? Sei lá, talvez se a imprensa tivesse feito antes o seu papel a corja carioca tivesse tomado um chazinho de simancol e a cidade tivesse sido poupada de passar por (mais essa) vergonha.

Pô! ainda bem!!  :ok:


Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Alegra

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.453
  • Sexo: Feminino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #81 Online: 28 de Julho de 2007, 17:32:43 »
Alguém assistiu a Ginastica Ritmica?

Nenhuma vaia para nenhuma ginasta. Silencio durante as apresentações e aplausos nos finais.
E quando uma das atletas teve um defeito no equipamento e não pode continuar, todos no ginasio se levantaram e começaram a incentiva-la.

Para quem assiste, Ginastica Ritmica é mais pra espetaculo que pra competição. Mesmo assim,  foi um bom exemplo da torcida.

Pois! é 8 ou 80!!  :histeria:
Mas parece que está melhorando depois que a imprensa começou a tomar alguma atitude...  :umm:

Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Alegra

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.453
  • Sexo: Feminino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #82 Online: 28 de Julho de 2007, 17:44:38 »
Citar
Torcida envergonha atleta brasileiro

- Todo mundo falou tanto da organização e da segurança, mas está tudo ótimo. A única decepção é essa torcida. O Brasil nunca mais vai conseguir trazer uma grande competição por causa disso. A mentalidade do povo brasileiro tem que mudar muito para que seja realizada uma Olimpíada aqui.

Fonte: http://pan2007.globo.com/PAN/Noticias/0,,MUL76784-3854,00.html

Putz!!! CADÊ A IMPRENSA NESTAS HORAS PARA CRITICAR ESTA ATITUDE DA TORCIDA!!!!  CADÊ A REDE BÔBO PARA DIVULGAR ESTE ESCÂNDALO!!! Falam tão mal de tudo e de todos e numa hora dessas não tomam uma atitude mais drástica!! Realmente...

Isto é vergonhoso! Só acho complicado colocar o "povo brasileiro" todo num mesmo caldeirão...  :bravo: :bravo:



povo brasileiro sim senhora, já foi em jogo de futebol no brasil? esse tipo de atuação não é novo e nem só carioca.

Para termos certeza disso haveriamos de fazer um pan em cada cidade e verificar a quantidade de vaias :P

No meu achismo pessoal, isso ocorreria na maioria das capitais do brasil... por isso me sinto à vontade para dizer "povo brasiliero" ^^

Sei não... mas acho o carioca (não todos claro! mas a maioria...) meio sem educação mesmo. Eu tive uma má experiência no Rio quando fui lá a uns anos atrás. E mesmo aqui em Portugal eles são metidos a besta e a espertos e só mata os outros brasileiros de vergonha...
Acho que se o PAN fosse no sul não seria essa baixaria... :?


Já sinto sua falta. Vá em paz meu lindo!

Offline Herf

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.380
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #83 Online: 30 de Julho de 2007, 17:55:06 »
apenas critiquei que eles, quando querem, conseguem incutir na população determinada conduta, como esse exemplo do PAN, e outro que me ocorre agora foi na época do apagão, quando a população em peso passou a economizar energia. A minha crítica é quanto a duas globos, uma que dá "espetáculo televisivo", colocando os mais variados assuntos na boca do povo, de uma maneira quase didática, e outra, completamente apática.

Sim, o fazem quando querem justamente porque o povo dá audiência demais para a Globo e não tem senso crítico. A Globo expõe a opinião dela sobre os assuntos, da mesma maneira que fazem outras emissoras, puxando a brasa para os seus pontos de vista. Não vejo problema em uma emissora dar mais ênfase a seu ponto de vista do que aos demais.

Você fala que "como uma concessão estatal ela tem a responsabilidade de dar certos ensinamentos". Isso me parce uma ameaça à liberdade de expressão.

edit: e aliás, é errado, como foi dito, inflar demais o poder da Globo (ou de qualquer outra emissora) sobre a opinião pública. O referendo das armas foi um dos maiores exemplos disso.
« Última modificação: 30 de Julho de 2007, 17:58:20 por Procedure »

Temma

  • Visitante
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #84 Online: 31 de Julho de 2007, 00:12:32 »
apenas critiquei que eles, quando querem, conseguem incutir na população determinada conduta, como esse exemplo do PAN, e outro que me ocorre agora foi na época do apagão, quando a população em peso passou a economizar energia. A minha crítica é quanto a duas globos, uma que dá "espetáculo televisivo", colocando os mais variados assuntos na boca do povo, de uma maneira quase didática, e outra, completamente apática.

Sim, o fazem quando querem justamente porque o povo dá audiência demais para a Globo e não tem senso crítico. A Globo expõe a opinião dela sobre os assuntos, da mesma maneira que fazem outras emissoras, puxando a brasa para os seus pontos de vista. Não vejo problema em uma emissora dar mais ênfase a seu ponto de vista do que aos demais.

edit: e aliás, é errado, como foi dito, inflar demais o poder da Globo (ou de qualquer outra emissora) sobre a opinião pública. O referendo das armas foi um dos maiores exemplos disso.

o referendo talvez seja o ÚNICO exemplo disso. a exceção que confirma a regra. e há aí outros motivos. a própria campanha do não incutindo o medo nos cidadãos, o medo é mexe com as pessoas, ainda mais numa sociedade insegura. Acho que por mais influente que seja a Globo, as pessoas ainda querem continuar vivas.  mas reconheço que o poder da Globo diminui bastante de uns tempo pra cá, mas ainda existe. O problema não é a globo puxar brasa pra opinião dela, é UMA GLOBO fazer isso. entendeu? grande, dominante.



