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Autor Tópico: TV pública  (Lida 7109 vezes)

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Offline Herf

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Re: TV pública
« Resposta #75 Online: 17 de Outubro de 2007, 18:29:43 »
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(...)
Os levantamentos encomendados ao Ibope também trouxeram informações importantes para o debate. Segundo esses dados, embora a audiência média da TVE do Rio seja baixa, ela reúne um público considerável, quando os números são desmembrados.

Por exemplo, do total de telespectadores das chamadas classes A e B que assistiram TV nos sete dias anteriores ao levantamento, 49% afirmaram ter assistido a programas da TVE, em algum momento.

Na classe C, esse universo é de 34%; e nas classes D e E, o número chega a 16%.

Segundo Luís Fernando, o levantamento também indica uma audiência qualificada, com grande participação de pessoas com formação superior e de segundo grau.

"Afirmaram ter assistido a programas da TVE, em algum momento". Não diz grande coisa. Assistiram algum programa da TVE em algum momento da última semana? E de quanto foi este tempo? Há uma grande diferença entre ser um telespectador freqüente e um que assiste ocasionalmente durante a semana. E quanto ao tempo em que ficaram ligados na Globo, SBT, Band, Record, etc? Aposto que foi muito maior do que o tempo em que ficaram ligados na TVE, muito embora a pesquisa não deixe isto explícito.

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Por outro lado, a TV pública, no Brasil, tem vários exemplos positivos: a TV Cultura em São Paulo está entre as quatro com maior audiência de televisões ligadas.
Além disso: é uma das mais premiadas do mundo, com três prêmios Emmy dos quatro recebidos pelo Brasil.

Foi também premidada pela UNESCO, recebendo o Prix Camera, sendo que só foram concedidos dois, um para a Cultura e outro para a BBC.

Melhor que esse blá blá blá anti-estatal, seria que os argumentos recebessem algum tipo de argumentação concreta.
Pois bem, por que o estado deve se comprometer com (mais) uma emissora de televisão? Se a TV Cultura tem tanta qualidade, por que não a privatizar? Por que mantê-la estatal, com pessoas que não querem assisti-la tendo que pagar por ela?

Por outro lado, se ela é de uma qualidade que não a permitiria concorrer com as grandes emissoras privadas, por que deveria continuar a existir, já que não faria o menor sentido manter uma emiossora para a qual não há audiência?

Vejo esta grande contradição entre aqueles que defendem a criação/manutenção de emissoras bancadas com o dinheiro público.

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Além disso tudo, você não pensa ser uma tremenda falta de decência gastar tamanha quantia com uma TV quando o país ainda sofre com problemas nas áreas fundamentais, como educação, saúde e segurança?

Offline Herf

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Re: TV pública
« Resposta #76 Online: 19 de Outubro de 2007, 20:22:07 »
Artigo de Nelson Motta, na Folha de hoje:

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Quando Chávez não renovou a concessão da RCTV, a emissora tinha 30% da audiência nacional. Seus estúdios e transmissores foram transferidos para a Televisora Venezolana Social, a TV pública bolivariana, com uma programação feita para elevar a cultura da população e ser um bom exemplo para os outros canais, onde o povo pudesse se ver, respeitando a pluralidade e o gosto popular: a população decidiria o que quer ver. Em setembro, a TVS tinha caído para 4,6%, e, em outubro, para 3,6%. A audiência da RCTV migrou para outros canais privados, e a TV chavista tem muito dinheiro e apoio político, só não tem público.

Programas sobre artesanato, danças folclóricas, escolas comunitárias, saúde da mulher, música nativista, celebração de heróis nacionais, entremeados por propaganda governamental, não estão conseguindo agradar o público, que continua preferindo as novelas, os telejornais e as séries americanas das TVs privadas.O que ganharam os venezuelanos com isso? Mais opções de diversão? Mais qualidade de informação?

A TVS é ótimo exemplo de tudo o que uma boa TV pública não deve ser. Uma emissora movida a dinheiro de impostos tem que ter metas de desempenho que justifiquem os seus investimentos e os salários de seus funcionários e gestores, chegando ao público que menos tem e mais precisa de informação e diversão. Não basta que alguém ou algum conselho diga que os programas são "bons". É o público que vai julgar, vendo ou mudando de canal. E aí, mudem-se os programas, não o público.

