Bem... Sei que este forum é politicamente correto, sei que as regras do forum não permitem nenhum tipo de apologia ou sequer alusão ao uso de drogas.
No entanto, não vejo como esse relato pode influenciar alguem a usar drogas, apenas um relato puramente investigativo (de minha parte) de uma compreensão um pouco maior do que se trata a substância da experiência e seus efeitos...
Que fiz? Resolvi certo dia fazer uma experiência com o uso de uma substância derivada da Ergotamina, substância que tem muitos relatos históricos de "alteração da consciência", transfiguração da personalidade, até mesmo despersonificação, perda do ego, entre outras caraterísticas dentro do reino da mente.
O que me veio em mente foi realizar a administração e me submeter à alguns textes, dos quais futuramente poderia avaliar e comparar, tendo como objetivo compreender o que acontece com a mente de fato, com o contato de tais substâncias nas entranhas do cérebro...
Textes basicamente eram: Ler e compreender alguma idéia, Escrever relato das sesações e impressões mentais do momento, Responder a questões préviamente elaboradas, E realizar qualquer juizo a respeito da mente em geral no momento da alteração.
Iniciei uma leitura do tema, "Aldous Huxley - As Portas da Percepção", julguei ideal esse livro ser o foco da interpretação alterada por tratar exatamente do mesmo tema... Fiz uma pequena introdução ao livro em condições normais, chegando ao primeiro quinto do livro 17/96 paginas, resolvi que a partir dali seria o inicio da experiência...
As questões "préviamente elaboradas" na verdade são exatamente as questões que trata no livro que o entrevistador de Huxley faz a ele no momento da experiência. PS:(A substância usada por Huxley é outra).
Questões:
-Que me diz das relações espaciais ?
-Que me diz das relações humanas ?
-O que passa em sua mente quando fecha os olhos ?
Importante que vou copiar fielmente tudo que relatei no momento da experiência e vou fazer observações em plena "sanidade" (pois é esse o estado que estou agora)
Outra coisa importante é que posso ter sido influênciado pelo livro, mas o que deve valer nessa experiência não é exatamente o que eu "deveria" ter feito, mas a forma como fiz...
"Se tentei copiar um devaneio do livro, copiei como ? Qual foi a diferença entre o que tentei fazer e o que fiz de fato ? Que mudou em mim ?"Eis que preparo todo o meu quarto, faço uma refeição leve, preparo todo o aparato da leitura e o os blocos de nota no computador, então as 22:43 ingerí 200 microgramas da Dietilamida do Ácido Lisergico, Oficialmente o início da experiência.
Entro pra tomar banho as 22:43 logo na sequência, tomo um banho bem relaxante, saio, me troco, e vamos pra parte que interessa... Sento pra ler o livro uns 10 minutos após a ingestão e inicio da experiência!!!
Do que se tratava na pagina do livro em que voltei a ler, agora pouco me lembro, mas me lembro que a sensação de qual Huxley tratava nesta parte, de uma sensação de revelação profunda ao simples fato de olhar algo, uma revelação quase que de "ver vida num objeto de natureza morta", esta sensação não foi relevante naquele momento pra mim em minha experiência (talvez pelo fato das substâncias terem sido diferentes), mas que me marcou foi a sensação de como me concentrei na leitura, de como me empenhava em tentar vivênciar o que Huxley narrava, tentava enxergar o mundo da maneira de Huxley como tratava no livro, mas isso me trazia apenas uma sensação de que era em vão a tentativa, e que Huxley falava não era em absoluto de uma experiência psicodélica ps:(Sinal do começo da perda do ego, onde estava começando fazer julgamentos a respeito da minha capacidade, dos quais eram supra valorizados, julgava meu intelecto muito mais competente que o dele, julgava ser mais capaz de perceber detalhes que ele não havia percebido, enfim tinha uma confiação muito grande na minha mente naquele momento, uma certa megalomania, estava me sentido superior aos homens, como os homens são aos macacos) ps2: (Engraçado que Huxley trata também desta característica megalomaníaca na sua experiência, em trechos onde diz que olhava quadros de artistas renomados e simplismente julgava aquilo como tentativas frustradas de representar um valor, valor do qual apenas ele poderia compreender naquele momento, apenas ele poderia fazer arte pois era tão superior na contemplação da vida e da existência, que podia compreender muito mais as sutís formas de qualquer figura e qualquer arte, e sabia ali o que de errado havia cometido o artista na sua tentativa de fazer arte).