Citar
Você fala que "como uma concessão estatal ela tem a responsabilidade de dar certos ensinamentos". Isso me parce uma ameaça à liberdade de expressão.

existem alguns preceitos que uma concessão de TV deve seguir. está na constituição


Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.



aham, parece piada, mas tá escrito lá. é uma concessão, um serviço público, não é TV privada. e sobre a "ameaça à liberdade de expressão", é como eu falei hoje no RéV,  já está mais do que na hora de formularem uma espécie de lei de godwin, essa se referindo à censura e à ditadura



Offline Herf

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.380
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #85 Online: 31 de Julho de 2007, 12:52:45 »
O problema não é a globo puxar brasa pra opinião dela, é UMA GLOBO fazer isso. entendeu? grande, dominante.

O problema é o fato de a audiência estar concentrada nela? Bom, neste caso, voltamos ao ponto anterior: o povo tem o poder de decidir por meio do controle remoto o canal que quer assistir. Mesmo na TV aberta as opções são bem variadas. Se a Globo é poderosa, foi o povo que assim a fez.

Citar
existem alguns preceitos que uma concessão de TV deve seguir. está na constituição


Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.



aham, parece piada, mas tá escrito lá. é uma concessão, um serviço público, não é TV privada. e sobre a "ameaça à liberdade de expressão", é como eu falei hoje no RéV,  já está mais do que na hora de formularem uma espécie de lei de godwin, essa se referindo à censura e à ditadura

Eu não duvido que isso esteja escrito lá. Mas a questão é: isso é certo? Eu penso que não.

Desde que não constitua calúnia ou difamação, penso que todos devem ter o direito de manifestar as suas opiniões de maneira livre. Impor deveres tais como "preferências a finalidades educativas", por mais nobres que pareçam, vão contra a liberdade de opinar o que se bem entende. Você não acha? Sem contar que, nas mãos de potenciais ditadores, podem tornar-se uma arma poderosa para legitimar os mais bárbaros atos contra a liberdade de expressão.

Offline Guinevere

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.861
  • Sexo: Feminino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #86 Online: 31 de Julho de 2007, 13:14:53 »
Eu SABIA que ia aparecer alguém dizendo "a Globo fez campanha pelo não na verdade justamente pra que o sim ganhasse" ... :)

Temma

  • Visitante
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #87 Online: 31 de Julho de 2007, 15:33:37 »
procedure,

Não, não vejo nem um problema com o que está na constituição. mas na nossa sociedade (ao menos até antes do surgimento da internet e da sua popularização) vejo TV's nesse formato e seguindo a esses princípios(ao menos em tese) imprescindíveis. se não fosse por eles, a TV seria basicamente um canal da polishop

E o espectro para a teledifusão é escasso. O estado deve regulamentá-lo


E sobre o "poder de mudar de canal" que "regula" a qualidade da TV, mantendo assim sua intocada liberdade. Talvez você esteja se referindo ao dedo mágico da educação(afinal, somos um povo inculto), que com seu toque faria as pessoas se darem conta de quão tosco são os programas de TV. Não que eu me oponha a idéia de que a educação conscientize, mas de certa forma eu acho que esperar essa “mágica” dela é superestimá-la. Diz-se muito que a educação está decadente, que na década de 70 e 80 era muito melhor(longe do ideal, mas era melhor, menos abrangente, é o que dizem). Pensando assim, nessa mesma época as TV’s deveriam ter mais “conteúdo”, o que, se você puxar de memória, com chacrinhas, bolinhas, gretchens, novelas, novelas, novelas e novelas, nunca teve.

 se olhar a história recente do país, em particular dos anos 70 até meados dos anos 90, perceberá que uma TV com a dominância da globo, aliada aos governos se valendo de empréstimos públicos pode formar um lobby que não encontra rivais

e as outras alternativas sempre foram de péssima qualidade. sendo a TV cultura(a qual quem acaba de me ler já ficou louco pra citar) um caso à parte. Ela visa a um nicho específico. É intelectual demais pra grande parte da população. E por isso mesmo convenientemente nunca ofereceu ameaça a Globo, SBT, Band e outras (e daí surge a minha crítica inicial, a de não termos uma TV que uma a “cultura” ao “entretenimento”. Muitos documentários na TV à cabo conseguem isso, e nem se trata de tecnologia ou animações 3D)

e só pra esclarecer, não sou a favor da tal TV estatal que estão querendo criar, simplesmente não me iludo com a TV. seu objetivo é simples, vomitar coisas dentro da minha casa para eu as consuma. Desde produtos a idéias


Eu SABIA que ia aparecer alguém dizendo "a Globo fez campanha pelo não na verdade justamente pra que o sim ganhasse" ... :)

Fui eu que disse isso?

err... o NÃO é que ganhou. disseram não ao desarmamento. a Globo sempre foi amplamente favorável ao SIM. entupindo a campanha com artistas. e sua abordagem jornalística antes do referendo sempre foi pró-desarmamento.


a campanha do NÃO que eu considero apelativa foi a que apareceu no horário obrigatório, fortemente ligada a setores conservadores da sociedade. e depois até mesmo revistas de peso como a Veja tomaram partido

vou até colar um textículo pra lembrar a todos o porque os argumentos do não remetem ao medo, e portanto foram bastante persuasivos:



A Revista Veja publicou matéria de capa declarando "7 razões para votar NÃO" no plebiscito do comércio de armas a ser realizado em outubro.