Num país de 190 milhões de habitantes, quando um programa de televisão, por "melhor" que seja, é visto só por 5 mil pessoas (a média diária das TVs estatais), o dinheiro de todos está pagando o privilégio de poucos. Em vão.

Offline Quereu

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Re: TV pública
« Resposta #77 Online: 21 de Outubro de 2007, 10:59:51 »
Editorial no Estadão

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A medida provisória que cria a TV pública confirma os temores de quem acreditava que o governo Lula, a pretexto de criar uma rede de comunicação que apoiasse as manifestações culturais regionais e estimulasse a produção nacional de programas educativos, informativos e culturais - no sentido amplo da expressão -, na verdade montasse um esquema chapa branca de promoção dos interesses do governo. Da maneira como está sendo constituída, essa não será uma TV pública - por definição alheia aos interesses do governo e infensa à influência e à propaganda dos governantes de turno -, mas uma TV governamental.

A primeira evidência de que o governo federal está mais preocupado em montar uma rede de comunicação para divulgar as suas realizações e sua propaganda - e não uma TV com finalidades educativas e culturais - é o instrumento escolhido para sua instituição: a medida provisória. Isso mostra que o governo quer evitar o debate em profundidade - que haveria se a matéria fosse tratada em projeto de lei -, primeiro, sobre a necessidade da criação de tal rede e, depois, sobre os mecanismos que a preservariam da indesejada influência governamental. Fosse o Congresso Nacional mais cioso de suas prerrogativas, devolveria ao Planalto essa medida provisória - mais uma - que não preenche os requisitos indispensáveis de relevância e urgência que a Constituição exige para a edição desse tipo de ato. A previsão de que em dezembro devem se iniciar, no País, as transmissões da televisão digital - um processo que se estenderá por uma década - não caracteriza urgência. E não há relevância na criação de um "sistema complementar ao sistema privado de serviços de radiodifusão", quando se sabe que há décadas funciona, com essa mesma finalidade, a rede Radiobrás, cujo patrimônio, de resto, constituirá o patrimônio da tal TV pública.

A TV pública - ou Empresa Brasil de Comunicação (EBC) - terá, diz a medida provisória, "autonomia em relação ao governo federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão". Essa seria, de fato, a prerrogativa de uma empresa pública de comunicação. Mas não se pode esperar tamanha isenção e imparcialidade de um organismo cujos diretores são, direta ou indiretamente, escolhidos pelo presidente da República.

Começa que o estatuto da EBC será definido por decreto presidencial. O Conselho de Administração será constituído por um presidente, indicado pelo ministro da Comunicação Social, pelo presidente da Diretoria Executiva (nomeado pelo presidente da República), por dois conselheiros indicados pelos ministros do Planejamento e das Comunicações e por um conselheiro indicado conforme o Estatuto (feito pelo presidente da República).

O Conselho Curador, que deveria zelar pela independência da TV pública, será constituído por quatro ministros de Estado e um representante dos funcionários, bem como por 15 "representantes da sociedade civil" indicados na forma do Estatuto (aquele, feito pelo presidente da República). Ou seja, o governo indica os componentes dos órgãos de direção da TV que deveria ser pública e, quando não o faz diretamente, obedece a regras cozidas no Palácio do Planalto.

Para o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, não poderia ser diferente. "Se não for o presidente, quem vai indicar? Na Inglaterra, é a rainha." De fato. Mas, na Inglaterra, a rainha não governa, reina. Ela não é filiada a partido político nem está sujeita às injunções das disputas eleitorais. Além disso, quando a BBC roça a linha que separa o interesse público do interesse governamental, o Parlamento dispõe de meios para fazê-la voltar aos trilhos. Aqui, o ministro da Comunicação Social tem outra fórmula: "A sociedade vai fiscalizar. Se não for independente, (a TV pública) não vai dar certo."