A leitura foi ficando muito vagarosa na minha sensação temporal, parecia demorar muito pra compreender trechos curtos, voltava várias vezes pra reler uma sentença porque apesar da concentração, parecia que ela estava focada não na leitura em sí, mas uma concentração no ambiente como um todo do meu quarto, julgava ser possível perceber uma agulha caíndo no canto do quarto, julgava ser possível realizar várias atividades mentais ao mesmo tempo com uma eficácia normal que faria uma atividade só quando estava em condições "normais".
A memória foi se encurtando, mas isso parecia não fazer a menor diferença mais, parecia que proporcionalmente a perda da memória curta (Julgava que podia lembrar apenas de 1 ou 2 segundos atrás, e não mais que isto), mesmo assim este fato não tinha relevância, tamanha era a intensificação da atividade mental, pois parecia que era necessário perder a memória pra que tal intensidade fosse alcançada, como se uma balaça entre memória/força do pensamento tivesse estar pendendo para o lado da "força do pensamento", e que cada vez "melhor" poderia contemplar o mundo, melhor no sentido multiplo da palavra, "contemplação melhor" em qualquer coisa do mundo, os problemas mundanos pareciam não importar mais (como qualquer problema filosófico, nem sequer me vinha em mente pois parecia não importar mais..."Pra que os problemas, se tenho ISTO, se tenho o mundo em minhas mãos agora, se estou contemplando o mundo em totalidade agora, nada mais importa, os problemas ja foram rezolvidos, qual a resolução dos problemas? o fato de nem terem aparecidos"
Foi quando no meio da página 20, essa despreocupação com os problemas existênciais dos quais tinha em mente buscar na experiência sumiram totalmente com, a despreocupação foi tão grande a ponto de julgar ali que bastava ter lido 3 páginas após o inínio da experiência, e que nada mais poderia eu me preocupar, não seria justo com a minha vontade continuar ali sentado lendo, pois não via motivos nenhum para fazer absolutamente nada que não fosse a pura contemplação e a vivência daquele momento, foi então que resolvi me concentrar nesta tarefa e deitar na cama mesmo sabendo que não iria dormir, mas pelo simples fato de sossegar daquele problema que me tinha proposto, de realizar experiência, mas relaxar profundamente e aguçar puramente a sensibilidade do espetáculo do mundo que se me apresentava pelos sentidos...
Antes de me deitar, por um impulso, resolvi ao menos responder as 3 questões... Foi isto, sem edição...
Que me diz das relações espaciais ?
23:35 - Vejo minha cama aterrorizantemente, parece que carrega consigo uma maldade (talvez seja indicio de uma viagem ruim) mas não ligo e suporto, porque posso me lembrar de como superei experiências mais aterrorizantes e isso me poe um pouco de realismo em mente e tira a sensação de psicóse.
24:00 - Agora lendo a resposta que dei para a pergunta das relações espaciais, vejo que nada respondi a respeito de relações espaciais, mas respondi sobre um objeto espacial, a minha cama, que foi o único objeto que me veio em mente ao virar a cabeça.
Sinto-me agora sem a capacidade de calcular os angulos aos quais os objetos que vejo se me apresentam pela perspectiva de meus olhos, parece que a profundidade de um objeto ocila entre profundidade e superficialidade....(continua)
Parece que a pergunta não produzia o mesmo "efeito", quando li "que me diz das relações espaciais", respondi que a cama era aterrorizante (na verdade estava com indícios de psicóse), qual relação tem esta resposta com a pergunta? Que a cama é um objeto espacial evidentemente... Quando me fiz a pergunta, não produziu em minha mente "que estou percebendo das relações espaciais, o que tenho a dizer", mas "objetos espaciais, mire algum e descreva-o"
(continuação)Que me diz das relações humanas ?