Entre várias ilustrações e texto fluente, a revista fez o que faz de melhor: usar os recursos de comunicação visual para defender seu ponto de vista. Os argumentos a favor do comércio de armas são preponderantemente emocionais. Eles focam, sobretudo, o instinto primal de auto-defesa: o medo da ameaça e o desejo de ter mais força que ela, podendo assim rechaça-la. Esse instinto primitivo está presente em todos, dai a facilidade de persuasão dos argumentos. Mas eles desconsideram a complexidade social. Se ter armas parece ser coerente do ponto de vista individual, é uma insanidade quando se pensa no conjunto.

Vejamos aos 7 "argumentos" da Revista:

1. OS PAÍSES QUE PROIBIRAM A VENDA DE ARMAS TIVERAM AUMENTO DA CRIMINALIDADE E DA CRUELDADE DOS BANDIDOS

Como a própria Revista diz em sua primeira frase: "A experiência internacional demonstra que a quantidade de armas nas mãos da população não determina o grau de violência de uma sociedade". Nenhum estudo até o momento conseguiu comprovar correlação entre a permissão de venda de armas e criminalidade. A chamada do argumento é cuidadosamente tendenciosa.

O referendo não se propõe a diminuir a criminalidade. O número de crimes é fruto da realidade social de cada país e não da existência de armas. A ilegalidade na venda vai diminuir as mortes acidentais, bem como o envolvimeto de terceiros em conflitos. Com armas de fogo um único delinqüente pode ameaçar um número muito maior de pessoas.

2. AS PESSOAS TEMEM AS ARMAS. A VITÓRIA DO "SIM" NO REFERENDO NÃO VAI TIRÁ-LAS DE CIRCULAÇÃO NO BRASIL

Frase da Revista: "A culpa pelos altos índices de criminalidade e de homicídios não é da arma, mas de quem a tem em mãos". É ilusão pensar, como defende a Revista, que o bandido comum, que assalta na rua, compra armas no mercado negro. O trombadinha, o meliante, o estuprador, eles se armam com armas civis. Roubadas de civis. Não são do crime organizado. Não se assaltam padarias ou invadem-se casas com AR-15 e granadas. Faz-se isso com o 22 ou o 38 comuns. Pegos de civis.

Quem defende o SIM, não tem necessariamente medo de armas. Apenas sabe claramente que quando armamos a população, armamos os bandidos. Se entendermos que para nos defender precisamos ter uma arma, todos terão artmas, os bandidos conseguirão armas com mais facilidade, precisaríamos de armas maiores, e o resultado é uma sociedade neurótica.

O primeiro passo para desarmar os bandidos é desarmar os civis. E isso exige coragem.

nota: para o economista "Marcel Solimeo", aviso que armas e automóveis não são a mesma coisa. Um tem por atividade fim o transporte a outra a agressão pura e simples. Dizer que argumentos contra um objeto de agressão são aplicáveis a um objeto de utilidade, sim, é falacioso.

3. O DESARMAMENTO DA POPULAÇÃO É HISTORICAMENTE UM DOS PILARES DO TOTALITARISMO. HITLER, STALIN, MUSSOLINI, FIDEL CASTRO E MAO TSÉ-TUNG ESTÃO ENTRE OS QUE PROIBIRAM O POVO DE POSSUIR ARMAS

Falácia. O "argumento" remete o leitor ao medo de um fantasma cuidadosamente construido nas últimas décadas no ocidente. A população era desarmada tentando evitar uma revolução contra o Estado. Nos dias de hoje, com a integração internacional e a solidificação da democracia, um golpe totalitarista no Brasil é algo tão remoto quanto a boa intenção na pessoa que construiu tal argumento.

O objetivo do referendo não é possibilitar um golpe totalitarista no Brasil, mas evitar que crianças levem armas para escola para atirar nos coleguinhas. Coisa que, felizmente, ainda não aconteceu por aqui.


4. A POLICÍA BRASILEIRA É INCAPAZ DE GARANTIR A SEGURANÇA DOS CIDADÃOS

Se todos tiverem armas, não há mais ordem ou justiça. Há um faroeste, onde causas banais podem levam a morte de cidadãos.

O direito de defesa continua intacto. A defesa de um não pode ameaçar a segurança de outro. Isso é o que acontece havendo armas.

Armas não defendem ninguém. Se uma mulher tem medo de assaltos, deve agir de forma defensiva, andando acompanhada e evitando locais de risco. Havendo armas, ganha que aponta primeiro e bandidos sempre apontam primeiro, pois agem de de forma planejada. Sem armas, ainda se pode correr.

5. A PROIBIÇÃO VAI ALIMENTAR O JÁ FULGURANTE COMÉRCIO ILEGAL DE ARMAS

A uma diferença grande entre o bandido comum e o crime organizado. Esse último é o que aparece na televisão, com granadas e AR-15, e que querem nos convencer que são os mesmos que nos assaltam na rua. Mentira. O comércio ilegal que tem acesso o bandido comum é o de armas roubadas, adquiridas de civis.

Com a proibição, a fiscalização da polícia fica mais fácil, pois toda arma é potencialmente ilegal. As armas também ficam menos numerosas e mais caras, o que dificulta sua aquisição. Bandido comum não tem dinheiro para pagar muito por armas. Os que tem dinheiro para pagar, não assaltam na rua, nem invadem residências.

6. OBVIAMENTE, OS CRIMINOSOS NÃO VÃO OBEDECER À PROIBIÇÃO DO COMÉRCIO DE ARMAS

Novo argumanto de má-fé. A dificuldade para obtenção de armas é para todos. E bandidos comuns não tem acesso ao tráfico ostensivo. Veja o argumento anterior.