A "sociedade" não tem como fiscalizar a TV pública. Poderá apenas dar-lhe ou negar-lhe audiência - que é o que tem ocorrido com as televisões públicas em funcionamento. Mas não terá como impedir que essa rede seja um instrumento de proselitismo eleitoral e de propaganda ideológica. Cabe ao Congresso rejeitar essa medida provisória para que a Nação não lamente, mais tarde, restrições maiores à liberdade de opinião e expressão.
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Offline HSette

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Re: TV pública
« Resposta #78 Online: 21 de Outubro de 2007, 11:54:37 »
A MP 398 já foi publicada e pode ser vista na íntegra no link abaixo:
http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/blog/?page_id=273

Ela é claramente inconstitucional, pois não atende o requisito da "urgência", exigido para esse tipo de medida.
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Chaves

Offline Rodion

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Re: TV pública
« Resposta #79 Online: 21 de Outubro de 2007, 15:10:59 »
ah, hsette, passa por cima dessa da urgência. a esmagadora maior parte das mp's não atende a ele, é algo que a prática já refutou.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Liquid Snake

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Re: TV pública
« Resposta #80 Online: 21 de Outubro de 2007, 16:01:07 »
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Para o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, não poderia ser diferente. "Se não for o presidente, quem vai indicar? Na Inglaterra, é a rainha."

É tudo tão descarado... Eles nem disfarçam mais.
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: TV pública
« Resposta #81 Online: 21 de Outubro de 2007, 19:02:56 »
Eu disse que é a TV PT entrando no ar para iludir eleitores, acreditam agora?

Offline HSette

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Re: TV pública
« Resposta #82 Online: 21 de Outubro de 2007, 19:05:34 »
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Para o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, não poderia ser diferente. "Se não for o presidente, quem vai indicar? Na Inglaterra, é a rainha."

É tudo tão descarado... Eles nem disfarçam mais.

Mas isso não tem nada a ver mesmo não.

Quem vai indicar então? Eu?  :hihi:



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Offline Rodion

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Re: TV pública
« Resposta #83 Online: 21 de Outubro de 2007, 21:15:35 »
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Para o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, não poderia ser diferente. "Se não for o presidente, quem vai indicar? Na Inglaterra, é a rainha."

É tudo tão descarado... Eles nem disfarçam mais.

Mas isso não tem nada a ver mesmo não.

Quem vai indicar então? Eu?  :hihi:





o congresso? a associação brasileira de jornalistas? sei lá, qualquer pessoa. mas não el presidente, né?

curiosidade, quem indica o diretor da tv cultura?
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Offline n/a

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Re: TV pública
« Resposta #84 Online: 21 de Outubro de 2007, 21:46:22 »
Uma cúpula, acredito. Mas indicaram o Markun, então não deve ser grande coisa. :D

Aliás, lembro de ter lido em algum lugar que três pessoas era indicadas por esse conselho e o governador escolhia uma, ou algo assim. Mas não estou certo disso. Acho que foi o Reinaldo Azevedo chiando pelo Serra ter deixado o Markun passar.

Offline HSette

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Re: TV pública
« Resposta #85 Online: 21 de Outubro de 2007, 23:54:31 »
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Para o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, não poderia ser diferente. "Se não for o presidente, quem vai indicar? Na Inglaterra, é a rainha."
É tudo tão descarado... Eles nem disfarçam mais.

Mas isso não tem nada a ver mesmo não.
Quem vai indicar então? Eu?  :hihi:

o congresso?
:susto:
Piorou...

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curiosidade, quem indica o diretor da tv cultura?
Aqui em Minas é o governardor.
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Offline HSette

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Re: TV pública
« Resposta #86 Online: 26 de Novembro de 2007, 18:47:43 »
E saiu a indicação dos 15 representantes da sociedade civil que vão compor o conselho curador da Empresa Brasileira de Comunicação --futura TV pública.

Ângela Gutierrez - empresária e empreendedora cultural

Cláudio Lembo - ex-governador de São Paulo, advogado e professor universitário

Delfim Netto - ex-ministro, ex-secretário estadual de São Paulo, ex-deputado e economista

Irma Vieira - diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi (PA)
Isaac Pinhanta - professor indígena da tribo dos Ashaninka (AC)

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni) - empresário, ex-diretor da TV Globo e atualmente é consultor desta empresa

José Martins - engenheiro mecânico e empresário

José Paulo Cavalcanti Filho - ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-presidente da Empresa Brasileira de Notícias

Lúcia Willadino Braga - diretora da Rede Sarah de Hospitais

Luiz Edson Fachin - especialista em Direito de Família

Luiz Gonzaga Belluzo - ex-chefe da Secretaria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda e ex-secretário estadual de São Paulo

Maria da Penha Maia - que teve o nome divulgado em todo país na Lei Maria da Penha que aumenta o rigor das punições contra agressões às mulheres

MV Bill - cantor de rap e autor de livros e documentários

Rosa Magalhães - carnavalesca e artista plástica

Wanderley Guilherme dos Santos - pró-reitor de Análise e Prospectiva da Universidade Cândido Mendes
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Offline Dbohr

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Re: TV pública
« Resposta #87 Online: 26 de Novembro de 2007, 19:30:50 »
Qual será a função deste conselho, mesmo?