Nada me vem em mente porque julgo ser necessário contemplar seres humanos neste momento pra ser capaz de responder qualquer coisa das relações humanas, no entanto estou só em meu quarto, vejo só o prolongamento do meu corpo abaixo... Me passou rapidamente a idéia de que poderia estar com medo de olhar no espelho, medo esse que também posso superar facilmente ao lembrar do quanto consigo remeter ao verdadeiro julgamento do que é aterrorizante de fato, numa situação de sanidade, pois sei que este mundo em que minha mente se encontra agora não é o que representa a única verdade, mas que ha uma verdade bem menos aterrorizante do fato de olhar-se no espelho do que julgo agora...(continua)
Porque simplismente resolvi ignorar esta pergunta? Não é porque não tinha alguem ao meu lado pra eu poder observar, pois era simplismente resgatar algum pensamento de pessoas e efetuar um juizo, mas talvez ignorei isto justamente pela perda do ego que estava tendo, somado também com a megalomania (que são correlativas), talvez estivesse achando aquela pergunta "desnecessária", como qualquer outro problema... E porque não achei as outras perguntas desnecessárias? Talvez porque esta se trata das relações humanas, relações essas, que a analize da mesma envolveria uma maior riqueza de pensamentos a respeito de trapaças, falsidades, mentiras, enfim todos tipos de atos que no momento de uma perda de ego se tornam densamente "feios", talvez por isso dessa pergunta achei desnecessário, por tratar exatamente de relações horrendas... Talvez estivesse querendo evitar isto, talvez tivesse querendo um contato com as verdades do mundo, e não com tudo aquilo que se demonstra prejudicial pra encontrar a verdade.
(continuação)...O que passa em sua mente quando fecha os olhos ?
Vejo a linda Gê e me lembro de sua graça... Os ombros finos, cabelo liso, rosto delicado e angelical, me lembro do seu tom de voz inocente e vejo um convite muito intenso pra que eu entre em sua vida, vejo nela um olhar de admiração por mim mesmo que me conhecendo pouco. Parece que consigo me ver com os olhos dela me admirando um pouco, mas com um pouco de receio por ser um desconhecido figurante que acabara de entrar em sua vida...(continua)
Aqui não nega meus instintos, pois senti muita atração por essa mulher, e sinto até hoje... Naquele momento não estava tendo prazer carnal, não senti vontade de me masturbar, mas o prazer era apenas pensar nela... Era suficiente só pensar nela, pensar em uma vida com ela, casar, ter filhos, (essas convenções humanas...hahah)
Porque disse que sentia um convite dela? Talvez tenha tido algum movimento que denunciasse ? Não sei, isto é um mistério também, existe N fatores que uma mulher faz que produzam esse tipo de impressão, mas será que este julgamento foi correto? Será que ela realmente gostou de mim? Penso que sim agora em condições normais, portanto teria eu tido um juizo exatamente, ou parcialmente igual, em condições de alteração ? Isto é um bom sinal de que havia um pé na realidade...
(continuação)...Me lembro que ingerí uma porção média do LSD as 22:43
Agora são 23:43, exatamente uma hora após a ingestão, sinto minha memória falhar, não posso lembrar em qual pagina do livro iniciei a leitura após a ingestão da droga (Acho que é a 17, estou na 20 agora) O livro é "As Portas da Percepção" de Aldous Huxley, livro que trata exatamente sobre o uso de substâncias que alteram a consciência e o funcionamento do cerebro.
PS> Pesquisar Pintor: Vermeer
Nota: Apesar de estar dizendo que vejo a profundidade ocilar com a superficialidade em minha visõe, penso que tudo que estou pensando, a maneira como uma idéia se transforma e vai para outra, é um tanto quanto "dadaísta". Portanto ao dizer que a profundidade ocila com a superficialidade, posso estar apenas dando um formato dadaísta para a idéia de observação do mundo sensível pelos olhos.