7. O REFERENDO DESVIA A ATENÇÃO DAQUILO QUE DEVE REALMENTE SER FEITO: A LIMPEZA E O APARELHAMENTO DA POLÍCIA, DA JUSTIÇA E DAS PENITENCIÁRIAS

A existencia do referendo não exclui providências quanto as questões levantadas. Ele é uma providência A MAIS para melhorarmos a qualidade de vida no país.


Com essa matéria, a Revista Veja mostrou que é aquilo que todos que lêem mais de uma revista no páis podem deduzir com facilidade: é uma Revista tecnicamente muito competente, mas moralmente mediocre. O desenho da capa está incompleto. Quem segura as armas é a Edição da Revista e a Indústria Armamentista. Espero que nossa bancada parlamentar favorável ao desarmamento esteja articulada o suficiente para entrar na justiça, requisitando matéria na revista, com mesma publicidade e espaço, para defender o que é direito da população: saber o mal que é deixar as coisas como elas estão.

« Última modificação: 31 de Julho de 2007, 15:43:53 por Temma »

Offline Herf

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.380
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #88 Online: 31 de Julho de 2007, 18:36:48 »
Não, não vejo nem um problema com o que está na constituição. mas na nossa sociedade (ao menos até antes do surgimento da internet e da sua popularização) vejo TV's nesse formato e seguindo a esses princípios(ao menos em tese) imprescindíveis. se não fosse por eles, a TV seria basicamente um canal da polishop
Se as pessoas, voluntariamente, por estarem interessadas em tal tipo de programação, assistissem só canais do tipo Polishop, não tenho dúvidas de que em pouco tempo a maioria dos canais seria tomada por programação assim.

Ninguém está apontando uma arma para a cabeça de ninguém, mandando assistir este ou aquele canal. A qualidade da programação da TV é reflexo unicamente do que as pessoas gostam ou não de assistir. Na verdade, o único que age no sentido de apontar armas a outros é o estado, querendo arbitrar o que as emissoras devem transmitir, usando como justificativa "educar a população".

Citar
E o espectro para a teledifusão é escasso.
Pode conseguir mais informações a respeito?

Citar
O estado deve regulamentá-lo
Opa, é claro que se o espectro possui um tamanho limitado, mesmo que seja escasso (e eu tenho úvidas a respeito disso), deve caber ao estado a função de regulamentar quem tem o direito de operar dentro de tal freqüência em determinada região. Ou seja, apenas por uma questão de manter a ordem, evitar o caos no espectro com interferências.

Mas isso não deve implicar que o estado tenha que arbitrar sobre o conteúdo das veiculações (claro que excetuando-se aí os casos de calúnia e difamação). Isso é atentar contra a liberdade de expressão, é o estado dizendo o que merece e o que não merece ser dito em voz alta.

Citar
E sobre o "poder de mudar de canal" que "regula" a qualidade da TV, mantendo assim sua intocada liberdade. Talvez você esteja se referindo ao dedo mágico da educação(afinal, somos um povo inculto), que com seu toque faria as pessoas se darem conta de quão tosco são os programas de TV.
Toscos do seu ponto de vista. Você tem liberdade total para mudar da Globo para a Cultura.

Perceba que um pouco mais e estará sendo dito que a sociedade não sabe escolher por si própria o que quer assistir, e que, por isso, o estado deve dizer a elas o que lhes é adequado e o que não é.

Citar
Não que eu me oponha a idéia de que a educação conscientize, mas de certa forma eu acho que esperar essa “mágica” dela é superestimá-la. Diz-se muito que a educação está decadente, que na década de 70 e 80 era muito melhor(longe do ideal, mas era melhor, menos abrangente, é o que dizem
Muito pelo contrário. A educação está muito melhor do que naqueles tempos.

É comum ver saudosistas falando que a qualidade das escolas, mesmo as públicas, era melhor no passado, e que com o tempo a coisa vem piorando. Mas esquecem do fato de que, naquela época, uma parcela muito menor da população tinha acesso a elas (particularmente a nata da sociedade). Até certo ponto do século passado, já era uma grande coisa o simples fato de terminar o ginásio (ensino fundamental).

Citar
Pensando assim, nessa mesma época as TV’s deveriam ter mais “conteúdo”, o que, se você puxar de memória, com chacrinhas, bolinhas, gretchens, novelas, novelas, novelas e novelas, nunca teve.

se olhar a história recente do país, em particular dos anos 70 até meados dos anos 90, perceberá que uma TV com a dominância da globo, aliada aos governos se valendo de empréstimos públicos pode formar um lobby que não encontra rivais
Você está superestimando muito o peso da TV na educação.

Citar
e as outras alternativas sempre foram de péssima qualidade. sendo a TV cultura(a qual quem acaba de me ler já ficou louco pra citar) um caso à parte. Ela visa a um nicho específico. É intelectual demais pra grande parte da população. E por isso mesmo convenientemente nunca ofereceu ameaça a Globo, SBT, Band e outras (e daí surge a minha crítica inicial, a de não termos uma TV que uma a “cultura” ao “entretenimento”. Muitos documentários na TV à cabo conseguem isso, e nem se trata de tecnologia ou animações 3D)

Se não há mais alternativas de emissoras na TV aberta é justamente pela quase intransponível barreira criada pela burocracia do estado. Eu não tenho informações aprofundadas, mas creio que seja uma tarefa hercúlea conseguir uma concessão de radiodifusão no Brasil. Daí compreende-se porque há tão poucas alternativas.