Offline HSette

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Re: TV pública
« Resposta #88 Online: 26 de Novembro de 2007, 20:04:46 »
Qual será a função deste conselho, mesmo?

Em linhas gerais, o Conselho Curador tem o papel fiscalizatório, para garantir a isenção, transparência, e abertura às diversas manifestações culturais.
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Offline Dbohr

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Re: TV pública
« Resposta #89 Online: 27 de Novembro de 2007, 07:21:28 »
Imagino que com uma tal mistura de gente, vai se discutir muito e realizar pouco, mas enfim... boa sorte e bom trabalho a eles.

Offline Quereu

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Re: TV pública
« Resposta #90 Online: 05 de Dezembro de 2007, 21:20:25 »
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Deu traço no Ibope
A audiência do primeiro dia da TV Brasil foi arrasadora: deu traço. O Ibope registrou uma média de 0,3 ponto percentual durante o programa que estreou a nova tevê estatal do governo, transmitido no domingo, ao meio dia. Era um debate entre Franklin Martins e Gilberto Gil a respeito da...própria TV Brasil.

Deu traço no Ibope 2
É um número ruim, mas alguém pode supor que é a audiência normal da TVE do Rio de Janeiro. Nada disso. No domingo anterior, no mesmo horário, o Ibope registrou quase o dobro de telespectadores. A audiência média foi de 0,65 tendo um desenho animado como atração. Ou seja, o que já era ruim em termos de público ficou pior.

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/

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Offline Tavares

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Re: TV pública
« Resposta #91 Online: 05 de Dezembro de 2007, 21:31:11 »
Já ouve a estreia da tv pública?
vai passar em todo território brasileiro?
"Não use seu tempo e as suas palavras com descuido. Nenhuma das duas coisas pode ser recuperada." (H. Jackson Brown Jr.)

Atheist

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Re: TV pública
« Resposta #92 Online: 06 de Dezembro de 2007, 13:06:34 »
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Além disso tudo, você não pensa ser uma tremenda falta de decência gastar tamanha quantia com uma TV quando o país ainda sofre com problemas nas áreas fundamentais, como educação, saúde e segurança?

Isso é falácia. Além disso, vários problemas da educação, saúde e segurança podem ser resolvidos com cultura.

Offline Quereu

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Re: TV pública
« Resposta #93 Online: 06 de Dezembro de 2007, 18:06:40 »
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Além disso tudo, você não pensa ser uma tremenda falta de decência gastar tamanha quantia com uma TV quando o país ainda sofre com problemas nas áreas fundamentais, como educação, saúde e segurança?

Isso é falácia. Além disso, vários problemas da educação, saúde e segurança podem ser resolvidos com cultura.

TV pública não é cultura.
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Offline Herf

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Re: TV pública
« Resposta #94 Online: 06 de Dezembro de 2007, 18:41:53 »
TV pública não é cultura.
É luxo. Puro e simples luxo. E considerando a situação do Brasil em áreas fundamentais, é uma tremenda ofensa. Eu me pergunto como pessoas inteligentes e com bastante senso político podem se pronunciar a favor de tamanho esbanjamento.

O estado simplesmente não tem que manter emissoras de televisão. Se o governo tem algo importante a dizer (pronunciamentos de autoridades, anúncios de vacinação), pode fazê-lo por meio de espaços que emissoras privadas devem conceder. Não há nada que justifique a criação de (mais) uma emissora de TV bancada com o dinheiro público.

Offline Quereu

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Re: TV pública
« Resposta #95 Online: 07 de Dezembro de 2007, 06:17:25 »
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Um feito: zero no Ibope
Vai de vento em popa a audiência da TV Brasil. Na estréia do Repórter Brasil, na segunda-feira de manhã, a tevê estatal conseguiu a façanha de alcançar zero no ibope. Zero! Um feito e tanto. Esta foi a audiência do telejornal entre 8 horas e 8 h57. Teve, portanto, uma rejeição de 100% dos telespectadores.

Um feito: zero de ibope 2
E o programa era bem feito? Bem, ninguém sabe, ninguém viu...

http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/
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Offline Herf

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Re: TV pública
« Resposta #96 Online: 27 de Junho de 2008, 22:06:41 »
Ressucitando...