Me parece que sob a influência dessa subsTãncia - o LSD - a conexão de idéias se torna ainda mais randômica do que o comum.
Digo AINDA, pois agora vejo que, lendo o livro As Portas da Percepção e o relato de Aldous Huxley sobre suas experiências, vejo que a conexão das idéias deste livro, o formato do pensamento, mesmo em "sanidade", mesmo estando sóbrio, ja é randômica.
Como se a razão ficasse vagando e "caminhando" dentro de uma esféra do conhecimento sem nenhum sentido.
Parece que vejo agora o que Niet. queria dizer com o Niilismo, o vazio de sentido nas coisas.
Apesar de tudo parecer vazio de sentido, ainda contemplo o mundo sensível e me espanto, óras porque isso acontece? Esse mundo sensível não deveria me afetar de maneira alguma, pois não ha sentido nenhum em nenhuma das coisas que contem no mundo.
Percebo agora também que estou tendo uma forma de pensar da qual eu não tenho normalmente, definitivamente eu não sou quem era antes da ingestão do LSD, essa substância é realmente poderosa...
Esta útima nota foi feita durante a experiência.Nota: "Gê" foi uma menina que conheci a 2 semanas num festival que fui (onde tive experiência com a mesma substância, talvez por isso a associação??) , que ví apenas 2 dias e nada tive com ela, apenas tróca de olhares e um contato virtual na sequencia, no qual ela pareceu reciproca no aféto, apesar de estar a 4 horas de avião de distância alimento um sentimento muito forte por ela e é a principal mulher que penso quando almejo o futuro (apesar de ser precipitado este juizo, pois nem a conheco direito, mas os seres humanos tem dessas.....)
Agora vem a parte mais intensa da experiência...
Deitado na cama eu simplismente tive uma sensação de orgasmo interminavel... Qualquer movimento era agradavel, o simples balançar de cabeça pra cima e pra baixo era agradável, qualquer coisa da qual eu pensasse naquele momento, via por um lado incrivelmente bom, de uma forma que eu julgava não ser capaz em condições normais...
Pensei 90% do tempo na "Gê" e como poderia mudar meu destino pra nossas vidas se cruzarem, apesar de não achar uma solução definida, era agradavel pensar nela, e sentia muita confiança de que no futuro minha vida iria cruzar com a dela, mesmo que fosse por optar de largar tudo que tenho exclusivamente em função disso, era muito convicto que nada mais que o amor importava, apenas amor, apenas momentos mágicos como aquele que eu estava vivendo importavam, apenas mesmo que fosse por viver uma vida toda esperando por 1 segundo daquela sensação do amor verdadeiro por ela, sabia que aquilo era suficientemente pra eu abandonar tudo, definitivamente um ato de LOUCURA era totalmente cabivel, era suficiente, era apenas o que importava, ser diferente de todo o mundo, cometer um ato que ninguem jamais cometeu, "fazer diferente.."
Levantei muitas vezes pra ir ao banheiro, o que me incomodava um pouco pois tirava minha concentração daqueles pensamentos prazerosos, mas nada que afetasse significativamente o prazer, apenas gostaria de estar mais enchuto... (A substância tem um poderoso efeito neste sentido da desidratação, naquele momento parecia entender claramente que a desidratação tinha uma relação proporcional a "velocidade" com a qual meu corpo e minha mente trabalhavam)
Ao passar das horas, me via na mais incrível excursão pela mente, nunca havia me sentido daquela forma antes, senti que deitado na cama naquele momento, adormecia, meu corpo adormecia mas INCRIVELMENTE eu não estava dormindo, minha percepção estava mais aguçada do que nunca, como alguem que esta prestes a saltar de bungee jump e com a taxa de adrenalina elevadissima, eu era estava muito ágil na percepção como nunca estive, porem o relaxamente do corpo lembrava o sono, o corpo totalmente "solto" na cama, ao passo que podia realizar movimentos extremamente bruscos mesmo assim (Falo isso pois me mexi e senti desta maneira, inclusive num momento em que ouvi um barulho de fora me assustei e tive um pulo pra vigílha e atenção aos movimentos responsaveis por aquilo)...Existe uma faculdade da mente que é responsavel por "criar" uma projeção do corpo, quer dizer, simula a forma geométrica, a forma espacial, que seu corpo ocupa, mesmo de olhos fechados temos a famosa "noção de espaço" (Expeculação, talvez esta característica da mente tenha sido moldado por pura seleção natural, onde aquele que melhor domina o corpo tem maior chance de sobreviver)
Esta noção de espaço era incrivelmente nítida, podia saber exatamente onde é que estava a divisão entre o meu dedo mindinho do pé e o dedo ao lado (Nome???), estava com a sensibilidade extraordinária, estava com o tato, visão, audição... todos sentidos podiam definir sutis alterações e diferenças...