Pense, por um momento, o que seria do maravilhoso meio de comunicação chamado Internet se o estado o regulasse mesmo com uma fração do regulamento previsto para a radiodifusão...

Uh... Não quero nem pensar... Talvez sequer estaríamos aqui conversando.

Agora pense como poderia ser a TV e o rádio se a concessão de freqüências para transmissões fosse afrouxada. A TV e o rádio se tornariam meios tão democráticos quanto a Internet (democráticos no sentido de haver inúmeras opções de canais). Todos só teriam a ganhar.

Offline Johnny Cash

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.936
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #89 Online: 31 de Julho de 2007, 18:38:41 »
ééé...
Prefiro pensar q tudo aquilo não foi obra de Todos os Brasileiros. Mas sim de alguns poucos brasileiros, cariocas.

Pra mim o horror começou com o Cristo virando maravilha pelo BBB (tá certo q é bonito e tudo mais. Mas pra ser maravilha? Só sendo injusto com outros monumentos).

E desencana desse lance de Rede Globo! Não adianta! O povo vê e digere oq quiser (pelo menos deveria ser assim).

Temma

  • Visitante
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #90 Online: 31 de Julho de 2007, 20:36:13 »
procedure,


Não, não vejo nem um problema com o que está na constituição. mas na nossa sociedade (ao menos até antes do surgimento da internet e da sua popularização) vejo TV's nesse formato e seguindo a esses princípios(ao menos em tese) imprescindíveis. se não fosse por eles, a TV seria basicamente um canal da polishop

Se as pessoas, voluntariamente, por estarem interessadas em tal tipo de programação, assistissem só canais do tipo Polishop, não tenho dúvidas de que em pouco tempo a maioria dos canais seria tomada por programação assim.

Ninguém está apontando uma arma para a cabeça de ninguém, mandando assistir este ou aquele canal. A qualidade da programação da TV é reflexo unicamente do que as pessoas gostam ou não de assistir. Na verdade, o único que age no sentido de apontar armas a outros é o estado, querendo arbitrar o que as emissoras devem transmitir, usando como justificativa "educar a população".

O problema é que quando não se dá nenhuma opção, fica difícil as pessoas mudarem, ou exigir mais. ainda mais uma população inculta. culpá-las por escolher a Globo tendo em vista a excelente qualidade da programação da TV aberta é incoerente. Não há muito conteúdo nas outras, SBT, com o Grande alquimista Silvio Santos, ou as pornochanchadas nas bandeirantes e manchete. e a TV cultura, como já falei, misteriosamente não é acessível ao grande público.

e mais uma vez o medo traumático do estado. ora, se esses princípios constitucionais SÃO seguidos, arrisco dizer que o jornalismo faz-de-conta de algumas emissoras(alguém já viu o jornal com cruzada de pernas do SBT?) só existe por causa desse pré-requisito. ah, e alusões a armas são engraçadas


Citar
Citar
E o espectro para a teledifusão é escasso.
Pode conseguir mais informações a respeito?


bem, isso é meio evidente. não domino muito bem o assunto, mas o que eu sei é que o espectro é público.   e há diversos modelos de divisão, UHF, VHF, cada uma com mais ou menos slots, mas definitivamente não há acesso irrestrito. por isso justifica-se concessões, e até mesmo qual a "razão" da transmissão.


e pra você ver como a coisa é complicada, há hoje uma enormidade de novas tecnologias disputando o espectro, celulares, wi-fi, TV digital. algumas dessas tecnologias se resumem a uma comunicação direta, "fim-a-fim", já outros como a TV e o rádio, são comunicação de massa. qual seria o critério para esses que querem "falar com todos"(arrisco dizer que muita gente) usarem o espectro? o espectro que não é meu nem seu, mas de todos. quem chegar primeiro?


Citar
Citar
O estado deve regulamentá-lo
Opa, é claro que se o espectro possui um tamanho limitado, mesmo que seja escasso (e eu tenho úvidas a respeito disso), deve caber ao estado a função de regulamentar quem tem o direito de operar dentro de tal freqüência em determinada região. Ou seja, apenas por uma questão de manter a ordem, evitar o caos no espectro com interferências.

Mas isso não deve implicar que o estado tenha que arbitrar sobre o conteúdo das veiculações (claro que excetuando-se aí os casos de calúnia e difamação). Isso é atentar contra a liberdade de expressão, é o estado dizendo o que merece e o que não merece ser dito em voz alta.


Deve intervir pois o espectro é escasso e público.


Citar
Citar
Pensando assim, nessa mesma época as TV’s deveriam ter mais “conteúdo”, o que, se você puxar de memória, com chacrinhas, bolinhas, gretchens, novelas, novelas, novelas e novelas, nunca teve.

se olhar a história recente do país, em particular dos anos 70 até meados dos anos 90, perceberá que uma TV com a dominância da globo, aliada aos governos se valendo de empréstimos públicos pode formar um lobby que não encontra rivais
Você está superestimando muito o peso da TV na educação.


talvez eu esteja, talvez não. você citou o caso do referendo como contra-prova. mas de maneira geral há inúmeros casos onde a TV, mais especificamente a Globo, teve grande influência(eleições 89, apagão, as vaias, plano real e antena de ricupero).