Editorial do Estadão, Segunda-Feira, 23 de Junho de 2008:

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A nova crise da TV Pública

Três meses depois da demissão do jornalista Luiz Lobo, editor-chefe do primeiro e único programa que a TV Pública conseguiu produzir desde sua inauguração, em dezembro de 2007, surge nova crise por razões políticas. Desta vez foram dois os demissionários. O primeiro foi o diretor-geral, escritor e cineasta Orlando Senna, por discordar dos "modelos de gestão" adotados pelos jornalistas que ocupam os principais cargos de direção na emissora. A maioria é vinculada ao ministro da Comunicação Social, Franklin Martins.

Além de Senna, que ficou apenas oito meses no cargo, também pediu demissão o diretor de Relacionamento e Rede da TV Brasil, Mário Borgneth, que era responsável pelas negociações com as emissoras educativas estaduais para a formação da rede pública de televisão. Os dois propunham a aquisição de produtos e programas entre produtores independentes para compor a grade da TV Pública, alegando que a medida é necessária para assegurar "uma comunicação pública plural, isenta, inteligente, interativa e formadora de cidadania", enquanto o grupo de jornalistas vinculados ao ministro da Comunicação Social defende a produção de programação regional.

Em nota endereçada aos "companheiros da atividade audiovisual", Senna afirmou que a TV Brasil "concentra poderes excessivos na presidência executiva, engessando as instâncias operacionais que necessitam de autonomia executiva para produzir em série, como em qualquer TV". A presidência da emissora é exercida pela jornalista Tereza Cruvinel, que durante anos trabalhou com Franklin Martins na sucursal da Rede Globo, em Brasília.

As crises que a TV Brasil vem enfrentando em sua curta existência de sete meses apenas confirmam o que mais se temia à época de sua criação: o risco de ser instrumentalizada politicamente, convertendo-se numa emissora chapa branca cuja única finalidade seria fazer propaganda do governo e servir de palanque eletrônico para o presidente da República e para seus ministros. Ao ser demitido, no início de abril, o jornalista Luiz Lobo acusou o Palácio do Planalto de tentar interferir na produção do noticiário jornalístico, proibindo expressamente a utilização da palavra "dossiê" no caso do "levantamento" feito na Casa Civil sobre os gastos com cartões corporativos no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Há um cuidado que vai além do jornalístico", disse Lobo em entrevista ao deixar o cargo, depois de lembrar que todos os textos da TV Brasil sobre Lula, sobre política e sobre economia tinham de passar pelo crivo de uma jornalista que é casada com um dos assessores de imprensa do presidente da República. "É ela quem edita. Existe um poder dentro daquela redação. Eu era editor-chefe, mas perdi a autonomia até para fazer as manchetes do telejornal. Não podíamos falar em ?dossiê?, mas em ?levantamento? sobre o uso dos cartões. E, nas reportagens sobre a dengue, a orientação era para informar que a epidemia decorria de cortes orçamentários resultantes do fim da CPMF, cuja derrubada tinha sido vitória da oposição", afirmou. Segundo ele, a idéia era eximir o governo de responsabilidade em matéria de deficiências de saúde pública.

O Conselho Curador da TV Brasil se comprometeu a apurar as acusações, mas até agora não chegou a qualquer conclusão, o que não causa estranheza. Com a nova crise na emissora, vai ficando evidente o que disse outro jornalista que também trabalhou na cúpula do governo do presidente Lula. Trata-se de Eugênio Bucci, que presidiu a Radiobrás durante cinco anos e há dois meses publicou um livro no qual também conta como foi pressionado por assessores do presidente da República para enviesar ideologicamente o noticiário. "Na era do marketing, governar é fazer campanha eleitoral permanente, é fazer publicidade de obras a inaugurar, recém-inauguradas ou nem mesmo existentes", disse ele, depois de explicar por que não se afastou do cargo assim que começou a ser pressionado. "Tinha um trabalho e não iria abandoná-lo às hienas, aos oportunistas reconvertidos à utilidade pública da Voz do Brasil."