E estava exatamente como se acorda no meio da madrugada, com a consciência "la no fundo", parecia que olhava meus braços e via la longe eles, no entanto a consciência "la do fundo" era intensa de tal maneira que podia suprir essa distância, era um paradoxo de estar consciênte do mundo a minha volta com estar totalmente fora do mundo e adentrado no reino da mente por completo, este é um paradoxo, mas é o que via e vivia, via tanto uma como outras sensações, ambas juntas, e ambas tinham motivos suficientes pra acreditar que não era puro engano, pois tinha a todo momento provas disto, como as reações que tinha aos barulhos, a velocidade com que ainda podia me mexer, provavam pra mim que estava totalmente "consciênte", ao passo que deitava-me na cama e me desligava do mundo e podia criar sonhos facilmente, parecia poder moldar qualquer objeto geométrico naquilo que chamamos de visão, podia criar cores no pretume da escuridão... (é facil perceber este paradoxo, ao fechar os olhos vemos cores e o preto fundidos (que teóricamente teria de ser ausência de cor)... Era assim que se fundiam os dois mundos, o mundo sensível, o espetáculo que se me apresentavam pelos sentidos, com o reino da mente, o reino onde surge os sonhos, reino do qual alguns céticos extremistas julgam não existir... (a qual mundo mais poderia pertencer os sonhos? É exatamente desta distinção entre o mundo que nós "assistimos" os sonhos e o mundo que assistimos os sentidos que chamo de mundos diferentes, e ambos se fundiam de maneira espetacular naquele momento...
Nota: Talvez esta projeção que a mente cria do corpo, esta "noção de espaço" que temos de olhos fechados, talvez seja ISTO, quando estamos neste estado em que a noção se torna muito boa, talvez seja isto a que os misticos chamem de "terceiro olho", pois foi a sensação que tive no momento é de poder "enxergar" com a noção de espaço que estava, da maneira como era nítida a noção, e não "aproximada" como a percebemos em estados normais...
A partir disto até o momento em que decidi levantar novamente, acho que nada mais posso relatar, tamanha foi a intensidade de prazer que senti e o poder com que cada pensamento adquiria em mim, pareciam ser de grandeza infinita, em momentos simplismente todos os pensamentos sumiam, semelhante a meditação, "pensava que não estava pensando", um estranho paradoxo que parecia real naquele momento...
Foi então que, pelos motivos ja citados acima, da alteração brusca nos estados de sono com o estado de vigílha aguçada, foi que resolvi pular da cama pra escrever novamente, independente do que escrevesse, julguei que seria ideal relatar quaisquer palavras que saiam da minha mente, pra que eu pudesse compreender depois melhor o funcionamento da mente naquele momento, como as idéias iam de umas pras outras, segundo qual "lei" as idéias se transformavam em outras.... Então a obra mais psicodélica que ja concebí (Psicodélica no sentido de estar num estado de profunda alteração no momento de escrita, alteração tão grande que nem sequer parecia eu, julgava ali estar encarnado em outra pessoa, parecia que tinha mudado de personalidade, mudado a maneira de pensar, tudo era de uma forma que nunca tinha sido antes, tanto o mundo como os pensamentos, a dualidade continuava a reinar "corpo e mente" pareciam extramente numa comunhão irresoluta e insoluvel, e não poderiam ser decompostos jamais pra efeito de estudos )
PS: Talvez esta comunhão tenha sido o principal motivo pelo qual deixei de viver e ser uma mente "realista", somado também com o fato de que adquiri conhecimentos a respeito do idealismo filosófico, o que mudou totalmente minha concepção da realidade, do mundo, da mente e de todas as coisas...