Citar
Citar
e as outras alternativas sempre foram de péssima qualidade. sendo a TV cultura(a qual quem acaba de me ler já ficou louco pra citar) um caso à parte. Ela visa a um nicho específico. É intelectual demais pra grande parte da população. E por isso mesmo convenientemente nunca ofereceu ameaça a Globo, SBT, Band e outras (e daí surge a minha crítica inicial, a de não termos uma TV que uma a “cultura” ao “entretenimento”. Muitos documentários na TV à cabo conseguem isso, e nem se trata de tecnologia ou animações 3D)

Se não há mais alternativas de emissoras na TV aberta é justamente pela quase intransponível barreira criada pela burocracia do estado. Eu não tenho informações aprofundadas, mas creio que seja uma tarefa hercúlea conseguir uma concessão de radiodifusão no Brasil. Daí compreende-se porque há tão poucas alternativas.

Epa! alto lá. quem aqui falou que é bom o estado dificultar as concessões? muito pelo contrário. Uma vez eu li que no Brasil foi escolhido o VHF ao UHF justamente porque esse último possibilitaria uma democratização das concessões, por permitir muito mais canais. não vamos confundir as coisas. a tal dificuldade criada pelo estado está mais pra lobby que algum tipo de problemas com os princípios constitucionais

Citar
Pense, por um momento, o que seria do maravilhoso meio de comunicação chamado Internet se o estado o regulasse mesmo com uma fração do regulamento previsto para a radiodifusão...

Uh... Não quero nem pensar... Talvez sequer estaríamos aqui conversando.


Agora pense como poderia ser a TV e o rádio se a concessão de freqüências para transmissões fosse afrouxada. A TV e o rádio se tornariam meios tão democráticos quanto a Internet (democráticos no sentido de haver inúmeras opções de canais). Todos só teriam a ganhar.

totalmente diferente. o estado não deve regular o conteúdo da internet, ninguém é louco pra defender isso.


Offline Shinigami-Ateu

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.666
  • Sexo: Masculino
  • "SILINCE, I KILL YOU!" Infidel
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #91 Online: 01 de Agosto de 2007, 08:55:36 »
:no:  O Oscar é um palhaço.

Isso é típico do senhor Oscar, quando eu morava em Londrina, ele era famoso por lá, o pessoal de lá tem verdadeiro ódio por ele, nos jogos que o time de Oscar fazia contra o time de Londrina ele sempre irritava a torcida, causando brigas e confusão.
"Por que temer a morte? Enquanto eu sou, a morte não é; e, quando ela for, eu já não serei. Por que deveria temer o que não pode ser enquanto sou?”.

Offline Donatello

  • Nível 39
  • *
  • Mensagens: 3.864
  • Sexo: Masculino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #92 Online: 01 de Agosto de 2007, 13:34:22 »
Quanto à liberdade de imprensa concordo, em linhas gerais com você Temma. Mas pela primeira vez vou concordar com o Procedure em uma coisa (e só em uma coisa): culpar a Globo por nossas mazelas é uma tentação (na qual eu mesmo caio de vez em quando) mas não faz muito sentido. A programação da Globo é ruim? A das concorrentes é pior. O jornalismo global é tendencioso? O da concorrência é mais.

Um exemplo claro e recente foi a cobertura do acidente da TAM. Enquanto todas os outros canais davam a "notícia" de forma escandalosamente sensacionalista, quebrando um dos principais princípios éticos do jornalismo (registros de catástrofes só devem ser dados quando se conseguir obter informação suficiente sobre o caso, para evitar que haja um surto de desepero) a Globo agiu exatamente dentro do que o código de ética define como norma.

Em relação ao controle estatal da imprensa é isso mesmo que você disse: uma vez que o acesso a canais de transmissão é restrito o Estado tem o direito e dever de limitá-los a quem fizer melhor uso deles. Infelizmente qualquer medida neste sentido é logo interpretada (em um enorme equívoco) como limitação da liberdade de imprensa. Ora, os defensores da liberdade de imprensa parecem só conhecer parte do Código de Ética do Jornalismo. E usam esta parte para defender uma imprensa totalmente díspare daquela defendida pelo código.

Por outro lado discordo de que não deva haver controle dos outros meios de imprensa: sim, pela natureza mais democrática do jornalismo impresso ou via internet não há necessidade de controle tão intenso quanto o radialismo ou a televisão merecem. Mas nunca concordei, nem quando fazia parte dela, com a tese de liberdade irrestrita da imprensa.

Vou dar um exemplo prático e pessoal: fui repórter da Folha Dirigida (jornal carioca especializado em informações sobre concursos públicos, vestibulares e empregos). E sabe de uma coisa? Muitas das vagas veículadas pelo jornal são INVENTADAS. É, INVENTADAS mesmo. Eu trabalhava na editoria de empregos e estágios; lá a coisa funcionava assim: surgia um release num site de uma empresa qualquer (Carrefour por exemplo) dando conta de que o grupo tinha a espectativa de abrir duas ou três lojas no Rio (notem: havia a espectativa, nada certo). Aí um repórter (seis estagiários e apenas um jornalista) ligava para o Carrefour perguntando se a empresa confirmava a INTENÇÃO de abrir novas lojas e questionava sobre número de funcionários contratados em média por cada filial, salário, cargos para os quais a empresa costuma contratar, perere pão doce... No dia seguinte saia : "Hipermercados Carrefour: vagas para tantos mil trabalhadores!"