A nova crise da TV Pública apenas confirma as expectativas daqueles que, como nós, nunca acreditaram em isenção em redações de órgãos oficiais de comunicação controladas discricionariamente pelo ministro da Comunicação.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080623/not_imp194136,0.php

Offline Felius

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Re: TV pública
« Resposta #97 Online: 27 de Junho de 2008, 23:47:00 »
Olha, se tivesse sobrando dinheiro nos cofres publicos eu ate apoiaria. Se fosse barato fazer a emissao de um sinal de televisao eu ate apoiaria, mesmo que fosse tracos apenas de audiencia (digamos que fosse possivel com uma antena so enviar os sinais de centenas de canais para tv aberta). Agora faltando dinheiro pro estado, querer colocar uma GRANA em tv publica e inaceitavel.
"The patient refused an autopsy."

Offline Tupac

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Re: TV pública
« Resposta #98 Online: 28 de Junho de 2008, 00:51:18 »
Acontece que uma TV publica que fosse bem estruturada com programação de qualidade, existe a possibilidade de se gerar renda e lucro devido a publicidade, venda de criações (documentarios, desenhos, novelas, e etc.) e como seria publica estes lucros, em teoria, seriam revertidos em beneficios da população na area da educação, saude ou qualquer outra, enfim.
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."
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"O que é afirmado sem argumentos, pode ser descartado sem argumentos." - Navalha de Hitchens

Offline Donatello

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Re: TV pública
« Resposta #99 Online: 28 de Junho de 2008, 09:47:07 »
Citação de: Herf
Pois bem, por que o estado deve se comprometer com (mais) uma emissora de televisão? Se a TV Cultura tem tanta qualidade, por que não a privatizar? Por que mantê-la estatal, com pessoas que não querem assisti-la tendo que pagar por ela?
Pergunta análoga: Porque não vender os CCBB's da vida para a iniciativa privada, visto que dão tão certo nas mãos do Estado?

Resposta: Porque nas mãos da iniciativa privada eles iriam abrigar (com o máximo de otimismo) um Cinemark da vida, com suas peculiares e inteligentíssimas fitas de ação (Braddock XVI, Rambo VII, Tropa de Elite...) ou de comédias infantís (Xuxa, Renato Aragão...) ou de terror juvenil (Eu sei o que vocês fizeram...) etc...; ou então abrigariam bailes funk exclusivos para primes; ou salas de leitura cheias de exemplares de Paulo Coelho e da mãe do Gasparetto mas vazias de Foucault e de Literatura Húngara e de Paulo Leminski e de Sartre e de Arnaldo Antunes e de tudo aquilo que a biblioteca do CCBB tem aos montes e que faz dela a melhor biblioteca do Rio... E continuariam fazendo sucesso, mas jamais o mesmo sucesso que os CCBB's fazem.

Citação de: Herf
Por outro lado, se ela é de uma qualidade que não a permitiria concorrer com as grandes emissoras privadas, por que deveria continuar a existir, já que não faria o menor sentido manter uma emiossora para a qual não há audiência?
Citação de: Tupac
Acontece que uma TV publica que fosse bem estruturada com programação de qualidade, existe a possibilidade de se gerar renda e lucro devido a publicidade, venda de criações (documentarios, desenhos, novelas, e etc.) e como seria publica estes lucros, em teoria, seriam revertidos em beneficios da população na area da educação, saude ou qualquer outra, enfim.
Retorno financeiro realmente não parece ser o forte das emissoras públicas, pelo baixíssimo público que têm (embora pareça que este público seja maior nas camadas mais altas, então tem aquele papo de público qualificado, que eu não sei se dá algum peso nas cotas de publicidade [eu acho que publicidade privada também foi vetada nesta nova legislação]). De qualquer forma, não me importa muito... assim como não me importa saber se o CCBB do Rio tá dando lucro ou prejuízo ao Banco do Brasil... se ele for vendido prum Itaú da vida e começar a exibir as marinas de Carlos Alberto Parreira e fitas do seriado adolescentóide 007 eu vou ficar é muito puto.

Quando se fala de investimentos do Estado eu espero que os lucros não sejam prioritariamente em espécie: polícia, tratamento médico para mendigos, presídios e escolas de ensino médio para filhos de assalariados também não dão lucro em espécie (e não imagino uma forma de fazer com que deem) e nem por isso deixam de dar lucro.

Aliás, tem muita gente que acha que o financiamento de cada uma destas coisas deveria ser facultado ao contribuinte, porque não faz sentido (dizem) obrigar o cidadão a pagar pelo que ele não vai usar.
« Última modificação: 28 de Junho de 2008, 11:48:19 por Dionísio van Dijck »

 

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