Acabo de abrir o bloco de notas... Não sei o que escrever, mas apesar disso eu continuo com a razão...
Agora são 3:19, sinto muito bem star, e quase não consigo raciocinar mais, estou escrevendo muito lentamente, parece haver uns momentos ocilantes de sanidade, uns picos de sanidade e que trazem consigo um bem star junto.
Acabo de ler o paragrafo acima e não compreendo mais o que ele significa e só passaram 2 minutos. ... (continua)
NOTA: Detalhe importante agora, onde no meio do escrito mais psicodélico que ja registrei, fiz uma indagação que remetia a filosofia de Nietzsche, da tese do eterno retorno, onde Nietzsche propoê que a vida deve ser encarada a cada momento como se as escolhas que voCê faz, gostaria realmente de faze-las e mais infinitas vezes.
(Continuação)... Será que eu quero isso, mesmo sabendo que isso vai acontecer infinitas vezes no futuro ?
Estou muito confuso... 3:23
de dois em dois minutos!!
O extase vence a guerra entre a razão e o ...
Não consigo completar a frase... 3:25
Meus dedos tremem em cima do teclado, minha respiração é meio lenta ...
Posso sentir muito vivamente.... (continua)
Aqui talvez estivesse fazendo uma alusão a sensação de sentir o mundo sensível de forma muito distinta e definida com os sentidos aguçados....
(continuação)... não consigo completar outra frase...
Parece que vejo as palavras andando de um lado para o outro e se encaixando em outras frases... COmo se tivessem se organizando do caos que estavam antes....
Minha visão ta distorcendo as imagens..
Quadrados virando retangulos horizontais e verticais ocilantemente...
Mas vejo partes difíceis de ser identificadas como objeto.(continua)...
Aqui a parte mais misteriosa do escrito.. O que estaria eu tentando expressar ao dizer que as palavras estavam se organizando do caos ? Ou "Vejo partes dificeis de ser identificadas como objeto" ?
Isto permanece misterioso pra mim até em sanidade, talvez estivesse tentando expressar a dificuldade com que o mundo sensível se apresentasse pra mim, em algum momento em que estivesse muito profundamente adentrado na abstração do reino da mente, onde os sentidos do mundo sensível poderiam estar me enganando a todo momento e que os objetos dos quais me referia eram os objetos sensíveis aos olhos (e não objetos em geral, como pensamentos também, mas objetos apenas do mundo sensível aos olhos) Talvez estivesse muito profundamente adentrado numa abstração, que mal podia enxergar com os olhos o mundo mesmo, mas apenas alguns objetos, e outros não, como se eu pudesse ver o teclado mas não o monitor...
(continuação)...Não sei o que vou fazer agora... se vou me deitar agora ou se vou daqui 5 horas, eu não sei quase absolutamente nada...
Sinto que ja foi escrito bastante pela experiência, e que mais, talvez não seria tão beneficio.
3:33... vou dormir
Se por acaso achar que posso criar algo interessante, eu volto pro computador...
Essa ultima parte não parece apresentar muita revelação do que eu pensava naquele momento, mas sim que estava satisfeito com o que tinha feito até ali, sabia de alguma forma que o pouco que escrevi poderia me auxiliar bastante na investigação da experiência posteriormente...
Gostaria de algumas opiniõs a respeito, tem muita gente aqui que gostaria que opinasse... Sei que também tem muita gente vai dar risada... Só peço para que se não acha interessante este relato, é só não opinião, pra evitar desvirtuação do tópico...