É claro que vai aparecer quem diga que trata-se de uma evidência anedótica; que a Folha Dirigida é um caso a parte. Sim, a Folha Dirigida é um caso a parte; assim como jornais que fazem cobertura política e transformam falas de governantes fazendo com que o leitor entenda que o tal tenha dito algo que na verdade ele sequer pensou em dizer são casos a parte; assim como programas de rádio que fazem apologia da "tortura" ou da "pena capital sem julgamento prévio" são casos a parte. O problema é que estes casos a parte exemplificam um todo e este todo não pode continuar se justificando no conceito ideal de "liberdade de imprensa" (que só seria bem aplicado à uma imprensa igualmente ideal) para justificar sua libertinagem.


« Última modificação: 01 de Agosto de 2007, 14:39:03 por Daniel Reynaldo »

Offline Herf

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.380
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #93 Online: 01 de Agosto de 2007, 18:19:12 »
O problema é que quando não se dá nenhuma opção, fica difícil as pessoas mudarem, ou exigir mais. ainda mais uma população inculta. culpá-las por escolher a Globo tendo em vista a excelente qualidade da programação da TV aberta é incoerente. Não há muito conteúdo nas outras, SBT, com o Grande alquimista Silvio Santos, ou as pornochanchadas nas bandeirantes e manchete. e a TV cultura, como já falei, misteriosamente não é acessível ao grande público.
Não há mais opções por que há dificuldade em se criar novas emissoras. Há essa dificuldade porque o estado impõe regulamentos desnecessários.

bem, isso é meio evidente. não domino muito bem o assunto, mas o que eu sei é que o espectro é público.   e há diversos modelos de divisão, UHF, VHF, cada uma com mais ou menos slots, mas definitivamente não há acesso irrestrito. por isso justifica-se concessões, e até mesmo qual a "razão" da transmissão.
É claro que o acesso não é ilimitado, e por isso o estado deve agir distribuindo-as, apenas para evitar o caos com interferências mútuas. Eu disse que concordo com este tipo de regulamento. Não concordo com o fato de o estado querer regular o conteúdo das transmissões.

Deve intervir pois o espectro é escasso e público.
Regular no sentido de conceder determinada freqüência para determinada pessoa transmitir em determinada região, e só desta maneira. Nada de fazer "sugestões" quanto ao caráter das transmissões. O primeiro tipo de regulamento não implica no segundo.

talvez eu esteja, talvez não. você citou o caso do referendo como contra-prova. mas de maneira geral há inúmeros casos onde a TV, mais especificamente a Globo, teve grande influência(eleições 89, apagão, as vaias, plano real e antena de ricupero).
A propósito: as últimas eleições presidenciais constituem um outro bom exemplo de que a Globo não é nem de longe onipotente. O tom anti-Lula na emissora não era leve, e deu no que deu...

totalmente diferente. o estado não deve regular o conteúdo da internet, ninguém é louco pra defender isso.
Coisa semelhante poderia ocorrer com a televisão.

Temma

  • Visitante
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #94 Online: 01 de Agosto de 2007, 19:32:10 »
vamos lá procedure. o ponto é esse. o espectro é escasso, certo? eu não sei exatamente quantos  canais podem ser criados, ou melhor, como pode ser dividido. mas a questão principal é: a quem pertence esse espectro? e sendo ele finito, quem tem o direito de usá-lo?

se ele é finito, é escasso. e não pode ser "distribuído". alguém ficará sem. supomos que seja usado um esquema de divisão que permita dividir o espectro reservado a TV em 100 canais. se para ser preservada a liberdade de expressão não devemos nunca regular o conteúdo do que será transmitido, ou mesmo regular a que fins se destinarão a transmissão (perceba que são coisas diferentes), o que faremos para controlar as milhares de pessoas que querem usar esse meio? alguém irá querer um canal cristão, outro para divulgar o seu produto, outro para falar sobre nietzsche. e como ficamos?



pra mim a questão se resume a isso: se o espectro é público, a sociedade através do estado é que decide que fim dar a ele. e isso não implica em regulá-lo completamente com "mãos de ferro".

a internet é diferente, é uma infraestrutura pública compartilhada


e sobre a questão da globo x povo. se você for observar, eu faço menção a um poder maior dela até mais ou menos meados dos anos 90. mas definitivamente esse não é um problema da qual dê para se concluir através de um ou outro exemplo que "não, nunca na história desse país a globo influenciou a opinião pública" ou o contrário, "que tudo que o povo pensa é vomitado pela globo", você parece gostar de um extremo, mas eu não me apego ao outro. Minha intenção no tópico não foi demonizá-la, nem dizer que "esse é o maior mal do nosso país", ou que estamos amarrados eternamente ao que passa na telinha. mas quero criticar a inércia dela. não fiz críticas ao seu jornalismo, critiquei o "show de entretenimento" que não se reflete em temas mais espinhosos. a globo é pacífica. é como seu modelo da novela, mudando a história conforme os índices de audiência. isso pra mim resume a Globo, e em geral a TV. acho que a informação tem um poder transformador, a internet tem e o que há de melhor nela é que todos podem ser fontes de informação, e não dá pra negar esse poder a uma entidade que até alguns anos atrás era a única fonte de informação 90% da população brasileira. mas mensurar isso é difícil. de certa forma a preferência dela pelo povo e seu "poder" explicam-se por uma combinação de povo s/ instrução + covardia da globo + apoio do governo e uma série de coisas. mas veja que até mesmo isso é finito. a Globo mudou muito seu jornalismo, devido às críticas, estava se criando um sentimento "anti-globo". ela estava perdendo credibilidade.

« Última modificação: 01 de Agosto de 2007, 19:34:42 por Temma »

Offline Herf

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.380
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #95 Online: 01 de Agosto de 2007, 21:42:50 »
o espectro é escasso, certo?
Não, essa foi uma afirmação sua, e que carece de fontes. Se é finito não necessariamente é "escasso". De qualquer forma, o espectro certamente não está lotado atualmente. Se há dificuldade para a criação de novos canais hoje é por pura dificuldade na concessão de freqüências estabelecida pelo estado.

A intensidade adequada de intervenção estatal no conteúdo das veiculações é algo que depende da quantidade de canais disponíveis. E os quatro princípios estabelecidos anteriormente não servem muito como instrumento de regulação, por serem bastante subjetivos. Dependendo de quem interpreta, qualquer coisa pode ser considerada uma violação de algum dos princípios.

Aliás: com a vinda da TV digital, alguma coisa poderá ser mudada a respeito? Digo, a nova tecnologia possibilitará que mais canais operem dentro de uma certa faixa de freqüência?

--------

Neste link da ANATEL há a distribuição da faxas de freqüência estabelecida, e as atribuições de cada uma: http://sistemas.anatel.gov.br/pdff/Consulta/Consulta.asp?SISQSmodulo=1068. Mas a lista é longa demais, e não especifica quantos canais poderiam ser estabelecidos na TV e rádio.

Offline Sr. Bradley P. Richfield

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 614
  • Sexo: Masculino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #96 Online: 02 de Agosto de 2007, 10:05:20 »
O VHF é extremamente limitado. Em uma cidade como São Paulo por exemplo, não existe mais espaço para uma emissora em VHF.
"O problema da internet é que ninguém sabe quando as citações realmente pertencem a quem se atribui." -- Abraham Lincoln

Offline Herf

  • Nível 37
  • *
  • Mensagens: 3.380
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #97 Online: 02 de Agosto de 2007, 13:02:49 »
pra mim a questão se resume a isso: se o espectro é público, a sociedade através do estado é que decide que fim dar a ele.
Aliás, você diz que, pelo fato de o espectro ser público, o estado deve atuar no sentido de que ele seja usado levando em conta os interesses da sociedade, e que, por isso, estão justificados os quatro itens listados acima. E também diz que a TV Cultura aproxima-se desses objetivos muito mais do que a rede Globo.

O contraste entre a audiência destas duas emissoras demonstra que não é nada seguro querer determinar o que é o tal "interesse social". o exemplo da televisão estatal que tomou o lugar da RCTV na Venezuela, comentado acima, é outro exemplo.

O VHF é extremamente limitado. Em uma cidade como São Paulo por exemplo, não existe mais espaço para uma emissora em VHF.
Só por curiosidade: quantos canais cabem, aproximadamente? E há possibilidade de aumentar o número de canais com a vinda da TV digital?

Offline Sr. Bradley P. Richfield

  • Nível 20
  • *
  • Mensagens: 614
  • Sexo: Masculino
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #98 Online: 02 de Agosto de 2007, 13:56:57 »
O VHF vai do canal 2 ao 13 e qualquer um deles pode ser usado. Cada canal pode ter uma banda de 6 Mhz. Mas tem uma limitação técnica.

Não podem existir duas emissoras em sequencia.
O canal 2 por exemplo vai de 56 Mhz até 60 Mhz e o 3 de 60Mhz até 66Mhz. Se existir uma emissora no 2 e outra no 3 vai existir interferencia entre elas.

O mesmo já não acontece no caso do canal 4 e 5. O canal 4 termina em 72 Mhz e o 5 só começa em 76Mhz. Então se o 3 estiver vago o 4 e 5 podem ser ocupados.

Com isso, 7 canais podem funcionar ao mesmo tempo.

Se com a TV digital for possível comprimir o sinal e envia-lo utilizando menos banda então sim, abre-se espaço para mais canais.
"O problema da internet é que ninguém sabe quando as citações realmente pertencem a quem se atribui." -- Abraham Lincoln

Temma

  • Visitante
Re: Rio: a capital mundial da cordialidade, né?
« Resposta #99 Online: 02 de Agosto de 2007, 21:59:27 »
pra mim a questão se resume a isso: se o espectro é público, a sociedade através do estado é que decide que fim dar a ele.
Aliás, você diz que, pelo fato de o espectro ser público, o estado deve atuar no sentido de que ele seja usado levando em conta os interesses da sociedade, e que, por isso, estão justificados os quatro itens listados acima. E também diz que a TV Cultura aproxima-se desses objetivos muito mais do que a rede Globo.

O contraste entre a audiência destas duas emissoras demonstra que não é nada seguro querer determinar o que é o tal "interesse social". o exemplo da televisão estatal que tomou o lugar da RCTV na Venezuela, comentado acima, é outro exemplo.


em nenhum momento eu disse que a TV Cultura aproxima-se mais desses objetivos que a Globo. eu disse que ela MISTERIOSAMENTE não compete diretamente com as TV's abertas. que seu conteúdo é "intelectual demais" para o povão(excetuando a prog. infantil).

e sua conclusão não faz o menor sentido. a BBC é estatal. puxar exemplos da manga não provam nada. aliás, acho que podem muito bem coexistir os dois modelos, são complementares. sou contra a estatal que viria a ser criada pelo governo Lula porque há muitas outras coisas pra se investir.



e sobre o espectro ser escasso, eu afirmei isso baseado em algumas coisas que li sobre sobre tecnologias GSM, WI-MAX, que pra cada nova tecnologia era uma pendenga danada pra definir em que faixa irão operarc, e também no que o the-funto afirmou, que já há escassez em alguns lugares



procedure, você discorda do espectro ser público?

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!